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Hospital Universitário João de Barros Barreto
   Residência Médica – Clínica Médica
          Serviço de Pneumologia




                                    Carolina Alcântara
                                    R1 de Clínica Médica
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Doença intersticial, fibrosante, crônica e progressiva,
 limitada aos pulmões

 Causa desconhecida


 Idade entre 50 – 60 anos (40 – 70a)


 Padrão histopatologico: PIU
      Alveolite;
      Fibrose;
      Faveolamento
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Tabagismo: 20 maços/ano


 Exposições ambientais: poeiras, criação de animais,
 cabeleireiros, polimentos

 Agentes microbianos: EBV e virus C ??


 Refluxo gastroesofágico anormal


 DM
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Fatores genéticos – FP familiar (5%)
   Dois ou mais casos na mesma família;
   Autossômica – dominante
   Gene ELMOD2 – cromossoma 4q31
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Interação entre a agressão ao epitélio X Reparo
 mesenquimal anormal

 Resposta inflamatória aguda (infiltrados linfocitários)
 – alveolite – transtornos ao reparo celular (proliferção
 fibroblástica e deposição de colágeno) – cronicidade
 (faveolamento)
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Dispnéia progressiva e crônica – 6 a 24 meses


 Tosse;


 Baquetamento digital


 Crepitações inspiratórias (velcro)


 HP
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Pilares:
   1. Exclusão de outras causas de DIP;
   2. TCAR;
   3. Bx pulmonar cirurgica.


 Laboratorio:
   VHS e FAN
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Prova de função pulmonar
   Padrão restritivo
   Redução dos volumes pulmonares
   VEF1 e CVF reduzidos
   Taquipneia
   DCO: alterado (inicialmente hipoxemia aos esforços)


 Radiografia
   Infiltrados reticulares ou reticulonodulares bilaterais
    em HTXs
   Faveolamento: cistos
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 TCAR
  Extensão do acometimento pulmonar e fase da dça.
  Precoce: áreas em vidro fosco
  Avançada: faveolamento
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Padrão definitivo – Todos os 4 critérios são
 necessários:
   Predominância nas bases e regiões subpleurais;
   Anormalidades reticulares;
   Faveolamento com ou sem bronquiectasias de tração;
   Ausência de todos os 7 critérios inconsistentes com o
    padrão de UIP
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




                 Fonte: http://www.scielo.br/scielo
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




                  Fonte: http://www.scielo.br/scielo
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




                  Fonte: http://www.scielo.br/scielo
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Padrão de possível – Todos os 3 critérios são
 necessários:
   Predominância nas bases e regiões subpleurais;
   Anormalidades reticulares;
   Ausência de todos os 7 critérios inconsistentes com o
    padrão de UIP
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




                  Fonte: http://www.scielo.br/scielo
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Padrão inconsistente – Presença de pelo menos 1
 dos 7 critérios:
   Predomínio em porções superiores ou médias;
   Predomínio peribroncovascular;
   Alterações em vidro fosco extensas (extensão maior que
      a das alterações reticulares);
     Micronódulos profusos (bilaterais, predominando em
      lobos superiores);
      Cistos discretos (múltiplos, bilaterais, fora das áreas de
      faveolamento);
     Áreas difusas de atenuação em
      mosaico/aprisionamento aéreo (bilateral, em 3 ou mais
      lobos);
      Consolidação em segmentos/lobos broncopulmonares.
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




                  Fonte: http://www.scielo.br/scielo
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Biópsia pulmonar cirúrgica:
   Dispensável: alguns casos


 Padrão definitivo – Todos os 4 critérios são
 necessários:
   Evidência de marcada fibrose/distorção da arquitetura,
    associada ou não a faveolamento, com distribuição
    preferencialmente nas regiões subpleural e paraseptal;
   Envolvimento não uniforme do parênquima pulmonar
    pela fibrose;
   Presença de focos fibroblásticos;
   Ausência de todos os 6 critérios que falam contra UIP e
    sugerem diagnóstico alternativo
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Padrão de provável - todos os 03 critérios são
 necessários:
   Evidência de fibrose marcada/distorção arquitetural
    com ou sem faveolamento
   Presença de envolvimento heterogêneo ou focos
    fibroblásticos
   Ausência de dados contra o diagnóstico de PIU,
    sugerindo um diagnóstico alternativo ou faveolamento
    isolado
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Padrão de possível – Todos os 3 critérios são
    necessários:
     Envolvimento não uniforme ou difuso do parênquima
      pulmonar por fibrose, com ou sem inflamação
      intersticial;
     Ausência de outro critério para UIP;
     Ausência de todos os 6 critérios que falam contra UIP e
      sugerem diagnóstico alternativo


FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Padrão inconsistente com PIU (presença de
 qualquer dos seis critérios):
   Membranas hialinas
   Pneumonia organizante
   Granulomas
   Inflamação intersticial marcada, distante das áreas de
    faveolamento
   Alterações predominantemente centradas em vias
    aéreas;
   Outros achados sugerindo um diagnóstico alternativo
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Padrão tomográfico definitivo (biópsia desnecessária)


 Padrão tomográfico possível (reticular basal
 subpleural sem faveolamento)

 Biópsia cirúrgica com PIU definitiva ou provável


 Padrão tomográfico com vidro fosco em bases


 Biópsia cirúrgica com PIU definitiva ou provável
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA
Tabela 1: Diagnóstico de FPI – combinações entre achados de TCAR
e histopatológicos




                                          Fonte: pneumoatual.com.br
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Sobrevida: 2 a 5 anos


 Curso variável com exacerbações agudas (causas
 secundárias)

 Pior prognóstico:
     Sexo masculino;
     Grau de dispneia;
     Baqueteamento digital;
     HP (17mmHg)
     DCO <40%
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Corticóides: sem evidências/exacerbações


 Imunossupressores: ausência de estudos controlados


 Anti-oxidantes: estímulo a glutationa
   N- acetilcisteína (600mg 3x/dia) – estabilização do CV e
    DCO
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Anti-fibrótica:
   Pirfenidona (molécula síntetica de baixo peso)
      Anti-fibrótica, anti-oxidante e anti-inflamatória
      1800mg – 1200mg/dia
      Melhora do CVF


   Inibidor de tirosino-quinase BIBF 1120 (150mg 2x/dia)
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Varfarina – interrupção do estudo


 Sildenafil – melhor estudado


 Tratamento do RGE – discutível


 Talidomida: tto da tosse (em andamento)


 Morfina VO (20mg/dia): tto dispnéia


 Oxigenioterapia
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Tx pulmonar:
   Baixa sobrevida
   Alta mortalidade
   Indicação: todos os pacientes com diagnostico de FPI

   CI absolutas:
      Neo (02 anos), disfunções avançadas de outros órgãos, dça
       inflamatória sistêmicas, HIV, alterações psiquiátricas,
       tabagismo, etilismo e drogas ilícitas.
   CI relativas:
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       obesidade, desnutrição, osteoporose, uso crônico de
       corticoides
FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA




 Raghu G et al. An official ATS/ERS/JRS/ALAT statement:
    idiopathic pulmonary fibrosis: evidence-based guidelines for
    diagnosis and management. Am J Respir Crit Care Med;
    2011;183:788-824.

 MARTINEZ JAB. Doenças intersticiais pulmonares. Medicina,
    Ribeirão Preto, 31: 247-256, abr./jun. 1998.

 Diretrizes de Doenças Pulmonares Intersticiais Sociedade
    Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

    Fibrose pulmonar idiopática - Recomendações das sociedades
    americana, europeia, japonesa e latino-americana de
    pneumologia - Parte 1: Diagnóstico
Obrigada

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Fibrose Pulmonar Idiopática

  • 1. Hospital Universitário João de Barros Barreto Residência Médica – Clínica Médica Serviço de Pneumologia Carolina Alcântara R1 de Clínica Médica
  • 2. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Doença intersticial, fibrosante, crônica e progressiva, limitada aos pulmões  Causa desconhecida  Idade entre 50 – 60 anos (40 – 70a)  Padrão histopatologico: PIU  Alveolite;  Fibrose;  Faveolamento
  • 4. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Tabagismo: 20 maços/ano  Exposições ambientais: poeiras, criação de animais, cabeleireiros, polimentos  Agentes microbianos: EBV e virus C ??  Refluxo gastroesofágico anormal  DM
  • 5. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Fatores genéticos – FP familiar (5%)  Dois ou mais casos na mesma família;  Autossômica – dominante  Gene ELMOD2 – cromossoma 4q31
  • 6. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Interação entre a agressão ao epitélio X Reparo mesenquimal anormal  Resposta inflamatória aguda (infiltrados linfocitários) – alveolite – transtornos ao reparo celular (proliferção fibroblástica e deposição de colágeno) – cronicidade (faveolamento)
  • 7. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Dispnéia progressiva e crônica – 6 a 24 meses  Tosse;  Baquetamento digital  Crepitações inspiratórias (velcro)  HP
  • 8. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Pilares:  1. Exclusão de outras causas de DIP;  2. TCAR;  3. Bx pulmonar cirurgica.  Laboratorio:  VHS e FAN
  • 9. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Prova de função pulmonar  Padrão restritivo  Redução dos volumes pulmonares  VEF1 e CVF reduzidos  Taquipneia  DCO: alterado (inicialmente hipoxemia aos esforços)  Radiografia  Infiltrados reticulares ou reticulonodulares bilaterais em HTXs  Faveolamento: cistos
  • 11. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  TCAR  Extensão do acometimento pulmonar e fase da dça.  Precoce: áreas em vidro fosco  Avançada: faveolamento
  • 12. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Padrão definitivo – Todos os 4 critérios são necessários:  Predominância nas bases e regiões subpleurais;  Anormalidades reticulares;  Faveolamento com ou sem bronquiectasias de tração;  Ausência de todos os 7 critérios inconsistentes com o padrão de UIP
  • 13. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA Fonte: http://www.scielo.br/scielo
  • 14. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA Fonte: http://www.scielo.br/scielo
  • 15. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA Fonte: http://www.scielo.br/scielo
  • 16. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Padrão de possível – Todos os 3 critérios são necessários:  Predominância nas bases e regiões subpleurais;  Anormalidades reticulares;  Ausência de todos os 7 critérios inconsistentes com o padrão de UIP
  • 17. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA Fonte: http://www.scielo.br/scielo
  • 18. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Padrão inconsistente – Presença de pelo menos 1 dos 7 critérios:  Predomínio em porções superiores ou médias;  Predomínio peribroncovascular;  Alterações em vidro fosco extensas (extensão maior que a das alterações reticulares);  Micronódulos profusos (bilaterais, predominando em lobos superiores);  Cistos discretos (múltiplos, bilaterais, fora das áreas de faveolamento);  Áreas difusas de atenuação em mosaico/aprisionamento aéreo (bilateral, em 3 ou mais lobos);  Consolidação em segmentos/lobos broncopulmonares.
  • 19. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA Fonte: http://www.scielo.br/scielo
  • 20. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Biópsia pulmonar cirúrgica:  Dispensável: alguns casos  Padrão definitivo – Todos os 4 critérios são necessários:  Evidência de marcada fibrose/distorção da arquitetura, associada ou não a faveolamento, com distribuição preferencialmente nas regiões subpleural e paraseptal;  Envolvimento não uniforme do parênquima pulmonar pela fibrose;  Presença de focos fibroblásticos;  Ausência de todos os 6 critérios que falam contra UIP e sugerem diagnóstico alternativo
  • 21. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Padrão de provável - todos os 03 critérios são necessários:  Evidência de fibrose marcada/distorção arquitetural com ou sem faveolamento  Presença de envolvimento heterogêneo ou focos fibroblásticos  Ausência de dados contra o diagnóstico de PIU, sugerindo um diagnóstico alternativo ou faveolamento isolado
  • 22. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Padrão de possível – Todos os 3 critérios são necessários:  Envolvimento não uniforme ou difuso do parênquima pulmonar por fibrose, com ou sem inflamação intersticial;  Ausência de outro critério para UIP;  Ausência de todos os 6 critérios que falam contra UIP e sugerem diagnóstico alternativo 
  • 23. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Padrão inconsistente com PIU (presença de qualquer dos seis critérios):  Membranas hialinas  Pneumonia organizante  Granulomas  Inflamação intersticial marcada, distante das áreas de faveolamento  Alterações predominantemente centradas em vias aéreas;  Outros achados sugerindo um diagnóstico alternativo
  • 24. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Padrão tomográfico definitivo (biópsia desnecessária)  Padrão tomográfico possível (reticular basal subpleural sem faveolamento)  Biópsia cirúrgica com PIU definitiva ou provável  Padrão tomográfico com vidro fosco em bases  Biópsia cirúrgica com PIU definitiva ou provável
  • 25. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA Tabela 1: Diagnóstico de FPI – combinações entre achados de TCAR e histopatológicos Fonte: pneumoatual.com.br
  • 27. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Sobrevida: 2 a 5 anos  Curso variável com exacerbações agudas (causas secundárias)  Pior prognóstico:  Sexo masculino;  Grau de dispneia;  Baqueteamento digital;  HP (17mmHg)  DCO <40%
  • 28. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Corticóides: sem evidências/exacerbações  Imunossupressores: ausência de estudos controlados  Anti-oxidantes: estímulo a glutationa  N- acetilcisteína (600mg 3x/dia) – estabilização do CV e DCO
  • 29. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Anti-fibrótica:  Pirfenidona (molécula síntetica de baixo peso)  Anti-fibrótica, anti-oxidante e anti-inflamatória  1800mg – 1200mg/dia  Melhora do CVF  Inibidor de tirosino-quinase BIBF 1120 (150mg 2x/dia)
  • 30. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Varfarina – interrupção do estudo  Sildenafil – melhor estudado  Tratamento do RGE – discutível  Talidomida: tto da tosse (em andamento)  Morfina VO (20mg/dia): tto dispnéia  Oxigenioterapia
  • 31. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Tx pulmonar:  Baixa sobrevida  Alta mortalidade  Indicação: todos os pacientes com diagnostico de FPI  CI absolutas:  Neo (02 anos), disfunções avançadas de outros órgãos, dça inflamatória sistêmicas, HIV, alterações psiquiátricas, tabagismo, etilismo e drogas ilícitas.  CI relativas:  Idade (65 – 60 anos),estado funcional ruim, infeções, obesidade, desnutrição, osteoporose, uso crônico de corticoides
  • 32. FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  Raghu G et al. An official ATS/ERS/JRS/ALAT statement: idiopathic pulmonary fibrosis: evidence-based guidelines for diagnosis and management. Am J Respir Crit Care Med; 2011;183:788-824.  MARTINEZ JAB. Doenças intersticiais pulmonares. Medicina, Ribeirão Preto, 31: 247-256, abr./jun. 1998.  Diretrizes de Doenças Pulmonares Intersticiais Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.  Fibrose pulmonar idiopática - Recomendações das sociedades americana, europeia, japonesa e latino-americana de pneumologia - Parte 1: Diagnóstico