2. Plano de Aula
Introdução
Definição
Epidemiologia
Fisiopatologia
Diagnóstico
Fenótipos
Gravidade
Tratamento
3. Introdução
Incidência de até 10% na população geral
Grande causa de faltas no trabalho e escola
Alto custo, principalmente quando mal controlada
Causa importante de internações hospitalares
GINA: programa para trazer maior visibilidade à asma e guiar abordagem
de forma semelhante em todos os países
4. Alta prevalência populacional
Os serviços de emergência no Brasil, vem sendo
utilizados como local regular de consultas e não nos
serviços ambulatoriais
Neffen H, et al. PAHO 2005
Chatkin M, Menezes AMB, Albertaz E, Victora Cezar G, Barros FC. Rev Saude Publica, 2000; 34(5), 191
PANORAMA DA ASMA
5. DEFINIÇÃO (GINA 2016)
Asma é uma doença heterogênea, usualmente caracterizada por inflamação
crônica das vias aéreas.
Ela é definida pela história de sintomas respiratórios como sibilos, dispneia,
aperto no peito e tosse que variam no tempo e na intensidade, junto com
uma variável limitação do fluxo expiratório
9. Epidemiologia
Número mundial aumentando com a urbanização
Número de internações e óbitos em queda
4ª causa de internação hospitalar no SUS
Mortalidade: 1,52 / 100.000
Prevalência mundial
10-12% adultos
15% crianças
~ 20 milhões de asmáticos no Brasil
10. Epidemiologia
Predomínio na infância
75% com dx até 7-10 anos
Após a infância, a asma apresenta um segundo pico entre 50-70 anos:
doença bimodal
Infância = predomínio do sexo masculino (2:1), valores que se igualam na
fase adulta.
FATOR DE RISCO: ATOPIA
1/3 dos atópicos desenvolvem asma; doença incomum na ausência de
atopia
80% dos pacientes com coexistência de manifestações atópicas como:
dermatite e rinite alérgica
ATOPIA: tendência do sistema imune à
formação de anticorpos IgE contra
antígenos comuns no meio ambiente
11. Outros fatores associados
Tabagismo? – passivo ou ativo; parece ser um fator de risco.
Obesidade e certos ag. Infecciosos (VSR, Mycoplasma...) não está estabelecida
a relação.
Predisposição genética
1 dos pais + 25% chance de desenvolver asma
2 pais + 50% chance de desenvolver asma
Vida urbana
Maior contato com alérgenos domiciliares, além de poluentes atmosféricos
Hipótese da Higiene
Ocorrência de infecções na infância como fator protetor
Infecções típicas desta faixa etária estimulariam a predominância de linfócitos Th1
em detrimento dos linfócitos Th2 (associados a Asma; padrão inflamatório)
16. FISIOPATOLOGIA
Alergia
Tríade: hipersecreção, broncoespasmo e inflamação crônica de vias.
Hipersensibilidade tipo I e III (tardia)
Infiltração eosinofílica ou neutrofílica (fenótipos)
Lesão intersticial das paredes das vias aéreas
Ativação de linfócitos Th2 (IL-4, IL-5 e IL-13) inicio e manutenção do
processo inflamatório
A IL-4 tem importante ação na formação de IgE
18. Componentes das Doenças
das Vias Aéreas
Inflamação
Sintomas
Limitação
crônica ao
fluxo aéreo
Limitação
variável das vias
aéreas
Hiperresponsividade
das vias aéreas
HARGREAVE, FE and PARAMESWARAN, K. ERJ 2006; 28: 264-7
23. Células
• Linfócito T
• Mastócitos
• Eosinófilos
• Macrófagos
• Neutrófilos
Mediadores
• Quimiocinas
• Leucotrienos
• Citocinas
• Histamina
• Óxido nítrico
• Fibrose sub-epitelial
• Espessamento da membrana basal
• Hipertrofia do músculo liso
• Proliferação de vasos sanguíneos
• Hipersecreção de muco
Obstrução das vias aéreas
Hiper-reatividade brônquica
www.ginasthma.com
FISIOPATOLOGIA
24.
25.
26. Esquema simplificado do sistema linfócito T helper - tipo 1 (Th1) e tipo 2 (Th2)
Defesa
contra
organismos
intracelulares
Inflamação
alérgica;
indução de
produção de
Ac pelos
linfócitos B
32. DIAGNÓSTICO
O diagnostico da Asma deve ser baseado em:
Critérios clínicos e laboratoriais
Critérios funcionais
Avaliação de atopia, rinite e desencadeantes
Casos especiais
33. DIAGNÓSTICO CLINICO
Indicativos de Asma
Um ou mais dos seguintes sintomas:
dispneia, tosse crônica, sibilancia, aperto no peito ou desconforto torácico,
particularmente a noite ou nas primeiras horas da manha
Sintomas episódicos
Variam a noite e no início da manhã
Iniciados por um gatilho como infecções virais, exercício, exposição a
alérgenos, mudanças de clima, risada, cigarro, ou cheiros fortes
Melhora espontânea ou pelo uso de medicações especificas para asma
(BD, esteróides)
34. DIAGNÓSTICO CLINICO
Indicativos de Asma
Antecedentes Pessoais: História de rinite alérgica ou
dermatite atópica
Antecedentes Familiares: História familiar de asma ou
alergia
35. QUADRO CLINICO
Exame Físico
Presença de Rinite ou Sinusite
Evidências de Hiperinsuflação, cintura diafragmática
Ruídos Respiratórios (sibilos)
Reversibilidade
Normal
38. DIAGNOSTICO CLINICO
Diagnóstico diferencial
80% DOS
PACIENTES COM
ASMA
TÊM RA
Adaptado de The Workshop Expert Panel. Management of Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma (ARIA) Pocket Guide. A Pocket
Guide for Physicians and Nurses. 2001; Bousquet J and the ARIA Workshop Group J Allergy Clin Immunol 2001;108(5):S147-S334;
Sibbald B, Rink E Thorax 1991;46:895-901; Leynaert B et al Am J Respir Crit Care Med 2000;162:1391-1396.
ASMA
ISOLADA
RINITE
ALÉRGICA ISOLADA
RA
+
ASMA
39. Espirometria
VEF1/CVF
REDUZIDO na asma(<0,8)
Parâmetro definidor de doença obstrutiva, onde o VEF1 se reduz muito mais e
desproporcionalmente ao CVF
Asma < 0,75 (adultos) ou < 0,86(crianças)
CVF
Capacidade vital forçada
Total de ar que sai dos pulmões após inspiração profunda e expiração forçada
Devido ao aprisionamento de ar, encontra-se REDUZIDA
40. Espirometria
VEF1
Volume expiratório forçado no primeiro segundo
REDUZIDO na crise asmática e também no período intercrítico
Seu AUMENTO após BD é critério diagnóstico de asma
Quantificação da gravidade
VEF1 > 80% = Asma Leve
VEF1 60-80% = Asma Moderada
VEF1 < 60% = Asma Grave
PFE
Fluxo expiratório máximo
Quantifica gravidade, valores semelhantes
41. Espirometria
FEF 25-75%
Fluxo expiratório forçado
Neste momento, o ar está vindo das vias aéreas mais distais, as mais
acometidas por doenças obstrutivas como DPOC ou ASMA
Bastante REDUZIDO
Sensível
42. Limitação ao fluxo
Espirometria com teste de reversibilidade ao BD:
Limitação: Documentar VEF1/CVF reduzido (pelo menos uma vez, quando
VEF1 reduzido).
Variação: aumento de VEF1 >12% e >200ml pós BD
Variabilidade diurna excessiva do PFE em 1-2sem
Melhora significativa do PFE ou VEF1 após 4 semanas de tratamento de
controle
45. GINA / NHLBI / WHO Workshop Report 2005
Rhinovirus => principal incitante em pré-adolescentes e adultos com
Asma;
RSV => 50% das dçs sibilantes e 80% das bronquiolites em crianças;
V. Parainfluenza => bronquiolite e laringo-traqueítes em crianças;
Mecanismos de ação: dano epitelial e inflamação mucosa
Infecção respiratóra viral aguda => Exacerbação da Asma
47. Fenótipos
De início Tardio:
Principalmente em mulheres
Início na vida adulta
Não alérgicos
Altas doses CI ou refratários
Asma criptogênica ou intrínseca
Com redução de VEF1:
Pacientes com asma crônica de longa data, com remodelamento brônquico
Ligada a Obesidade:
Pacientes obesos com severos sintomas mas sem muito inflamação na via aérea
(inflamação eosinofílica)
48. Fenótipos
Alérgica
Tipo Mais Comum
Início principalmente na infância e associado a outros tipos de atopias, como eczema,
conjuntivite, rinite.
Induzida pela aspirina
50. Metas (GOALS) do Manejo da Asma
Controle da Asma
Controle Atual Riscos Futuros
Sintomas
Atividade
Med. Resgate
Função Pulm.
Instabilidade/
piora
Perda da Função
Pulmonar
Exacerbações
Efeitos Adversos
do Tratamento
Obter Reduzir
Definido por Definido por
GINA 2006; NIH/NAEPP Expert Report No.3 2007; ATS/ERS Task Force on Asthma Severity & Control 2008
Limitações
Atuais
Riscos
Futuros
51. TRATAMENTO
Classificação por controle
Segue a lógica da obtenção do controle dos sintomas e da inflamação
com a menor dose do medicamento
É acessado em todos os pacientes que já realizam tratamento e também
em virgens de tratamento
Vem substituindo a classificação por gravidade (antiga)
53. Critério (s) de controle
Nível de Controle
Tempo
Desfecho Sintomas
Função
pulmonar
Qualidade
de vida
Controle da asma: Extensão na qual as manifestações da asma,
tenham sido removidas ou reduzidas pelas intervenções terapêuticas.
56. TRATAMENTO
Objetivos
Desenvolver parceria paciente/médico
Identificar e reduzir a exposição aos fatores de risco
Avaliar, tratar e monitorar a asma
Controlar as exacerbações
www.ginasthma.com
57. Tratamento intercrítico da Asma
Corticosteróide - o uso precoce pode:
melhorar o controle da asma;
normalizar a função respiratória; e
prevenir o dano irreversível das VAs;
resistência (parcial ou total) em 5 a 10%;
Para a Asma Brônquica é a mais
potente e efetiva terapia anti-
inflamatória disponível.
Barnes PJ. Ann Intern Med 2003;139:359-70
58. *Não se recomenda teofilina para
crianças entre 6 e 11 anos de idade;
o tratamento preferido na Etapa 3 é
dose média de CI
**Para pacientes que estão usando
BDP/formoterol ou BUD/formoterol
como terapia de manutenção e de
alívio
Diagnóstico
Controle de sintomas e fatores
de risco (inclusive função
pulmonar)
Técnica de uso do inalador e
adesão ao tratamento
Preferência do paciente
Medicamentos antiasmáticos
Estratégias não farmacológicas
Tratamento de fatores de risco
modificáveis
Sintomas
Exacerbações
Efeitos colaterais
Satisfação do
paciente
Função pulmonar
Outras
opções tratamento
controle
TRATAMENTO DE
ALÍVIO
ETAPA 1 ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 4
ETAPA 5
Dose baixa de CI
Considerar
dose baixa
CI
Antileucotrienos (LTRA)
Dose baixa de teofilina*
Dose média/alta CI
Dose baixa CI+LTRA
(ou + teofilina*)
Acrescentar
dose
baixa CO
Beta 2 agonista de curta duração (SABA) se necessário SCI/formoterol**se necessário
ABA ou dose baixa
Dose baixa
CI+LTRA*
Dose
média/alta
de CI/LABA
Encami-nhar
tratamento
adjuvante
p.ex.,
anti-IgE
ESCOLHA DO
TRATAMENTO
DE CONTROLE
PREFERIDO
59.
60. Ciclo Interativo do Controle da Asma
Avaliar o Controle
Iniciar o Tratamento de Manutenção
Monitorar o Controle
Avaliar o Tratamento de Manutenção
61. TRATAMENTO
Classificação por gravidade
É um referencial para o início do tratamento da asma
É acessado apenas em pacientes sem tratamento
Está em desuso, sendo substituído pela classificação por controle na
orientação do tratamento inicial e monitorização
62. Atenção Primária Atenção Secundária
Nivel 1 Nivel 2* Nivel 3* Nivel 4# Nivel 5#
Opções
2 agonista
quando
necessário
1ª. Baixa dose ICS
OU
Baixa dose
ICS + LABA
OU
Média ou alta
dose ICS +
LABA
+
Corticoste-
roide oral
2ª. ARL Média ou alta
dose ICS
OU
Média ou alta
dose ICS +
ARL
+
Anti-IgE
ICS: corticosteroide inalado; LABA: broncodilatador de longa ação; ARL: antagonista de receptor
de leucotrieno; * uma opção deve ser escolhida; # opções podem ser adicionadas
GINA update 2011 - adaptado
O QUE DISPOMOS HOJE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA :
“ AQUI TEM FARMÁCIA POPULAR ”
BDP / SAL / IPRATROPIO
TRATAMENTO
Classificação por controle
63. Sintomas respiratórios compativéis com
Asma
Avaliação na
UBS
Não
Diagnóstico de Asma
Sim
Iniciar tratamento
Resposta
insatisfatória
Buscar
Diagnósticos
Diferenciais
Resposta
insatisfatória
Resposta
Satisfatória
Manter
Tratamento
Avaliar nível /
Rever adesão
AVALIAÇÃO CONJUNTA COM
PNEUMOLOGISTA
Cedido por Dr. William Salibe