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Rafaela Boaventura Martins
        MR2 Clínica Médica
                Julho 2012
Mulher admitida por quadro de piora da diarréia e dor
abdominal após 1 ano da realização de transplante de células
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   Dificuldade de diagnóstico.

   É uma das infecções mais comuns em pacientes
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•   Aumento do custo hospitalar
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•   Maior duração da VM
•   Maior mortalidade
   A despeito das recomendações amplamente aceitas
    para redução das taxas de PAV, poucos estudos
    avaliaram a capacidade das intervenções em
    modificar o desfecho dos pacientes.

   Revisão da incidência, importância clínica e
    patogênese; papel da flora oral e estratégias
    recomendadas pela ATS e IDSA.
   Incidência – sobreposição de infecções.

                       9 - 27%


   Principal causa de infecção nosocomial em IOT.

   Isolamento de microorganismos mais resistentes.
•   Doença pulmonar crônica
•   > 70 anos
•   Rebaixamento do nível de consciência
•   Aspiração
•   pH gástrico elevado
•   Exposição prévia à ATB
                                      ATB inapropriada
                                      Gravidade da doença subjacente
   Indicadores de pior prognóstico   Bacteremia
                                      PAV tardia (>5 dias IOT)
   Ausência de critérios diagnósticos padronizados.

•   População estudada
•   Duração da hospitalização e VM
•   Exposição prévia à ATB
•   Critérios diagnósticos
   A PAV está diretamente associada à colonização da
    cavidade oral com potenciais patógenos
    respiratórios que são aspirados.

   Biofilme – rota para as vias aéreas inferiores.

•   Colonização gástrica e de seios
•   Inalação de bactérias de dispositivos aerossóis
•   Bacteremia com disseminação hematogênica
   Swab oral e LBA: mesmas bactérias da
    cavidade oral.

   Flora oral – fonte.
   Bundles : medidas em conjunto (melhor
    resultado que isoladamente).

   5 elementos:
         3 PAV + úlcera de estresse e doença
                   tromboembólica
   Elevação da cabeceira

•   30-45º - prevenção do refluxo e aspiração do
    conteúdo gástrico.

•   Redução em quase 3X.

•   45º – melhor que a posição supina.
•   Risco de instabilidade hemodinâmica e
    tromboemblismo; não favorece a ação da
    gravidade.
•   45º X 10º?
   Interrupção diária da sedação

•   Avalia se o paciente está apto para extubação.
•   Desmame mais rápido do ventilador
•   Menor permanência em UTI
•   Internações mais curtas

•   Risco: dor, ansiedade e auto-extubação.
   Clorexidine oral

•   Trauma e cirurgia cardíaca*
•   Curtos períodos de IOT

•   Sem benefício em mortalidade, redução do número
    de dias de VM ou permanência na UTI.
   Posicionamento
•   Posição da cabeça; decúbito lateral.

   Aspiração subglótica
-   Vazamento de secreções acumuladas acima
    do cuff.
•   Redução da incidência.
•   Sem associação: mortalidade, permanência
    UTI ou duração VM.
•   Risco: lesão orofaringe e via aérea proximal.
   Prevenção da formação de biofilme
•   Redução da incidência e atraso no
    desenvolvimento da PAV.

   Mucus shaver
•   Cateter para remoção de muco no interior do
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“A despeito da ampla implementação do pacote para prevenção
     de efeitos adversos associados à VM, sua habilidade em
   prevenir PAV não tem sido bem avaliada em estudos de alta
                           qualidade”.

1.   Elevar a cabeceira pode ser razoável.
2.   Clorexidine – direcionado para pacientes com
     benefício comprovado.
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Avaliação crítica das intervenções para prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica

  • 1. Rafaela Boaventura Martins MR2 Clínica Médica Julho 2012
  • 2. Mulher admitida por quadro de piora da diarréia e dor abdominal após 1 ano da realização de transplante de células tronco para malignidade hematológica (complicada por doença enxertoXhospedeiro, infecção por C. difficile e reativação de infecção por CMV). Em 24 horas, evoluiu com dor e distensão abdominal, taquipnéia e taquicardia. TC tóraco-abdominal evidenciou infiltrado pulmonar bilateral e dilatação do cólon transverso.
  • 3. Admitida na UTI, submetida à IOT e iniciado empiricamente Vancomicina, Meropenem, Levofloxacino e Anidulafungin. LBA foi negativo. Permaneceu intubada por mais 8 dias, melhorou e foi extubada. Reintubada no 10º dia por não obter ventilação adequada, com RX e TC evidenciando piora do infiltrado. O esquema antimicrobiando foi ampliado. Novo LBA não evidenciou patógenos. No dia seguinte no aspirado traqueal cresceu Acinetobacter baumanii MDR. Evoluiu com choque séptico e piora da hipóxia e foi à óbito. Na autópsia a patologia evidenciou pneumonia bacteriana, com crescimento de Acinetobacter baumanii MDR, com mesmo perfil de antibiograma do aspirado traqueal.
  • 4. Dificuldade de diagnóstico.  É uma das infecções mais comuns em pacientes que necessitam de IOT e VM. • Aumento do custo hospitalar • Maior número de dias em UTI • Maior duração da VM • Maior mortalidade
  • 5. A despeito das recomendações amplamente aceitas para redução das taxas de PAV, poucos estudos avaliaram a capacidade das intervenções em modificar o desfecho dos pacientes.  Revisão da incidência, importância clínica e patogênese; papel da flora oral e estratégias recomendadas pela ATS e IDSA.
  • 6. Incidência – sobreposição de infecções. 9 - 27%  Principal causa de infecção nosocomial em IOT.  Isolamento de microorganismos mais resistentes.
  • 7.
  • 8. Doença pulmonar crônica • > 70 anos • Rebaixamento do nível de consciência • Aspiração • pH gástrico elevado • Exposição prévia à ATB ATB inapropriada Gravidade da doença subjacente  Indicadores de pior prognóstico Bacteremia PAV tardia (>5 dias IOT)
  • 9. Ausência de critérios diagnósticos padronizados. • População estudada • Duração da hospitalização e VM • Exposição prévia à ATB • Critérios diagnósticos
  • 10. A PAV está diretamente associada à colonização da cavidade oral com potenciais patógenos respiratórios que são aspirados.  Biofilme – rota para as vias aéreas inferiores. • Colonização gástrica e de seios • Inalação de bactérias de dispositivos aerossóis • Bacteremia com disseminação hematogênica
  • 11. Swab oral e LBA: mesmas bactérias da cavidade oral.  Flora oral – fonte.
  • 12. Bundles : medidas em conjunto (melhor resultado que isoladamente).  5 elementos: 3 PAV + úlcera de estresse e doença tromboembólica
  • 13. Elevação da cabeceira • 30-45º - prevenção do refluxo e aspiração do conteúdo gástrico. • Redução em quase 3X. • 45º – melhor que a posição supina. • Risco de instabilidade hemodinâmica e tromboemblismo; não favorece a ação da gravidade. • 45º X 10º?
  • 14. Interrupção diária da sedação • Avalia se o paciente está apto para extubação. • Desmame mais rápido do ventilador • Menor permanência em UTI • Internações mais curtas • Risco: dor, ansiedade e auto-extubação.
  • 15. Clorexidine oral • Trauma e cirurgia cardíaca* • Curtos períodos de IOT • Sem benefício em mortalidade, redução do número de dias de VM ou permanência na UTI.
  • 16. Posicionamento • Posição da cabeça; decúbito lateral.  Aspiração subglótica - Vazamento de secreções acumuladas acima do cuff. • Redução da incidência. • Sem associação: mortalidade, permanência UTI ou duração VM. • Risco: lesão orofaringe e via aérea proximal.
  • 17. Prevenção da formação de biofilme • Redução da incidência e atraso no desenvolvimento da PAV.  Mucus shaver • Cateter para remoção de muco no interior do TOT.
  • 18. “A despeito da ampla implementação do pacote para prevenção de efeitos adversos associados à VM, sua habilidade em prevenir PAV não tem sido bem avaliada em estudos de alta qualidade”. 1. Elevar a cabeceira pode ser razoável. 2. Clorexidine – direcionado para pacientes com benefício comprovado. 3. Interrupção diária da sedação deve ser usada em pacientes que possar tolerá-la.