O documento discute intervenção em crises, definindo crise como um estado de desequilíbrio emocional onde os recursos habituais de enfrentamento falham. Apresenta os componentes fundamentais da intervenção em crise, como estabelecer contato, analisar o problema, propor soluções e fornecer apoio. Também discute princípios como avaliar recursos e reduzir perigos para ajudar o indivíduo a se recuperar.
2. Do grego Krisis – decisão
•Estado de desequilíbrio emocional do qual uma
pessoa se vê incapaz de sair com os recursos de
afrontamento que habitualmente costuma empregar
em situações que a afetam emocionalmente
Crise:
Crise
3. Experiência normal de vida
O indivíduo busca um equilíbrio entre si mesmo e o seu entorno
Crise => reflete uma manifestação violenta e repentina de ruptura de
equilíbrio.
•Causa sentimentos de desorganização, desesperança, tristeza, confusão e pânico
•A desorganização emocional se caracteriza principalmente por um colapso nas
estratégias prévias de enfrentamento.
Crise
4. Limitada no tempo => evento desencadeador
•O desenlace de uma crise pode ameaçar a saúde mental ou ser
um marco para mudanças que permitam um funcionamento
melhor do que o anterior ao desencadeamento do evento.
•Resolução satisfatória => auxilia o desenvolvimento do indivíduo
•Resolução não satisfatória => constitui-se em um risco,
aumentando a vulnerabilidade da pessoa para transtornos
mentais.
CRISE
Perigo e oportunidade
5. Ponto críticoTrês oportunidades
RESOLUÇÃO ADAPTATIVA
Dominar a
situação
atual
Elaborar
conflitos
passados
Apreender
estratégias
para o
futuro
Capaz de conduzir o
indivíduo a tomar uma
direção ou outra, de
modo a encaminhar seus
recursos para o próprio
crescimento,
recuperação e maior
diferenciação.
6. • decorrente das reações iniciais diante do impacto
Desordem inicial
•Tentativa de amortecer o impacto
Negação
•Surgimento de ideias involuntárias de dor pelo
evento verificado.Intrusão
•Expressão, identificação e comunicação de
sentimentos experimentados pela situação de crise.Elaboração
• Integração do evento dentro da sua vida e
reorganizaçãoTérmino ou resolução
Etapas da crise
7. • Qual o significado deste fato na vida do indivíduo?
• Qual a percepção do indivíduo frente ao evento
(não levar em conta só a gravidade do fato)
• Quais os recursos disponíveis para o necessário
enfrentamento da situação?
Evento da vida!
• Sintomas dissociativos
• Ausência de resposta emocional, sentimentos de
desconexão, redução do reconhecimento de
ambiente, sentimento de irrealidade e amnésia
dissociativa.
Transtorno de
Estresse Agudo:
O que precipita uma crise?
8. Circunstanciais: conseqüência de eventos
raros e extraordinários, que o indivíduo não
pode prever ou controlar,
Evolutivas: dizem respeito à realização
não satisfatória das passagens do
desenvolvimento do indivíduo.
Crises evolutivas X crises circunstanciais
Previsiveis.
mudanças fisiológicas e
psicológicas.
EX: A gravidez, o parto, a infância, a
adolescência, a aposentadoria, o
envelhecimento e a morte
são imprevistas, comovedoras, intensas
e catastróficas.
EX: perda de uma fonte de satisfação
básica, o desemprego, a morte
abrupta, a perda da integridade
corporal, as enfermidades, os desastres
naturais, as violações e os acidentes.
9. Existem pessoas com capacidade de, frente a
eventos traumáticos, resistir emocionalmente.
•“Resiliência” (do inglês resilience).
•Equilíbrio estável quando acometidos por situações
traumáticas.
•Indivíduos resilientes permanecem em níveis
funcionais apesar da experiência traumática.
Mesma crise: respostas diferentes
10. Trauma (do grego tpauma, que
quer dizer ferida)
Traumatismo:
consequências
no organismo
uma violência
externa.
Evento
traumático é
algo destrutivo
na vida do
indivíduo, família
e comunidade
afetada.
De natureza
única e
imprevisível,
afeta muito mais
do que vítimas
imediatas.
Pode acontecer
em qualquer
momento ou
lugar.
Pode favorecer o
desenvolver um
quadro
psicopatológico.
Como se caracteriza um trauma?
11. Dificuldade em estabelecer protocolos para tais
intervenções.
• Exercem influência no funcionamento psicológico do indivíduo.
• Objetivos:
• Ajudar a acionar a parte saudável preservada da pessoa, assim como seus
recursos sociais, a fim de enfrentar os efeitos do estresse.
• Facilitar as condições necessárias para um novo modo de funcionamento
psicológico, interpessoal e social, diante da nova situação.
• Durante a crise o individuo encontra-se receptivo à ajuda e os mínimos
esforços podem ter resultados máximos
Intervenção em crises
13. Ativos e diretos, orientados a obter objetivos rápidos.
Atender com Agilidade e flexibilidade
Colocar em prática ações para a resolução de problemas e para a superação das
múltiplas dificuldades que possam surgir no processo de atenção.
Procurar satisfazer as necessidades imediatas do afetado colocando em funcionamento
ações com os recursos disponíveis.
Tudo num período de tempo reduzido.
Como deve atuar o enfermeiro ao intervir na crise?
14. Componente Objetivos
Estabelecer contato psicológico • Empatia e sintonização com os sentimentos do
afetado.
• Escutar como as pessoas visualizam a situação e
como se comunicam.
• Convidar as pessoas a falar sobre o evento e escutar-
se umas as outras a respeito do mesmo assunto,
estabelecendo momentos de reflexão.
• As pessoas devem sentir-se escutadas, aceitas,
compreendidas e apoiadas, a fim de reduzir a
intensidade da ansiedade, diminuir o sofrimento e o
sentimento de solidão.
Componentes fundamentais da intervenção em crise
15. Componente objetivos
Analisar o problema • o foco da análise centra-se em três áreas: passado imediato,
presente e futuro imediato.
• O passado imediato remete aos acontecimentos que
conduziram ao estado de crise.
• A indagação sobre a situação presente implica nas
perguntas de “quem, o que, onde, quando, como”.
• Quem esta implicado, o que aconteceu, quando, etc.
• O futuro imediato foca-se nas eventuais dificuldade que e
estabelecem nas pessoas e suas famílias.
• O objetivo então é conhecer quais são os conflitos ou
problemas que necessitam de manejo imediato e quais
podem ficar para uma intervenção posterior.
Componentes fundamentais da intervenção em crise
16. Componente objetivos
Analisar as possíveis
soluções
• Verificar o que as pessoas têm tentado fazer até o momento para
enfrentar o problema, assim como, o que podem ou poderiam
fazer.
• Propor novas alternativas viáveis para alcançar soluções.
Componentes fundamentais da intervenção em crise
17. Componente objetivos
Assistir para executar
ações concreta
• Ajudar a realiza uma ação concreta pra gerenciar a crise.
• O objetivo é limitado.
• O responsável pela intervenção deverá ter uma atitude
facilitadora e diretiva para ajudar a alcançar ações concretas.
Componentes fundamentais da intervenção em crise
18. Componente objetivos
Seguimento para
verificar o progresso
• Colaborar com o restabelecimento das redes de apoio social que
podem estar danificadas, prejudicadas ou destruídas por causa
do acontecimento catastrófico.
• Estabelecer procedimentos que permitam o seguimento das
pessoas para verificar o progresso pessoal, em termos
psicológicos.
• O seguimento pode se realizar através de novos encontros ou por
contato telefônico.
• O objetivo é completar o circuito de retroalimentação, ou
determinar se alcançaram ou não as metas estabelecidas
quando do inicio da intervenção.
Componentes fundamentais da intervenção em crise
19. • Calcular e reduzir o perigo, avaliar a
motivação e as capacidades de
enfrentamento do paciente.
Oportunidade:
• Ajudar o individuo a recuperar o nível de
equilíbrio.Meta:
• Sistemas implicados na crise e informações
sobre o que é funcional e disfuncional na
vida do afetado.
Avaliação dos aspectos
fortes e debilidades:
Princípios clínicos para intervenção em crises
21. Segunda
instância:
Terapia para a crise.
Processo breve, mas além da restauração do enfrentamento imediato.
Encaminha para a resolução da crise.
Assistir a pessoa de maneira que o evento que suscitou a crise se integre à
trama da vida, com melhores recursos e disposição para encarar o futuro.
Requer maior preparo de quem irá aplicá-la (formação
psicoterápica/psiquiátrica).
Modelo amplo de intervenção
22. Expansão de serviços de atenção a emergências psicológicas/psiquiátricas
No Brasil, há poucos relatos destes serviços.
Os profissionais da área da saúde, como conhecedores da conduta humana, devem
se qualificar para atuações breves e efetivas, com o objetivo de prevenir a curto e em
longo prazo as consequências psicossociais negativas.
Emergências e desastres marcam de forma trágica as pessoas e a comunidade, não só
no plano material/econômico, mas também no emocional/psicológico.
Considerações finais
23. Intervir em uma crise significa introduzir-se de maneira ativa em uma
situação vital para um indivíduo e auxiliá-lo a mobilizar seus próprios
recursos para superar o problema.
Assim, intervenções em situações de crise, convertem-se em um
ingrediente essencial para o tratamento da situação traumática no
processo de recuperação das pessoas envolvidas nesses eventos.
Considera-se de suma importância o investimento em estudos sobre
a temática ora abordada, pois este é um tema ainda pouco
estudado em nosso país apesar da sua expressiva relevância.
Considerações finais
24. SA, Samantha Dubugras; WERLANG, Blanca Susana
Guevara; PARANHOS, Mariana Esteves. Intervenção em
crise. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 4, n.
1, jun. 2008 .
CAIUBY, Andrea Vannini Santesso; ANDREOLI, Paola
Bruno de Araujo. Intervenções Psicológicas em Situações
de Crise na Unidade de Terapia Intensiva. Relato de
Casos. Revista Brasileira Terapia Intensiva. V.17, n.1. 2005.
Referências
Notas do Editor
Aliviando o impacto direto do evento traumático.
que se estabeleça na pessoa, por sua própria ação,