O documento discute pneumopatias vasculares, especificamente sobre tromboembolismo pulmonar (TEP). Aborda tópicos como epidemiologia, fatores de risco, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico, exames complementares, complicações e terapêutica de TEP.
2. SUMÁRIO
Introdução
Epidemiologia
Fatores de Risco
Fisiopatologia
Sinais e Sintomas
Diagnóstico Diferencial
Pontuações de Genebra e Wells
Complicações
Exames Complementares de Diagnóstico
Terapêutica
Prevenção
3. Introdução
Embolia pulmonar: Obstrução súbita da artéria pulmonar ou de
um dos seus ramos por um êmbolo.
Êmbolo: Corpo de natureza gasosa, líquida ou sólida que
percorre a corrente sanguínea e ao parar num vaso provoca a
sua obstrução.
Tipos de êmbolos:
- Gasosos (mergulho, iatrogénicos)
- Líquidos (gordura, líquido amniótico)
- Sólidos (trombo, medula óssea, neoplasia, algodão,
pelos, talco)
4. INTRODUÇÃO
Tromboembolismo Pulmonar (TEP)
Entidade clínica frequente (3ª DCV mais freq.)
Mortalidade elevada, apesar de terapêutica eficaz
Diagnóstico difícil
Clínica muitas vezes dificil
Sintomas comuns a outras patologias
Necessidade de diversas técnicas de diagnóstico
5. EUA
13,4 milhões doentes hospitalizados por TEP
5,8 milhões doentes cirúrgicos
7,6 milhões doentes com co-morbilidades (IC, AVC, Neoplasia)
300 000 mortes
7% diagnosticados
34% morte súbita
59% não detectada
Europa
370 000 mortes
Custo estimado com TEP: 3 milhões €
Brasil
No Brasil não há dados concretos
Prevalência similar dos EUA 3,9 – 16,6% - dados de necrópsia
Necrópsias não é uma rotina no Brasil.
EPIDEMIOLOGIA
UPTODATE 2013
8. Fatores adquiridos
• Mobilidade reduzida
Repouso no leito
Imobilização de membros
• Idade avançada
• Câncer
• Doença clínica aguda
• Grande cirurgia
• Trauma
• Lesão medula espinhal
• Gravidez e puerpério
• Sindrome antifosfolípide
• Contraceptivos orais
• Terapia de reposição hormonal
• Quimioterapia
• Obesidade
• Cateteres venosos centrais
• Policitemia vera
Fatores clínicos de risco
9. Fatores clínicos de risco
Fatores hereditários de risco
• Deficiência de antitrombina
• Deficiência de proteína C
• Deficiência de proteína S
• Fator V Leiden
• Resistência à proteina C ativada
sem fator V Leiden
• Mutação do gene da Protrombina
• Desfibrinogenemia
• Deficiência de plasminopgênio
• Níveis elevados de lipoproteinas
• Baixos níveis de inibidor do via
do fator tissular
• Níveis elevados de : hemocisteína,
fatores VIII, IX, e XI; fibrinogênio,
e inibidor da fibrinólise ativavel
por trombina (TAFI)
Fatores possíveis
10. Histórico
Virchow (1856) - Tríade
Teoria da patogênese da trombose
Parede do Vaso
Redução do Fluxo (Estase)
Composição do Sangue
.
Fluxo
sangüíneo
Coágulo
Válvula
11. TROMBOEMBOLIA VENOSA ( TEV)
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TEV)
OCORRE DEVIDO A(S) EXPOSIÇÃO(ÕES) À TRÍADE
DE VIRCHOW:
LESÃO ENDOTELIAL
ESTASE VENOSA
HIPERCOAGULABILIDADE
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP)
COÁGULO PROVENIENTE DE OUTRO SÍTIO
OBSTRUI RAMOS DA ARTÉRIA PULMONAR
12. TEP - Etiopatogenia
Êmbolos das veias profundas
MMII (80%), pélvicas (10%), coração direito (10%), superiores (raras)
Trombose venosa
Estase Lesão de parede vascular Hipercoagulabilidade
Pressão local Trauma Deficiência de antitrombina III
Obstrução venosa Inflamação Síndrome antifosfolípide
Imobilização Policitemia
ICC Trombocitemia
Choque Deficiência de proteína S
Hipovolemia Deficiência de proteína C
Desidratação Resistência à proteína C
Varizes Outras
UPTODATE 2013
13. Fatores predisponentes de trombose venosa e
TEP
Idade
Pós-operatório
Trombose venosa prévia
Trauma
ICC
AVC
Trombocitose
Eritrocitose
Anemia falciforme
Uso de anticoncepcionais
Gravidez
Imobilização prolongada
Viagens longas
Carcinoma
Obesidade
18. História Clínica
Doença atual
Sintomatologia do TEP:
Dispneia de instalação súbita
Dor torácica de tipo pleurítico
Retroesternal
Tosse – com expectoração? Se sim – com sangue
Sintomatologia da TVP (ausente em 50% dos casos):
Dor, edema, calor, rubor em um dos MMII
19. História Clínica
Antecedentes Pessoais
TEP ou TVP no passado
Internamentos/intervenções cirúrgicas/traumatismos
recentes
Viagens longas
Tabagismo
Contraceptivos orais, terapêutica de subst. hormonal
Gravidez, abortos de repetição
História familiar
28. Métodos não-radiológicos
ECG
Taquicárdia sinusal
Alterações inespecíficas do segmento ST
Inversão da onda T nas derivações V1 a V4
EXAMES COMPLEMENTARES
29.
30.
31. Métodos radiológicos não-invasivos
Rx tórax
Artéria pulmonar proeminente
Atelectasias
Infiltrados parenquimatosos
Sinal de Westermark – oligoemia focal
Sinal de Hampton – densidade periférica em
forma de “cunha”
EXAMES COMPLEMENTARES DE DX
34. TEP - Alterações
radiológicas
Sem infarto
Normal
Oligoemia
↑ calibre da artéria pulmonar
Adelgaçamento súbito do vaso
Cor pulmonale
Aumento de VD
Abaulamento tronco da
pulmonar
Com infarto
Normal
↓ de volume
Elevação hemicúpula
diafragmática
Consolidação
Linhas
Derrame pleural
35. TEP - Cintilografia pulmonar
Normal
Um ou mais defeitos perfusionais
Se RX comprometido nas mesmas áreas ou se defeitos
subsegmentares - não diagnóstico
Defeitos perfusionais segmentares ou maiores
Mapeamento ventilatório discordante - TEP
(90%)
Mapeamento ventilatório concordante - não
diagnóstico
Moser, ARRD1990
37. Métodos radiológicos não-invasivos
Angio-TC torácica helicoidal com contraste
Exame de 1ª linha no diagnóstico de EP
Boa resolução para pequenos trombos
Exclui/diagnostica outras patologias
pulmonares
EXAMES COMPLEMENTARES
39. TEP - Arteriografia pulmonar
Conclusivo
Falha de enchimento e/ou interrupção do fluxo
Inespecífico
Hipovascularização
Retardo de fluxo arterial ou venoso
Redução de volume do segmento afetado
Alteração de calibre das artérias proximais ou distais ao êmbolo
40.
41.
42. TEP - Profilaxia
Deambular precocemente
Baixas doses de heparina
Heparina de baixo peso molecular
Meias de compressão gradual
Compressão pneumática intermitente
Filtro de inserção percutânea
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43. Objetivos
Dissolução do coágulo:
Trombólise e/ou embolectomia (doentes de alto risco)
Prevenção secundária da EP recorrente:
Anticoagulação
Filtro na veia cava inferior
TERAPÊUTICA
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44. Anticoagulação
1º Subcutanea – “ponte” para a varfarina
Heparina não-fraccionada (HNF)
Heparina de baixo peso molecular
Inibidores do Fator Xa
2º Oral
Antagonistas da vitamina K (varfarina)
TERAPÊUTICA
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45. HBPM, HNF, Fondaparinux - 5
a 10 dias
NACOs
Dabigatrana (Pradaxa)
150 mg 2x⁄dia 3 meses
Apixabana (Eliquis)
10 mg 2x⁄dia 1 sem
5 mg 2x⁄dia 3 meses
Rivaroxabana (Xarelto)
15 mg 2x⁄dia 3 sem
20 mg 1x⁄dia 3 meses
Warfarina
Inicia 3 a 5 dias com heparina
Inicia com 5mg (< 60 anos ) ou 10
mg
Controle diário INR até 2 dias
consecutivos entre 2,0-3,0
INR semanal
46. Complicações dos anticoagulantes
Hemorragia
HNF e HBPM – sulfato de protamina
Varfarina – crioprecipitado ou plasma fresco
coagulado; factor VIIa recombinante;
pequena dose oral de vit. K
Trombocitopénia induzida por heparina e osteopénia
(HBPM < HNF)
Alopécia (varfarina)
TERAPÊUTICA
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47. TEP - Tratamento
Trombolíticos
Estreptoquinase
Uroquinase
Ativador de plasminogênio tecidual
(rtPA)
Indicações
Hipotensão
Hipoxemia persistente
Falência de ventrículo direito
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48. TEP - Tratamento
Embolectomia a céu aberto
Mortalidade: 50-94%
Embolectomia transvenosa
Mortalidade: 27%
Bons resultados: 61%
Tromboendarterectomia
Transplante pulmonar
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49. TROMBOEMBOLISMO PULMOMAR
PROGNÓSTICO
• Fase aguda, observam-se 10% de óbitos
Na 10 hora 75% das mortes
Nas 72 horas seguintes 25% das mortes
• Fase crônica, seguimento médio 30 meses
(N=42) sem DCP prévia sobreviveram 85%
(N=16 ) com DCP prévia sobreviveram 18%
(Paraskos et all, N Engl J Med:289,55,2003)
• Evolução para hipertensão pulmonar menos que 1%
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50. COMPLICAÇÕES
• Hipertensão Pulmonar
• 0,1% dos doentes com TEP
• Quadro clínico inicial:
• Período inicial assintomático
• Dispneia progresiva
• Hipoxémia
• Disfunção VD → Cor pulmonale
• Velocidade de evolução depende vários fatores
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51. PRÁTICA PNEUMOLÓGICA – SEGUNDA EDIÇÃO
DOENÇAS PULMONARES – TARANTINO
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR – JBP 2010