1. Doença mental e suas
relações com o trabalho
Prof. Me. Enf.º Aroldo Gavioli
2. Doença X trabalho
Os trabalhadores
Perfil de adoecimento e morte da população em geral em função
da idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo
específico de risco.
Os trabalhadores podem adoecer e morrer por
causas relacionadas ao trabalho.
Consequências das profissão que exerce ou exerceu ou
condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado.
3. O perfil de adoecimento resulta da
amalgamação desses fatores podendo ser
sintetizadas em quatro grupos de causas
Doenças comuns – sem relações com o trabalho. Exemplo infarto agudo do
miocárdio
Doenças eventualmente aumentadas de frequência ou
precipitadas pelo trabalho. Exemplo hipertensão arterial em
motoristas de ônibus.
DOENÇAS
RELACIONADAS
AO TRABALHO
Doenças com espectro etiológico ampliado pelo trabalho. P.
EX: asma brônquica, dermatite de contato alérgica, PAIR,
Transtornos mentais, LER/DORT. -> (efeito aditivo ou efeito
sinérgico).
Agravos específicos, tipificados pelos acidentes e doenças
ocupacionais: P. Ex: Acidentes de trabalho grave, silicose,
asbestoses.
4. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
I – TRABALHO COMO CAUSA
NECESSÁRIA
II – TRABALHO COMO FATOR
CONTRIBUTIVO, MAS NÃO
NECESSÁRIO
III – TRABALHO COMO PROVOCADOR
DE UM DISTÚRBIO LATENTE, OU
AGRAVADOR DE UMA DOENÇA JÁ
ESTABELECIDA
Intoxicação por chumbo.
Doença coronariana.
bronquite crônica
Silicose.
Doenças do aparelho
locomotor
Dermatite de contato
alérgica
Doenças profissionais
legalmente reconhecidas
Câncer
Asma
Varizes dos membro
inferiores
Doenças mentais
Classificação proposta por Schilling, 1984 apud Brasil 2001
5. INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES SAÚDETRABALHO-DOENÇA
natureza
nível de aplicação
abordagem/instrumento
Clínica
História clínica/
anamnese ocupacional
Complementar:: Laboratoriais;
Toxicológicos; Provas funcionais
Exames laboratoriais,
provas funcionais
Coletivo
Estudos epidemiológicos
•Estudos descritivos de
morbidade e mortalidade
•Estudos analítico, tipo
caso-controle, de
“coorte” prospectivo e
retrospectivos
Individual
•Estudo do posto ou estação de trabalho, por meio de análise
ergonômica da atividade
•Avaliação ambiental qualitativa ou quantitativa, de acordo
com as ferramentas da higiene do trabalho
Coletivo
•Estudo do posto ou estação de trabalho, por meio de análise
ergonômica da atividade
•Avaliação ambiental qualitativa e quantitativa
•Elaboração do mapa de risco da atividade
•Inquéritos coletivos
Individual
Dano ou
doença
Fatores ou
condições de
risco
6. Transtornos mentais e do comportamento
relacionados ao trabalho (grupo V da CID 10)
OMS;
• 30% dos trabalhadores →
transtornos mentais
menores.
• 5 a 10% transtorno graves.
No Brasil: INSS
3º lugar de auxíliodoença (+ de 15 dias),
aposentadoria por
invalidez
• Destaque para alcoolismo
crônico,
7. DOENÇA E TRABALHO
Trabalho: Integração social (valor econômico e simbólico)
• importância na constituição da subjetividade
• modo de vida
• saúde física e mental das pessoas.
A contribuição do trabalho para alterações na saúde mental
das pessoas se dá:
• Fatores pontuais: exposição a agente tóxico.
• Fatores relacionados à organização do trabalho (divisão e parcelamento
de tarefas, hierarquia, políticas de gerenciamento de pessoas.
Os transtornos resultam de contextos de trabalho em
interação com o corpo e aparato psíquico dos trabalhadores
• As ações implicadas podem atingir:
• o corpo (disfunções biológicas)
• reações psíquicas às situações de trabalho patogênicas
8. DOENÇA E TRABALHO
O trabalho ocupa lugar de destaque na vida das
pessoas: garantia de subsistência e posição social.
A falta de trabalho ou mesmo a ameaça de perda do trabalho
geram sofrimento psíquico.
Ameaça a subsistência e a vida material do individuo
e da família .
Abala o valor subjetivo que a pessoa se atribui → sentimento de
menos-valia, angústia, insegurança, desânimo e desespero,
caracterizando quadros ansiosos e depressivos
9. DOENÇA E TRABALHO
Quadro econômico atual:
Condições de insegurança no emprego, subemprego e a segmentação do
mercado de trabalho.
Processos de reestruturação da produção, enxugamento de
quadro de funcionários, “reengenharia”, incorporação
tecnológica.
Todos estes fatores repercutem na saúde mental dos
trabalhadores.
10. DOENÇA E TRABALHO
O trabalho → fundamental para a
dinâmica do investimento afetivo das
pessoas.
Quando desprovido de significação,
sem suporte social, não reconhecido
ou que constitua fonte de ameaça á
integridade física ou psíquica, pode
gerar sofrimento psíquico.
11. DOENÇA E TRABALHO
OUTROS FATORES IMPORTANTES:
• Fracasso, acidente de trabalho, mudança de
posição hierárquica determinam quadros
psicopatológicos.
• O processo de comunicação organizacional.
• Tempo e ritmo do trabalho.
• Jornadas de trabalho longas.
• Trabalho em turnos noturnos.
• Submissão ao ritmo de máquinas.
• Pressão de supervisores.
12. O processo de comunicação no ambiente de trabalho
Ambientes que:
Fator importante na
determinação da saúde
mental.
• Impossibilitam a comunicação
espontânea, a manifestação
das insatisfações, as sugestões
dos trabalhadores em relação à
organização ou ao trabalho
desenvolvido provocam tensão.
O sofrimento e a
insatisfação do
trabalhador pode refletir
em absenteísmo e
conflitos intra e
extratrabalho.
O assédio moral é um
importante fator
relacionado á saúde
mental do trabalhador.
13. Tempo e ritmo de trabalho:
Importantes na determinação do sofrimento psíquico relacionado ao
trabalho:
Jornadas:
Ritmos:
Longas, com poucas
pausas destinadas ao
descanso e/ou refeições,
lugares desconfortáveis,
turnos noturnos, turnos
alternados ou turnos
iniciando muito cedo pela
manhã.
intensos ou monótonos;
submissão do
trabalhador ao ritmo das
máquinas; pressão de
supervisores ou chefias
por mais produtividade
causam, com frequência,
quadros ansiosos, fadiga
crônica e distúrbios do
sono.
14. Níveis de atenção e concentração
Os níveis de atenção e concentração
exigidos para a realização das
tarefas, combinados com o nível de
pressão exercido pela organização
do trabalho, podem gerar tensão,
fadiga e esgotamento profissional ou
burn-out (traduzido para o português
como síndrome do esgotamento
profissional ou estafa).
15. Metais pesados e solventes
Estudos têm demonstrado que
alguns podem ter ação tóxica direta
sobre o sistema nervoso,
determinando distúrbios mentais e
alterações do comportamento, que
se manifestam por irritabilidade,
nervosismo, inquietação, distúrbios
da memória e da cognição,
inicialmente pouco específicos e,
por fim, com evolução crônica,
muitas vezes irreversível e
incapacitante.
16. Acidentes de trabalho
Podem afetar diretamente o SNC – (TCE,
Concussão/contusão).
A vivência com os acidentes ou o risco destes
pode determinar quadro psicopatológicos como
síndromes psíquicas (stress) póstraumaticas.
Síndromes psíquicas sobrepostas às
disfunções cerebrais
17. Síndrome do Burn-Out
Caracterizada por exaustão emocional, despersonalização
e autodepreciação.
Relacionada a profissões ligadas à prestação de cuidados
e assistência a pessoas, especialmente em situações
economicamente críticas e de carência.
A denominação vem sendo estendida a outras profissões
que envolvem alto investimento afetivo e pessoal, em que
o trabalho tem como objeto problemas humanos de alta
complexidade e determinação fora do alcance do
trabalhador, como dor, sofrimento, injustiça, miséria.
18. Prevenção dos transtornos mentais relacionados ao
trabalho
reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam
substâncias químicas, agentes físicos e/ou biológicos e os fatores de risco
decorrentes da organização do trabalho potencialmente causadores de
doença;
identificação dos problemas ou danos potenciais para a
saúde, decorrentes da exposição aos fatores de risco
identificados;
identificação e proposição de medidas que devem ser adotadas para a
eliminação ou controle da exposição aos fatores de risco e para proteção dos
trabalhadores;
educação e informação aos trabalhadores e
empregadores.
19. Vigilância em saúde do trabalhador
Deve considerar a multiplicidade de fatores
envolvidos na determinação das doenças
mentais e comportamentais relacionadas ao
trabalho.
Em alguns casos, são de natureza química, em
outros, intrinsecamente relacionados às formas
de organização e gestão do trabalho ou mesmo
da ausência de trabalho e em muitos casos
decorrem de uma ação sinérgica desses fatores.
20. Ações de enfermagem na vigilância em saúde do
trabalhador com transtornos mentais
Necessidade de afastamento
(temporário ou permanente) da
exposição, do setor de trabalho
ou do trabalho como um todo.
Trabalhador é segurado da
Previdência Social: solicitar a
emissão da CAT à empresa e
encaminhar ao INSS. Em caso
de recusa de emissão da CAT
pela empresa, o médico
assistente (ou serviço médico)
deve fazê-lo.
acompanhamento da evolução
do caso, registro de pioras e
agravamento da situação clínica
e sua relação com o retorno ao
trabalho.
21. Ações de enfermagem na vigilância em saúde do
trabalhador com transtornos mentais
notificação do agravo ao
SINAN, à Delegacia Regional
do Trabalho e ao sindicato ao
qual pertence o trabalhador;
vigilância epidemiológica, por
meio da busca ativa de outros
casos na mesma empresa ou
ambiente de trabalho ou em
outras empresas do mesmo
ramo de atividade na área
geográfica;
22. Ações de enfermagem na vigilância em saúde do
trabalhador com transtornos mentais
inspeção na empresa ou ambiente de trabalho de origem do paciente ou
em outras empresas do mesmo ramo de atividade na área geográfica,
procurando identificar os fatores de risco para a saúde e
as medidas de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual
utilizados: se necessário, complementar a identificação do agente
(químico, físico ou biológico), das condições de trabalho determinantes
do agravo e de outros fatores de risco que podem estar contribuindo para
a ocorrência;
Recomendação ao empregador sobre as medidas de proteção e controle
a serem adotadas, informando as aos trabalhadores.
23. Indicadores de transtornos mentais e do comportamento
causadas pelo trabalho
Quatro áreas:
• Limitações em atividades da vida
diária.
• Exercício de funções sociais.
• Concentração, persistência e ritmo.
• Deterioração ou descompensação
no trabalho.
24. Lista de doenças relacionadas ao trabalho
Postaria n.º 1.339/GM de 1999 – Grupo V da CID 10
DOENÇAS
AGENTES ETIOLÓGICOS
OU FATORES DE RISCO DE
NATUREZA OCUPACIONAL
•
Manganês (X49.-; Z57.5)
Demência em outras doenças
específicas classificadas em
•
Substâncias asfixiantes: CO,
outros locais (F02.8)
H2S, etc. (X47.-; Z57.5)
•
Sulfeto de Carbono (X49.-;
Z57.5).
Delirium, não sobreposto a
•Brometo de Metila (X46.-;
demência, como descrita (F05.0)
Z57.4 e Z57.5) (Quadro 13)
•Sulfeto de Carbono (X49.-;
Z57.5) (Quadro 19)
25. Lista de doenças relacionadas ao trabalho
Postaria n.º 1.339/GM de 1999 – Grupo V da CID 10
DOENÇAS
Outros transtornos mentais
decorrentes de lesão e disfunção
cerebrais e de doença física (F06.-):
Transtorno Cognitivo Leve (F06.7)
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Tolueno e outros solventes aromáticos
neurotóxicos (X46.-; Z57.5)
Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-;
Z57.5).
Tricloroetileno, Tetracloroetileno,
Tricloroetano e outros solventes orgânicos
halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5).
Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5).
Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-;
Z57.5)
Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-;
Z57.4 e Z57.5).
Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5).
Outros solventes orgânicos neurotóxicos
(X46.-; X49.-; Z57.5)
26. Lista de doenças relacionadas ao trabalho
Postaria n.º 1.339/GM de 1999 – Grupo V da CID 10
DOENÇAS
Transtornos de personalidade e
de comportamento decorrentes
de doença, lesão e de disfunção
de personalidade (F07.-):
Transtorno Orgânico de
Personalidade (F07.0); Outros
transtornos de personalidade e
de comportamento decorrentes
de doença, lesão ou disfunção
cerebral (F07.8)
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Tolueno e outros solventes aromáticos
neurotóxicos (X46.-; Z57.5).
Tricloroetileno, Tetracloroetileno,
Tricloroetano e outros solventes orgânicos
halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5).
Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e
Z57.5).
Manganês e seus compostos tóxicos
(X49.-; Z57.5).
Mercúrio e seus compostos tóxicos
(X49.-; Z57.4 e Z57.5).
Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5).
Outros solventes orgânicos neurotóxicos
(X46.-; X49.-; Z57.5)
27. Lista de doenças relacionadas ao trabalho
Postaria n.º 1.339/GM de 1999 – Grupo V da CID 10
DOENÇAS
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Transtorno Mental Orgânico ou
Sintomático não especificado (F09.-)
Tolueno e outros solventes aromáticos
neurotóxicos (X46.-; Z57.5).
Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e
outros solventes orgânicos halogenados
neurotóxicos (X46.-; Z57.5).
Brometo de Metila (X46.-; Z57.5).
Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-;
Z57.5).
Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4
e Z57.5).
Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5).
Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-;
X49.-; Z57.5)
Transtornos mentais e
comportamentais devidos ao uso do
álcool: Alcoolismo Crônico
(Relacionado com o Trabalho)
(F10.2)
Problemas relacionados com o emprego e com o
desemprego: Condições difíceis de trabalho
(Z56.5)
Circunstância relativa às condições de trabalho
(Y96)
28. Lista de doenças relacionadas ao trabalho
Postaria n.º 1.339/GM de 1999 – Grupo V da CID 10
DOENÇAS
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Episódios Depressivos (F32.-)
Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos
(X46.-; Z57.5).
Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e
outros solventes orgânicos halogenados
neurotóxicos (X46.-; Z57.5).
Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5).
Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5).
Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e
Z57.5).
Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5).
Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-;
X49.-; Z57.5)
Reações ao "Stress" Grave e
Transtornos de Adaptação (F43.-):
Estado de "Stress" Pós-Traumático
(F43.1)
Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas
com o trabalho : reação após acidente do trabalho
grave ou catastrófico, ou após assalto no trabalho
(Z56.6).
Circunstância relativa às condições de trabalho
(Y96)
29. Lista de doenças relacionadas ao trabalho
Postaria n.º 1.339/GM de 1999 – Grupo V da CID 10
DOENÇAS
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Neurastenia (Inclui "Síndrome de Fadiga")
(F48.0)
Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos
(X46.-; Z57.5).
Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e
outros solventes orgânicos halogenados (X46.-; Z57.5).
Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5).
Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5).
Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e
Z57.5).
Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5).
Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-; X49.; Z57.5)
Outros transtornos neuróticos
especificados (Inclui "Neurose
Profissional") (F48.8)
Problemas relacionados com o emprego e com o
desemprego (Z56.-): Desemprego (Z56.0); Mudança de
emprego (Z56.1); Ameaça de perda de emprego (Z56.2);
Ritmo de trabalho penoso (Z56.3); Desacordo com
patrão e colegas de trabalho (Condições difíceis de
trabalho) (Z56.5); Outras dificuldades físicas e mentais
relacionadas com o trabalho (Z56.6)
30. Lista de doenças relacionadas ao trabalho
Postaria n.º 1.339/GM de 1999 – Grupo V da CID 10
DOENÇAS
Transtorno do Ciclo
Vigília-Sono Devido a
Fatores Não-Orgânicos
(F51.2)
Sensação de Estar
Acabado ("Síndrome de
Burn-Out", "Síndrome do
Esgotamento
Profissional") (Z73.0)
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL
Problemas relacionados com o
emprego e com o desemprego: Má
adaptação à organização do horário
de trabalho (Trabalho em Turnos ou
Trabalho Noturno) (Z56.6)
Circunstância relativa às condições
de trabalho (Y96)
Ritmo de trabalho penoso (Z56.3)
Outras dificuldades físicas e
mentais relacionadas com o
trabalho (Z56.6)
36. Ações em vigilância em saúde do trabalhador – VISAT
1. Vigilância da situação de saúde dos trabalhadores
Identificar o perfil de saúde da
população trabalhadora
caracterizando o território, o perfil
social, econômico e ambiental
dessa população.
Realizar levantamentos,
monitoramentos de risco à
saúde dos trabalhadores e de
populações expostas,
acompanhamento e registro de
casos, inquéritos
epidemiológicos e estudos da
situação de saúde a partir dos
territórios.
Avaliar o processo, o ambiente e
as condições em que o trabalho
se realiza, identificando seus
aspectos tecnológicos, sociais,
culturais e ambientais.
Caracterizar os perfis de
morbidade e mortalidade e sua
relação com os ambientes e
processos de trabalho,
condicionantes ambientais e
outros.
Analisar a situação de saúde dos
trabalhadores, identificando as
situações de maior gravidade,
lacunas e prioridades para o
planejamento das intervenções.
37. 2 - Intervenção nos fatores determinantes dos riscos e
agravos à saúde da população trabalhadora
A regulação do
processo, do
ambiente e das
condições em que o
trabalho se realiza.
Inspeção sanitária,
com identificação e
intervenção em
situações de risco à
saúde.
transformação do
processo, do ambiente
e das condições em que
o trabalho se realiza.
Políticas estratégicas de
pesquisa e
desenvolvimento
tecnológico.
Opera pela modificação
do processo de
trabalho/atividade
conjugando aspectos
epidemiológicos ao
contexto social das
relações de trabalho.
Promoção da saúde.
A análise das
informações referentes
à implantação de novos
processos produtivos e
de serviços, bem como
modificações que
podem gerar riscos.
Base técnica em que o
trabalho se desenvolve.
Eliminar ou, atenuar
e controlar os fatores
de riscos,
considerando:
38. 2 – Inspeção sanitária
Observação do
processo de
trabalho.
Relação do
trabalhador ↔
meios de
produção ↔
ambiente.
Entrevistas com
trabalhadores e
análise de
documentos.
Visa compreender o
trabalho real,
destacar seus
impactos na saúde e
no ambiente de
trabalho.
É exercida por
uma equipe de
Vigilância em
Saúde do
Trabalhador.
Deve ser coletiva.
Pode gerar uma
intervenção de
redução dos riscos à
saúde dos
trabalhadores.
Deve destacar os
aspectos técnicos,
epidemiológicos e
sociais do ambiente,
das atividades e do
processo de trabalho
em foco.
39. 3. Monitoramento da intervenção
Inclui o acompanhamento e a
avaliação das diversas fases,
resultados e impactos das ações
planejadas e executadas.
Deve-se considerar as
dimensões e indicadores
relativos aos seguintes
processos:
O acompanhamento de políticas
públicas setoriais de interesse à
saúde do trabalhador.
Deve ser realizado em
consonância com os processos
de planejamento e controle
social do SUS.
Aprimoramento e aplicação das
normas legais de interesse à
saúde do trabalhador.
O desenvolvimento de ações de
vigilância e atenção à saúde do
trabalhador.
40. 4. Divulgação sistemática de informações
Definição e desenvolvimento de estratégias de comunicação e
divulgação das informações produzidas na análise da situação de
saúde e no levantamento das atividades produzidas nos territórios,
considerando as diversas clientelas ou público a ser contemplado.
• Sempre que necessário, criar bases de dados específicas para o
registro e análise das informações referentes às ações de VISAT.
• Desenvolver estratégias de comunicação culturalmente sensíveis e
adequadas a cada público.
41. 5. Educação em saúde do trabalhador
Destaca-se a importância de adotar os princípios da educação
permanente na formação e qualificação das equipes gestoras e técnicas
envolvidas com a saúde do trabalhador, bem como realizar apoio
institucional e matricial às instâncias que atuam nessa área.
A educação permanente e o apoio matricial podem contribuir para a
resolução dos problemas identificados no desenvolvimento das ações de
VISAT.
As práticas de vigilância da saúde do trabalhador devem também ser do
conhecimento da população trabalhadora e das comunidades,
qualificando-as para participação e controle social na perspectiva da
efetivação de um processo de vigilância popular em saúde do trabalhador.
42. Referências
BRASIL; ANVISA; Diretrizes para implementação da Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS. [S.D.], acesso
em 15 de outubro de 2013, disponível em
<http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2012/Out/16/Diretrizes_VISAT_Final.pdf>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.120, de 1º de julho de 1998. Aprova a Instrução Normativa de
Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS. Diário Oficial da União, Brasília, n. 124, Seção 1, p. 36-38, 2 de julho
de 1998.
BRASIL. Ministério da Saúde. Lista de doenças relacionadas ao trabalho: portaria n.º 1.339/GM, de 18 de
novembro de 1999. Brasília: 2. Ed. Ministério da Saúde, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de
saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.339/GM, de 18 de novembro de 1999. Institui a Lista de Doenças
Relacionadas ao Trabalho, a ser adotada como referência dos agravos originados no processo de trabalho no
Sistema Único de Saúde, para uso clínico e epidemiológico. Diário Oficial da União, Brasília, n. 221-E, Seção 1, p.
21-29, 19 de novembro de 1999.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. 5.ed. São Paulo: Cortez-Oboré, 1992.