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Normotensive Ischemic Acute Renal
           Failure
           J. Gary Abuelo, M.D.
           The new england journal of medicine
           N Engl J Med 2007;357:797-805.




Marina Hiltner Bastos
Maurício Borges Vasconcelos
Marcus Vinicius Souza Almeida
Introdução
   Falência renal aguda é definida como uma queda na
    filtração glomerular, ocorrendo em minutos ou dias

   Pré-renal
       Resposta funcional     a   hipoperfusão.   Estrutura   renal
        preservada

   Pós-renal
       Obstrução do trato urinário

   Intrínseca
       Lesão de vasos, túbulos, glomérulos ou interstício
Introdução
   Duas formas de lesão renal isquêmica
     Azotemia pré renal
     Necrose tubular aguda (NTA)



   Mais da metade dos casos de falência renal
    em pacientes hospitalizados

   Em muitos desses pacientes a contribuição da
    isquemia passa despercebida a princípio
Introdução
   Pacientes com falência renal isquêmica
    tipicamente tem baixa perfusão sistêmica

   A pressão sanguínea pode se manter em
    níveis normais
     Queda   não observada na PA?

   Outros mecanismos que não hipotensão
     Aumento   da susceptibilidade renal a reduções
     discretas de pressão de perfusão
Introdução
   Os fatores que levam à falência renal em
    pacientes normotensos geralmente podem ser
    identificados

   Diagnóstico e intervenção precoces

   Pacientes com elevações de 0,3-0,4 mg/dl na
    concentração de creatinina tem risco de morte
    70% maior
Resposta renal à isquemia
   Auto regulação
       Manutenção do fluxo
        sanguíneo e TFG até
        PAM de 80 mmHg
Resposta renal à isquemia
Resposta renal à isquemia
Resposta renal à isquemia
   Quando a pressão de perfusão renal cai além dos
    limites da auto regulação vasoconstrictores
    endógenos aumentam a resistência da arteríola
    aferente

   Azotemia pré-renal

   Fluxo sanguíneo diminuído nos capilares dos
    túbulos

   Os túbulos permanecem intactos
Resposta renal à isquemia
   Piora da isquemia causa lesão tubular

   Células descamadas e debris da borda em
    escova formam cilindros que obstruem os túbulos

   O filtrado glomerular volta à circulação através
    das paredes lesadas

   A reabsorção de Na é prejudicada
     Polimerização da proteína de Tamm-Horsfall
     Formação de cilindros
Fatores que aumentam a suscetibilidade renal à
isquemia

    Os     rins    são  bastante
     vulneráveis a hipoperfusão
     quando a autorregulação
     arteriolar é comprometida.

    Ocorre quando a resistência
     arteriolar  aferente   não
     diminui ou aumenta (Tabela
     1)
Fatores que aumentam a suscetibilidade renal à
isquemia

   Idosos, aterosclerose, HAS crônica
    e DRC levam a estreitamento
    arteriolar    por    hialinose    e
    hiperplasia miointimal
   Na     hipertensão    maligna    há
    espessamento           e    necrose
    fibrinóide de pequenas artérias e
    arteríolas
   Usuários de AINES ou inibidores
    da COX-2
   Há       ↓    da     sintese     de
    prostaglandinas vasodilatadoras
   Vasoconstrictores são lançados
    sem oposição ↓ pressão do capilar
    glomerular
   Na sepse e hipercalemia
   Podem       atuar    através     de
    mediadores de vasoconstricção
    para ↑ a resistência da arteríola
    aferente
Fatores que aumentam a suscetibilidade renal a
isquemia
   Estenose de artéria renal
   O estreitamento aumenta a susceptibilidade a isquemia renal

   Em casos de estenose unilateral, o rim contralateral mantém a TFG

   Insuficiência renal pode ocorrer se a estenose ocluir mais de 70% do
    lúmen em rim único ou em ambos os rins

   A insuficiência renovascular pode não ser suficiente para reduzir a
    pressão de perfusão da região pós estenose para prejudicar a filtração
    glomerular

   Na insuficiência renovascular o uso de anti-hipertensivos para reduzir
    a PA pode piorar a isquemia e ↓ a fução renal
Estados de baixa perfusão em insuficiência renal
normotensa

     As causas clássicas de IRA
      isquêmica são
     Hipovolêmica
     Cardiogênica
     Choque distributivo
     Com PAS < 90 mmHg


     Insuficiência          renal
      normotensa        comumente
      envolve graus mais suaves
      desses processos de baixa
      perfusão (Tabela 2)
Estados de baixa perfusão em insuficiência renal
normotensa


     Um mecanismo menos comum de Insuficiência renal normotensa é
      hipoperfusão severa na presença de níveis elevados de
      substâncias vasoconstrictoras
     Visa limitar a queda da pressão sanguínea

     A hipoperfusão severa pode ser local na estenose de artéria renal
     Na área pós estenose há diminuição da pressão sanguínea que
      leva a isquemia
     Contudo é compensado a partir da hipervolemia ou liberação de
      renina

     A doença de pequenos vasos na hipertensão maligna leva a
      isquemia renal pelo aumento da secreção de renina
Diagnóstico
   Devemos estar atentos às seguintes situações
     Diminuição   do débito urinário


     Aumento   da concentração da creatinina


    “ Em muitas ocasiões um estado de baixa
    perfusão renal pode não ser prontamente
    aparente”
Diagnóstico
   No primeiro dia de aumento da concentração
    da creatina, a pressão arterial deve ser
    observada.

   Se a pressão arterial atingir níveis abaixo do
    seu valor habitual pode ser uma eveidência
    de baixa perfusão renal.
Diagnóstico
   Identificar fatores   de   susceptibilidade   à
    isquemia renal
     Sepse

     Hipercalcemia

     Síndrome  Hepatorenal
     Radiocontrastes

     Aines

     Hipertensão grave

     Hipertensão maligna
Exames laboratoriais
   Estados de baixa perfusão
       Mecanismos de reabsorção de sódio e água

   Volume urinário baixo

   Densidade urinária ≥ 1015

   Fração de excreção de sódio < 1% e de uréia < 35%

   Concentração urinária < 20meq/ml

   Relação uréia/creatinina – 10:1 → 20:1
Exames laboratoriais
   Com a progressão da isquemia para NTA os túbulos
    perdem a capacidade de reabsorver água, Na e uréia

   Isostenúnia

   FE Na > 1%, FE uréia > 35%

   Relação uréia/creatinina volta a 10:1

   Sedimento urinário com células epiteliais descamadas
    e cilindros granulosos
Terapêutica
   Estados de baixa perfusão e fatores de risco para
    isquemia renal geralmente são corrigíveis

   PA limítrofe deve ser tratada
     Correção de hipovolemia
     Interrupção de drogas que baixem a PA


   Pesquisar e tratar infecções ocultas

   Se não há NTA o quadro pode ser revertido em
    24-48 horas
Terapêutica
   Evitar AINEs, drogas nefrotóxicas, anestesia desnecessária,
    cirurgias, contraste

   Procedimentos altamente necessários não devem ser
    adiados
       Medidas profiláticas
       N-acetilcisteína, hidratação, contraste iso-osmolar

   Ajustar doses de drogas de excreção renal

   Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos

   Evitar sobrecarga de volume e hipercalemia
Terapêutica
   Nutrição adequada

   25-30 Kcal/Kg diariamente

   Estados catabólicos – 1,5 g/Kg de proteína

   Preferir nutrição enteral

   Restringir potássio e fosfato
       Repor se necessário
Terapêutica
   Terapia de substituição renal
     Sintomas   urêmicos importantes
     Sobrecarga de volume

     Hipercalemia     e acidose metabólica   não
      corrigíveis


   Quando iniciar diálise?
     Precoce   X tardia


   Muitos pacientes com IRA evoluem mal
Conclusão
   Aumento súbito na creatinina geralmente é por
    isquemia renal

   Se o paciente tem PA normal, avaliar falência
    renal isquêmica normotensa

   Nunca negligenciar quedas na PA, mesmo que os
    níveis se mantenham dentro do normal

   Tratar rapidamente
       Volume, infecção,   suspender   AINEs,   diuréticos,
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Delirium em idosos
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Revisão -Lesão renal aguda

  • 1. Normotensive Ischemic Acute Renal Failure J. Gary Abuelo, M.D. The new england journal of medicine N Engl J Med 2007;357:797-805. Marina Hiltner Bastos Maurício Borges Vasconcelos Marcus Vinicius Souza Almeida
  • 2. Introdução  Falência renal aguda é definida como uma queda na filtração glomerular, ocorrendo em minutos ou dias  Pré-renal  Resposta funcional a hipoperfusão. Estrutura renal preservada  Pós-renal  Obstrução do trato urinário  Intrínseca  Lesão de vasos, túbulos, glomérulos ou interstício
  • 3. Introdução  Duas formas de lesão renal isquêmica  Azotemia pré renal  Necrose tubular aguda (NTA)  Mais da metade dos casos de falência renal em pacientes hospitalizados  Em muitos desses pacientes a contribuição da isquemia passa despercebida a princípio
  • 4. Introdução  Pacientes com falência renal isquêmica tipicamente tem baixa perfusão sistêmica  A pressão sanguínea pode se manter em níveis normais  Queda não observada na PA?  Outros mecanismos que não hipotensão  Aumento da susceptibilidade renal a reduções discretas de pressão de perfusão
  • 5. Introdução  Os fatores que levam à falência renal em pacientes normotensos geralmente podem ser identificados  Diagnóstico e intervenção precoces  Pacientes com elevações de 0,3-0,4 mg/dl na concentração de creatinina tem risco de morte 70% maior
  • 6. Resposta renal à isquemia  Auto regulação  Manutenção do fluxo sanguíneo e TFG até PAM de 80 mmHg
  • 7. Resposta renal à isquemia
  • 8. Resposta renal à isquemia
  • 9. Resposta renal à isquemia  Quando a pressão de perfusão renal cai além dos limites da auto regulação vasoconstrictores endógenos aumentam a resistência da arteríola aferente  Azotemia pré-renal  Fluxo sanguíneo diminuído nos capilares dos túbulos  Os túbulos permanecem intactos
  • 10. Resposta renal à isquemia  Piora da isquemia causa lesão tubular  Células descamadas e debris da borda em escova formam cilindros que obstruem os túbulos  O filtrado glomerular volta à circulação através das paredes lesadas  A reabsorção de Na é prejudicada  Polimerização da proteína de Tamm-Horsfall  Formação de cilindros
  • 11.
  • 12. Fatores que aumentam a suscetibilidade renal à isquemia  Os rins são bastante vulneráveis a hipoperfusão quando a autorregulação arteriolar é comprometida.  Ocorre quando a resistência arteriolar aferente não diminui ou aumenta (Tabela 1)
  • 13. Fatores que aumentam a suscetibilidade renal à isquemia  Idosos, aterosclerose, HAS crônica e DRC levam a estreitamento arteriolar por hialinose e hiperplasia miointimal  Na hipertensão maligna há espessamento e necrose fibrinóide de pequenas artérias e arteríolas  Usuários de AINES ou inibidores da COX-2  Há ↓ da sintese de prostaglandinas vasodilatadoras  Vasoconstrictores são lançados sem oposição ↓ pressão do capilar glomerular  Na sepse e hipercalemia  Podem atuar através de mediadores de vasoconstricção para ↑ a resistência da arteríola aferente
  • 14. Fatores que aumentam a suscetibilidade renal a isquemia  Estenose de artéria renal  O estreitamento aumenta a susceptibilidade a isquemia renal  Em casos de estenose unilateral, o rim contralateral mantém a TFG  Insuficiência renal pode ocorrer se a estenose ocluir mais de 70% do lúmen em rim único ou em ambos os rins  A insuficiência renovascular pode não ser suficiente para reduzir a pressão de perfusão da região pós estenose para prejudicar a filtração glomerular  Na insuficiência renovascular o uso de anti-hipertensivos para reduzir a PA pode piorar a isquemia e ↓ a fução renal
  • 15. Estados de baixa perfusão em insuficiência renal normotensa  As causas clássicas de IRA isquêmica são  Hipovolêmica  Cardiogênica  Choque distributivo  Com PAS < 90 mmHg  Insuficiência renal normotensa comumente envolve graus mais suaves desses processos de baixa perfusão (Tabela 2)
  • 16. Estados de baixa perfusão em insuficiência renal normotensa  Um mecanismo menos comum de Insuficiência renal normotensa é hipoperfusão severa na presença de níveis elevados de substâncias vasoconstrictoras  Visa limitar a queda da pressão sanguínea  A hipoperfusão severa pode ser local na estenose de artéria renal  Na área pós estenose há diminuição da pressão sanguínea que leva a isquemia  Contudo é compensado a partir da hipervolemia ou liberação de renina  A doença de pequenos vasos na hipertensão maligna leva a isquemia renal pelo aumento da secreção de renina
  • 17. Diagnóstico  Devemos estar atentos às seguintes situações  Diminuição do débito urinário  Aumento da concentração da creatinina “ Em muitas ocasiões um estado de baixa perfusão renal pode não ser prontamente aparente”
  • 18. Diagnóstico  No primeiro dia de aumento da concentração da creatina, a pressão arterial deve ser observada.  Se a pressão arterial atingir níveis abaixo do seu valor habitual pode ser uma eveidência de baixa perfusão renal.
  • 19. Diagnóstico  Identificar fatores de susceptibilidade à isquemia renal  Sepse  Hipercalcemia  Síndrome Hepatorenal  Radiocontrastes  Aines  Hipertensão grave  Hipertensão maligna
  • 20. Exames laboratoriais  Estados de baixa perfusão  Mecanismos de reabsorção de sódio e água  Volume urinário baixo  Densidade urinária ≥ 1015  Fração de excreção de sódio < 1% e de uréia < 35%  Concentração urinária < 20meq/ml  Relação uréia/creatinina – 10:1 → 20:1
  • 21. Exames laboratoriais  Com a progressão da isquemia para NTA os túbulos perdem a capacidade de reabsorver água, Na e uréia  Isostenúnia  FE Na > 1%, FE uréia > 35%  Relação uréia/creatinina volta a 10:1  Sedimento urinário com células epiteliais descamadas e cilindros granulosos
  • 22. Terapêutica  Estados de baixa perfusão e fatores de risco para isquemia renal geralmente são corrigíveis  PA limítrofe deve ser tratada  Correção de hipovolemia  Interrupção de drogas que baixem a PA  Pesquisar e tratar infecções ocultas  Se não há NTA o quadro pode ser revertido em 24-48 horas
  • 23. Terapêutica  Evitar AINEs, drogas nefrotóxicas, anestesia desnecessária, cirurgias, contraste  Procedimentos altamente necessários não devem ser adiados  Medidas profiláticas  N-acetilcisteína, hidratação, contraste iso-osmolar  Ajustar doses de drogas de excreção renal  Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos  Evitar sobrecarga de volume e hipercalemia
  • 24. Terapêutica  Nutrição adequada  25-30 Kcal/Kg diariamente  Estados catabólicos – 1,5 g/Kg de proteína  Preferir nutrição enteral  Restringir potássio e fosfato  Repor se necessário
  • 25. Terapêutica  Terapia de substituição renal  Sintomas urêmicos importantes  Sobrecarga de volume  Hipercalemia e acidose metabólica não corrigíveis  Quando iniciar diálise?  Precoce X tardia  Muitos pacientes com IRA evoluem mal
  • 26. Conclusão  Aumento súbito na creatinina geralmente é por isquemia renal  Se o paciente tem PA normal, avaliar falência renal isquêmica normotensa  Nunca negligenciar quedas na PA, mesmo que os níveis se mantenham dentro do normal  Tratar rapidamente  Volume, infecção, suspender AINEs, diuréticos, IECAs, BRAs