SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 31
SESSÃO DE ARTIGO: SEPSE
GRAVE E CHOQUE SÉPTICO
Interno: Marcelo Bispo Braz da Silva
Histórico
 Hipocrates: processo q apodrece e inflama.
 Galen: necessário para a cura de feridas.
 Semmelweis e Pasteur: infecção sistêmica que

espalha-se na corrente sanguínea.
 Patógeno ou hospedeiro que dirige a

fisiopatologia da SEPSE?
Definições
 Consenso internacional de 1992:
 Sepse: síndrome inflamatória sistêmica em

resposta a uma infecção.
 Sepse Grave: Sepse + disfunção orgânica aguda.
 Choque séptico: Sepse + hipotensão refratária ou

hiperlactatemia.
 Consenso 1993: questiona a utilidade de alguns

parâmetros.
Incidencia e Causas
 10% das admissões em UTI nos EUA.
 Adhikari et al.: estimativa de 19 milhões/ano, no

mundo
 Pneumonia (≈ 50%), infecção intrabdominal e

urinária.
 Hemoculturas: positivas em apenas 1/3
 Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae.
 Escherichia coli, klebsiella sp., e Pseudomonas

aeruginosa
 Estudo multicêntrico: Gram- 62%, Gram + 47%, e
Fatores de risco
 Fatores de Risco: sepse grave = infecção
 FR para disfunção orgânica: menos estudada

 Patógeno envolvido
 Genética
 Status de saúde subjacente
 Disfunção orgânica pré-existente
 Intervenção terapêutica
 Idade, sexo, raça ou grupo étnico
 Crianças e idosos
 Homens > mulheres
 Negros > brancos.
Manifestações clínicas
 Altamente variável e sutil em muitos casos:
 Local de início da infecção x Patógeno
 Padrão de disfunção orgânica x Estado de saúde
 Intervalo entre a instalação do quadro e o tratamento.
 AR: SDRA – hipoxemia com infiltrado bilateral
 ACV: Hipotensão, elevação do lactato, disfunção

miocárdica
 AGU: Redução do débito urinário e aumento de Cr
 SNS: Obnubilação e delirium
Sinais de alerta
Sinais de alerta
Desfecho
 Mortalidade atual: 20 – 30%
 Risco de morte aumentado nos sobreviventes
 Funcionamento físico e mental

prejudicado, desordens de humor e uma baixa
qualidade de vida.
 Sepse grave acelera o envelhecimento físico e

neurocognitivo.
Fisiopatologia
Patógeno

Resposta do

hospedeiro
• Patógeno: tipo, carga, virulência

• Hospedeiro: genética, doença co-

existente
Fisiopatologia
Patógeno

Resposta do

hospedeiro:
próinflamatória

antiinflamatório

 Eliminação de infecção + recuperação do
tecido
Lesões de órgãos X infecções secundárias
 Sepse: excessiva/exuberante resp.
inflamatória.
Disfunção orgânica
 Oxigenação tecidual prejudicada:
 Hipotensão
 Deformabilidade reduzida das hemácias
 Tromboses microvasculares

 Inflamação:
 disfunção do endotélio vascular
 Necrose de células endoteliais
 Perda da integridade da barreira: edema
Sepse grave e coagulopatias
 Alterações da coagulação
 CIVD
 Excesso de deposição de fibrina:
 Ação do FT (lesão tecidual)
 Deficiência mecs. anticoagulantes: Prot. C e

antitrombina;
 Depressão do sistema fibrinolítico
Tratamento
 Duas fases de tratamento:
 Fase inicial:dentro de 6 hs da apresentação do

paciente
 Fase posterior na UTI
Tratamento: Fase inicial
 Ressuscitação cardiorrespiratória
 Afastar as ameaças imediatas da infecção

descontrolada.
 Resuscitação: fluidos intravenosos e

vasopressores, oxigenoterapia e VM se
necessário.
 Abordagem padrão: garante a rápida e eficaz

abordagem
Tratando a infecção
 Diagnóstico provável
 Obter culturas
 Controle do foco infeccioso
 Inicio imediato de ATB empírico adequado:
 Local da infecção
 Comunitária ou hospitalar?
 História médica: comorbidades? tratamento prévio?

 Padrões microbiano x suscetibilidade do hospital.
Tratando a infecção
• Combinação de ATB ou Agente único em

Sepse grave?
• Diretrizes: ATB combinado para neutropenia e

pseudomonas.
• Trat. empírico antifúngico: utilizado para alto

risco de candidíase invasiva.
Após as 6 horas iniciais
 Monitorar e dar suporte a função do órgão:
 Prevenção de complicações
 Desescalonamento do cuidado quando for

possível.
 Redução do espectro inicial do ATB:
 evitar o aparecimento de organismos resistentes
 minimizar toxicidade
 reduzir os custos
Após as 6 horas iniciais
 Imunomodulador: curto curso de hidrocortisona
• Pacientes com choque séptico refratário
• 200 a 300 mg por dia por até 7 dias ou até retirar

o suporte vasopressor.
Ressuscitação Volêmica
 Iniciar a reanimação durante as primeiras 6 h
 Usar cristalóide e considerar a adição de albumina
 Evite expansores a base de amido (HES)
 Iniciar desafio de líquidos em pacientes com

suspeita de hipoperfusão e hipovolemia, alcançar≥
30 ml de cristalóides/Kg
 Continuar técnica enquanto houver melhoria

hemodinâmica
 Norepinefrina 1ª escolha para PAM ≥ 65 mmHg
Ressuscitação Volêmica
 Se usar agente adicional = epinefrina
 Adicionar vasopressina (0,03 un/min) + desmame da

norepinefrina, se tolerada
 Evitar dopamina, exceto em pacientes
cuidadosamente selecionados (ex. baixo risco de
arritmias e disfunção sistólica VE ou FC baixa)
 Evitar hidrocortisona se ressuscitação + vasopressor
restaurar a estabilidade hemodinâmica (200 mg/dia)
 Alvo de Hb: 7 a 9 g / dl, em pacientes sem
hipoperfusão, DAC crítica ou isquemia do miocárdio
ou hemorragia aguda
Controle da Infecção
 Obter hemoculturas antes do incio de ATB
 Realizar estudos de imagem: confirmar fonte de

infecção
 ATB amplo espectro dentro de 1 hora após o

diagnóstico de qualquer sepse grave ou choque
séptico
 Reavaliar ATB diariamente para desescalonar.
 Controledo foco infeccioso dentro de 12 h

- atenção para os riscos e benefícios do
Suporte respiratório
 Usar volume corrente baixo e limitar a pressão de










platô.
Aplicar uma quantidade mínima de PEEP em SDRA
Administrar maior PEEP em pacientes com SDRA
induzida por sepse.
Use manobras de recrutamento quando hipoxemia
grave refratária, devido a SDRA
Use posição prona em pacientes com SDRA induzida
por sepse e PaO2/FiO2<100
Elevar a cabeceira da cama em pacientes
submetidos a ventilação mecânica
Estratégia de reposição de fluido conservadora
quando LPA ou SDRA sem evidência de
hipoperfusão
Use protocolos de desmame
Suporte ao SNC
 Use protocolos de sedação escalonando a dose
 Se possível evitar bloqueadores

neuromusculares em pacientes sem SDRA.
 Administrar um curso curto de um bloqueador

neuromuscular (<48 horas) em SDRA grave
Medidas gerais de suporte
 Protocolo para controle da glicemia:
 Uso da insulina: 2 resultados de glicemia > 180








mg
Hemofiltração veno-venosa contínua ou
hemodiálise intermitente, para IR ou sobrecarga
de líquidos
Profilaxia de TVP
Proteção gástrica
Dieta oral ou enteral, se tolerada, ao invés de
jejum completo ou soro glicosado nas primeiras
48 horas após o diagnóstico.
Estabelecer os objetivos da assistência: planos
de tratamento ou cuidados paliativos.
Novas Terapias
 Agentes específicos: interrupção da cascata de

citocinas ou reguladores da coagulação.
 Drotrecogina alfa: retirada do mercado
 Estatina
 Problemas com o desenvolvimento de novas

drogas:
 Modelo animal
 Melhor seleção do grupos beneficiados
Conclusões
 Grandes avanços na redução do risco de morte

iminente associado com sepse.
 Preocupação sobre as seqüelas do que era

anteriormente um evento letal.
 Desenvolvimento de estratégias para pacientes com

Sepse longe dos grandes centros com UTI.
 Necessidade de repensar o desenho dos ensaior

clínicos e das estratégias de obtenção de novas
drogas.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Gasometria arterial
Gasometria arterialGasometria arterial
Gasometria arterial
resenfe2013
 
Ecg básico
Ecg básicoEcg básico
Ecg básico
dapab
 
Choque séptico apresentação de slides
Choque séptico   apresentação de slidesChoque séptico   apresentação de slides
Choque séptico apresentação de slides
Lindiane Eloisa
 
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
JONAS ARAUJO
 
Monitorização Hemodinâmica não invasiva
Monitorização Hemodinâmica não invasivaMonitorização Hemodinâmica não invasiva
Monitorização Hemodinâmica não invasiva
resenfe2013
 
Hipertensão primária e secundária
Hipertensão primária e secundáriaHipertensão primária e secundária
Hipertensão primária e secundária
vaineasilva
 
Insuficiencia respiratória
Insuficiencia respiratóriaInsuficiencia respiratória
Insuficiencia respiratória
pauloalambert
 
Arritimias cardíacas
Arritimias cardíacasArritimias cardíacas
Arritimias cardíacas
dapab
 

Mais procurados (20)

Gasometria arterial
Gasometria arterialGasometria arterial
Gasometria arterial
 
Aula rede de-frio atualizacao-em-imunizacao. (1)
Aula rede de-frio atualizacao-em-imunizacao. (1)Aula rede de-frio atualizacao-em-imunizacao. (1)
Aula rede de-frio atualizacao-em-imunizacao. (1)
 
Drogas vasoativas
Drogas vasoativasDrogas vasoativas
Drogas vasoativas
 
Ecg básico
Ecg básicoEcg básico
Ecg básico
 
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof graziela
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof grazielaAssistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof graziela
Assistência de enfermagem nas doenças do sistema digestivo prof graziela
 
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
 
Choque séptico apresentação de slides
Choque séptico   apresentação de slidesChoque séptico   apresentação de slides
Choque séptico apresentação de slides
 
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
 
Monitorização Hemodinâmica não invasiva
Monitorização Hemodinâmica não invasivaMonitorização Hemodinâmica não invasiva
Monitorização Hemodinâmica não invasiva
 
Balanco hidrico
Balanco hidricoBalanco hidrico
Balanco hidrico
 
Monitorização UTI
Monitorização UTIMonitorização UTI
Monitorização UTI
 
Aula emergencias psiquiatricas
Aula emergencias psiquiatricasAula emergencias psiquiatricas
Aula emergencias psiquiatricas
 
Hipertensão primária e secundária
Hipertensão primária e secundáriaHipertensão primária e secundária
Hipertensão primária e secundária
 
Endocardite infecciosa
Endocardite infecciosaEndocardite infecciosa
Endocardite infecciosa
 
Insuficiencia respiratória
Insuficiencia respiratóriaInsuficiencia respiratória
Insuficiencia respiratória
 
Arritimias cardíacas
Arritimias cardíacasArritimias cardíacas
Arritimias cardíacas
 
Choque
Choque   Choque
Choque
 
Sinais vitais
Sinais vitaisSinais vitais
Sinais vitais
 
Apresentação acidente vascular cerebral
Apresentação acidente vascular cerebralApresentação acidente vascular cerebral
Apresentação acidente vascular cerebral
 
Aula de cuidados com drenos
Aula de cuidados com drenosAula de cuidados com drenos
Aula de cuidados com drenos
 

Destaque (16)

Assistência de enfermagem em traumatismo abdominal
Assistência de enfermagem em traumatismo abdominalAssistência de enfermagem em traumatismo abdominal
Assistência de enfermagem em traumatismo abdominal
 
Sessao clinica
Sessao clinicaSessao clinica
Sessao clinica
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
 
Derrame pleural
Derrame pleuralDerrame pleural
Derrame pleural
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
 
Aula fraqueza muscular
Aula fraqueza muscularAula fraqueza muscular
Aula fraqueza muscular
 
Edema completo
Edema completoEdema completo
Edema completo
 
Linfadenopatias
LinfadenopatiasLinfadenopatias
Linfadenopatias
 
Ressucitação volêmica
Ressucitação volêmicaRessucitação volêmica
Ressucitação volêmica
 
Tosse 1
Tosse 1 Tosse 1
Tosse 1
 
Coagulopatia na doença hepática crônica
Coagulopatia na doença hepática crônicaCoagulopatia na doença hepática crônica
Coagulopatia na doença hepática crônica
 
Insuficiência Hepática
Insuficiência HepáticaInsuficiência Hepática
Insuficiência Hepática
 
Hemoterapia 2
Hemoterapia 2Hemoterapia 2
Hemoterapia 2
 
Foi febre de_origem_indeterminada
Foi febre de_origem_indeterminadaFoi febre de_origem_indeterminada
Foi febre de_origem_indeterminada
 
Colagenoses
ColagenosesColagenoses
Colagenoses
 
Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3
 

Semelhante a Sessão de artigo

Aulasepsisuti 6ano-130130065348-phpapp01
Aulasepsisuti 6ano-130130065348-phpapp01Aulasepsisuti 6ano-130130065348-phpapp01
Aulasepsisuti 6ano-130130065348-phpapp01
Magali Barros
 
ASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
ASMA - Aula residência Pediatria Santa CasaASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
ASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
LIPED
 
Iv curso teórico prático vm ii situações especiais
Iv curso teórico prático vm ii   situações especiaisIv curso teórico prático vm ii   situações especiais
Iv curso teórico prático vm ii situações especiais
ctisaolucascopacabana
 
Pós operatório de cirurgia cardiovascular
Pós operatório de cirurgia cardiovascularPós operatório de cirurgia cardiovascular
Pós operatório de cirurgia cardiovascular
Paulo Sérgio
 
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoArtigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Erick Bragato
 
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar IdiopáticaCaso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
Amanda Thomé
 

Semelhante a Sessão de artigo (20)

RESUMO - Sepse
RESUMO - Sepse RESUMO - Sepse
RESUMO - Sepse
 
Fast Hug
Fast HugFast Hug
Fast Hug
 
Purpura Trombocitopênica Idiopática
Purpura Trombocitopênica IdiopáticaPurpura Trombocitopênica Idiopática
Purpura Trombocitopênica Idiopática
 
CHECK LIST EM UTI
CHECK LIST EM UTICHECK LIST EM UTI
CHECK LIST EM UTI
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
 
Aulasepsisuti 6ano-130130065348-phpapp01
Aulasepsisuti 6ano-130130065348-phpapp01Aulasepsisuti 6ano-130130065348-phpapp01
Aulasepsisuti 6ano-130130065348-phpapp01
 
ASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
ASMA - Aula residência Pediatria Santa CasaASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
ASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
 
Sepse
SepseSepse
Sepse
 
Cirrosis
CirrosisCirrosis
Cirrosis
 
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na InfânciaManejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
 
Relato de caso - CBA 2012
Relato de caso - CBA 2012Relato de caso - CBA 2012
Relato de caso - CBA 2012
 
Hipotermia Terapêutica
Hipotermia TerapêuticaHipotermia Terapêutica
Hipotermia Terapêutica
 
Iv curso teórico prático vm ii situações especiais
Iv curso teórico prático vm ii   situações especiaisIv curso teórico prático vm ii   situações especiais
Iv curso teórico prático vm ii situações especiais
 
Síndrome nefrotica
Síndrome nefroticaSíndrome nefrotica
Síndrome nefrotica
 
Distúrbio
DistúrbioDistúrbio
Distúrbio
 
Pós operatório de cirurgia cardiovascular
Pós operatório de cirurgia cardiovascularPós operatório de cirurgia cardiovascular
Pós operatório de cirurgia cardiovascular
 
Emergências oncologias
Emergências oncologiasEmergências oncologias
Emergências oncologias
 
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011
Conduta no paciente com dengue com base na estratificação de risco - 2010/2011
 
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoArtigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
 
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar IdiopáticaCaso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
Caso Clínico: Fibrose Pulmonar Idiopática
 

Mais de janinemagalhaes

Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
janinemagalhaes
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
janinemagalhaes
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
janinemagalhaes
 
Amiloidose power point 2007
Amiloidose   power point 2007Amiloidose   power point 2007
Amiloidose power point 2007
janinemagalhaes
 
Sindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigidoSindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigido
janinemagalhaes
 
Apresentação sessao magna
Apresentação sessao magnaApresentação sessao magna
Apresentação sessao magna
janinemagalhaes
 
Síndrome nefrótica iuri usêda - mr1 hgrs
Síndrome nefrótica   iuri usêda - mr1 hgrsSíndrome nefrótica   iuri usêda - mr1 hgrs
Síndrome nefrótica iuri usêda - mr1 hgrs
janinemagalhaes
 
Síndrome nefrótica iuri usêda - mr1 hgrs
Síndrome nefrótica   iuri usêda - mr1 hgrsSíndrome nefrótica   iuri usêda - mr1 hgrs
Síndrome nefrótica iuri usêda - mr1 hgrs
janinemagalhaes
 
Apresentação raciocionio clínico
Apresentação raciocionio clínicoApresentação raciocionio clínico
Apresentação raciocionio clínico
janinemagalhaes
 
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
janinemagalhaes
 
Encefalopatia de wernicke
Encefalopatia de wernickeEncefalopatia de wernicke
Encefalopatia de wernicke
janinemagalhaes
 

Mais de janinemagalhaes (20)

2 histp
2 histp2 histp
2 histp
 
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
 
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
 
Sessao clinica
Sessao clinicaSessao clinica
Sessao clinica
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
 
Hemoterapia 1
Hemoterapia 1Hemoterapia 1
Hemoterapia 1
 
Amiloidose power point 2007
Amiloidose   power point 2007Amiloidose   power point 2007
Amiloidose power point 2007
 
Sindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigidoSindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigido
 
Caso clínico cg 5
Caso clínico cg 5Caso clínico cg 5
Caso clínico cg 5
 
Apresentação sessao magna
Apresentação sessao magnaApresentação sessao magna
Apresentação sessao magna
 
Síndrome nefrótica iuri usêda - mr1 hgrs
Síndrome nefrótica   iuri usêda - mr1 hgrsSíndrome nefrótica   iuri usêda - mr1 hgrs
Síndrome nefrótica iuri usêda - mr1 hgrs
 
Síndrome nefrótica iuri usêda - mr1 hgrs
Síndrome nefrótica   iuri usêda - mr1 hgrsSíndrome nefrótica   iuri usêda - mr1 hgrs
Síndrome nefrótica iuri usêda - mr1 hgrs
 
Delirium em idosos
Delirium em idososDelirium em idosos
Delirium em idosos
 
Apresentação raciocionio clínico
Apresentação raciocionio clínicoApresentação raciocionio clínico
Apresentação raciocionio clínico
 
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
Sessão de raciocínio clínico 03.12.12.2
 
Sessao clinica 2
Sessao clinica 2Sessao clinica 2
Sessao clinica 2
 
Encefalopatia de wernicke
Encefalopatia de wernickeEncefalopatia de wernicke
Encefalopatia de wernicke
 

Sessão de artigo

  • 1. SESSÃO DE ARTIGO: SEPSE GRAVE E CHOQUE SÉPTICO Interno: Marcelo Bispo Braz da Silva
  • 2.
  • 3. Histórico  Hipocrates: processo q apodrece e inflama.  Galen: necessário para a cura de feridas.  Semmelweis e Pasteur: infecção sistêmica que espalha-se na corrente sanguínea.  Patógeno ou hospedeiro que dirige a fisiopatologia da SEPSE?
  • 4. Definições  Consenso internacional de 1992:  Sepse: síndrome inflamatória sistêmica em resposta a uma infecção.  Sepse Grave: Sepse + disfunção orgânica aguda.  Choque séptico: Sepse + hipotensão refratária ou hiperlactatemia.  Consenso 1993: questiona a utilidade de alguns parâmetros.
  • 5. Incidencia e Causas  10% das admissões em UTI nos EUA.  Adhikari et al.: estimativa de 19 milhões/ano, no mundo  Pneumonia (≈ 50%), infecção intrabdominal e urinária.  Hemoculturas: positivas em apenas 1/3  Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae.  Escherichia coli, klebsiella sp., e Pseudomonas aeruginosa  Estudo multicêntrico: Gram- 62%, Gram + 47%, e
  • 6. Fatores de risco  Fatores de Risco: sepse grave = infecção  FR para disfunção orgânica: menos estudada  Patógeno envolvido  Genética  Status de saúde subjacente  Disfunção orgânica pré-existente  Intervenção terapêutica  Idade, sexo, raça ou grupo étnico  Crianças e idosos  Homens > mulheres  Negros > brancos.
  • 7. Manifestações clínicas  Altamente variável e sutil em muitos casos:  Local de início da infecção x Patógeno  Padrão de disfunção orgânica x Estado de saúde  Intervalo entre a instalação do quadro e o tratamento.  AR: SDRA – hipoxemia com infiltrado bilateral  ACV: Hipotensão, elevação do lactato, disfunção miocárdica  AGU: Redução do débito urinário e aumento de Cr  SNS: Obnubilação e delirium
  • 10. Desfecho  Mortalidade atual: 20 – 30%  Risco de morte aumentado nos sobreviventes  Funcionamento físico e mental prejudicado, desordens de humor e uma baixa qualidade de vida.  Sepse grave acelera o envelhecimento físico e neurocognitivo.
  • 11. Fisiopatologia Patógeno Resposta do hospedeiro • Patógeno: tipo, carga, virulência • Hospedeiro: genética, doença co- existente
  • 12. Fisiopatologia Patógeno Resposta do hospedeiro: próinflamatória antiinflamatório  Eliminação de infecção + recuperação do tecido Lesões de órgãos X infecções secundárias  Sepse: excessiva/exuberante resp. inflamatória.
  • 13.
  • 14. Disfunção orgânica  Oxigenação tecidual prejudicada:  Hipotensão  Deformabilidade reduzida das hemácias  Tromboses microvasculares  Inflamação:  disfunção do endotélio vascular  Necrose de células endoteliais  Perda da integridade da barreira: edema
  • 15. Sepse grave e coagulopatias  Alterações da coagulação  CIVD  Excesso de deposição de fibrina:  Ação do FT (lesão tecidual)  Deficiência mecs. anticoagulantes: Prot. C e antitrombina;  Depressão do sistema fibrinolítico
  • 16.
  • 17. Tratamento  Duas fases de tratamento:  Fase inicial:dentro de 6 hs da apresentação do paciente  Fase posterior na UTI
  • 18. Tratamento: Fase inicial  Ressuscitação cardiorrespiratória  Afastar as ameaças imediatas da infecção descontrolada.  Resuscitação: fluidos intravenosos e vasopressores, oxigenoterapia e VM se necessário.  Abordagem padrão: garante a rápida e eficaz abordagem
  • 19. Tratando a infecção  Diagnóstico provável  Obter culturas  Controle do foco infeccioso  Inicio imediato de ATB empírico adequado:  Local da infecção  Comunitária ou hospitalar?  História médica: comorbidades? tratamento prévio?  Padrões microbiano x suscetibilidade do hospital.
  • 20. Tratando a infecção • Combinação de ATB ou Agente único em Sepse grave? • Diretrizes: ATB combinado para neutropenia e pseudomonas. • Trat. empírico antifúngico: utilizado para alto risco de candidíase invasiva.
  • 21. Após as 6 horas iniciais  Monitorar e dar suporte a função do órgão:  Prevenção de complicações  Desescalonamento do cuidado quando for possível.  Redução do espectro inicial do ATB:  evitar o aparecimento de organismos resistentes  minimizar toxicidade  reduzir os custos
  • 22. Após as 6 horas iniciais  Imunomodulador: curto curso de hidrocortisona • Pacientes com choque séptico refratário • 200 a 300 mg por dia por até 7 dias ou até retirar o suporte vasopressor.
  • 23.
  • 24. Ressuscitação Volêmica  Iniciar a reanimação durante as primeiras 6 h  Usar cristalóide e considerar a adição de albumina  Evite expansores a base de amido (HES)  Iniciar desafio de líquidos em pacientes com suspeita de hipoperfusão e hipovolemia, alcançar≥ 30 ml de cristalóides/Kg  Continuar técnica enquanto houver melhoria hemodinâmica  Norepinefrina 1ª escolha para PAM ≥ 65 mmHg
  • 25. Ressuscitação Volêmica  Se usar agente adicional = epinefrina  Adicionar vasopressina (0,03 un/min) + desmame da norepinefrina, se tolerada  Evitar dopamina, exceto em pacientes cuidadosamente selecionados (ex. baixo risco de arritmias e disfunção sistólica VE ou FC baixa)  Evitar hidrocortisona se ressuscitação + vasopressor restaurar a estabilidade hemodinâmica (200 mg/dia)  Alvo de Hb: 7 a 9 g / dl, em pacientes sem hipoperfusão, DAC crítica ou isquemia do miocárdio ou hemorragia aguda
  • 26. Controle da Infecção  Obter hemoculturas antes do incio de ATB  Realizar estudos de imagem: confirmar fonte de infecção  ATB amplo espectro dentro de 1 hora após o diagnóstico de qualquer sepse grave ou choque séptico  Reavaliar ATB diariamente para desescalonar.  Controledo foco infeccioso dentro de 12 h - atenção para os riscos e benefícios do
  • 27. Suporte respiratório  Usar volume corrente baixo e limitar a pressão de        platô. Aplicar uma quantidade mínima de PEEP em SDRA Administrar maior PEEP em pacientes com SDRA induzida por sepse. Use manobras de recrutamento quando hipoxemia grave refratária, devido a SDRA Use posição prona em pacientes com SDRA induzida por sepse e PaO2/FiO2<100 Elevar a cabeceira da cama em pacientes submetidos a ventilação mecânica Estratégia de reposição de fluido conservadora quando LPA ou SDRA sem evidência de hipoperfusão Use protocolos de desmame
  • 28. Suporte ao SNC  Use protocolos de sedação escalonando a dose  Se possível evitar bloqueadores neuromusculares em pacientes sem SDRA.  Administrar um curso curto de um bloqueador neuromuscular (<48 horas) em SDRA grave
  • 29. Medidas gerais de suporte  Protocolo para controle da glicemia:  Uso da insulina: 2 resultados de glicemia > 180      mg Hemofiltração veno-venosa contínua ou hemodiálise intermitente, para IR ou sobrecarga de líquidos Profilaxia de TVP Proteção gástrica Dieta oral ou enteral, se tolerada, ao invés de jejum completo ou soro glicosado nas primeiras 48 horas após o diagnóstico. Estabelecer os objetivos da assistência: planos de tratamento ou cuidados paliativos.
  • 30. Novas Terapias  Agentes específicos: interrupção da cascata de citocinas ou reguladores da coagulação.  Drotrecogina alfa: retirada do mercado  Estatina  Problemas com o desenvolvimento de novas drogas:  Modelo animal  Melhor seleção do grupos beneficiados
  • 31. Conclusões  Grandes avanços na redução do risco de morte iminente associado com sepse.  Preocupação sobre as seqüelas do que era anteriormente um evento letal.  Desenvolvimento de estratégias para pacientes com Sepse longe dos grandes centros com UTI.  Necessidade de repensar o desenho dos ensaior clínicos e das estratégias de obtenção de novas drogas.