O documento discute as pneumopatias intersticiais, que acometem o parênquima pulmonar em diversos locais de forma comum. Apresenta a classificação sindrômica das pneumopatias intersticiais difusas, incluindo as doenças fibróticas idiopáticas, associadas a tecidos conjuntivos, induzidas por drogas, hereditárias e ocupacionais. Discutem-se ainda aspectos clínicos, radiológicos e histológicos de algumas dessas doenças, como a sarcoidose e a fibrose
2. DPI
Grande grupo de doenças pulmonares que acometem
o parênquima em diversos locais e que apresentam
alguns pontos em comum do ponto de vista
radiológico, anatomopatológico e fisiológico
Grande numero de doenças e que representa um
desafio diagnóstico na pneumologia e que devem ser
investigados em centros de referencia em
Pneumologia
3. Objetivos
Entender o que é DPI
Classificação sindrômica da DPI
Estudar algumas doenças em pneumologia que
podem estar associadas a DPI
4. DPI
Manifestação clínica da infiltração fibrosa e
inflamatória das paredes alveolares (septos),
resultando em efeitos profundos sobre o endotélio
capilar e as células de revestimento do epitélio alveolar
6. Classificação Clinica - DPI
Doenças Fibróticas Idiopáticas
DPI associada a tecido conjuntivo
DPI induzida por drogas ou a tratamento
DPI Hereditárias
Outras Causas de DPI
DPI primárias ou não Classificadas
DPI Ocupacional
7. Classificação Clinica - DPI
Doenças Fibróticas Idiopáticas
Pneumonite intersticial aguda (síndrome de Hamman-
Rich)
Fibrose pulmonar idiopática/pneumonia intersticial usual
DPI associada a tecido conjuntivo
Esclerodermia
LES
AR
8. Classificação Clinica - DPI
DPI induzida por drogas ou a tratamento
Amiodarona
Quimioterapia
DPI Hereditárias
Neurofibromatose
Outras Causas de DPI
Linfangite Carcinomatosa
DPI primárias ou não Classificadas
Sarcoidose
Vasculite Pulmonar
Proteinose Alveolar
9. Classificação Clinica - DPI
DPI Ocupacional
Orgânicas
Pulmão de Fazendeiros
Pulmão dos criadores de pássaros
Inorganicas
Histiocitose
Silicose e Asbestose
10. Classificação Histológica
TCAR e Biópsia
PIU
Áreas de fibrose intercaladas com parênquima normal,
focos de fibrose ativa, faveolamento e distribuição da
fibrose em regiões subpleurais (FPI)
PII
Inflamação de distribuição homogênea. Drogas,
Colagenoses e Melhor Prognóstico
PIA
Dano alveolar difuso, Hamman-Rich – Vidro Fosco
11. CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA
Modified from: American Thoracic Society/European Respiratory Society. Am J Respir Crit Care Med 2002;165:277304;
Ryerson CJ and Collard HR. Curr Opin Pulm Med 2013;19:453459. PRC-2184
55%
25%
<2%
5% <1%
1015%
EG, eosinophilic granuloma; EP, eosinophilic pneumonia; LAM,
lymphangioleiomyomatosis; PAP, pulmonary alveolar proteinosis;
PPFE, pleuroparenchymal fibroelastosis
rare
12. Classificação Histológica
TCAR e Biópsia
PIU (pneumonia intersticial usual)
Áreas de fibrose intercaladas com parênquima normal,
focos de fibrose ativa, faveolamento e distribuição da
fibrose em regiões subpleurais (FPI)
Fibrose pulmonar idiopática; doenças do tecido
conjuntivo (incomuns); asbestose; pneumonite de
hipersensibilidade; pneumonia por aspiração crônica;
pneumonite por radiação crônica; síndrome de
Hermansky-Pudlak; neurofibromatose
PII (pneumonia intersticial inespecífica)
Inflamação de distribuição homogênea.
Drogas, Colagenoses e Melhor Prognóstico
13. Epidemiologia
Associadas a colagenoses 219 (18)
Sarcoidose 198 (16)
Fibrose pulmonar idiopática 169 (14)
Pn de hipersensibilidade 164 (13)
Bronquiolites (inclui BOOP) 80 (7)
Pneumoconioses 74 (6)
Dados de Pereira et al
14. Doença pulmonar difusa
(imunocompetente)
História, exame físico, lab. Rotina, Rx prévios, PFP, TCAR
(Avaliar cronicidade/progressão/estabilidade)
Remover/afastar causa
potencial identificada
(ambiental/iatrogênica)
Situação clínica apropriada
• sorologia para colagenose
•biópsia - pele, músculo, renal, etc
Recuperação?
Sim Não TCAR Não
Doença sistêmica específica
Sim
Biópsia transbrônquica ou
Biópsia por videotoracoscopia ou
outro local tórax (ex. gânglios)
TCAR típica
Critérios clínico-
Funcionais FPI
FPI
16. Sarcoidose
Granulomatose sistêmica de etiologia desconhecida
Linfonodomegalias hilares bilaterais com ou sem lesão
parenquimatosa
Eritema nodoso, poliartralgias, febre com ou sem
acometimento parenquimatoso
Aumento de parotidas com sinais oculares e paralisia
facial
17. Sarcoidose
Diagnóstico
Quadro clinico, radiológico e laboratorial compatível
25%: Tosse, artralgia, febre e dispneia de esforço
Eritema nodoso, parotidite, uveite e sinais sistêmicos sugerem
fortemente o diagnostico
Radiografia:
Grau 0- Rx normal com doença extra torácica
Grau I- Linfonodos hilares
Grau II – Grau I + Acometimento parenquimatoso
Grau III- Parênquima Isolado
Grau IV – Fibrose
TCAR: Lesoes nodulares menores que 5mm ao longo das cadeias
linfáticas nos feixes peribroncovasculares. Ou Fibrose
CD3/CD4 no BAL acima de 3,4 denota grande especificiddade
19. Sarcoidose
Quadro clínico e/ou radiológico
compatível
Exclusão de outras doenças
capazes de produzir um quadro
Evidência histológica de
granulomas não
caseosos
26. Fibrose Pulmonar Idiopática
Apresentação Clínica
Dispneia Progressiva ao exercício
Tosse paroxistica, usualmente não produtiva
Ausculta com ruidos adventícios
RX e TCAR com alterações
DVR com Volumes Reduzidos e DLCO alterada e
aumento de Gradiente Alveolo Capilar
Coultas DB et al. Am J Respir Crit Care Med. 1994;150:967.
ATS/ERS. Am J Respir Crit Care Med. 2000;161:646.
27. ACHADOS NA TCAR
Slide courtesy of G Raghu, MD.
Criterios TCAR para PIU†
1. Predominancia subpleural e Basal
2. Padrão Reticular
3. Faveolamento com ou sem tração
(bronquiolectasias)
4. Ausência de aspectos incompatíveis com
PIU
28. Critérios para Diagnóstico
Clínico da FPI
Idade acima de 50 anos
Exclusão de causa possível ou conhecida para
doença intersticial tal como drogas, exposições
ambientais/ocupacionais e colagenoses
Estertores em velcro nas bases
Distúrbio funcional restritivo e/ou de troca gasosa
em repouso ou exercício e/ou DCO reduzida
TCAR- Infiltrado reticular nas bases com faveolamento
e ausência de achados sugestivos de outras
doenças
29. Prednisona 0,5 mg/kg pêso
e
Azatioprina 2-3 mg/kg/dia
ou
Ciclofosfamida 1-2 mg/kg
e
Acetilcisteína 600 mg 3x/dia
FPI - Tratamento inicial
ATS. Am J Respir Crit Care Med 2000;161:646-64
Demedts M et al.N Engl J Med 2005;353:2229-42.
30. Exposição a antígenos
Sintomas respiratórios
Afastamento com melhora ou exposição com piora
Achados tomográficos compatíveis/sugestivos
Linfocitose no LBA
Histopatologia sugestiva (2 critérios) ou definitiva (todos)
Bronquiolite obliterante ou fibrosante
Pneumonia intersticial ou fibrose bronquiolocêntrica
Granulomas pequenos, incompletos, não necrotizantes ou
presença de células gigantes
PH - Critérios Diagnósticos
31. PH - Critérios Diagnósticos
Agentes Principais
Mofo, Pássaros e Quimicos
33. Febre e infiltrado pulmonar
40 anos, masc, br, fumante 20 maços-
ano
Febre alta, tosse seca e dor em HMTD
Tratado como PAC sem melhora
Emagrecimento de 8 kg
Sapateiro
Mofo no trabalho
34. Febre e infiltrado pulmonar
Estertores tele-inspiratórios em
projeção de LM e base E
10 300 leucócitos (diferencial nl)
CVF= 4,00 L (78%)
VEF1= 3,23 L (76%)
VEF1/CVF=81%
SpO2 rep=96%; Ex=94%
38. Silicose - Riscos
Indústrias cerâmicas
Indústrias de abrasivos
Construção de estradas e
túneis
Jateamento de areia
Corte e moagem de pedras
Pedreiras
Fundições
Cavadores de poços
40. Asbestose - Riscos
Indústria de fibro-
cimento (80%)
Fabricação de telhas e
caixas d’água
Fricção (10%)
Embreagem, lonas e
pastilhas de freio
Outras (10%)
Mineração, tecelagem
de asbesto, papéis e
papelões
41. DPPD causadas por drogas
Em torno de 2% das DPPD
350 drogas descritas
Pode se desenvolver meses (ex. amiodarona) ou anos
(nitrosouréias) após o término do tratamento
Mais comuns: minociclina, amiodarona, nitrofurantoina,
bleomicina, MTX
Lembrar de drogas ilícitas
42. LBA-Análise
Diferencial de células (perfil de células
inflamatórias)
Imunocitologia (CD4/CD8, CD1)
Morfologia celular: céls
tumorais, proteinose alveolar, hemorragia,
macrófagos xantomatosos, céls plasmáticas
Fibras e partículas (ex. corpos de asbesto)
Agentes infecciosos