O documento discute o sedentarismo como fator de risco para doenças crônicas. Apresenta definições de fator de risco e sedentarismo, e discute como a falta de atividade física está associada ao aumento do risco e gravidade de doenças crônicas, enquanto a prática regular de exercício traz benefícios à saúde. Também discute a importância da vigilância e prevenção desse fator de risco modificável.
2. O que é um Fator de Risco?
Um “fator de risco” é uma característica
individual, física ou comportamental, associada
com uma maior possibilidade de
desenvolvimento de determinadas doenças.
(Federação Internacional de Medicina do Esporte, 1991)
Um “fator de risco” é uma característica
individual, física ou comportamental, associada
com uma maior possibilidade de
desenvolvimento de determinadas doenças.
(Federação Internacional de Medicina do Esporte, 1991)
3. Porque estudar Fatores de Risco?
Identificar os FR é assegurar ações
de promoção e prevenção.
Identificar os FR é assegurar ações
de promoção e prevenção.
A prevalência elevada de FR requer a
implementação de estratégias que reduzam a
exposição a esses fatores.
A prevalência elevada de FR requer a
implementação de estratégias que reduzam a
exposição a esses fatores.
Este tipo de intervenção resulta na
diminuição do desenvolvimento
desta doença.
Este tipo de intervenção resulta na
diminuição do desenvolvimento
desta doença.
5. Porque estudar Fatores de Risco?
Novos hábitos
=
Novos Fatores
de Risco
Novos hábitos
=
Novos Fatores
de Risco
6. Cenário Atual
SITUAÇÃO - BRASIL
As doenças infecciosas,
causas de morte no início
do século passado,
convivem ou cederam
lugar às doenças crônicas
não transmissíveis
(DCNTs) dependo da
região do país.
INTERVENÇÃO - SUS
Essa transição
epidemiológica exigiu
uma reestruturação das
políticas de saúde pública
que atentou para
desenvolvimento de
estratégias para o
controle das doenças
crônicas.
7. A Vigilância Epidemiológica e a
abordagem dos FATORES DE RISCO
A Vigilância Epidemiológica e a
abordagem dos FATORES DE RISCO
As ações da vigilância epidemiológica sobre as
doenças crônicas contemplam:
1. Identificação da distribuição, magnitude e
tendência de exposição da população aos fatoresfatores
de riscode risco;
2. Identificação dos condicionantescondicionantes sociais,
econômicos e ambientais a eles atrelados;
3. Planejamento, execução e avaliação de ações de
prevençãoprevenção e de controle;
4. Implementação de políticas públicas de
promoçãopromoção a saúde.
8. Os fatores de risco na população brasileira
Um estudo de revisão bibliográfica avaliou a prevalência de
exposição da população brasileira aos principais fatores de
risco para o desenvolvimento de DCNTs.
O estudo: Casado L, Vianna L, Thuler CS. Fatores de risco para
doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: uma revisão
sistemática. Revista brasileira de cancerologia 2009; 55 (4):
379-87
http://www.inca.gov.br/rbc/n_55/v04/pdf/379_revisao_literatura
A autora fez ressalva que há necessidade de padronizar os
instrumentos de medida, a fim de que os resultados obtidos
nas diferentes localidades possam ser comparados já que foi
observada grande variação nos diferentes estudos.
9. Os fatores de risco na população
brasileira
Prevalência da exposição da população aos principais fatores de
risco para o desenvolvimento de doenças crônicas no Brasil
Fator de Risco Prevalência de Exposição da População
Tabagismo 8,7% a 28,8%
Uso abusivo de álcool 0,1% a 37,7%
Excesso de peso 1,5% a 49,0%
Obesidade 9,4% a 17,6%
Sedentarismo 20,1% a 43,1%
Hipertensão arterial 5,3% a 34,0%
Diabetes mellitus 2,7% a 7,8%
10. Os fatores de risco na população brasileira
VOCÊ SABIA?
Cerca de 70% da população adulta não atinge os
níveis mínimos recomendados de atividade
física. (GUALANO & TINUCCI, 2011).
VOCÊ SABIA?
Cerca de 70% da população adulta não atinge os
níveis mínimos recomendados de atividade
física. (GUALANO & TINUCCI, 2011).
11. Classificação dos Fatores de Risco
Os FATORES DE RISCO para o
desenvolvimento das doenças crônicas
vêm sendo classificados como
modificáveis ou não modificáveis.
12. Classificação dos Fatores de Risco
MODIFICÁVEIS
Hipertensão arterial
Ingestão de álcool
Diabetes mellitus
Tabagismo
Sedentarismo
Estresse
Obesidade
Colesterol elevado
NÃO MODIFICÁVEIS
Idade (envelhecimento)
Hereditariedade
Sexo
Raça
17. O Fator de Risco ‘’Sedentarismo’’
“(....) No decorrer dos últimos 50 anos, com a
implementação da mecanização do trabalho e das
atividades domésticas, houve redução no gasto
energético das atividades, tornando a atividade física de
lazer relevante no cumprimento das necessidades de
atividade física diária. A prática de atividade física é
influenciada por características individuais, como
motivação, habilidades motoras e outros
comportamentos, e por características ambientais,
como o acesso a espaços de lazer, custos, barreiras de
disponibilidade temporal e suporte sociocultural
(Camões e Lopes, 2008) (...)”. (Codarin et al, 2010 P.
425)
“(....) No decorrer dos últimos 50 anos, com a
implementação da mecanização do trabalho e das
atividades domésticas, houve redução no gasto
energético das atividades, tornando a atividade física de
lazer relevante no cumprimento das necessidades de
atividade física diária. A prática de atividade física é
influenciada por características individuais, como
motivação, habilidades motoras e outros
comportamentos, e por características ambientais,
como o acesso a espaços de lazer, custos, barreiras de
disponibilidade temporal e suporte sociocultural
(Camões e Lopes, 2008) (...)”. (Codarin et al, 2010 P.
425)
18. O Fator de Risco ‘’Sedentarismo’’
Para reflexão:
“O que é utilizado, desenvolve-se, o que
não o é, desgasta-se... se houver alguma
deficiência de alimento e exercício, o
corpo adoecerá”.
Hipócrates
Para reflexão:
“O que é utilizado, desenvolve-se, o que
não o é, desgasta-se... se houver alguma
deficiência de alimento e exercício, o
corpo adoecerá”.
Hipócrates
19. • O sedentarismo corresponde a uma quantidade insuficiente
de atividade física exercida pelo indivíduo.
Os conceitos mais recentes correlacionam a classificação do
indivíduo com o seu gasto energético considerado um
determinado período de tempo:
• Para a Organização Mundial de Saúde o indivíduo
sedentário é aquele tem um gasto inferior a 2.200 kcal por
semana.
• Outro forma de classificar o indivíduo como sedentário é
conhecer o MET (unidade metabólica) de suas atividades e
convertê-los em kcal (1 MET = 3,5ml de oxigênio/kg/min ou
0,0175 kcal/kg/min). Estes valores foram acoplados no
Compêndio de Atividade Física. Se deseja aprofundar a
abordagem deste tema consulte: FARINATTI, 2007 no link:
http://www.fisiologiadoexercicio.ufscar.br/artigos/a4br.pdf
O Sedentarismo:
quem é considerado sedentário?
20. Lembre-se que gasto energético
abrange todas a ATIVIDADES
FÍSICAS do sujeito o que inclui:
1.Atividade ocupacional;
2.Atividades domésticas;
3.Atividades de locomoção;
4.Atividades de lazer (exercício
físico)
Lembre-se que gasto energético
abrange todas a ATIVIDADES
FÍSICAS do sujeito o que inclui:
1.Atividade ocupacional;
2.Atividades domésticas;
3.Atividades de locomoção;
4.Atividades de lazer (exercício
físico)
O Sedentarismo:
quem é considerado sedentário?
21. Você sabia que para atingir o
consumo de 2.200 calorias
por semana é necessário que
o indivíduo acumule apenas
trinta minutos por dia de
atividade física?
Você sabia que para atingir o
consumo de 2.200 calorias
por semana é necessário que
o indivíduo acumule apenas
trinta minutos por dia de
atividade física?
O Sedentarismo:
quem é considerado sedentário?
22. Exemplo de inquérito, de fácil
aplicação, que investiga o nível
de atividade física dos
pacientes.
23. IPAC curto
Faça o download do questionário no site do Celafisc aqui.
24. A partir deste instrumento ,
identificamos como sedentários
os pacientes INATIVO e
PARCIALMENTE ATIVO.
Exemplo de inquérito, de fácil aplicação, que
investiga o nível de atividade física dos pacientes.
25. Conhecendo o indivíduo antes da prescrição de
atividade física
Porque aplicar um instrumento para este fim?
Pois, embora de modo moderado, a atividade física, expõem o
indivíduo a riscos, particularmente os de natureza
cardiovascular.
Que tipo de instrumento utilizar?
Uma abordagem inicial pode abranger a aplicação de
questionários; identificando-se situações de risco ou
vulnerabilidade, recomenda-se a solicitação de exames
médicos e funcionais, como por exemplo, o ECG de esforço.
O Questionário de Prontidão para Atividade Física (PAR-Q):
O PAR-Q (sigla de Physical Activity Readiness Questionnaire)
tem sido sugerido como padrão mínimo de avaliação pré-
26. O Questionário de Prontidão para Atividade
Física (PAR-Q):
QUESTÕES SIM NÃO
1. Algum médico já disse que você possui algum problema de
coração e que só deveria realizar atividade física supervisionada
por profissionais de saúde?
2. Você sente dores no peito quando pratica atividade física?
3. No último mês, você sentiu dores no peito quando praticava
atividade física?
4. Você apresenta desequilíbrio devido à tontura e/ou perda de
consciência?
5. Você possui algum problema ósseo ou articular que poderia ser
piorado pela atividade física?
6. Você toma atualmente algum medicamento para pressão
arterial e/ou problema de coração?
7. Sabe de alguma outra razão pela qual você não deve realizar
atividade física?
Requer
Avaliação
Comple-
mentar.
Requer
Avaliação
Comple-
mentar.
27. Por que o sedentarismo aumenta o risco de
desenvolver doenças crônicas?
• O sedentarismo e a ausência de adaptações decorrentes do exercício
regular reduzem as reservas fisiológicas do corpo, o que:
1. causas riscos para a saúde;
2. reduz as capacidades físicas dos sujeitos.
• Além do sedentarismo ser um fator de risco importante por si só, ele
exerce influência negativa e direta sobre outros fatores (como
obesidade, hipertensão, metabolismo do colesterol, etc...)
• A inatividade física:
1. aumenta a incidência relativa de: doença arterial coronariana (45%),
infarto agudo do miocárdio (60%), hipertensão arterial (30%), câncer
de cólon (41%) e de mama (31%), diabetes do tipo II (50%) e
osteoporose (59%) (KATZMARZYK & JANSSEN, 2004).
2. Está associada à mortalidade, obesidade, maior incidência de queda e
debilidade física em idosos, dislipidemia, depressão, demência,
ansiedade e alterações do humor (GREGG,PEREIRA & CASPERSEN,
2000).
28.
29. Para melhorar ao máximo as suas
propriedades morfológicas,
fisiológicas, bioquímicas e
metabólicas, o organismo humano
necessita de uma determinada
quantidade de atividade motora ao
longo da vida.
30. O uso adequado da
musculatura esquelética, com
as suas consequências
fisiológicas adaptativas para
todos os demais sistemas, faz
parte do “manual de
instruções” do corpo.
31. - Favorece o alcance ou a manutenção do peso ideal.
- Reduz o risco de morte por doenças cardiovasculares.
- Reduz o risco de desenvolver diabetes, hipertensão e
câncer de cólon e mama.
- Contribui para a melhor do perfil lipídico.
- Contribui para a melhor do de saúde mental.
- Propicia a manutenção de ossos e articulação mais
saudáveis.
- Aumenta a força muscular.
- Melhora o funcionamento corporal e preserva as
capacidades físicas.
- Possui correlação favorável com redução do tabagismo e
abuso de álcool e drogas;
- Aumenta o bem-estar e a auto-estima.
32. - Favorece o alcance ou a manutenção do peso ideal.
- Reduz o risco de morte por doenças cardiovasculares.
- Reduz o risco de desenvolver diabetes, hipertensão e câncer de cólon e
mama.
- Contribui para a melhor do perfil lipídico.
- Contribui para a melhor do de saúde mental.
- Propicia a manutenção de ossos e articulação mais saudáveis.
- Aumenta a força muscular.
- Melhora o funcionamento corporal e preserva as capacidades físicas.
- Possui correlação favorável com redução do tabagismo e abuso de álcool
e drogas;
- Aumenta o bem-estar e a auto-estima.
A prática de atividade física, contrariamente
ao sedentarismo, atua positivamente sobre a
saúde dos indivíduos, pois:
A prática de atividade física, contrariamente
ao sedentarismo, atua positivamente sobre a
saúde dos indivíduos, pois:
33. A partir disto, identificamos:
1.A inatividade física associada a incidência e severidade das doenças
crônicas.
2.A relação inversa do exercício físico/atividade física com a manifestação
dessas doenças.
3.A relação positiva do exercício físico/atividade física com a qualidade de
vida.
Assim sendo:
•Identificamos o sedentarismo como um problema de saúde pública;
•O exercício físico/atividade física como uma das ferramentas terapêuticas
mais importantes na promoção de saúde (...).
A partir disto, identificamos:
1.A inatividade física associada a incidência e severidade das doenças
crônicas.
2.A relação inversa do exercício físico/atividade física com a manifestação
dessas doenças.
3.A relação positiva do exercício físico/atividade física com a qualidade de
vida.
Assim sendo:
•Identificamos o sedentarismo como um problema de saúde pública;
•O exercício físico/atividade física como uma das ferramentas terapêuticas
mais importantes na promoção de saúde (...).
Fonte: : ANS (BRASIL). “Manual Técnico de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e
Doenças na Saúde Suplementar”. 2006.
Link: http://www.ans.gov.br/portal/upload/biblioteca/manual_ans.pdf
34. • Pelo menos 30 min diários, 5 vezes na semana o que
garante um consumos de 2200 kcal/semana.
• Considerar que um programa de exercícios físicos
deve contemplar estímulos: aeróbio, de resistência
muscular e de flexibilidade/alongamento.
Prescreva Atividade Física!
35. De modo geral recomenda-se (considerando indivíduos adultos
saudáveis:
Atividade aeróbia:
-de intensidade moderada (POR EXEMPLO, uma caminhada acelerada):
no mínimo 30 min, 5 dias por semana
- atividades intensas (POR EXEMPLO, uma corrida): cerca de 3 vezes
por semana, pelo menos 20 min por dia.
ExercícIos resistidos:
-no mínimo 2 vezes na semana com programa com cerca de 8-10
exercícios realizados em dias alternados e priorizando os maiores
grupos musculares; utilizar de 8 -12 repetições de cada exercício.
Treinamento da flexibilidade:
Abranger exercícios globais realizados lentamente, até causar ligeiro
desconforto os quais devem ser mantidos por cerca de 20 segundos.
(Nelson, 1994; Haskell, 2007)
De modo geral recomenda-se (considerando indivíduos adultos
saudáveis:
Atividade aeróbia:
-de intensidade moderada (POR EXEMPLO, uma caminhada acelerada):
no mínimo 30 min, 5 dias por semana
- atividades intensas (POR EXEMPLO, uma corrida): cerca de 3 vezes
por semana, pelo menos 20 min por dia.
ExercícIos resistidos:
-no mínimo 2 vezes na semana com programa com cerca de 8-10
exercícios realizados em dias alternados e priorizando os maiores
grupos musculares; utilizar de 8 -12 repetições de cada exercício.
Treinamento da flexibilidade:
Abranger exercícios globais realizados lentamente, até causar ligeiro
desconforto os quais devem ser mantidos por cerca de 20 segundos.
(Nelson, 1994; Haskell, 2007)
Prescreva Atividade Física!
37. Bibliografia
• American College of Sports Medicine. ACSM’s guidelines for exercise testing and
prescription. 6th ed. Philadelphia: Lippincott, Williams & Wilkins; 2000.
• Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). Manual técnico de promoção da
saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar Agência Nacional de
Saúde Suplementar. Rio de Janeiro : ANS, 2006. 65p.
• Carvalho T, et al. Atividade Física e Saúde. Projeto Diretrizes da Associação Médica
Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Sociedade Brasileira de Medicina do
Esporte. Agosto de 2011. Disponível em:
http://www.bibliomed.com.br/diretrizes/pdf/atividade_fisica_saude.pdf.
• CODARIN, Maria Alice Franzini et al . Associação entre prática de atividade física,
escolaridade e perfil alimentar de motoristas de caminhão. Saude soc., São Paulo, v.
19, n. 2, June 2010.
• FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE MEDICINA DESPORTIVA. A inatividade física aumenta
os fatores de risco para a saúde e a capacidade física. Rev Bras Med Esporte [online].
1998, vol.4, n.2, pp. 69-70. ISSN 1517-8692.
• GALUANO, B. TINUCCI, T. Sedentarismo, exercício físico e doenças crônicas. Rev. bras.
Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.25, p.37-43, dez. 2011 N. esp. P. 37-43.
• HASKELL W. L.,et al. Physical activity and public health: updated recommendation for
adults from the American College of Sports. Medicine and the American Heart
Association. Med. Sci. Sports Exerc. 39:1423–1434, 2007.
• NELSON ME, et al. Effects of high-intensity strength training on multiple risk factors for
osteoporotic fractures. A randomized controlled trial JAMA 1994; 272:1909-14.
38. Este trabalho está licenciado sob uma licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-Compartilha
Igual 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/