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REDAF-

Junho 2013
Volume 6, Número 2

REVISTA

DE

DESPORTO

E

ATIVIDADE FÍSICA

Nutrição na atividade física e estilos de vida saudáveis: Novas perspetivas

Ana Afonso Sousa1,Diogo Santos Teixeira1,Valter Pinheiro1,Clarissa Printes1

1

Instituto Superior de Ciências Educativas: Departamento de Ciências do Desporto

Resumo
O

atual

paradigma

civilizacional

apresenta

várias

características

influenciadoras da saúde do ser humano. Desta forma, o estilo de vida da cada
individuo pode contribuir para um aumento ou diminuição dos seus índices de
saúde, sendo que a alimentação e atividade física exercem um papel preponderante
nesta questão.
Com base nestas preocupações de maior impato social, o objetivo deste
trabalho consiste em analisar as mais recentes tendências da investigação ao nível
da nutrição, atividade física e estilos de vida saudáveis, servindo de introdução à
edição especial sobre novas tendências no desporto e atividade física a Revista
Eletrónica de Desporto e Atividade Física, manifestando recomendações gerais
aplicáveis à modificação dos estilos de vida da população.
Várias recomendações são realizadas tendo em conta as evidências
apresentadas e tendências futuras que se manifestam ao nível (1) da prática de
atividade física, (2) da abordagem médica no estilo de vida de forma mais
personalizada, (3) da reavaliação e exploração do potencial dos aparelhos eletrónicos
e novas tecnologias, (4) do acompanhamento do desenvolvimento das áreas da
metabonómica, nutrigenética e epigenética na sua relação com os biomarcadores e
variabilidade genética humana (5) e aconselhamento nutricional individualizado

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|
2
ajustado às características de cada pessoa, sendo que se evidencia a importância
desta ação nos idosos.

Abstract
The current civilizational paradigm has several characteristics influencing the
health of human beings. Thus, the lifestyle of each individual can contribute to an
increase or decrease in their levels of health, whereas nutrition and physical activity
play an important role in this issue.
Based on these concerns of greater social impact, the objective of this study
is to examine the most recent research trends in terms of nutrition, physical activity
and healthy lifestyles, serving as an introduction to the special issue on new trends
in sport and physical activity of Revista Eletrónica de Desporto e Atividade Física,
expressing general recommendations applicable to the modification of lifestyles of
the population.
Several recommendations are made taking into account the evidence
presented and future trends, manifested at the level (1) of physical activity, (2) the
medical approach in lifestyle in a more personalized way, (3) the re-evaluation and
exploration potential of electronic devices and new technologies, (4) monitoring the
development of areas of metabonomics, nutrigenetics and epigenetics in their
relationship with biomarkers and genetic variability of human (5) and individualized
nutrition counseling tailored to the characteristics of each person, with highlights to
the importance of this action in the elderly.

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3
O paradigma atual
O

atual

paradigma

civilizacional

apresenta

várias

características

influenciadoras da saúde do ser humano. A nossa evolução levou a um aumento
gradual da nossa qualidade de vida, que se manifestou no aumento da esperança
média de vida e no aumento da população. Por outro lado, o afastamento gradual do
estilo de vida característico do desenvolvimento da nossa espécie levou ao
desenvolvimento de outros problemas e desafios que se manifestam como difíceis
de transpor e que não se presentam como promotores da nossa saúde, qualidade de
vida e longevidade (Teixeira & Palmeira, 2013).
Verificou-se recentemente que o aumento continuo e gradual da esperança
média de vida que tem vindo a ser observável na era moderna pode vir a acabar,
sendo que as crianças a nascer nesta década poderão, em média, e pela primeira
vez, viver menos tempo e menos saudáveis do que os seus pais (Olshansky et al.,
2005; WHO, 2011).
Desta forma, o estilo de vida da cada individuo pode contribuir para um
aumento ou diminuição dos seus índices de saúde, sendo que a alimentação e
atividade física exercem um papel preponderante nesta questão. Estilo de vida é o
termo

utilizado

para

descrever

o

modo

como

os

indivíduos

vivem

e

o

comportamento que manifestam diariamente no que diz respeito às suas diferentes
dimensões: física, psicológica, social e económica (Trovato, 2012).
As doenças relacionadas com o estilo de vida, cuja frequência tem aumentado
nos países industrializados onde a esperança média de vida é maior, nomeadamente
doenças crónicas e degenerativas, tais como, problemas cardíacos, diabetes,
obesidade, cancro, entre outras, parecem dever-se à exposição prolongada a
comportamentos-chave modificáveis, como o uso de tabaco, o consumo de uma
dieta desequilibrada, a inactividade física, e elevados níveis de stress (Minich &
Bland, 2013; Trovato, 2012).

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4
Por outro lado, a combinação entre a prática de exercício físico regular, o
consumo de uma dieta saudável, não apresentar hábitos tabágicos, e manter um
peso saudável parecem estar associados a uma redução de 80% no risco de
desenvolver as doenças crónicas mais comuns (Trovato, 2012).
Nos

últimos

anos,

várias

organizações

científicas

têm

publicado

recomendações ao nível da nutrição e da atividade física para a população geral,
tendo por base a investigação científica e o conhecimento da prática clínica, com o
objectivo de prevenir ou tratar doenças relacionadas com o estilo de vida (Trovato,
2012; Minich & Bland, 2013).
A obesidade é uma destas doenças, que apresenta co-morbilidades graves ao
nível

da

saúde

física

e

psicológica,

tais

como

as

já

referidas

doenças

cardiovasculares, a diabetes, o cancro, e outras como a artrite, as patologias
hepáticas e renais, e a apneia do sono, o desenvolvimento de depressão ou sintomas
depressivos, e o comprometimento da qualidade de vida (Calderon, Yucha &
Schaffer, 2005; Sjöberg et al., 2005; Hayden-Wade et al., 2005; Barlow et al., 2007;
Pi-Sunyer, 2009).
Com base nestas preocupações de maior impato social, o objetivo deste
trabalho consiste em analisar as mais recentes tendências da investigação ao nível
da nutrição, atividade física e estilos de vida saudáveis, servindo de introdução à
edição especial sobre novas tendências no desporto e atividade física a Revista
Eletrónica de Desporto e Atividade Física, manifestando recomendações gerais
aplicáveis à modificação dos estilos de vida da população.
Novas tendências
As mais recentes recomendações dietéticas das principais instituições
científicas e governamentais sugerem o controlo do peso através do incentivo ao
consumo de frutas, vegetais, peixe e cereais integrais, sendo por outro lado
desencorajado o consumo de gorduras saturadas, açúcar refinado, sal e álcool
(UHSS, 2010; USDA, 2010; WHO, 2012).

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5
A dieta mediterrânica com origem nos países do sul da Europa, é um padrão
alimentar dos mais estudados pela comunidade científica, e que apresenta
características que vão ao encontro da maioria destas recomendações, privilegiando
o consumo de frutas e vegetais, leguminosas, frutos secos e sementes, confecção e
tempero simples das refeições nas quais se utiliza o azeite e ervas aromáticas,
consumo moderado de peixe, carnes magras, e vinho, sendo rara a ingestão de
açúcares refinados (Altomare et al., 2013; Couto et al., 2011). Esta forma de
alimentação tem apresentado efeitos benéficos na saúde, nomeadamente ao nível da
proteção cardiovascular, prevenção de cancros, obesidade e diabetes mellitus, assim
como na melhoria da função cognitiva (Altomare, et al., 2013; May et al., 2012,
Martinez-Gonzalez et al. 2012; Couto et al., 2011; The InterAct Consortium, 2011;
Féart, Samieri & Barberger-Gateau, 2010).
No que diz respeito à atividade física as recomendações da Organização
Mundial de Saúde para adultos foram definidas tendo como objectivo a melhoria da
função cardiorrespiratória e muscular, da saúde óssea, do risco de desenvolver
doenças não transmissíveis, e depressão. Assim, é recomendada a prática de
atividade física aeróbia de intensidade moderada pelo menos 150 minutos por dia,
que deve ser realizada em períodos mínimos de 10 minutos de duração; e para
maiores benefícios os adultos devem praticar atividade física moderada 300 minutos
por semana, ou cumprir 150 minutos de atividade vigorosa, ou ainda uma
combinação equivalente destas intensidades; além disso, o exercício de força deve
ser efectuado com o envolvimento de grupos musculares major em 2 ou mais dias
da semana (WHO, 2010).
Nos últimos oito anos tem sido realizado um questionário anual de
tendências do fitness ao nível mundial, pelo American College of Sports Medicine
Health & Fitness Journal. Na edição de 2014 foram avaliadas 38 tendências, das
quais 25 foram definidas pelos editores do jornal, abrangendo os quatro sectores da
indústria do fitness (corporativo, clínico, comunitário e comercial).

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O questionário foi enviado a 28924 profissionais de exercício e saúde, tendo
sido obtidas 3815 respostas. Os resultados revelaram como principal tendência para
2014, o treino intervalado de elevada intensidade que envolve a execução de
exercícios de elevada intensidade, seguidos de curtos períodos de descanso ou
recuperação. A segunda maior tendência reportada é o treino com o peso corporal,
que tem sido praticado ao longo dos tempos pelas pessoas, e que se torna
actualmente num programa de treino popular em ginásios. Como terceira tendência
é descrito o treino realizado por profissionais graduados, experientes e certificados.
Uma vez, que o mercado do fitness está em crescimento e cada vez mais
competitivo, é necessária uma maior regulação nesta área (Thompson, 2013).
Os exercícios menos reportados pelos profissionais do fitness e que saem das
20 tendências mais reportadas são a Zumba, o Spinning (ciclismo in-door), treino
específico no desporto, e referências dadas pelo médico (Thompson, 2013).
Uma outra tendência atual é o uso cada vez mais frequente das novas
tecnologias na melhoria da saúde. O consumo cada vez maior de smartphones e
tablets, tem levado ao desenvolvimento de programas informáticos para estes
aparelhos, correntemente designados de aplicações ou “apps” (Hebden et al., 2012).
As aplicações no âmbito da saúde têm o potencial de ser acessíveis a um
grande número de pessoas, em qualquer lugar e a qualquer hora, com um custobenefício favorável (Cocker et al., 2012; Hebden et al., 2012). Muitas das aplicações
apresentam conteúdos sobre nutrição e atividade física, embora algumas sejam
desenvolvidas pelo sector comercial, focando-se mais nas calorias, e menos nas
recomendações clínicas e na mudança do comportamento (Hebden et al., 2012;
Dennison et al., 2013). Neste âmbito, seria importante que futuramente as
aplicações sejam desenvolvidas por profissionais qualificados que estabeleçam
objectivos de acordo com as recomendações, que promovam uma adequada e efetiva
mudança de comportamento, e que sejam aplicadas estratégias para prolongar o seu
uso ao longo do tempo, pois a sua utilização pode ser irregular e/ou de curta
duração (Hebden et al., 2012; Dennison et al., 2013).

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Os videojogos são outra tecnologia muito utilizada hoje em dia quer por
jovens, quer por adultos. Neste sentido, seria importante desenvolver estratégias
que permitam diminuir os efeitos negativos deste comportamento sedentário. Um
exemplo são os videojogos interativos, ou seja, jogos que requerem atividade física
além do habitual controlo de mãos, e que possibilitam um dispêndio energético
correspondente a uma atividade física leve a moderada (Biddiss & Irwin, 2010).
Embora estes videojogos apresentem um gasto energético superior às atividades
sedentárias, o seu nível de dispêndio energético não é equivalente a praticar um
desporto estruturado, nem atinge as recomendações diárias de exercício. Não sendo
um substituto, esta tecnologia pode ser um complemento do exercício físico regular
(Rizzo, Lange, Suma & Bolas, 2011).
As tecnologias de realidade virtual podem ser uma plataforma na promoção
de comportamentos desejáveis à saúde como a alimentação e a atividade física,
através de abordagens de ensino personalizado e de reforço motivacional, bem
como através das redes sociais (Ershow, Peterson, Riley, Rizzo & Wansink, 2011).
Nos últimos anos coloca-se a questão se as recomendações para a população
em geral serão suficientes para abranger a diversidade existente entre cada
indivíduo, o qual é afectado por diversas variáveis como a idade, a fase do ciclo de
vida, o género, a história clínica e familiar, o estado nutricional, a etnia, os hábitos
do estilo de vida, a medicação e suplementação alimentar, a genética e a epigenética
(Minich & Bland, 2013).
Verifica-se que a população portuguesa está envelhecida, tendência que
tende a agravar-se nos próximos anos. Sabe-se que nesta população há uma maior
fragilidade em cada individuo e que muitos se encontram mal-nutridos. Estas
questões podem levar a sérios problemas de saúde como mortalidade aumentada,
morbilidade, dependência, institucionalização e qualidade de vida reduzida (Dorner
et al., 2013; Ramage-Morin & Garriquet, 2013; von Arnim, Dismar, Ott-Renzer,
Noeth, Ludolph & Biesalski, 2013). Tem sido sugerido que um aconselhamento
nutricional individualizado pode ser utilizado para superar as necessidades de cada

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pessoa face à sua situação de vida (Dorner et al., 2013; Ramage-Morin & Garriquet,
2013).
Atualmente com o progresso na indústria alimentar e no estudo das ciências
da nutrição, surge uma nova abordagem nutricional que pretende enquadrar os
conhecimentos da genética, da biologia molecular e da bioquímica, com vista a um
aconselhamento mais personalizado (Norheim et al., 2012; Ronteltap et al., 2013;
Trovato, 2012). Os factores ambientais em conjunto com o estilo de vida parecem
apresentar impacto na carga genética individual e consequentemente no estado de
saúde dos indivíduos (Alegría-Torres et al. 2012).
As

evidências

científicas

apontam

para

que

factores

ambientais

e

comportamentos do estilo de vida, nos quais se incluem a alimentação e a prática de
atividade física, podem influenciar os mecanismos epigenéticos (Alegría-Torres et al.
2012).
Os mecanismos epigenéticos são parâmetros genómicos flexíveis, que podem
mudar a função do genoma através de influência exógena, mas também permitem a
propagação da atividade dos genes de uma geração de células para outra (AlegríaTorres et al. 2012). De salientar, que estas alterações nos marcadores epigenéticos
parecem estar associadas a variadas doenças como cancros, doenças degenerativas e
desordens cromossómicas, problemas cardíacos, entre outras (Alegría-Torres et al.
2012; Santos-Rebouças e Pimentel, 2007).
Pela importância que pode ter ao nível do avanço na melhoria da saúde, na revisão
de Alegría-Torres e colaboradores (2012) sugere-se a oportunidade que os cientistas
têm de aprofundar melhor de que forma os marcadores epigenéticos estão
dependentes dos factores do estilo de vida, e quanto pode ser modificado nestes
mecanismos, através de mudanças positivas ou negativas no estilo de vida,
adquiridas e sustentadas ao longo do tempo.
A perspectiva de uma abordagem nutricional mais personalizada integra
também o estudo das complexas interações entre os vários componentes de um

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alimento e o sistema de regulação do metabolismo humano (Xie, Li, Li & Jia, 2013).
Segundo Rezzi et al. (2007), determinadas preferências alimentares podem
influenciar o estado metabólico basal e a atividade microbiana no intestino, o que
pode gerar consequências na saúde a longo prazo.
Neste sentido, torna-se importante fazer uma adequada avaliação da ingestão
e exposição aos nutrientes, procedendo à apreciação da sua biodisponibilidade, bem
como da eficácia e atividade biológica dos mesmos através da identificação de
marcadores biológicos válidos. No entanto, a interpretação destes biomarcadores
pode ser influenciada pela variabilidade genética humana, sendo fundamental aplicar
de forma integrada as descobertas das áreas metabonómica, nutrigenética e
epigenética (Rubio-Aliaga et al. 2012).
No que diz respeito à prática regular de atividade física, segundo a revisão de
Pérusse e colaboradores (2013), os estudos têm demonstrado efeitos positivos no
Índice de massa corporal (IMC), e na adiposidade em indivíduos com maior risco de
desenvolver obesidade, de acordo com o genótipo dos mesmos. Na mesma revisão é
reportado que o nível sérico de triglicéridos parece também ser influenciado pelas
interações entre um polimorfismo de nucleótico único num determinado gene
(NOS3) e o nível de atividade física (Pérusse et al., 2013). Num outro estudo, a
prática de atividade física parece estar relacionada com um mecanismo epigenético
responsável

por

menores

respostas

inflamatórias

e

menor

instabilidade

cromossómica (Alegría-Torres et al., 2012).
Estes dados fornecem uma ideia do potencial que a investigação neste campo
pode representar na evolução dos cuidados de saúde, embora sejam necessários
mais

estudos

com

metodologias

mais

rigorosas

de

forma

ajustadamente as recomendações para a população.

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a

definir

mais
10
Recomendações
O ser humano possui uma extraordinária capacidade de adaptação. No
entanto, a rapidez com que a nossa civilização evolui pode ser superior à capacidade
que temos para nos adaptarmos. Da interpretação que fazemos aos estudos mais
recentes, verificamos que (1) é recomendada a prática de atividade física aeróbia de
intensidade moderada pelo menos 150 minutos por dia, que deve ser realizada em
períodos mínimos de 10 minutos de duração; e para maiores benefícios os adultos
devem praticar atividade física moderada 300 minutos por semana, ou cumprir 150
minutos de atividade vigorosa, ou ainda uma combinação equivalente destas
intensidades; além disso, o exercício de força deve ser efectuado com o
envolvimento de grupos musculares major em 2 ou mais dias da semana; (2) será
importante uma transição para uma abordagem médica no estilo de vida mais
personalizado. Esta abordagem integra o conhecimento de várias áreas científicas e
tecnológicas, que permitem adequar e adaptar a dieta e o exercício físico a cada
individuo, com o intuito de alcançar a máxima saúde e bem-estar; (3) reavaliar e
explorar o potencial dos aparelhos eletrónicos como smartphones, tablets, entre
outros, uma vez que possibilitam a um grande número de pessoas aceder a
informação sobre alimentação e exercício. Estes aparelhos podem ser uma
ferramenta útil e motivadora para um estilo de vida mais saudável e/ou para estudos
científicos

que

envolvam

a

análise

destas

variáveis;

(4)

acompanhar

o

desenvolvimento das áreas da metabonómica, nutrigenética e epigenética na sua
relação com os biomarcadores e variabilidade genética humana, pois parecem uma
área de grande desenvolvimento nos próximos anos e que maior influência poderá
ter na saúde do ser Humano; (5) aconselhamento nutricional individualizado
ajustado às características de cada pessoa, e em particular às dos idosos.

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11

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Nutrição, atividade física e estilos de vida saudáveis

  • 1. REDAF- Junho 2013 Volume 6, Número 2 REVISTA DE DESPORTO E ATIVIDADE FÍSICA Nutrição na atividade física e estilos de vida saudáveis: Novas perspetivas Ana Afonso Sousa1,Diogo Santos Teixeira1,Valter Pinheiro1,Clarissa Printes1 1 Instituto Superior de Ciências Educativas: Departamento de Ciências do Desporto Resumo O atual paradigma civilizacional apresenta várias características influenciadoras da saúde do ser humano. Desta forma, o estilo de vida da cada individuo pode contribuir para um aumento ou diminuição dos seus índices de saúde, sendo que a alimentação e atividade física exercem um papel preponderante nesta questão. Com base nestas preocupações de maior impato social, o objetivo deste trabalho consiste em analisar as mais recentes tendências da investigação ao nível da nutrição, atividade física e estilos de vida saudáveis, servindo de introdução à edição especial sobre novas tendências no desporto e atividade física a Revista Eletrónica de Desporto e Atividade Física, manifestando recomendações gerais aplicáveis à modificação dos estilos de vida da população. Várias recomendações são realizadas tendo em conta as evidências apresentadas e tendências futuras que se manifestam ao nível (1) da prática de atividade física, (2) da abordagem médica no estilo de vida de forma mais personalizada, (3) da reavaliação e exploração do potencial dos aparelhos eletrónicos e novas tecnologias, (4) do acompanhamento do desenvolvimento das áreas da metabonómica, nutrigenética e epigenética na sua relação com os biomarcadores e variabilidade genética humana (5) e aconselhamento nutricional individualizado [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com |
  • 2. 2 ajustado às características de cada pessoa, sendo que se evidencia a importância desta ação nos idosos. Abstract The current civilizational paradigm has several characteristics influencing the health of human beings. Thus, the lifestyle of each individual can contribute to an increase or decrease in their levels of health, whereas nutrition and physical activity play an important role in this issue. Based on these concerns of greater social impact, the objective of this study is to examine the most recent research trends in terms of nutrition, physical activity and healthy lifestyles, serving as an introduction to the special issue on new trends in sport and physical activity of Revista Eletrónica de Desporto e Atividade Física, expressing general recommendations applicable to the modification of lifestyles of the population. Several recommendations are made taking into account the evidence presented and future trends, manifested at the level (1) of physical activity, (2) the medical approach in lifestyle in a more personalized way, (3) the re-evaluation and exploration potential of electronic devices and new technologies, (4) monitoring the development of areas of metabonomics, nutrigenetics and epigenetics in their relationship with biomarkers and genetic variability of human (5) and individualized nutrition counseling tailored to the characteristics of each person, with highlights to the importance of this action in the elderly. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 3. 3 O paradigma atual O atual paradigma civilizacional apresenta várias características influenciadoras da saúde do ser humano. A nossa evolução levou a um aumento gradual da nossa qualidade de vida, que se manifestou no aumento da esperança média de vida e no aumento da população. Por outro lado, o afastamento gradual do estilo de vida característico do desenvolvimento da nossa espécie levou ao desenvolvimento de outros problemas e desafios que se manifestam como difíceis de transpor e que não se presentam como promotores da nossa saúde, qualidade de vida e longevidade (Teixeira & Palmeira, 2013). Verificou-se recentemente que o aumento continuo e gradual da esperança média de vida que tem vindo a ser observável na era moderna pode vir a acabar, sendo que as crianças a nascer nesta década poderão, em média, e pela primeira vez, viver menos tempo e menos saudáveis do que os seus pais (Olshansky et al., 2005; WHO, 2011). Desta forma, o estilo de vida da cada individuo pode contribuir para um aumento ou diminuição dos seus índices de saúde, sendo que a alimentação e atividade física exercem um papel preponderante nesta questão. Estilo de vida é o termo utilizado para descrever o modo como os indivíduos vivem e o comportamento que manifestam diariamente no que diz respeito às suas diferentes dimensões: física, psicológica, social e económica (Trovato, 2012). As doenças relacionadas com o estilo de vida, cuja frequência tem aumentado nos países industrializados onde a esperança média de vida é maior, nomeadamente doenças crónicas e degenerativas, tais como, problemas cardíacos, diabetes, obesidade, cancro, entre outras, parecem dever-se à exposição prolongada a comportamentos-chave modificáveis, como o uso de tabaco, o consumo de uma dieta desequilibrada, a inactividade física, e elevados níveis de stress (Minich & Bland, 2013; Trovato, 2012). [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 4. 4 Por outro lado, a combinação entre a prática de exercício físico regular, o consumo de uma dieta saudável, não apresentar hábitos tabágicos, e manter um peso saudável parecem estar associados a uma redução de 80% no risco de desenvolver as doenças crónicas mais comuns (Trovato, 2012). Nos últimos anos, várias organizações científicas têm publicado recomendações ao nível da nutrição e da atividade física para a população geral, tendo por base a investigação científica e o conhecimento da prática clínica, com o objectivo de prevenir ou tratar doenças relacionadas com o estilo de vida (Trovato, 2012; Minich & Bland, 2013). A obesidade é uma destas doenças, que apresenta co-morbilidades graves ao nível da saúde física e psicológica, tais como as já referidas doenças cardiovasculares, a diabetes, o cancro, e outras como a artrite, as patologias hepáticas e renais, e a apneia do sono, o desenvolvimento de depressão ou sintomas depressivos, e o comprometimento da qualidade de vida (Calderon, Yucha & Schaffer, 2005; Sjöberg et al., 2005; Hayden-Wade et al., 2005; Barlow et al., 2007; Pi-Sunyer, 2009). Com base nestas preocupações de maior impato social, o objetivo deste trabalho consiste em analisar as mais recentes tendências da investigação ao nível da nutrição, atividade física e estilos de vida saudáveis, servindo de introdução à edição especial sobre novas tendências no desporto e atividade física a Revista Eletrónica de Desporto e Atividade Física, manifestando recomendações gerais aplicáveis à modificação dos estilos de vida da população. Novas tendências As mais recentes recomendações dietéticas das principais instituições científicas e governamentais sugerem o controlo do peso através do incentivo ao consumo de frutas, vegetais, peixe e cereais integrais, sendo por outro lado desencorajado o consumo de gorduras saturadas, açúcar refinado, sal e álcool (UHSS, 2010; USDA, 2010; WHO, 2012). [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 5. 5 A dieta mediterrânica com origem nos países do sul da Europa, é um padrão alimentar dos mais estudados pela comunidade científica, e que apresenta características que vão ao encontro da maioria destas recomendações, privilegiando o consumo de frutas e vegetais, leguminosas, frutos secos e sementes, confecção e tempero simples das refeições nas quais se utiliza o azeite e ervas aromáticas, consumo moderado de peixe, carnes magras, e vinho, sendo rara a ingestão de açúcares refinados (Altomare et al., 2013; Couto et al., 2011). Esta forma de alimentação tem apresentado efeitos benéficos na saúde, nomeadamente ao nível da proteção cardiovascular, prevenção de cancros, obesidade e diabetes mellitus, assim como na melhoria da função cognitiva (Altomare, et al., 2013; May et al., 2012, Martinez-Gonzalez et al. 2012; Couto et al., 2011; The InterAct Consortium, 2011; Féart, Samieri & Barberger-Gateau, 2010). No que diz respeito à atividade física as recomendações da Organização Mundial de Saúde para adultos foram definidas tendo como objectivo a melhoria da função cardiorrespiratória e muscular, da saúde óssea, do risco de desenvolver doenças não transmissíveis, e depressão. Assim, é recomendada a prática de atividade física aeróbia de intensidade moderada pelo menos 150 minutos por dia, que deve ser realizada em períodos mínimos de 10 minutos de duração; e para maiores benefícios os adultos devem praticar atividade física moderada 300 minutos por semana, ou cumprir 150 minutos de atividade vigorosa, ou ainda uma combinação equivalente destas intensidades; além disso, o exercício de força deve ser efectuado com o envolvimento de grupos musculares major em 2 ou mais dias da semana (WHO, 2010). Nos últimos oito anos tem sido realizado um questionário anual de tendências do fitness ao nível mundial, pelo American College of Sports Medicine Health & Fitness Journal. Na edição de 2014 foram avaliadas 38 tendências, das quais 25 foram definidas pelos editores do jornal, abrangendo os quatro sectores da indústria do fitness (corporativo, clínico, comunitário e comercial). [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 6. 6 O questionário foi enviado a 28924 profissionais de exercício e saúde, tendo sido obtidas 3815 respostas. Os resultados revelaram como principal tendência para 2014, o treino intervalado de elevada intensidade que envolve a execução de exercícios de elevada intensidade, seguidos de curtos períodos de descanso ou recuperação. A segunda maior tendência reportada é o treino com o peso corporal, que tem sido praticado ao longo dos tempos pelas pessoas, e que se torna actualmente num programa de treino popular em ginásios. Como terceira tendência é descrito o treino realizado por profissionais graduados, experientes e certificados. Uma vez, que o mercado do fitness está em crescimento e cada vez mais competitivo, é necessária uma maior regulação nesta área (Thompson, 2013). Os exercícios menos reportados pelos profissionais do fitness e que saem das 20 tendências mais reportadas são a Zumba, o Spinning (ciclismo in-door), treino específico no desporto, e referências dadas pelo médico (Thompson, 2013). Uma outra tendência atual é o uso cada vez mais frequente das novas tecnologias na melhoria da saúde. O consumo cada vez maior de smartphones e tablets, tem levado ao desenvolvimento de programas informáticos para estes aparelhos, correntemente designados de aplicações ou “apps” (Hebden et al., 2012). As aplicações no âmbito da saúde têm o potencial de ser acessíveis a um grande número de pessoas, em qualquer lugar e a qualquer hora, com um custobenefício favorável (Cocker et al., 2012; Hebden et al., 2012). Muitas das aplicações apresentam conteúdos sobre nutrição e atividade física, embora algumas sejam desenvolvidas pelo sector comercial, focando-se mais nas calorias, e menos nas recomendações clínicas e na mudança do comportamento (Hebden et al., 2012; Dennison et al., 2013). Neste âmbito, seria importante que futuramente as aplicações sejam desenvolvidas por profissionais qualificados que estabeleçam objectivos de acordo com as recomendações, que promovam uma adequada e efetiva mudança de comportamento, e que sejam aplicadas estratégias para prolongar o seu uso ao longo do tempo, pois a sua utilização pode ser irregular e/ou de curta duração (Hebden et al., 2012; Dennison et al., 2013). [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 7. 7 Os videojogos são outra tecnologia muito utilizada hoje em dia quer por jovens, quer por adultos. Neste sentido, seria importante desenvolver estratégias que permitam diminuir os efeitos negativos deste comportamento sedentário. Um exemplo são os videojogos interativos, ou seja, jogos que requerem atividade física além do habitual controlo de mãos, e que possibilitam um dispêndio energético correspondente a uma atividade física leve a moderada (Biddiss & Irwin, 2010). Embora estes videojogos apresentem um gasto energético superior às atividades sedentárias, o seu nível de dispêndio energético não é equivalente a praticar um desporto estruturado, nem atinge as recomendações diárias de exercício. Não sendo um substituto, esta tecnologia pode ser um complemento do exercício físico regular (Rizzo, Lange, Suma & Bolas, 2011). As tecnologias de realidade virtual podem ser uma plataforma na promoção de comportamentos desejáveis à saúde como a alimentação e a atividade física, através de abordagens de ensino personalizado e de reforço motivacional, bem como através das redes sociais (Ershow, Peterson, Riley, Rizzo & Wansink, 2011). Nos últimos anos coloca-se a questão se as recomendações para a população em geral serão suficientes para abranger a diversidade existente entre cada indivíduo, o qual é afectado por diversas variáveis como a idade, a fase do ciclo de vida, o género, a história clínica e familiar, o estado nutricional, a etnia, os hábitos do estilo de vida, a medicação e suplementação alimentar, a genética e a epigenética (Minich & Bland, 2013). Verifica-se que a população portuguesa está envelhecida, tendência que tende a agravar-se nos próximos anos. Sabe-se que nesta população há uma maior fragilidade em cada individuo e que muitos se encontram mal-nutridos. Estas questões podem levar a sérios problemas de saúde como mortalidade aumentada, morbilidade, dependência, institucionalização e qualidade de vida reduzida (Dorner et al., 2013; Ramage-Morin & Garriquet, 2013; von Arnim, Dismar, Ott-Renzer, Noeth, Ludolph & Biesalski, 2013). Tem sido sugerido que um aconselhamento nutricional individualizado pode ser utilizado para superar as necessidades de cada [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 8. 8 pessoa face à sua situação de vida (Dorner et al., 2013; Ramage-Morin & Garriquet, 2013). Atualmente com o progresso na indústria alimentar e no estudo das ciências da nutrição, surge uma nova abordagem nutricional que pretende enquadrar os conhecimentos da genética, da biologia molecular e da bioquímica, com vista a um aconselhamento mais personalizado (Norheim et al., 2012; Ronteltap et al., 2013; Trovato, 2012). Os factores ambientais em conjunto com o estilo de vida parecem apresentar impacto na carga genética individual e consequentemente no estado de saúde dos indivíduos (Alegría-Torres et al. 2012). As evidências científicas apontam para que factores ambientais e comportamentos do estilo de vida, nos quais se incluem a alimentação e a prática de atividade física, podem influenciar os mecanismos epigenéticos (Alegría-Torres et al. 2012). Os mecanismos epigenéticos são parâmetros genómicos flexíveis, que podem mudar a função do genoma através de influência exógena, mas também permitem a propagação da atividade dos genes de uma geração de células para outra (AlegríaTorres et al. 2012). De salientar, que estas alterações nos marcadores epigenéticos parecem estar associadas a variadas doenças como cancros, doenças degenerativas e desordens cromossómicas, problemas cardíacos, entre outras (Alegría-Torres et al. 2012; Santos-Rebouças e Pimentel, 2007). Pela importância que pode ter ao nível do avanço na melhoria da saúde, na revisão de Alegría-Torres e colaboradores (2012) sugere-se a oportunidade que os cientistas têm de aprofundar melhor de que forma os marcadores epigenéticos estão dependentes dos factores do estilo de vida, e quanto pode ser modificado nestes mecanismos, através de mudanças positivas ou negativas no estilo de vida, adquiridas e sustentadas ao longo do tempo. A perspectiva de uma abordagem nutricional mais personalizada integra também o estudo das complexas interações entre os vários componentes de um [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 9. 9 alimento e o sistema de regulação do metabolismo humano (Xie, Li, Li & Jia, 2013). Segundo Rezzi et al. (2007), determinadas preferências alimentares podem influenciar o estado metabólico basal e a atividade microbiana no intestino, o que pode gerar consequências na saúde a longo prazo. Neste sentido, torna-se importante fazer uma adequada avaliação da ingestão e exposição aos nutrientes, procedendo à apreciação da sua biodisponibilidade, bem como da eficácia e atividade biológica dos mesmos através da identificação de marcadores biológicos válidos. No entanto, a interpretação destes biomarcadores pode ser influenciada pela variabilidade genética humana, sendo fundamental aplicar de forma integrada as descobertas das áreas metabonómica, nutrigenética e epigenética (Rubio-Aliaga et al. 2012). No que diz respeito à prática regular de atividade física, segundo a revisão de Pérusse e colaboradores (2013), os estudos têm demonstrado efeitos positivos no Índice de massa corporal (IMC), e na adiposidade em indivíduos com maior risco de desenvolver obesidade, de acordo com o genótipo dos mesmos. Na mesma revisão é reportado que o nível sérico de triglicéridos parece também ser influenciado pelas interações entre um polimorfismo de nucleótico único num determinado gene (NOS3) e o nível de atividade física (Pérusse et al., 2013). Num outro estudo, a prática de atividade física parece estar relacionada com um mecanismo epigenético responsável por menores respostas inflamatórias e menor instabilidade cromossómica (Alegría-Torres et al., 2012). Estes dados fornecem uma ideia do potencial que a investigação neste campo pode representar na evolução dos cuidados de saúde, embora sejam necessários mais estudos com metodologias mais rigorosas de forma ajustadamente as recomendações para a população. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com a definir mais
  • 10. 10 Recomendações O ser humano possui uma extraordinária capacidade de adaptação. No entanto, a rapidez com que a nossa civilização evolui pode ser superior à capacidade que temos para nos adaptarmos. Da interpretação que fazemos aos estudos mais recentes, verificamos que (1) é recomendada a prática de atividade física aeróbia de intensidade moderada pelo menos 150 minutos por dia, que deve ser realizada em períodos mínimos de 10 minutos de duração; e para maiores benefícios os adultos devem praticar atividade física moderada 300 minutos por semana, ou cumprir 150 minutos de atividade vigorosa, ou ainda uma combinação equivalente destas intensidades; além disso, o exercício de força deve ser efectuado com o envolvimento de grupos musculares major em 2 ou mais dias da semana; (2) será importante uma transição para uma abordagem médica no estilo de vida mais personalizado. Esta abordagem integra o conhecimento de várias áreas científicas e tecnológicas, que permitem adequar e adaptar a dieta e o exercício físico a cada individuo, com o intuito de alcançar a máxima saúde e bem-estar; (3) reavaliar e explorar o potencial dos aparelhos eletrónicos como smartphones, tablets, entre outros, uma vez que possibilitam a um grande número de pessoas aceder a informação sobre alimentação e exercício. Estes aparelhos podem ser uma ferramenta útil e motivadora para um estilo de vida mais saudável e/ou para estudos científicos que envolvam a análise destas variáveis; (4) acompanhar o desenvolvimento das áreas da metabonómica, nutrigenética e epigenética na sua relação com os biomarcadores e variabilidade genética humana, pois parecem uma área de grande desenvolvimento nos próximos anos e que maior influência poderá ter na saúde do ser Humano; (5) aconselhamento nutricional individualizado ajustado às características de cada pessoa, e em particular às dos idosos. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 11. 11 Referências bibliográficas Altomare R., Cacciabaudo F., Damiano G., Palumbo V.D., Gioviale M.C., Bellavia M., Tomasello G., Lo Monte A.I. (2013). The Mediterranean Diet: A History of Health. Iranian Journal of Public Health, 42 (5), 449-457. Alegría-Torres, J. A., Baccarelli, A. & Bollati, V. (2011). Epigenetics and lifestyle. Epigenomics, 3 (3): 267-277. Barlow, S. E. & the Expert Committee. (2007). Expert Committee Recommendations Regarding the Prevention, Assessment and Treatment of Child and Adolescent Overweight and Obesity: Summary Report. Pediatrics, 120 (4), S164-S192. Biddiss, E. & Irwin, J. (2010). Active Video Games to Promote Physical Activity in Children and Youth. Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine,164 (7), 664-672. Calderon, K. S., Yucha, C. B. & Schaffer, S. D. (2005). Obesity-Related Cardiovascular Risk Factors: Intervention Recommendations to Decrease Adolescent Obesity. Journal of Pediatric Nursing, 20 (1), 3-13. Couto, E., Boffetta, P., Lagiou, P., Ferrari, P., Buckland, G., Overvad K. et al. (2011). Mediterranean dietary pattern and cancer risk in the EPIC cohort. British Journal of Cancer, 104, 1493-1499. Cocker, K. D., Spittaels, H., Cardon, G., Bourdeaudhuij, I.D., Vandelanotte, C. (2012). Web-Based, Computer-Tailored, Pedometer-Based Physical Activity Advice: Development, Dissemination Through General Practice, Acceptability, and Preliminary Efficacy in a Randomized Controlled Trial. Journal of Medical Internet Research ,14 (2): e53. Dennison, L., Morrison, L., Conway, G. & Yardley, L. (2013). Opportunities and Challenges for Smartphone Applications in Supporting Health Behavior Change: Qualitative Study. Journal of Medical Internet Research, 15 (4):e86. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 12. 12 Dorner, T., Lackinger, C., Haider, S., Luger, E., Kapan A., Luger, M., & Schindler, K. (2013). Nutritional intervention and physical training in malnourished frail community-dwelling elderly persons carried out by trained lay "buddies": study protocol of a randomized controlled trial. BMC Public Health, 13:1232 doi:10.1186/1471-2458-13-1232 Ershow, A. G., Peterson, C. M., Riley, W. T., Rizzo, A. & Wansink, B. (2011). Virtual Reality Technologies for Research and Education in Obesity and Diabetes: Research Needs and Opportunities. Journal of Diabetes Science and Technology, 5 (2), 212-224. Féart, C., Samieri, C. & Barberger-Gateau, P. (2010). Mediterranean diet and cognitive function in older adults. Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care, 13(1): 14-18. Hayden-Wade, H. A., Stein, R. I., Ghaderi, A., Saelens, B. E., Zabinsky, M. F. & Wifley, D. E. (2005). Prevalence, Characteristics and Correlates of Teasing Experiences among Overweight Children vs Non-overweight Peers. Obesity Research, 13 (8), 1381-1392. Hebden, L., Cook, A., van der Ploeg, H. D. & Allman-Farinelli, M. (2012). Development of Smartphone Applications for Nutrition and Physical Activity Behavior Change. Journal of Medical Internet Research Protocols, 1 (2): e9. May, A. M., Romaguera, D., Travier, N., Ekelund, U., Bergmann, M. M., Kaaks, R. et al. (2012). Combined Impact of Lifestyle Factors on Prospective Change in Body Weight and Waist Circumference in Participants of the EPIC-PANACEA Study. PLoS ONE, 7 (11): e50712. Martínez-González M. A., García-Arellano, Toledo, E., Salas-Salvadó J., Buil-Cosialis P., Corella, D. (2012). A 14-Item Mediterranean Diet Assessment Tool and Obesity Indexes among High-Risk Subjects: The PREDIMED Trial. PLoS ONE, 7(8): e43134. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 13. 13 Minich D.M. & Bland J.S. (2013). Personalized Lifestyle Medicine: Relevance for Nutrition and Lifestyle Recommendations. The Scientific World Journal, Volume 2013, 1-14. Norheim, F., Gjelstad, I. M. F., Hjorth, M., Vinknes, K. J., Langleite, T. M., Holen, T. et al. (2012). Molecular Nutrition Research—The Modern Way Of Performing Nutritional Science. Nutrients, 4, 1898-1944. Olshansky, S., Passaro, D., Hershow, R., Layden, J., Carnes, B., Brody, J. … & Ludwig, D. (2005). A Potential Decline in Life Expectancy in the United States in the 21st Century. N Engl J Med 352(11): 1138-1145. Ramage-Morin, P. L. & Garriquet, D. (2013). Nutritional risk among older Canadians. Statistics Canada, Catalogue no. 82-003-X. Health reports, Vol. 24, no. 3, 313. Rezzi, S., Ramadan, Z., Martin, F-P. J., Fay, L. B., Bladeren, P., Lindon, J. C. et al. (2007). Human Metabolic Phenotypes Link Directly to Specific Dietary Preferences in Healthy Individuals. Journal of Proteome Research, 6 (11): 4469-4477. Rizzo, A., Lange, B., Suma, E. A. & Bolas, M. (2011). Virtual Reality and Interactive Digital Game Technology: New Tools to Address Obesity and Diabetes. Journal of Diabetes Science and Technology, 5 (2), 256-264. Romaguera, D. (The InterAct Consortium). (2011). Mediterranean Diet and Type 2 Diabetes Risk in the European Prospective Investigation Into Cancer and Nutrition (EPIC) Study. Diabetes Care, 34(9): 1913-1918. Ronteltap, A., van Trijp, H., Berezowska, A. & Goossens, J. (2013). Nutrigenomicsbased personalised nutritional advice: in search of a business model? Genes & Nutrition, 8: 153-163. Rubio-Aliaga, I., Kochhar, S. & Silva-Zolezzi, I. (2012). Biomarkers of Nutrient Bioactivity and Efficacy: A Route Toward Personalized Nutrition. Journal of Clinical Gastroenterology, 46 (7): 545-554. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
  • 14. 14 Santos-Rebouças, C. B. & Pimentel, M. M. (2007). Implication of abnormal epigenetic patterns for human diseases. European Journal of Human Genetics, 15 (1): 10-17. Sjöberg, R.L., Nilsson, K.W., Leppert, J. (2005). Obesity, Shame and Depression in School-Aged Children: A Population Based Study. Pediatrics, 116, 289-392. Pérusse, L., Rankinen, T., Hagberg, J. M., Loos, R. J., Roth, S. M., Sarzynski, M. A. et al. (2013). Advances in exercise, fitness, and performance genomics in 2012. Medicine and science in sports and exercise, 45 (5): 824-831. Pi-Sunyer, X. (2009). The Medical Risks of Obesity. Postgraduate Medicine, 121(6): 21-33. Teixeira, D. S. & Palmeira, A. L. (2013). Priming, mindfulness e efeito placebo. Associação com a saúde, exercício físico e actividade física não programada. Uma revisão sistemática da literatura. Rev Andal Med Deporte, 6(1):38-45. Thompson W. R. (2013). NOW TRENDING: Worldwide Survey of Fitness Trends for 2014. American College of Sports Medicine Health & Fitness Journal, 17 (6): 10-20. Trovato, G.M. (2012). Behavior, nutrition and lifestyle in a comprehensive health and disease paradigm: skills and knowledge for a predictive, preventive and personalized medicine. The EPMA Journal, 3 (8): 1-15. U.S. Department of Agriculture and U.S. Department of Health and Human Services. th Dietary Guidelines for Americans, 2010. 7 Edition, Washington, DC acedido em www.dietaryguidelines.gov Von Arnim, C., Dismar, S., Ott-Renzer, C., Noeth, N., & Ludolph, A. (2013). Micronutrients supplementation and nutritional status in cognitively impaired elderly persons: a two-month open label pilot study. Nutrition Journal 12:148. World Health Organization (2010). Global recommendations on physical activity for health. acedido http://whqlibdoc.who.int/publications/2010/9789241599979_eng.pdf [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com em
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