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ANTIBIOTICOTERAPIA
EM UTI
DISCIPLINA DE FARMACOLOGIA – FMABC
2017
ANTIMICROBIANOS EM UTI
 As infecções constituem a maior causa de mortalidade
em UTI
 Muitos pacientes, clínicos ou cirúrgicos, apresentam
complicações infecciosas
 Em média, 50 a 80% dos pacientes graves recebem
algum tipo de antimicrobiano.
 É crescente a disponibilidade de antimicrobianos de
variáveis espectros.
ANTIMICROBIANOS EM UTI
 A sobrevivência de pacientes críticos depende do rápido
início da antibioticoterapia adequada.
 Iniciada de forma EMPÍRICA
 Concomitantemente devem ser realizados culturas e
antibiogramas, para que se institua a antibioticoterapia
específica (descalonamento)
ANTIMICROBIANOS EM UTI
 O intensivista deve conhecer a flora residente em seu
hospital e suas características de sensibilidade e
resistência aos antimicrobianos.
 Aumento de cepas multirresistentes (patógenos
ESKAPE): E. faecium, S. aureus, Klebsiella sp e
Escherichias produtoras de betalactamases de
espectros ampliados, Acinetobacter baumanii, P.
aeruginosa e Enterobacteriaceae. MRSA: considerar
vancomicina (dose ajustada por monitorização da
concentração sérica). Problema: VRSA.
ANTIMICROBIANOS EM UTI
FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA
1) Idade do paciente
2) Tempo de internamento
3) Condição hemodinâmica
4) Patologia de base
5) Competência imunológica
6) Presença de falências orgânicas
7) Interações medicamentosas
8) Uso prévio de antibioticoterapia
9) Presença de cateteres e sondas
10) Uso de procedimentos invasivos
ANTIMICROBIANOS EM UTI: PRINCIPAIS ERROS
NA FARMACOTERAPIA:
 Escolher o antibiótico apenas de acordo com sua
atividade in vitro
 Ignorar características cinéticas e dinâmicas quando se
definem as doses
 Não se considerarem os níveis séricos de albumina
quando se usam drogas com alta taxa de ligação a
proteínas plasmáticas
 Desconsiderar alterações nos volumes de distribuição
das drogas, que podem exigir alterações das doses
 Subestimar o clearance de creatinina quando se
estabelecem doses na fase aguda da sepse
 Usos de doses e esquemas-padrão, que podem resultar em subdoses
em pacientes graves
 Desconsiderar os métodos atuais de substituição renal e limitar as
doses dos antimicrobianos
 Desconsiderar os padrões de resistência locais
 Não utilizar parâmetros de resposta clínica na definição do tempo do
tratamento
 Prolongar desnecessariamente o tempo do tratamento
ANTIMICROBIANOS EM UTI
FORMAS DE GARANTIA DO USO RACIONAL DE
ANTIMICROBIANOS
 Educação continuada
 Restrição de antibióticos
 Limitação no tempo de uso
 Padronização das condutas
 Controle do laboratório de micro
 Auditorias
 CCIH
PASSOS PARA O USO RACIONAL DEANTIMICROBIANOS NA UTI:
• INÍCIO RÁPIDO,ADEQUADO E OTIMIZADO: deve-se levar em conta as alterações na
hemodinâmica, nas funções renal e hepática e na permeabilidade vascular
promovidas pela sepse.
• PRESCRIÇÃO ÓTIMA (CINÉTICA, DINÂMICA, BIODISPONIBILIDADE, POSOLOGIA,
VIAS): a concentração da droga no local infectado deve promover a máxima atividade
bactericida possível.
• DESCALONAMENTO E SUSPENSÃO PRECOCES: substituição imediata da
farmacoterapia quando se obtiverem resultados dos exames de cultura e
antibiograma. Interrupçao da farmacoterapia quando se obtiver o resultado esperado.
Prolongamento traz riscos de superinfecção e aumento da toxicidade. Marcadores
como a procalcitonina podem ser utilizados na previsão da duração da
antibioticoterapia.
FATORES QUE INFLUENCIAM A
DURAÇÃO DA ANTIBIOTICOTERAPIA
NA UTI
 CARACTERÍSTICAS DO MICROORGANISMO: perfil de
sensibilidade, virulência, potencial invasivo, capacidade
de formação de biofilme que pode ‘impermeabilizar’ o
microorganismo.
 CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE: estado imunológico,
idade, comorbidades, sexo, estado nutricional,
medicamentos concomitantes, presença de corpos
estranhos, tecido necrosado ou abcessos
 CARACTERÍSTICAS DA INFECÇÃO: duração, localização,
gravidade e nível de resposta ao tratamento
CARACTERÍSTICAS DO ANTIMICROBIANO: perfil de
sensibilidade ao microoganismo, efeito bactericida x
bacteriostático, monoterapia x terapia combinada
ANTIBIOTICOTERAPIA EM
UTI (DIRETRIZ)
Coleta de culturas apropriadas
Antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro
Início na primeira hora do reconhecimento da sepse
grave/ choque septico
Recomendação Forte
MECANISMOS DE AÇÃO DOS
PRINCIPAIS ANTIMICROBIANOS
ANTIBIOTICOTERAPIA NA SEPSE
Precocidade
Decisão: parâmetros clínicos e complementares
Fatores de risco: mutirresistentes e fungos
Tempo de tratamento: não deve ultrapassar 14 dias
Monodroga ?
AmJ Respir Critical Care Med, 2004
• Estudo observacional, prospectivo,
• N:844 , PAC por S pneumoniae e bacteremia
Não grave Grave
Terapia
combinada X
Monoterapia
DEFINIÇÕES
SIRS SEPSE SEPSE GRAVE CHOQUE
SÉPTICO
Hipotensão
refratária a
volume
Disfunção
orgânica
Disfunção
orgânica
Foco infeccioso
suspeito
Foco infeccioso
suspeito
Foco infeccioso
suspeito
SIRS SIRS SIRS SIRS
FOCO
Pesquisa exaustiva
Controle do foco: Cirurgia
Mortalidade: pode variar com local da infecção
Terapêutica: difere de acordo com foco
ATB inadequado: aumenta mortalidade
SEPSE GRAVE / CHOQUE E
TRATAMENTO EMPÍRICO
Valles et al. Chest 123:1615, 2003
IMPORTÂNCIA
Alta incidência
Relatório CDC 2000: 10ª causa de morte
Estudo Angus: 750.000 novos casos/ ano
Alta letalidade
35-50%
Não houve mudança XTecnologia
Custos elevados
U$22-30.000,00/ paciente
Gravidade e mortalidade
SURVIVING SEPSIS
CAMPAIGN
Redução de mortalidade: reposição volêmica, uso
precoce de antibióticos e aderência à terapêutica
das primeiras 6 horas
Demora na instituição da farmacoterapia leva ao
aumento da mortalidade
ANTIBIOTICOTERAPIA
PRECOCE NO CHOQUE
SÉPTICO
Kumar et al, CCM 34:1589, 2006
CULTURAS
Culturas:
 Nunca retardar o início da antibioticoterapia
 Ajustar esquema empírico
 Descalonamento
Interpretação:
 Contaminação (colonização – há o microorganismo mas
não há patologia associada a ele) X Infecção (há o
microorganismo e há a patologia associada a ele)
 Perfil de sensibilidade local
 MIC
RECOMENDAÇÕES
Esquemas antimicrobianos: Sepse comunitária
Esquemas antimicrobianos: Sepse hospitalar sem
uso prévio de ATB
Esquemas antimicrobianos: Sepse hospitalar com
uso prévio de ATB
SEPSE COMUNITÁRIA
FOCO ATB OBS
Desconhecido - Ceftriaxona + Oxacilina
- Moxifloxacina ou
Levofloxacina + Oxacilina
Trato Respiratório Protocolo de Pneumonia
Comunitária (PAC)
Intra-Abdominal e Vias
Biliares
- Ciprofloxacina ou
Ceftriaxona + Metronidazol
- Ampicilina-sulbactam +
Metronidazol
Pele e Partes Moles - Oxacilina + Ciprofloxacina
- Oxacilina + Ceftriaxona
OBS: Se erisipela, considerar
Penicilina Cristalina
OBS: Se anaeróbio, associar
Clindamicina ou Metronidazol
Sistema Nervoso Central -Ceftriaxona 2g de 12/12h
-- Ampicilina
-- Vancomicina
-- Aciclovir
OBS: Associar Oxacilina +
Metronidazol se suspeita de
Abscesso cerebral
Trato Urinário - Ciprofloxacina ou
Ceftriaxona
- Ampicilina-Sulbactam (se
suspeita de Enterococcus sp)
Ambulatoriais
Previamente hígidos
Doenças associadas
Antibióticos (3 meses)
Quinolona ou
Betalactâmico + Macrolídeo
Macrolídeo ou
Betalactâmico
Internados
não-graves
Quinolona ou
Betalactâmico + Macrolídeo
Admitidos em
UTI
Com risco de
Pseudomonas
Sem risco de
Pseudomonas
Betalactâmico +
Quinolona ou Macrolídeo
Betalactâmico + Quinolona
Agente esperado - AMBULATORIAL
S. pneumoniae
M. pneumoniae
C. pneumoniae
Respiratory viruses
H. influenzae
Agente esperado – Internados NÃO
UTI
S. pneumoniae
M. pneumoniae
C. pneumoniae
Respiratory viruses
H. influenzae
Legionella sp.
Agente esperado- PAC grave
S. pneumoniae
Gram-negative bacilli
H. influenzae
Legionella sp.
S. aureus
Influenza *** Oseltamivir
SEPSE HOSPITALAR
FOCO SEPSE SEM USO DE ATB
PRÉVIO
SEPSE GRAVE OU USO DE
ATB PRÉVIO
Abdome Piperacilina-tazobactam ou
Carbapenêmico
Piperacilina-tazobactam ou
Carbapenêmico + Vancomicina
Pele/ Partes Moles Vancomicina Piperacilina-tazobactam ou
Carbapenêmico + Vancomicina
Trato Urinário Ciprofloxacina ou Cefepime
ou Piperacilina-tazobactam
Carbapenêmico
Sistema Nervoso
Central
Cefepime + vancomicina Carbapenêmico + Vancomicina
Cateter Venoso Cefepime + Vancomicina Piperacilina-tazobactam ou
Carbapenêmico + Vancomicina
Trato Respiratório Cefepime +/- Anaerobicida
ou Piperacilina-tazobactam
Piperacilina-tazobactam ou
Meropenem + Vancomicina
(Linezolida)
Neutropenia Febril Cefepime + Vancomicina
Pip.-tazobactam+
Vancomicina
Carbapenêmico + Vancomicina
INFECÇÕES INTRA-
ABDOMINAIS
Peritonites: bacteriana espontânea; secundária; terciária
Abscessos intraperitoneais
Abscessos viscerais: disseminação hematogênica (Staphylococcus
aureus é o agente mais comum)
Infecções de vias biliares: colecistite aguda, colangite
Bacilos gram-negativos e anaeróbios
Emergentes (antimicrobiano prévio): Enterococos e fungos
Abscesso hepático amebiano
PERITONITE BACTERIANA
Peritonite bacteriana espontânea (PBE): Escherichia coli e
Streptococcus pneumoniae
Peritonites secundárias (perfuração): polimicrobiana
Vias biliares: polimicrobianas, incluem bacilos gram-negativos,
anaeróbios e enterococos
PERITONITE BACTERIANA
ESPONTÂNEA
1ª opção: Ceftriaxona ou Cefotaxima
2ª opção: Ampicilina-sulbactam OU
Piperacilina-tazobactam OU
ImipenemOU
Clindamicina + Ciprofloxacina (alérgicos à penicilina)
PERITONITE BACTERIANA
SECUNDÁRIA
1ª escolha: Piperacilina-tazobactam + Metronidazol ou
Imipenem ou
Meropenem ou
Ciprofloxacina + Metronidazol ou
Cefalosporina de 3ª ou 4ª geração +Metronidazol
2ª escolha:
Clindamicina como anaerobicida
Aminoglicosídeos: toxicidade e má distribuição em cavidades
INFECÇÕES FÚNGICAS
Fungemia: alta taxa de mortalidade geral (até 55%) e atribuída
(~38%)
Candida spp: 4º lugar dos agentes causadores de infecções
hospitalares em corrente sangüínea (UTI/ EUA)
EUA: maioria das infecções por Candida é por C. albicans
Brasil: espécies de Candida não-albicans
Candida não-albicans: mais resistente aos azólicos
ESQUEMAS
Candida isolada em Cultura
Pacientes estáveis sem uso prévio de azólicos: Fluconazol
Pacientes instáveis: Anfotericina B
Pacientes com uso prévio de azólicos:Anfotericina B
Candida glabrata ou krusei: Anfotericina B
TERAPIA EMPÍRICA PARA
CANDIDÍASE DISSEMINADA
Pacientes estáveis: Fluconazol
Pacientes instáveis e imunodeprimidos:Anfotericina B
Candidúria: Fluconazol; Anfotericina B se houver resistência no
teste de sensibilidade
Endocardite: Anfotericina B (tempo não inferior a 6 semanas)
Caspofungina (Equinocandina): Candida sensíveis e resistentes
a Fluconazol, Aspergillus spp e Histoplasma
Opção em caso de intolerância a Anfotericina
Outras: Micafungina, Anidulafungina
Voriconazol: pacientes instáveis
CONTROLE CIRÚRGICO
Endocardite
• Insuficiência cardíaca aguda ou choque cardiogênico
• Lesões das válvulas mitral e aórtica (comum)
• Infecção perivalvular e ausência de melhora com o uso
esquema antibiótico guiado por culturas
• Embolização recorrente, após esquema antimicrobiano
efetivo
• Infecções fúngicas
• Gram-positivos (S. aureus) tem maior probabilidade
Abscessos
• Devem ser drenados, seja por ato cirúrgico
ou por punção guiada por imagem
ANTIMICROBIANOS EM UTI
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
 BETALACTÂMICOS +AMINOGLICOSÍDIOS – associação
sinérgica
 BETALACTÂMICO + BETALACTÂMICO
- Associação não recomendada.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI
 AMINOGLICOSÍDEOS + CEFALOSPORINAS OU
VANCOMICINA OU ANFOTERICINA B
Provoca nefrotoxicidade aditiva.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI
 AMINOGLICOSÍDEOS + BLOQ. NEUROMUSCULARES
(PANCURÔNIO)
Aumento do bloqueio neuromuscular com possibilidade
de parada respiratória.
Avaliação constante do esquema ventilatório e
gasometria.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI
 AMINOGLICOSÍDEOS + PENICILINAS (CARBENICILINA
OU TICARCILINA)
Inativação dos aminoglicosídeos
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI
 AMINOGLICOSÍDIOS + FUROSEMIDA
Aumento da ototoxicidade.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI
 CEFALOSPORINAS + CLORANFENICOL
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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI
 ANTICOAGULANTES ORAIS + METRONIDAZOL OU
CEFALOSPORINAS OU FENITOÍNA
Aumento do efeito anticoagulante
FINALIZANDO
Diagnóstico
Tratamento precoce: perfusão, antibióticos, cirurgia
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  • 1. ANTIBIOTICOTERAPIA EM UTI DISCIPLINA DE FARMACOLOGIA – FMABC 2017
  • 2.
  • 3. ANTIMICROBIANOS EM UTI  As infecções constituem a maior causa de mortalidade em UTI  Muitos pacientes, clínicos ou cirúrgicos, apresentam complicações infecciosas  Em média, 50 a 80% dos pacientes graves recebem algum tipo de antimicrobiano.  É crescente a disponibilidade de antimicrobianos de variáveis espectros.
  • 4. ANTIMICROBIANOS EM UTI  A sobrevivência de pacientes críticos depende do rápido início da antibioticoterapia adequada.  Iniciada de forma EMPÍRICA  Concomitantemente devem ser realizados culturas e antibiogramas, para que se institua a antibioticoterapia específica (descalonamento)
  • 5. ANTIMICROBIANOS EM UTI  O intensivista deve conhecer a flora residente em seu hospital e suas características de sensibilidade e resistência aos antimicrobianos.  Aumento de cepas multirresistentes (patógenos ESKAPE): E. faecium, S. aureus, Klebsiella sp e Escherichias produtoras de betalactamases de espectros ampliados, Acinetobacter baumanii, P. aeruginosa e Enterobacteriaceae. MRSA: considerar vancomicina (dose ajustada por monitorização da concentração sérica). Problema: VRSA.
  • 6. ANTIMICROBIANOS EM UTI FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA 1) Idade do paciente 2) Tempo de internamento 3) Condição hemodinâmica 4) Patologia de base 5) Competência imunológica 6) Presença de falências orgânicas 7) Interações medicamentosas 8) Uso prévio de antibioticoterapia 9) Presença de cateteres e sondas 10) Uso de procedimentos invasivos
  • 7. ANTIMICROBIANOS EM UTI: PRINCIPAIS ERROS NA FARMACOTERAPIA:  Escolher o antibiótico apenas de acordo com sua atividade in vitro  Ignorar características cinéticas e dinâmicas quando se definem as doses  Não se considerarem os níveis séricos de albumina quando se usam drogas com alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas  Desconsiderar alterações nos volumes de distribuição das drogas, que podem exigir alterações das doses  Subestimar o clearance de creatinina quando se estabelecem doses na fase aguda da sepse
  • 8.  Usos de doses e esquemas-padrão, que podem resultar em subdoses em pacientes graves  Desconsiderar os métodos atuais de substituição renal e limitar as doses dos antimicrobianos  Desconsiderar os padrões de resistência locais  Não utilizar parâmetros de resposta clínica na definição do tempo do tratamento  Prolongar desnecessariamente o tempo do tratamento
  • 9. ANTIMICROBIANOS EM UTI FORMAS DE GARANTIA DO USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS  Educação continuada  Restrição de antibióticos  Limitação no tempo de uso  Padronização das condutas  Controle do laboratório de micro  Auditorias  CCIH
  • 10. PASSOS PARA O USO RACIONAL DEANTIMICROBIANOS NA UTI: • INÍCIO RÁPIDO,ADEQUADO E OTIMIZADO: deve-se levar em conta as alterações na hemodinâmica, nas funções renal e hepática e na permeabilidade vascular promovidas pela sepse. • PRESCRIÇÃO ÓTIMA (CINÉTICA, DINÂMICA, BIODISPONIBILIDADE, POSOLOGIA, VIAS): a concentração da droga no local infectado deve promover a máxima atividade bactericida possível. • DESCALONAMENTO E SUSPENSÃO PRECOCES: substituição imediata da farmacoterapia quando se obtiverem resultados dos exames de cultura e antibiograma. Interrupçao da farmacoterapia quando se obtiver o resultado esperado. Prolongamento traz riscos de superinfecção e aumento da toxicidade. Marcadores como a procalcitonina podem ser utilizados na previsão da duração da antibioticoterapia.
  • 11. FATORES QUE INFLUENCIAM A DURAÇÃO DA ANTIBIOTICOTERAPIA NA UTI  CARACTERÍSTICAS DO MICROORGANISMO: perfil de sensibilidade, virulência, potencial invasivo, capacidade de formação de biofilme que pode ‘impermeabilizar’ o microorganismo.  CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE: estado imunológico, idade, comorbidades, sexo, estado nutricional, medicamentos concomitantes, presença de corpos estranhos, tecido necrosado ou abcessos  CARACTERÍSTICAS DA INFECÇÃO: duração, localização, gravidade e nível de resposta ao tratamento
  • 12. CARACTERÍSTICAS DO ANTIMICROBIANO: perfil de sensibilidade ao microoganismo, efeito bactericida x bacteriostático, monoterapia x terapia combinada
  • 13. ANTIBIOTICOTERAPIA EM UTI (DIRETRIZ) Coleta de culturas apropriadas Antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro Início na primeira hora do reconhecimento da sepse grave/ choque septico Recomendação Forte
  • 14. MECANISMOS DE AÇÃO DOS PRINCIPAIS ANTIMICROBIANOS
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  • 16. ANTIBIOTICOTERAPIA NA SEPSE Precocidade Decisão: parâmetros clínicos e complementares Fatores de risco: mutirresistentes e fungos Tempo de tratamento: não deve ultrapassar 14 dias Monodroga ?
  • 17. AmJ Respir Critical Care Med, 2004 • Estudo observacional, prospectivo, • N:844 , PAC por S pneumoniae e bacteremia Não grave Grave Terapia combinada X Monoterapia
  • 18. DEFINIÇÕES SIRS SEPSE SEPSE GRAVE CHOQUE SÉPTICO Hipotensão refratária a volume Disfunção orgânica Disfunção orgânica Foco infeccioso suspeito Foco infeccioso suspeito Foco infeccioso suspeito SIRS SIRS SIRS SIRS
  • 19. FOCO Pesquisa exaustiva Controle do foco: Cirurgia Mortalidade: pode variar com local da infecção Terapêutica: difere de acordo com foco ATB inadequado: aumenta mortalidade
  • 20. SEPSE GRAVE / CHOQUE E TRATAMENTO EMPÍRICO Valles et al. Chest 123:1615, 2003
  • 21. IMPORTÂNCIA Alta incidência Relatório CDC 2000: 10ª causa de morte Estudo Angus: 750.000 novos casos/ ano Alta letalidade 35-50% Não houve mudança XTecnologia Custos elevados U$22-30.000,00/ paciente Gravidade e mortalidade
  • 22. SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN Redução de mortalidade: reposição volêmica, uso precoce de antibióticos e aderência à terapêutica das primeiras 6 horas Demora na instituição da farmacoterapia leva ao aumento da mortalidade
  • 24. CULTURAS Culturas:  Nunca retardar o início da antibioticoterapia  Ajustar esquema empírico  Descalonamento Interpretação:  Contaminação (colonização – há o microorganismo mas não há patologia associada a ele) X Infecção (há o microorganismo e há a patologia associada a ele)  Perfil de sensibilidade local  MIC
  • 25. RECOMENDAÇÕES Esquemas antimicrobianos: Sepse comunitária Esquemas antimicrobianos: Sepse hospitalar sem uso prévio de ATB Esquemas antimicrobianos: Sepse hospitalar com uso prévio de ATB
  • 26. SEPSE COMUNITÁRIA FOCO ATB OBS Desconhecido - Ceftriaxona + Oxacilina - Moxifloxacina ou Levofloxacina + Oxacilina Trato Respiratório Protocolo de Pneumonia Comunitária (PAC) Intra-Abdominal e Vias Biliares - Ciprofloxacina ou Ceftriaxona + Metronidazol - Ampicilina-sulbactam + Metronidazol Pele e Partes Moles - Oxacilina + Ciprofloxacina - Oxacilina + Ceftriaxona OBS: Se erisipela, considerar Penicilina Cristalina OBS: Se anaeróbio, associar Clindamicina ou Metronidazol Sistema Nervoso Central -Ceftriaxona 2g de 12/12h -- Ampicilina -- Vancomicina -- Aciclovir OBS: Associar Oxacilina + Metronidazol se suspeita de Abscesso cerebral Trato Urinário - Ciprofloxacina ou Ceftriaxona - Ampicilina-Sulbactam (se suspeita de Enterococcus sp)
  • 27. Ambulatoriais Previamente hígidos Doenças associadas Antibióticos (3 meses) Quinolona ou Betalactâmico + Macrolídeo Macrolídeo ou Betalactâmico Internados não-graves Quinolona ou Betalactâmico + Macrolídeo Admitidos em UTI Com risco de Pseudomonas Sem risco de Pseudomonas Betalactâmico + Quinolona ou Macrolídeo Betalactâmico + Quinolona Agente esperado - AMBULATORIAL S. pneumoniae M. pneumoniae C. pneumoniae Respiratory viruses H. influenzae Agente esperado – Internados NÃO UTI S. pneumoniae M. pneumoniae C. pneumoniae Respiratory viruses H. influenzae Legionella sp. Agente esperado- PAC grave S. pneumoniae Gram-negative bacilli H. influenzae Legionella sp. S. aureus Influenza *** Oseltamivir
  • 28. SEPSE HOSPITALAR FOCO SEPSE SEM USO DE ATB PRÉVIO SEPSE GRAVE OU USO DE ATB PRÉVIO Abdome Piperacilina-tazobactam ou Carbapenêmico Piperacilina-tazobactam ou Carbapenêmico + Vancomicina Pele/ Partes Moles Vancomicina Piperacilina-tazobactam ou Carbapenêmico + Vancomicina Trato Urinário Ciprofloxacina ou Cefepime ou Piperacilina-tazobactam Carbapenêmico Sistema Nervoso Central Cefepime + vancomicina Carbapenêmico + Vancomicina Cateter Venoso Cefepime + Vancomicina Piperacilina-tazobactam ou Carbapenêmico + Vancomicina Trato Respiratório Cefepime +/- Anaerobicida ou Piperacilina-tazobactam Piperacilina-tazobactam ou Meropenem + Vancomicina (Linezolida) Neutropenia Febril Cefepime + Vancomicina Pip.-tazobactam+ Vancomicina Carbapenêmico + Vancomicina
  • 29. INFECÇÕES INTRA- ABDOMINAIS Peritonites: bacteriana espontânea; secundária; terciária Abscessos intraperitoneais Abscessos viscerais: disseminação hematogênica (Staphylococcus aureus é o agente mais comum) Infecções de vias biliares: colecistite aguda, colangite Bacilos gram-negativos e anaeróbios Emergentes (antimicrobiano prévio): Enterococos e fungos Abscesso hepático amebiano
  • 30. PERITONITE BACTERIANA Peritonite bacteriana espontânea (PBE): Escherichia coli e Streptococcus pneumoniae Peritonites secundárias (perfuração): polimicrobiana Vias biliares: polimicrobianas, incluem bacilos gram-negativos, anaeróbios e enterococos
  • 31. PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA 1ª opção: Ceftriaxona ou Cefotaxima 2ª opção: Ampicilina-sulbactam OU Piperacilina-tazobactam OU ImipenemOU Clindamicina + Ciprofloxacina (alérgicos à penicilina)
  • 32. PERITONITE BACTERIANA SECUNDÁRIA 1ª escolha: Piperacilina-tazobactam + Metronidazol ou Imipenem ou Meropenem ou Ciprofloxacina + Metronidazol ou Cefalosporina de 3ª ou 4ª geração +Metronidazol 2ª escolha: Clindamicina como anaerobicida Aminoglicosídeos: toxicidade e má distribuição em cavidades
  • 33. INFECÇÕES FÚNGICAS Fungemia: alta taxa de mortalidade geral (até 55%) e atribuída (~38%) Candida spp: 4º lugar dos agentes causadores de infecções hospitalares em corrente sangüínea (UTI/ EUA) EUA: maioria das infecções por Candida é por C. albicans Brasil: espécies de Candida não-albicans Candida não-albicans: mais resistente aos azólicos
  • 34. ESQUEMAS Candida isolada em Cultura Pacientes estáveis sem uso prévio de azólicos: Fluconazol Pacientes instáveis: Anfotericina B Pacientes com uso prévio de azólicos:Anfotericina B Candida glabrata ou krusei: Anfotericina B
  • 35. TERAPIA EMPÍRICA PARA CANDIDÍASE DISSEMINADA Pacientes estáveis: Fluconazol Pacientes instáveis e imunodeprimidos:Anfotericina B Candidúria: Fluconazol; Anfotericina B se houver resistência no teste de sensibilidade Endocardite: Anfotericina B (tempo não inferior a 6 semanas) Caspofungina (Equinocandina): Candida sensíveis e resistentes a Fluconazol, Aspergillus spp e Histoplasma Opção em caso de intolerância a Anfotericina Outras: Micafungina, Anidulafungina Voriconazol: pacientes instáveis
  • 36. CONTROLE CIRÚRGICO Endocardite • Insuficiência cardíaca aguda ou choque cardiogênico • Lesões das válvulas mitral e aórtica (comum) • Infecção perivalvular e ausência de melhora com o uso esquema antibiótico guiado por culturas • Embolização recorrente, após esquema antimicrobiano efetivo • Infecções fúngicas • Gram-positivos (S. aureus) tem maior probabilidade Abscessos • Devem ser drenados, seja por ato cirúrgico ou por punção guiada por imagem
  • 37. ANTIMICROBIANOS EM UTI INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS  BETALACTÂMICOS +AMINOGLICOSÍDIOS – associação sinérgica  BETALACTÂMICO + BETALACTÂMICO - Associação não recomendada.
  • 38. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI  AMINOGLICOSÍDEOS + CEFALOSPORINAS OU VANCOMICINA OU ANFOTERICINA B Provoca nefrotoxicidade aditiva.
  • 39. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI  AMINOGLICOSÍDEOS + BLOQ. NEUROMUSCULARES (PANCURÔNIO) Aumento do bloqueio neuromuscular com possibilidade de parada respiratória. Avaliação constante do esquema ventilatório e gasometria.
  • 40. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI  AMINOGLICOSÍDEOS + PENICILINAS (CARBENICILINA OU TICARCILINA) Inativação dos aminoglicosídeos
  • 41. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI  AMINOGLICOSÍDIOS + FUROSEMIDA Aumento da ototoxicidade.
  • 42. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI  CEFALOSPORINAS + CLORANFENICOL Efeito antagônico. Deve-se evitar esta associação.
  • 43. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UTI  ANTICOAGULANTES ORAIS + METRONIDAZOL OU CEFALOSPORINAS OU FENITOÍNA Aumento do efeito anticoagulante
  • 44. FINALIZANDO Diagnóstico Tratamento precoce: perfusão, antibióticos, cirurgia Esforços na identificação de focos infecciosos Conhecimento de perfis de resistência Adequada interpretação de resultados de culturas Padronização da terapia antimicrobiana