1. O documento apresenta uma apostila sobre avaliação nutricional de crianças e adolescentes elaborada por um professor de nutrição. 2. A apostila discute tópicos como crescimento e desenvolvimento infantil, avaliação antropométrica, índices e classificações antropométricas, curvas de crescimento, avaliação da composição corporal, avaliação bioquímica e clínica do estado nutricional. 3. O documento fornece informações importantes sobre os métodos e indicadores usados para avaliar o estado nutricional
2. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 1
Curso de Nutrição
Disciplina
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Apostila de Avaliação Nutricional para desenvolvimento teórico-prático
da disciplina de Avaliação Nutricional do Curso de Nutrição - Unitri
Elaborada por:
Prof. Luciano Alex Santos
Nutricionista
Mestre em Ciência de Alimentos - UFMG
Uberlândia - 2014
3. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 2
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL......................................3
2 - AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS...............................................................7
2.1 – Crescimento e Desenvolvimento ..............................................................................7
3 - AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ...........................11
3.1 - Índices Antropométricos ..........................................................................................13
3.2 - Avaliação dos Indicadores.......................................................................................14
3.4 - Classificações Antropométricas..............................................................................16
3.5 – Curvas de Crescimento ..........................................................................................20
3.6 – DESENVOLVIMENTO PUBERAL SEGUNDO O CRITÉRIOS DE TUNNER ........22
4 - AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA APLICADA A CRIANÇAS, ADULTOS, IDOSOS E
PACIENTES HOSPITALIZADOS ....................................................................................25
4.1 - Aferição de peso......................................................................................................25
4.1.1 – Estimativa de peso...............................................................................................28
4.1.2 - Adequação do peso..............................................................................................30
4.2 - Aferição de estatura.................................................................................................31
4.2.1 - Cálculo de estimativa de altura.............................................................................33
4.3 - Índice de Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet...........................................35
5 - MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL..................................37
6 - AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL...........................................................40
6.1 – Medidas de Circunferências/Perímetros .................................................................41
6.2 – Medidas de Pregas Cutâneas (PC) / Dobras Cutâneas (DC) .................................47
7 - AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA DO ESTADO NUTRICIONAL..........................................57
8 - AVALIAÇÃO CLÍNICA DO ESTADO NUTRICIONAL.................................................69
9 - AVALIAÇÃO GLOBAL SUBJETIVA............................................................................78
10 - MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR.....................................85
11 - ANEXOS...................................................................................................................94
4. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 3
1 - INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
A Avaliação Nutricional consiste na determinação dos níveis de nutrição e alimentação
da população através de informações obtidas por meio de normas específicas
Estado Nutricional
É a condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo e utilização de
nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos,
bioquímicos, clínicos e dietéticos (Christakis, 1973)
Resulta do equilíbrio entre suprimento de nutriente e gasto do organismo
Indicadores
São instrumentos utilizados para medir periodicamente as modificações que ocorrem
numa população, sejam estas de ordem natural ou devidas a determinado programa ou
atividade.
Objetivos da Avaliação Nutricional
Identificar os problemas existentes
Estabelecer a magnitude do problema encontrado
Determinar a distribuição geográfica dos problemas nutricionais como problemas
sanitários
Descobrir e analisar os fatores ambientais responsáveis direta ou indiretamente
pelo problema
Propor medidas adequadas que visem corrigir a situação encontrada
Avaliação do Estado Nutricional
Avaliação antropométrica
Ciência que estuda e avalia as medidas do tamanho, peso e proporções do corpo
humano (Fernandes, 1999)
Peso e altura
Diâmetro e comprimento ósseos
Espessura das dobras cutâneas
Circunferências
CCoonnssuummoo GGaassttoo
5. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 4
Avaliação clínica
Mostra um passado mais distante, e quando os sinais e sintomas estão bem
definidos, o processo patológico encontra-se bem avançado
Vantagens
É um método barato, porém, exige treinamento intenso
Muito valioso, especialmente, em regiões muito pobres em que os sinais são
nítidos;
Fácil coleta.
Desvantagens
Exige pessoal treinado
Falta de especificidade dos sinais patológicos
Exames bioquímicos
Constitui-se um método objetivo da avaliação nutricional porque possibilita a
interpretação das alterações bioquímicas (metabólicas e fisiológicas)
Evidenciam alterações bioquímicas precocemente, anteriores às lesões celulares e/ou
orgânicas
Alguns fatores ou condições podem limitar sua utilização
Drogas, ambiente, estado fisiológico, estresse, injúria e inflamação.
Não devem ser usados isoladamente para o diagnóstico do estado nutricional
Métodos de Avaliação Nutricional
Métodos objetivos: Apresenta diretamente a influência da desnutrição ou da
deficiência nutricional sobre os indivíduos
Antropometria, composição corporal e parâmetros bioquímicos
Métodos subjetivos: Apresenta indiretamente a influência da desnutrição ou da
deficiência nutricional sobre os indivíduos
Avaliação subjetiva global (ANSG), inquéritos de consumo alimentar, estudos
demográficos, indicadores socioeconômicos e culturais e dados clínicos
6. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 5
Esquema demonstrativo da patogenia das doenças carenciais
Dimensão biológica do conceito de Estado Nutricional
Composição corporal e metabolismo em indivíduos saudáveis
Desenvolvimento tecnológico determinação da composição corporal
Estudos científicos estado nutricional relaciona-se com a massa corporal
Massa corporal formada por componentes diferentes
Gordura corporal (Massa gorda - MG) modifica-se com o balanço energético
Tecido adiposo 83% gordura, 2% proteína e 15% água
Gordura subcutânea
Gordura visceral
Compartimentos que variam com o sexo e a idade
Deficiência Dietética
Primária
Deficiência Dietética
Secundária
Deficiência Nutricional
reservas celulares
Lesões bioquímicas
Alterações funcionais
Alterações anatômicas
Consumo ou Ingestão
alimentar
Necessidade ou gasto
nutricional
Estado Nutricional
Normalidade
Nutricional
Excesso ou desequilíbrio de
consumo e/ou utilização
(distúrbio nutricional)
Insuficiência de consumo
(carência nutricional)
Obesidade
Diabetes
Aterosclerose
Hipertensão
Desnutrição proteico-calórica
Anemia
Hipovitaminose A
Bócio endêmico
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Massa magra modifica-se segundo o balanço proteico-energético
Massa celular ativa músculo e massa visceral
Tecido de sustentação altera-se em função da MG e massa magra
Avaliação da composição corporal Metodologia correta
Antropometria pesar e medir
Avaliação nutricional equilíbrio na composição corporal
Antropometria
Avaliação bioquímica
Inquéritos alimentares
Indicadores sociais, econômicos e culturais
8. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 7
2 - AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS
2.1 – Crescimento e Desenvolvimento
Crescimento refere-se ao aumento linear da estatura, usando-se o termo
comprimento para crianças menores de 2 anos de idade e altura a partir dos 2 anos.
Aumento físico do corpo
Aumento do número de células (hiperplasia) e/ou aumento do tamanho das células
(hipertrofia)
Crescimento longitudinal (Waterlow, 1996)
Proporcionalmente mais lento que o aumento de peso
Déficits e recuperação da estatura tendem a se desenvolver de forma mais lenta
Déficits de peso podem ser recuperados com grande rapidez
Desenvolvimento mais amplo e inclui, além do crescimento físico, a maturação,
aprendizagem e os aspectos psíquicos e sociais (WHO 1995, MS 2002).
Fases do crescimento
1ª Fase: da concepção ao nascimento
2ª Fase: Primeira infância = 0 aos 3 anos
3ª Fase: Segunda infância = 3 aos 7 anos
Terceira infância = 7 aos 10 anos
4ª Fase: Adolescência (fase final do crescimento) = 10 aos 20 anos (OMS, 1986)
Puberdade = Meninas: 10 aos 13 anos / Meninos: 12 aos 14 anos
Fatores de crescimento
Classificação
Fatores intrínsecos (orgânicos ou individuais)
Fatores extrínsecos (ambientais ou populacionais)
Herança genética
Condiciona maior ou menor velocidade de multiplicação celular
Determina o grau de sensibilidade dos órgãos efetores aos estímulos
indutores do crescimento
Determina a época de fechamento das cartilagens de crescimento
Condiciona o aparecimento de doenças capazes de prejudicar o crescimento
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Fatores neuroendócrinos
Fonte: <estudmed.com.sapo.pt/trabalhos/prolactina_2.htm>
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Fatores ambientais
Pré-natais
Nutricionais, Mecânicos, Endócrinos, Infecciosos, Imunológicos, Anóxico e Drogas
(teratogênicos)
Pós-natais
Fatores socioeconômicos
Fatores psicossociais
Processos mórbidos
Nutricionais
Calorias, Proteína, Carboidratos, Lipídeo, Vitaminas e Minerais
Atividade física
Dentro dos limites de tolerância, o aumento das forças de pressão e tensão
determina formação de novo tecido ósseo
Crescimento e desenvolvimento
Processo de mudança, diferenciação ou aperfeiçoamento de estrutura e de função
Iniciam-se com a fecundação, prolongando-se até atingir o crescimento total (vida
adulta), passando por diferentes fases.
Crescimento e desenvolvimento variações nos componentes corporais
Tecido ósseo
Tecido muscular
Tecido adiposo
1) Tecido ósseo
- Vida embrionária modelo cartilaginoso
- Nascimento centro ósseo já está ossificado
- Após o nascimento crescimento ósseo longitudinal nas epífises ou placas de
crescimento (centros secundários de ossificação)
- Ganho mais importante é durante a puberdade [hormônio de crescimento e
sexuais]
- Potencial de crescimento final fusão óssea (fechamento das epífises)
- Aumento da densidade óssea tecido cartilaginoso, substituído por tecido ósseo,
conforme incorporação do Ca++ (durante toda a maturação)
Estagnação na densidade óssea após a puberdade
Massa óssea adquirida antes do final da segunda década de vida
11. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 10
2) Tecido muscular
- Vida embrionária crescimento do tecido por hiperplasia e hipertrofia
- Nascimento crescimento por hipertrofia: ~ 20% do peso corporal
- Após o nascimento crescimento longitudinal dos músculos, simultaneamente
com os ossos
- Infância diferenças mínimas da massa muscular nos diferentes sexos
- Puberdade
Meninos massa muscular aumenta até os 17 anos, chegando a 42% do
peso corporal
Meninas massa muscular aumenta até os 13 – 14 anos, chegando a 39% do
peso corporal
- Adolescência as diferenças sexuais se evidenciam de forma bastante acentuada
- Adultos: ~ 40% do peso nos homens e 35% nas mulheres
- 3ª idade o número de fibras musculares e seus diâmetros diminuem
consideravelmente, principalmente as fibras de contração rápida
3) Tecido adiposo
- Mais instável dos componentes corporais
- Crescimento e desenvolvimento do tecido adiposo hiperplasia e hipertrofia
- Produção de adipócitos inicia no 4º mês de gestação e vai até o nascimento
- Há ganho de gordura pouco antes da puberdade tornando-se menor durante o
crescimento ósseo e muscular
- Pós-púbere ganho volta a aumentar e é maior nas meninas
- Vida adulta mecanismo do aumento das células não está totalmente claro,
porém estudos observam esse aumento na obesidade grau III
- De difícil eliminação, ocorrendo alterações no tamanho e não no número de células,
na maioria das vezes
- Considerados células secretoras sintetiza e libera uma variedade de peptídeos e
não peptídeos, além de sua capacidade de depositar e mobilizar triglicérides,
retinóides e colesterol
Referencias bibliográficas
DUARTE, A.C.G. Avaliação Nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo:
Atheneu, 2007. 607 p.
MARCONDES, E.; SETIAN, N. Fatores de crescimento: mecanismos e tipos de
crescimento. In: MARCONDES, E. Crescimento normal e deficiente. 3. ed. São Paulo:
Sarvier, 1989.
MONTEIRO, J.P.; CAMELO-JUNIOR, J.S. Nutrição e Metabolismo. Caminhos da
Nutrição e Terapia Nutricional: Da Concepção à Adolescência. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007. 602 p.
12. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 11
3 - AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
A criança constitui um grupo vulnerável do ponto de vista nutricional
Apresenta elevada velocidade de crescimento, nos dois primeiros anos de vida, com
declínio gradativo e pronunciado até os 5 anos
Comprimento 50% ao final do 1º ano de vida e duplica até os quatro anos
Do 5º ano ao estirão da adolescência crescimento constante
(5-6 cm/ano - meninas: 11 anos e meninos: 13 anos)
Peso a criança triplica o valor do nascimento ao final do primeiro ano de vida e
quadruplica aos 2 anos de idade
Avaliação frequente do estado nutricional infantil detectar problemas precocemente,
possibilitando medidas de intervenção.
Medidas antropométricas usualmente utilizadas:
Essenciais Peso
Comprimento / Estatura
Complementares Pregas cutâneas
Perímetro cefálico e perímetro torácico
Perímetro braquial
Peso
- Método bastante utilizado para avaliar o estado nutricional de crianças
- Expressa dimensão da massa ou volume corporal (MG + M magra)
- Sensível às variações, permite identificar alterações precoces
- Desvantagem: Pode ser mascarado em determinadas patologias
Retenção hídrica e visceromegalias.
Estatura / Comprimento
- Indicador do tamanho corporal e crescimento linear da criança
- Para menores de 24 meses utiliza-se o termo comprimento
- Medida que melhor define a Saúde e o Estado Nutricional de crianças
- Mede, indiretamente, a qualidade de vida da população
Perímetro cefálico (PC ou CC) e Perímetro torácico (PT ou CT)
- PC avalia o tamanho e crescimento cerebral em crianças < 3 anos
- PT indicador de desnutrição
13. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 12
Perímetro Cefálico (PC) e Perímetro Torácico (PT)
- PC Utilizado em pediatria como método diagnóstico de estados patológicos, indica
desenvolvimento do cérebro. Especialmente antes dos 3 anos de idade indicando
microcefalia, macrocefalia ou hidrocefalia
- PT indica desnutrição devido à perda de gordura ou até de proteínas
- PC associado a PT indicador relacionado ao diagnóstico nutricional
- Na vida intrauterina prioriza-se o desenvolvimento do cérebro. Após o nascimento, o
cérebro continua crescendo, mas em bem menor proporção do que o resto do corpo.
- Do nascimento até 6 meses PT e PC são aproximadamente iguais com relação de
PT/PC = 1,0 (variação de 0,99 a 1,01). Se entre 6 meses até 5 anos de idade a relação
PT/PC < 1 pode indicar falha no desenvolvimento ou gasto adiposo e muscular da
parede torácica (indício de desnutrição calórica - DPC)
- Técnica de tomada de medida de PC
Com a criança sentada ou apoiada no colo, sem adereços na cabeça posicione a fita
métrica rente as sobrancelhas da criança e faz-se a circunferência tracionando
firmemente a fita, possibilitando uma medida que se aproxime ao máximo da medida do
crânio
- Técnica de tomada de medida de PT
Com a criança sentada ou apoiada no colo, com o tórax despido, o braço ao longo do
corpo um pouco afastado, posicione a fita métrica no ponto médio de maior diâmetro.
Voltam-se os braços rentes ao corpo e faz-se a leitura da medida ao final de uma
expiração normal
Perímetro braquial
- Avaliações do estado nutricional rápidas, de rastreamento ou de triagem.
- Criança de 12 a 60 meses, quando não é possível aferir as medidas de peso e
comprimento
- Valores de referência disponíveis a partir de 1 ano e 11 meses
14. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 13
Pregas cutâneas
- Medida de adiposidade que permite avaliar a composição corporal
- Correlacionam-se diferentemente com a gordura corporal dependendo do local de
aferição
- Valores de referência disponíveis a partir de 1 ano e 11 meses
3.1 - Índices Antropométricos
P/I, P/E e E/I mais empregados e preconizados pela OMS
Peso para a Idade (P/I)
- Avalia o peso em relação à idade cronológica da criança
- Acompanhamento do crescimento de menores de 5 anos
- Maior sensibilidade para crianças até 2 anos
- Vantagem utiliza dados rotineiros e de simples execução
- Desvantagem não prediz a natureza do déficit, se pregresso ou atual
Peso para a Estatura/Comprimento (P/E)
- Reflete a harmonia do crescimento
- Altos valores de P/E Obesidade em nível populacional, mas não na avaliação
individual
- Recomendado para crianças menores de 5 anos
- Não requer informação sobre a idade, no entanto, não substitui outros índices
Estatura/Comprimento para a Idade (E/I)
- Reflete o crescimento linear alcançado para idade específica
- Valores abaixo do esperado indicam déficits de longa duração
- Baixos valores de E/I Criança classificada como baixa (constitucional) ou com
nanismo (processo patológico)
IMC/Idade (IMC/I)
- Utilização controversa para crianças, mas recomendado para adolescentes
Períodos etários da criança
- Recém-nascido – 0 a 28 dias
- Lactente – 29 dias a 1 ano e 11 meses
- Pré-escolar – 2 anos a 6 anos
- Escolar – 7 a 9 anos
- Adolescente – 10 a 20 anos
15. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 14
Quadro 1: Índice antropométrico utilizado por faixa etária
Faixa etária Indicadores
Recém-nascido PN, PN/IG
Lactentes e pré-escolar P/I, P/A, A/I, IMC/Idade
Escolares P/A, A/I, IMC/Idade
Adolescentes A/I, IMC para adolescentes
Fonte: Duarte, 2007.
3.2 - Avaliação dos Indicadores
Dependem do estabelecimento de um padrão de referência ou de normalidade
Ponto de corte Permite distinguir os que necessitam ou não de intervenção
Ponto crítico é outra designação dada para ponto de corte
- Referência deveria ser neutra, permitindo apenas fazer comparações
- Padrão objetivo ou um nível que deve ser alcançado
Waterlow (1992), na prática, a distinção de tais termos é quase impossível
Padrão de referência padrão de normalidade utilizado para comparação ou
julgamento de medidas de indivíduos ou grupos populacionais não pertencentes à
amostra que gerou as medidas consideradas normais
Dar preferência às preconizadas pelas agências nacionais e internacionais de saúde
- Dados resultam de estudos e análises criteriosos
- Propiciam uma padronização dos cuidados de saúde
- Permite comparação com dados internacionais
Aplicações dos padrões de crescimento
Para a população
- Prever situação emergencial relacionada à nutrição e alimentação
- Avaliar as práticas de desmame
- Rastrear e acompanhar grupos de risco nutricional
Para indivíduos
- Monitorar e promover o crescimento
- Identificar o período adequado para introduzir a alimentação complementar ao
leite materno
- Auxiliar o diagnóstico da falta ou excesso de crescimento
A avaliação do crescimento envolve comparação de medidas físicas observadas com
valores de referência expressos em tabelas e curvas
16. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 15
Denominações da distribuição dos valores de referência
Tabela de normalidade distribuição numérica
Curva de crescimento normal tradução gráfica
Padrão de normalidade (“padrão de crescimento” ou “padrão de referência”)
Descrição dos índices antropométricos
Escores-Z ou múltiplos de Desvio Padrão (DP)
- Representa uma medida de dispersão ou variabilidade de um grupo de dados
- Por convenção, utiliza-se o valor mediano para cálculo do DP
- O mais utilizado em nível populacional.
A medida de escore-z pode ser calculada a partir da seguinte fórmula
Escore-Z = valor observado – valor mediano de referência
DP da população de referência
Quadro 2: Classificação da desnutrição pela descrição de Escore-Z.
Índice -2 ≤ escor-z < -1 -3 ≤ escor-z < -2 escor-z < -3
P/A DEP leve DEP moderada DEP grave
A/I Nanismo leve Nanismo moderado Nanismo grave
Fonte: WHO, 1999.
Para o cálculo exato dos percentis e escores-Z é necessário utilizar as equações
fornecidas pelo CDC/NCHS no endereço: <http://www.cdc.gov/growthcharts/>
Percentis
- Refere-se à posição que o valor da medida ocupa com relação aos 100% da
distribuição de referência
- Exemplo, uma criança com determinada idade cujo peso se encontra no percentil
25 pesa mais do que 25% da população de referência da mesma idade
- Sistema de classificação mais empregado na prática pediátrica, servindo de base
para a construção dos gráficos e o acompanhamento do crescimento
Pontos de corte da distribuição percentilar
Percentil 3 indicador de desnutrição
Percentil 50 ponto equivalente à média e à mediana
Percentil 97 indicador de sobrepeso
17. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 16
Percentagem da mediana
- Consiste na razão entre o valor observado de uma determinada medida e o valor
mediano dessa medida na distribuição de referência, expresso sob a forma de
percentagem
O valor de adequação de um determinado índice pode ser calculado a partir da
seguinte fórmula
% da mediana = peso observado x 100
peso mediano de referência
Cálculos dos Indicadores Antropométricos
P/I = Peso observado x 100
Peso esperado para idade
E/I = Estatura observada x 100
Estatura esperada para idade
P/E = Peso observado x 100
Peso esperado para estatura
3.4 - Classificações Antropométricas
Classificação de Gómez
- Baseia-se no índice P/I
- Preconizada para crianças até 2 anos de idade
% Adequação P/I Classificação do Estado Nutricional
≤ 60
61 – 75
76 – 90
91 – 110
> 110%
Desnutrição Grave ou grau III
Desnutrição Moderada ou grau II
Desnutrição Leve ou grau I
Eutrófico
Sobrepeso/obesidade
Classificação de Macias
A falta de utilização da altura na avaliação do crescimento nos coloca uma séria
interrogação sobre o crescimento real do indivíduo ou grupos que estamos estudando e
é possível que muitas crianças com um peso adequado para a idade ao ser
comparadas com a estatura esperada, possam apresentar-se muito “delgadas” ou
eventualmente com sobrepeso. Da mesma forma crianças com um peso baixo para a
idade, ao serem comparadas com sua estatura possam apresentar um crescimento
harmonioso (Macias, 1972).
18. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 17
- Baseia-se no P/A
- Preconizada para crianças de 2 a 10 anos de idade
% Adequação P/A Classificação do Estado Nutricional
> 110%
110 a 90%
90 a 80%
80 a 70%
< 70%
Sobrepeso ou obesidade
Eutrofia ou normalidade
Delgado ou desnutrido leve 0 DI
Muito delgado ou DII (moderada)
Desnutrido ou DIII (Grave)
Classificação de Waterlow
- Baseia-se nos índices E/I e P/E
- Preconizada para crianças de 2 a 10 anos de idade
- Vantagem calculado e avaliado independente da idade
Tabela de Classificação de Waterlow
Peso por estatura (P/E)
≥ 90% < 90%
Altura/Idade
(A/I)
≥ 95% Eutrófico Desnutrição aguda
< 95% Desnutrição pregressa Desnutrição crônica
Classificação da Obesidade
Crianças
Waterlow
Critério de Waterlow modificado para o diagnóstico de obesidade
Peso por estatura (P/E)
≥ 110% < 120% ≥ 120%
Altura/Idade (A/I)
> 95% Sobrepeso Obesidade clássica
95%
Sobrepeso com
comprometimento de
estatura
Obesidade com
comprometimento de
estatura
Fonte: Segulem et al., 2000.
OMS
Obesidade > +2 escor-z
Adolescente É mais adequado o uso de IMC
Obesidade IMC/I ≥ p 85 associado à PCT e PCSE > p 90
19. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 18
Quadro 3: Pontos de corte para avaliação antropométrica, segundo CDC/NCHS
Índice Percentil Diagnóstico
Circunferência cefálica/Idade (CC/I) < 5 Desnutrição ou microcefalia
Circunferência cefálica/Idade (CC/I) > 95 Macrocefalia
Comprimento/Idade (C/I) < 5 Nanismo ou baixa estatura
Altura/Idade (A/I) ou Estatura/Idade (E/I) < 5 Nanismo ou baixa estatura
Peso/Altura (P/A) < 5 Baixo peso
Peso/Altura (P/A) > 95 Risco de sobrepeso
IMC/Idade < 5 Baixo peso
IMC/Idade 85 ≤ p < 95 Risco de sobrepeso
IMC/Idade ≤ 95 Obesidade
Índice escor-z Diagnóstico
Criança
Comprimento/Idade ou Altura/Idade < –2 Nanismo ou baixa estatura
Peso/Altura < –2 Baixo peso
Peso/Altura > + 2 escores Sobrepeso
Adolescentes
Comprimento/Idade ou Altura/Idade < –2 Nanismo ou baixa estatura
Peso/Altura < –2 Baixo peso
IMC/Idade ≥ 85* Obesidade
* associado à PCT e PCSE > p90
Fonte: NCHS/CDC, 2000; WHO, 1995.
Quadro 4: Pontos de corte (P/I) em crianças menores de 10 anos
Percentil Diagnóstico
< 0,1 Peso muito baixo para a idade
≥ 0,1 e < 3 Peso baixo para a idade
≥ 3 e < 10 Risco nutricional
≥ 10 e < 97 Adequado ou eutrófico
≥ 97 Risco de sobrepeso
Fonte: OMS, 1995; MS, 2004.
Referências bibliográficas
DEVINCENZI, M.U.; RIBEIRO, L.C.; SIGULEM, D.M. Crescimento Pôndero-estatural do
Pré-escolar. Vol. Compacta Nutrição, vol. 6, n. 1, p. 1-30, 2005
DUARTE, A.C.G. Avaliação Nutricional: Aspectos Clínicos e Laboratoriais. São Paulo:
Atheneu, 2007, p. 607.
SARNI, R. S.; OLIVEIRA, F. C.; Avaliação e Diagnóstico do Estado Nutricional da
Criança e do Adolescente. Revista Médica de Minas Gerais, Vol. 12, Supl. 2,
Setembro/2002.
www.virtual.epm.br/material/tis/curr-med/med3/2003/pediatria/matdid/cres_cri.doc
SIGULEM, D.M.; DEVINCENZI, M.U.; LESSA, A.C. Diagnóstico do estado nutricional da
criança e do adolescente. J. pediatria, v. 76, Supl.3, p. 275-284, 2000.
SOARES, N.T. Um novo referencial antropométrico de crescimento: significados e
implicações. Rev. Nutr., Campinas, 16(1):93-104, jan./mar., 2003.
20. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 19
Curso de Nutrição
Exercícios - Avaliação antropométrica de crianças e adolescente - P/I, P/A, A/I
1) Quais as medidas antropométricas mais utilizadas para a avaliação e monitoramento do
crescimento durante a infância. Defina seu significado clínico.
2) Defina crescimento e desenvolvimento
3) Não podemos usar as medidas antropométricas de forma isolada na avaliação
antropométrica. Então, como podemos utilizar essas medidas para uma avaliação nutricional
precisa?
4) Descreva como interpretar os indicadores antropométricos.
5) Na avaliação antropométrica o que significa ponto de corte?
6) Os indicadores antropométricos podem ser expressos segundo três sistemas. Quais são
esses sistemas e suas características?
7) O índice P/I é um bom indicador de crescimento para crianças até 5 anos. Mas porque sua
sensibilidade é maior para aquelas menores de 2 anos?
8) As curvas são distribuídas em percentis. Quais os valores mínimo, médio e máximo e o que
eles representam de uma maneira geral?
9) Uma criança que apresente o indicador P/E < 90% segundo Waterlow, pode ser
diagnosticado com desnutrição aguda?
10) Qual o diagnóstico de uma criança que após a avaliação antropométrica, apresentou o
indicador de E/I < 95 e P/A 95?
11) Para uma criança de 5 meses, como deve ser a relação CT/CC?
12) Qual o diagnóstico nutricional de uma criança de 2 anos e 6 meses com a relação CT/CC >
1?
13) Uma criança de 6 meses apresentou ao exame antropométrico circunferência cefálica para a
idade (CC/I) < percentil 5. O que de princípio pode ser diagnosticado?
14) Você foi contratado pela prefeitura de Uberlândia para o diagnóstico nutricional das crianças
atendidas nos postos de saúde da cidade. Utilizado os poucos dados que foram coletados,
faça o diagnóstico nutricional dessas crianças utilizando a classificação de Gomes e
Waterlow.
Dados coletados em 27/03/2007.
Nº
Data de
nascimento Sexo
Peso
(kg)
Comprimento
Altura (cm)
Idade %P/I %P/A % A/I Diagnóstico Nutricional
Gomes Macias Waterlow
1 20/01/05 M 15,6 79,5
2 17/12/03 F 13,6 95,5
3 20/12/06 M 7,3 68,5
4 20/02/03 M 13,1 90,0
5 29/04/04 F 9,2 92,0
6 15/06/06 M 7,0 68,0
7 16/12/03 M 8,8 85,0
8 10/02/02 F 11,97 98,5
3 07/03/97 M 22,2 132,5
10 10/02/99 F 24,1 122,5
21. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 20
3.5 – Curvas de Crescimento
Representação gráfica de um padrão de normalidade ou referência, que permite
avaliar o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Avaliação e monitoramento do crescimento durante a infância
Peso, altura e circunferência cefálica
Novas curvas de crescimento CDC/2000 Novo padrão de referência
Curva de Crescimento para crianças de 2 – 20 anos
Curvas do IMC/idade
CDC referencial começa a partir dos 24 meses de idade
OMS referencial a partir do nascimento aos 5 anos
Valores de IMC não são claros em crianças de pouca idade e não têm sido
associados com obesidade na adolescência e idade adulta
Curvas do IMC/idade e P/A rastreamento do sobrepeso e baixo peso, mas não
fornecem resultados idênticos
IMC/idade é ligeiramente superior ao índice P/A na identificação de agravos em
crianças > 5 anos (validação: DEXA dual energy X-ray absorptiometry)
22. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 21
Curvas de crescimento para crianças com deficiência mental
- Baseadas em grupo específico de crianças com alteração no desenvolvimento
mental
- Permite a avaliação de acordo com o perfil de crescimento e desenvolvimento
apresentados por estas crianças
Curva de Crescimento para criança de risco
Existem inúmeras curvas para o acompanhamento longitudinal de crianças de risco,
sobretudo prematuros. Diferenças metodológicas as tornam insatisfatórias
Na prática clínica, crescimento destas crianças é acompanhado através das curvas
baseadas na referência do NCHS, utilizando a idade corrigida
O importante é acompanhar a velocidade de crescimento e a inclinação da curva,
de forma a avaliar a evolução da criança em seu canal de crescimento
Como obter a idade corrigida (IC)
IC = idade gestacional ao nascimento – tempo em semanas que faltou para completar
o termo gestacional
- Considerando o referencial de 40 semanas
Aplicação da idade corrigida
Peso: até 24 meses CC: até 18 meses Comprimento: até 3 anos e 6 meses
Curvas de crescimento para crianças com Síndrome de Down
A baixa estatura é uma das principais características
Após nascimento redução na velocidade de crescimento
- ~ 20% entre o 3º e 36º mês de vida para ambos os sexos
- 5% entre ♀ de 3 e 10 anos e 10% entre ♂ 3 e 12 anos
- 27% entre ♀ de 10 e 17 anos e 50% entre ♂ de 12 e 17 anos
- Disfunções da tireoide e hipotonia muscular diferença na composição corporal
e ganho de peso
- Recomendam-se cuidados especiais a partir do P91
- ~ 30% das crianças aos 10 anos possuem IMC > P91
- 20% da população geral > P98
- Diagnostico de sobrepeso valores acima do P98
23. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 22
3.6 – DESENVOLVIMENTO PUBERAL SEGUNDO O CRITÉRIOS DE TUNNER
Feminino
- Mamas
M1 - mama infantil.
M2 (8-13 anos) - fase de broto mamário, com elevação da mama e aréola como
pequeno montículo.
M3 (10-14 anos) - maior aumento da mama, sem separação dos contornos.
M4 (11-15 anos) - projeção da aréola e das papilas para formar montículo
secundário por cima da mama.
M5 (13-16 anos) - fase adulta, com saliência somente nas papilas.
- Pelos pubianos
P1 - fase de pré-adolescência (não há pelugem).
P2 (9-14 anos) - presença de pelos longos, macios e ligeiramente pigmentados ao
longo dos grandes lábios.
P3 (10-14,5 anos) - pelos mais escuros e ásperos sobre o púbis.
P4 (11-15 anos) - pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é consideravelmente
menor que a do adulto.
P5 (12-16,5 anos) - pelugem do tipo adulto, cobrindo todo o púbis e a virilha.
Masculino
- Genitália
G1 (9,5-13,5 anos) - pré-adolescência (infantil).
G2 (10-13,5 anos) - crescimento da bolsa escrotal e dos testículos, sem aumento do
pênis.
G3 (10,5-15 anos) - ocorre também aumento do pênis, inicialmente em toda a sua
extensão.
G4 (11,5-16 anos) - aumento do diâmetro do pênis e da glande, crescimento dos
testículos e do escroto, cuja pele escurece.
G5 (12,5-17 anos) - tipo adulto.
- Pelos pubianos
P1 - fase de pré-adolescência (não há pelugem).
P2 (9-11-15,5 anos) - presença de pelos longos, macios e ligeiramente pigmentados
na base do pênis.
P3 (11,5-16 anos) - pelos mais escuros e ásperos sobre o púbis.
P4 (12-16, 5 anos) - pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é
consideravelmente menor que a do adulto.
P5 (13-17 anos) - pelugem do tipo adulto, estendendo- se até a face interna das
coxas.
24. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 23
Referências bibliográficas
Devincenzi, M.U.; Ribeiro, L.C.; Sigulem, D.M. Crescimento Pôndero-estatural do Pré-
escolar. Vol. Compacta Nutrição, v. 6, n. 1, 2005.
Manual de orientação para alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do
adolescente e na escola. São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento
de Nutrologia, 2006. 64 p.
Santos, J.A.; Franceschini, S.C.C.; Priore, S.E. Curvas de crescimento para crianças
com Síndrome de Down. Rev Bras Nutr Clin., v. 21, n. 2, p. 144-148, 2006
Duarte, A.C.G.Avaliação Nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo:
Atheneu, 2007. 607 p.
www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=251
25. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 24
Curso de Nutrição
Exercícios - Avaliação antropométrica de crianças e adolescente
Curvas de Crescimento
1) Classifique o estado nutricional das crianças abaixo usando as curvas (gráficos) de
crescimento do NCHS (Percentil)
No
Idade Atura Peso kg Sexo P/I A/I P/A IMC/I Diagnóstico
1 2a 5m 78,5cm 9,7 F
2 4a 1m 90,0cm 13,5 M
3 2a 3m 87,5cm 9,1 M
4 22m 86,0cm 10,4 F
5 12m 73,0cm 9,8 M
6 5a 1,08m 18,2 M
7 12a 6m 1,67m 60,6 F
8 15a 1,64m 50,0 F
9 17a 6m 1,77m 54,0 M
10 20a 1,60m 92,0 F
2) Calcule a idade da criança considerando a data da coleta dos dados (01/02/2006), e
avalie o estado nutricional dos pacientes conforme os gráficos da OMS (Escor Z).
No
DN Idade Peso kg Altura Sexo P/I A/I P/A Diagnóstico
1 03/04/05 9,1 62,5cm F
2 22/01/03 14,9 101,5cm M
3 12/06/05 7,0 68,5cm M
4 29/08/02 18,8 104,0cm F
5 03/03/05 6,7 74,0cm F
26. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 25
4 - AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA APLICADA A CRIANÇAS,
ADULTOS, IDOSOS E PACIENTES HOSPITALIZADOS
4.1 - Aferição de peso
Aferição de Peso
O primeiro diagnóstico nutricional é feito no momento do nascimento, por meio do
peso corporal.
Extremo baixo peso < 1000 g
Muito baixo peso < 1500 g
Baixo peso 1500 a 2500 g
Peso insuficiente 2500 a 2999 g
Peso adequado 3000 a 3999 g Sisvan – 2500g
Excesso de peso ou macrossomia > 4000 g
1. Técnica de aferição de peso para crianças menores de 2 anos
Devem ser pesadas com o mínimo de roupa e descalça e na presença da mãe
ou responsável, para auxiliar na retirada da roupa da criança e na tomada da
medida.
Balança pediátrica (“tipo bebê”)
Usada para crianças menores de 24 meses
Balança mecânica
Balança eletrônica
27. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 26
A) Método de pesagem em balança mecânica
1º passo: destravar a balança
2º passo: verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na
mesma linha horizontal). Caso contrário, calibrá-la girando lentamente o calibrador
3º passo: esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados
4º passo: após constatar que a balança está calibrada, ela deve ser travada
5º passo: despir a criança com o auxílio da mãe/responsável
6º passo: colocar a criança sentada ou deitada no centro do prato, de modo a distribuir o
peso igualmente. Destravar a balança e mantendo a criança parada o máximo possível
nessa posição. Orientar a mãe/responsável a manter-se próximo, sem tocar na criança e
no equipamento
7º passo: mover o cursor maior sobre a escala numérica para marcar os quilos
8º passo: depois mover o cursor menos para marcar os gramas
9º passo: esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados
10º passo: travar a balança, evitando assim, que sua mola desgaste, assegurando o
bom funcionamento do equipamento
11º passo: realizar a leitura de frente para o equipamento com os olhos no mesmo nível
da escala a fim de visualizar melhor os valores apontados pelos cursores
12º passo: anotar o peso no prontuário da criança
13º passo: retirar a criança e retornar os cursores ao zero na escala numérica
14º passo: marcar o peso no Cartão da Criança
B) Balança pediátrica eletrônica (digital)
1º passo: a balança deve estar ligada antes da criança ser colocada sobre a mesma.
Esperar que a balança chegue no zero
2º passo: despir a criança com o auxílio da mãe/responsável
3º passo: colocar a criança sentada ou deitada no centro do prato, de modo a distribuir o
peso igualmente. Destravar a balança e mantendo a criança parada o máximo possível
nessa posição. Orientar a mãe/responsável a manter-se próximo, sem tocar na criança e
no equipamento
4º passo: aguardar que o valor do peso seja fixado no visor e realizar a leitura
5º passo: anotar o peso no prontuário da criança. Retirar a criança
6º passo: marcar o peso no Cartão da Criança
28. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 27
2. Técnica de tomada de peso para crianças maiores de 2 anos, adolescentes e
adultos
- Crianças maiores de 2 anos, adolescentes e adultos devem ser pesados descalços e
com roupas leves.
- Orientar a retirarem objetos pesados, tais como chaves, cintos, óculos, telefones e
qualquer outro objeto que possa interferir no peso total.
Balança mecânica de plataforma
Balança mecânica com antropômetro Balança eletrônica com antropômetro
A) Método de pesagem de crianças maiores que 2 anos e adultos em balança
mecânica
1º passo: destravar a balança
2º passo: verificar se a balança está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar
na mesma linha horizontal). Caso contrário calibrá-la girando lentamente o calibrador
3º passo: esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados
4º passo: após constatar que a balança está calibrada, ela deve ser travada e só então
a criança, adolescente ou adulto subirá na plataforma para ser pesado
5º passo: posicionar a criança, adolescente ou adulto de costas para a balança,
descalço, com o mínimo de roupa possível, no centro do equipamento, ereto, com os
pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição
6º passo: destravar a balança
7º passo: mover o cursor maior sobre a escala numérica para marcar os quilos
8º passo: depois mover o cursor menos para marcar os gramas
9º passo: esperar até que a agulha do braço e o fiel estejam nivelados
10º passo: travar a balança, evitando assim, que sua mola desgaste, assegurando o
bom funcionamento do equipamento
11º passo: realizar a leitura de frente para o equipamento com os olhos no mesmo
nível da escala a fim de visualizar melhor os valores apontados pelos cursores
12º passo: anotar o peso no prontuário
13º passo: retirar a criança, adolescente ou adulto e retornar os cursores ao zero na
escala numérica
14º passo: marcar o peso das crianças até 7 anos de idade no Cartão da Criança
29. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 28
B) Método de pesagem em balança eletrônica (digital)
1º passo: a balança deve estar ligada antes da criança, adolescente ou adulto ser
colocado sobre a mesma. Esperar que a balança chegue ao zero
2º passo: colocar a criança, adolescente ou adulto, no centro do equipamento, com o
mínimo de roupa possível, descalço, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos
ao longo do corpo. Mantê-lo parado nessa posição
3º passo: aguardar que o valor do peso seja fixado no visor e realizar a leitura
4º passo: anotar o peso no prontuário da criança. Retirar a criança, adolescente ou
adulto
6º passo: marcar o peso de crianças menores de 7 anos de idade no Cartão da Criança
4.1.1 – Estimativa de peso
Estimativa de peso para pacientes confinados ao leito ou à cadeira de rodas e
edemaciados
- Cálculo de Estimativa do peso teórico ou ideal (PI)
Pode ser definido em função de parâmetros como idade, biotipo, sexo e altura.
Aceita-se como normal as faixas entre 10% abaixo ou acima do PI
A) Estimativa de peso a partir do IMC ideal
Homens 22 kg/m2
Mulheres 20,8 kg/m2
B) Estimativa de peso considerando o biotipo
Biotipo Homens – Variação Mulheres – Variação
Brevilíneo (h –100) – 5% a h – 100 (h –100) – 5% a (h –100) – 10%
Normolíneo (h –100) – 5% a (h –100) – 10% (h –100) – 10% a (h –100) – 15%
Longilíneo (h –100) – 10% a (h –100) – 15% (h –100) – 15% a (h –100) – 20%
C) Estimativa de peso em pacientes acamados – Equação de Chumlea (1985)
Peso ♂ = (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69
Peso ♀ = (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) – 62,35
Onde: CP = circunferência da panturrilha AJ = altura do joelho
CB = circunferência do braço PCSE = prega cutânea subescapular
30. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 29
D) Estimativa de peso em pacientes edemaciados
- A depender da localização do edema, deve-se subtrair o peso estimado para o
acúmulo hídrico do peso do paciente, de acordo com o quadro abaixo:
Estimativa de peso com edema
Edema Excesso de peso hídrico
+ tornozelo Aproximadamente 1 kg
++ joelho 3 – 4 kg
+++ raiz da coxa 5 – 6 kg
++++ anasarca 10 – 12 kg
Fonte: Martins, 2001.
E) Estimativa de peso em paciente com ascite
Estimativa do peso corporal de acordo com a intensidade da ascite
Grau de ascite Peso ascítico (kg) Edema periférico (kg)
Leve 2,2 1,0
Moderada 6,0 5,0
Grave 14,0 10,0
F) Pacientes amputados
- Calcula-se o peso ideal (IMC ou equação de Chumlea, de acordo com o caso) e
corrige a partir das porcentagens do peso correspondente a cada segmento do
corpo.
Peso corrigido = peso - % de amputação
Membro Amputado Proporção de Peso %
Mão 0,8
Antebraço 2,3
Braço até o ombro 6,6
Pé 1,7
Perna abaixo do joelho 7,0
Perna acima do joelho 11,0
Perna inteira 18,6
Fonte: Osterkamp, 1995; Kamimura, 2002.
- Peso Atual (PA)
- Peso medido ou estimado
- Peso Usual (PU)
- Utilizado como referência na avaliação das mudanças recentes de peso e em
casos de impossibilidade de medir o peso atual
- O peso ideal pode não representar o verdadeiro peso do indivíduo
31. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 30
4.1.2 - Adequação do peso
- Percentual (%) de adequação do peso atual em relação ao peso ideal
% de peso = peso atual x 100
peso ideal
Quadro 6: Avaliação do estado nutricional conforme adequação pelo peso ideal
Adequação do peso (%) Estado nutricional
≤ 70 Desnutrição grave
70,1 – 80 Desnutrição moderada
80,1 – 90 Desnutrição leve
90,1 – 110 Eutrofia
110,1 – 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade
Fonte: Blackburn, Thornton, 1979.
- Percentual (%) de adequação do peso atual em relação ao peso usual
Avaliação do estado nutricional conforme adequação pelo peso usual
Adequação do peso (%) Estado nutricional
95 – 110 Eutrófico
85 – 95 Desnutrição leve
75 – 84 Desnutrição moderada
< 74 Desnutrição grave
Fonte: Blackburn e cols, citado por Duarte, 2007.
- Peso Ajustado
- É o peso ideal corrigido para a determinação da necessidade energética e de
nutrientes quando a adequação do peso for inferior a 95% ou superior a 115%.
Peso ajustado = (PA – PI) x 0,25 + PI
- Percentual de perda de peso (%PP)
- Permite identificar o grau de gravidade da perda de peso em relação ao peso usual
ou habitual
- Melhor correlação com morbidade e mortalidade
%PP = peso habitual – peso atual x 100
peso habitual
Quadro 7: Classificação da perda de peso por unidade de tempo
Grau de
desnutrição
Leve Moderado Grave
Perda de
peso/tempo
< 5% / 1 mês
< 7,5% / 3 meses
< 10% / 6 meses
< 2% / 1 semana
> 5% / 1 mês
> 7,5% / 3 meses
> 10% / 6 meses
> 2 / 1 semana
> 20 / 6 meses
32. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 31
4.2 - Aferição de estatura
1. Técnica de tomada em comprimento
O comprimento é a distância que vai da planta dos pés descalços, ao topo da
cabeça, comprimindo os cabelos, com a criança deitada em superfície
horizontal, firme e lisa
Menores de 24 meses
Infantômetro
Método de mensuração do comprimento
- 1º passo: deitar a criança no centro do antropômetro, descalça e com a cabeça livre
de adereços
- 2º passo: manter, com a ajuda da mãe/responsável, a cabeça apoiada firmemente
contra a parte fixa do equipamento, com o pescoço reto e o queixo afastado do peito,
os ombros totalmente em contato com a superfície de apoio com antropômetro, e os
braços estendidos ao longo do corpo
- 3º passo: as nádegas e os calcanhares da criança devem estar em pleno contato
com a superfície que apoia o antropômetro
- 4º passo: pressionar, cuidadosamente, os joelhos da criança para baixo, com uma
das mãos, de modo que eles fiquem estendidos. Juntar os pés, fazendo um ângulo
reto com as pernas. Levar a parte móvel do equipamento até as plantas dos pés, com
cuidado para que não se mexam
- 5º passo: realizar a leitura do comprimento quando estiver seguro de que a criança
não se moveu da posição indicada
- 6º passo: anotar o resultado no prontuário e retirar a criança
33. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 32
2. Técnica de tomada de altura
- A altura é a medida do indivíduo na posição de pé, encostado numa parede ou com
antropômetro vertical
- Crianças maiores de 2 anos estadiômetro ou fita métrica fixa na parede
Estadiômetro
Antropômetro vertical
Método de mensuração da estatua/altura
1º passo: posicionar a criança, adolescente ou adulto descalço e com a cabeça livre
de adereços, no centro do equipamento, ereto, com os braços estendidos ao longo
do corpo, cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos
2º passo: encostar os calcanhares, ombros e nádegas em contato com o
antropômetro/parede
3º passo: os ossos internos dos calcanhares devem se tocar, bem como a parte
interna de ambos os joelhos. Unir os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas
4º passo: abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com
pressão suficiente para comprimir o cabelo. Estando o indivíduo em inspiração.
Retirar a criança, adolescente ou adulto, quando tiver certeza de que o mesmo não
se moveu
5º passo: realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento
6º passo: anotar a estatura no prontuário
34. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 33
4.2.1 - Cálculo de estimativa de altura
- Estimativa de altura para pacientes acamados
Altura do joelho pré-escolares, adolescentes e adultos
Envergadura (chanfradura) crianças de todas as idades
A) Envergadura do braço
É a distância da ponta do dedo médio e o osso esterno na altura da incisão
jugular. O braço da criança deve se mantido esticado ao lado do corpo, fazendo
um ângulo de 90º com o tórax
A palma da mão deve estar voltada para frente
Ambos os lados devem ser medidos. Se houver diferença entre os lados, deve-se
repetir a medida e considerar a mais longa
Altura = [ 0,73 x (2 x envergadura do braço em metros) + 0,43 ]
Envergadura (Equivalência da Medida)
• Até 10 anos: Envergadura < Altura
• 10 anos (): Envergadura = Altura
• 12 anos (): Envergadura = Altura
• > 10 anos () e > 12 anos (): Envergadura>Altura
A relação E/A de crianças e jovens oscila entre 0,9 - 1,1
Relação < 0,9: Hipotrofia dos membros superiores
Relação > 1,1: Déficit estatural
B) Extensão do braço
É a distância de ponta a ponta do dedo médio passando em frente à clavícula
O indivíduo deve estar sentado ou em pé, em posição ereta, com ambos os
braços esticados na horizontal para o lado, fazendo um ângulo de 90º com o
corpo
A palma das mãos deve estar voltada para frente. O resultado obtido é a altura
estimada
35. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 34
C) Altura do Joelho
- Medida que não é alterada com a idade
Método de medida da altura do joelho (AJ)
- Com o paciente deitado em superfície plana, de costas com o rosto para cima,
dobra-se o joelho esquerdo de modo que o calcanhar forme um ângulo de 90º com a
superfície.
- Posiciona-se o paquímetro de extremidades planas, régua antropométrica ou fita
métrica, entre o calcanhar e o topo do joelho e realiza-se a leitura em centímetros.
Altura ♂ = [(2,02 x AJ) – (0,04 x I)] + 64,19
Altura ♀ = [(1,83 x AJ) – (0,24 x I)] + 84,88
Onde: AJ = altura do joelho em centímetros. I = idade em anos.
36. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 35
D) Estimativa de estatura em crianças com limitações físicas na faixa etária de
2 a 12 anos, conforme Stevenson (1995).
- Comprimento superior do braço (CSB): distância do acrômio até a cabeça do
rádio medido com o membro superior fletido a 90
- Comprimento tibial (CT): medida da borda súpero medial da tíbia até a borda do
maléolo medial inferior
- Comprimento do membro inferior a partir do joelho (CJ): distância do joelho ao
tornozelo
Medida do segmento Estatura estimada (cm) Desvio-padrão (cm)
CSB E = (4,35 x CSB) + 21,8 1,7
CT E = (3,26 x CT) + 30,8 1,4
CJ E = (2,69 x CJ) + 24,2 1,1
4.3 - Índice de Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet
O Índice de Massa Corporal (IMC) é o indicador mais simples do estado nutricional
IMC = peso atual (kg)
Altura (m)2
Classificação para população adulta
IMC (kg/m 2
) Classificação Risco de co-morbidades
< 16,0 Desnutrição grave Alto
16,0 – 16,9 Desnutrição moderada Moderado
17,0 – 18,4 Desnutrição leve Baixo
18,5 – 24,9 Eutrofia Médio
25,0 – 29,9 Sobrepeso (pré-obeso) Baixo
30,0 – 34,9 Obesidade grau I Moderado
35,0 – 39,9 Obesidade grau II Alto
≥ 40,0 Obesidade grau III Muito alto
Fonte: OMS, 1998.
Classificação para população idosa
Os pontos de corte do IMC para idosos são superiores aos do adulto, devido à maior
susceptibilidade às doenças que este grupo apresenta, necessitando assim de maior
reserva de tecidos, que o protege contra a desnutrição.
IMC (kg / m2
) Classificação
< 22 Baixo peso / magreza
22 – 27 Eutrofia
> 27 Excesso de peso / sobrepeso
Fonte: Lipschitz, 1994.
37. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 36
Curso de Nutrição
Exercícios – Aferição e Estimativa de Peso e Altura
1) No hospital AC, nasceram cinco crianças A, B, C, D e E cujos pesos foram 2100g,
1250g, 3600g, 2450g, 2800g, respectivamente. Qual o diagnóstico nutricional tendo
em vista o peso de cada criança?
2) Descreva a metodologia de mensuração do peso e altura de crianças menores de 2
anos.
3) Descreva a metodologia de mensuração do peso e altura de crianças maiores de 2
anos, adolescentes e adultos, em balança mecânica.
4) Como podemos avaliar aqueles pacientes confinados ao leito, cuja mensuração de
peso e altura não é possível ser feita? Cite 3 formas de fazer essa avaliação.
5) J.V.U., 32 anos, sexo masculino, pesando 78,0kg e medindo 1.70m, procurou o
nutricionista para adequação da sua dieta. Calcule seu IMC atual, IMC mínimo,
médio e máximo e de o diagnóstico.
6) A.U.D., 26 anos, sexo feminino, pesando 48,0kg e medindo 1,68m. Dê seu
diagnóstico nutricional calculando seu IMC atual, IMC mínimo, médio e máximo.
7) Qual o peso ideal médio de um adolescente do sexo masculino, de 19 anos que
mede 1,75m? Qual o peso mínimo e máximo que ele poderia ter?
8) Qual o peso ideal de uma adolescente de 18 anos cuja altura é de 1,65m e de biotipo
normolínea?
9) A.B.C., 42 anos, sexo masculino, foi internado neste hospital devido a uma fratura
exposta da tíbia direita. Foram mensurados AJ= 58,0cm, CP= 20,5cm, CB=32,5cm
PCSE= 22mm. Dê o diagnóstico nutricional desse paciente.
10) E.C.D., 65 anos, sexo feminino, ao chegar ao hospital foi mensurados peso de
66,0kg e altura de 1,58cm. Avalie e dê o diagnóstico nutricional atual.
11)T.C.V., 32 anos, sexo masculino, branco, portador de DM tipo 2, foi submetido à
cirurgia de amputação do MID abaixo do joelho. Foi mensurado a AJ = 55,0cm, CB =
28,0cm. Avalie seu estado nutricional.
12) R.U.D., 45 anos, sexo masculino, internado neste hospital com IRA. Foi mensurado
peso de 72,0kg e altura de 1,65m. Ao exame clínico foi constatado edema +++/4+.
Dê seu diagnóstico nutricional.
13) P.R.G., 25 anos, sexo feminino, foi internada com fortes dores abdominais e vômito
e diarreia. A mensuração de peso foi de 45,0kg e altura de 1,62m. Relata que seu
peso mensurado há uma semana era de 50,0kg. Dê o diagnóstico nutricional
utilizando os dados antropométricos.
14) A.W.Q., 19 anos, sexo feminino, pesando 93,0kg e medindo 1,68m. Avalie o estado
nutricional dessa adolescente.
15) S.D.F., 36 anos, sexo masculino, pesando 54,0kg, medindo 1,75m. Internado com
diagnóstico de DPOC. Vem perdendo peso há seis meses e relata peso usual de
65,0kg. Dê o diagnóstico nutricional desse paciente.
38. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 37
5 - MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
O Corpo humano é composto por água, massa muscular, órgãos, líquidos e tecido
adiposo, sendo que com a somatória de todos esses componentes temos o PESO
CORPORAL TOTAL
O peso corporal total pode sofrer alterações
- Crescimento (crianças e adolescentes)
- Estado reprodutivo (gestação)
- Variação dos níveis de atividade física (exercícios aeróbio e anaeróbio)
- Efeitos do envelhecimento (perda de massa muscular e aumento de massa gorda)
Componentes
Água corporal: corresponde em média 60 a 65% do peso corpóreo – pode sofrer
alterações devido à doenças, desnutrição, atividade física, entre outros fatores, que
podem diminuir ou aumentar a água corporal.
Músculo esquelético: mais presente nos homens do que nas mulheres. Quanto
maior a massa muscular, maior é o gasto energético.
Tecido adiposo: a gordura corporal (GC) em excesso é determinante da
obesidade. Porém existe a gordura chamada ESSENCIAL, presente na medula
óssea, órgãos, músculos e tecidos ricos em lipídios no sistema nervoso.
Recomendação: HOMENS: 15 – 18% total / 4 – 7% gordura essencial
MULHERES: 20 – 25% total / 12% gordura essencial
Métodos para Avaliação da Composição Corporal
Diretos
Século XIX dissecação física ou físico-química de cadáveres
Exames laboratoriais
Indiretos
Técnicas laboratoriais rigorosas e precisas
Utilização limitada alto custo
Duplamente indiretos
Técnicas menos rigorosas
Amplamente utilizada menor custo, aplicação em campo e em clínica
39. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 38
Objetivo
A avaliação dos compartimentos corporais permite detectar o estado nutricional e,
consequentemente, estabelecer a intervenção nutricional adequada.
Métodos de Avaliação da Composição Corporal
Antropometria
Laboratorial
Impedância Bioelétrica
Método baseado no principio da condutividade elétrica para a estimativa dos
compartimentos corporais
Os tecidos magros são altamente condutores de corrente elétrica, pela grande
quantidade de água e eletrólitos
A gordura e o osso são pobres condutores de corrente elétrica
Dessa forma, a corrente elétrica percorre com maior facilidade a massa magra
que a massa gorda
* Resistência: é a medida da oposição pura ao fluxo de corrente através do corpo
* Reactância: é a oposição ao fluxo de corrente causada pela capacitância produzida
pela membrana celular
O tamanho da resistência é maior que a reactância, quando medimos a impedância
corporal total. Assim:
Maior resistência: mais tecido adiposo
Menor resistência: maior massa magra e água
Aplicação do método
- São afixados eletrodos nas extremidades dos membros dominantes, com o paciente
deitado, com as pernas afastadas e os braços em paralelo afastados do troco.
- A corrente é emitida pelos eletrodos distais e captada pelos eletrodos proximais.
- O programa analítico que acompanha a BIA, recebe os dados de peso, altura, idade,
sexo e atividade física.
- O sistema avalia os percentuais encontrados de massa muscular, tecido adiposo e
água corporal, além de fornecer a TMB e as necessidades calóricas totais do
indivíduo.
40. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 39
Fatores que interferem na precisão do método
- Consumo de álcool, cafeína e diuréticos: causam uma superestimativa no valor da
resistência medida e, consequentemente na % de gordura
- Atividade física: a sudorese da prática de exercícios físicos tem efeito diurético, além
de alterar a temperatura da pele e influenciar na leitura da resistência
- Ingestão de alimentos próxima ao teste: modifica o peso corporal avaliado
- Período de menstruação: retenção de líquido
- Utilização de joias, relógios e adereços em geral: atrapalham na condutividade
elétrica
- Fumo: pode reter líquidos.
Preparo para o exame
- Não comer ou beber a menos de 4 horas antes do exame
- Não fazer exercícios físicos a menos de 12 horas do exame
- Urinar a menos de 30 minutos antes do exame
- Não consumir álcool a menos de 48 horas do exame
- Não ingerir café antes do exame
- Não fumar antes do exame
- Não tomar diuréticos a menos de sete (7) dias do exame
- Não realizar o exame em mulheres no período pré-menstrual e retendo líquido
- Não realizar o exame em gestantes e portadores de marca passo
41. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 40
6 - AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
Medidas de Circunferências / Perímetros
As medidas antropométricas de circunferências correspondem aos chamados
perímetros que podem ser definidos como o perímetro máximo de um seguimento
corporal quando medido em ângulo reto em relação ao seu maior eixo (Filho, 2003 in
Duarte, 2007)
- Obesos recomendada para acompanhamento individual dificuldade de se medir
tecido adiposo
- Preferencialmente não devem ser utilizadas isoladamente
- Permite avaliar a distribuição de gordura corporal androide e ginoide
Medidas de Pregas ou Dobras Cutâneas
Técnica simples, pouco onerosa e de fácil manuseio. Apresenta alta fidedignidade,
correlacionando-se com técnicas sofisticadas
42. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 41
6.1 – Medidas de Circunferências/Perímetros
1) Perímetro Braquial ou Circunferência do Braço (CB)
- Reflete tanto as reservas de energias como a massa proteica auxiliando no estudo
das dimensões corporais
- Permite avaliar desnutrição energético-proteica crianças até 5 anos
- Recomendado em avaliações do estado nutricional rápido, fácil aferição e de baixo
custo
- Rastreamento ou triagem de crianças de 12 a 60 meses de idade, quando não é
possível a utilização das medidas de peso e altura
Medida da Circunferência do Braço (CB)
Método de mensuração
O braço do avaliado deve estar flexionado em direção ao tórax, formando um ângulo
de 90º
Localizar e marcar o ponto médio entre o acrômio e o olecrano
Solicitar ao avaliado que fique com os braços estendidos ao longo do corpo com a
palma da mão voltada para a coxa
Contornar a fita flexível no ponto marcado em plano horizontal ao eixo longitudinal
do braço
43. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 42
Pontos de Corte de CB para crianças: Adaptação para população brasileira da
“Fita de Shakir” (Moçambique, 1974)
> 17,5 cm – obesidade
13,5 – 17,5 – eutrofia
13,5 – 12,5 – desnutrição moderada
< 12,5 – desnutrição grave
Pontos de Corte de CB para adultos
Através da adequação da CB
Faixa de normalidade simplificada
Sexo CB(cm) CMB (cm) AMB(cm2
)
♂ 29,5 25,5 28,1
♀ 28,5 23,2 22,2
Fonte: Jelliffe, 1996
Fonte: HEYMSFIELD, 1999; BLACKBURN & THORNTON, 1979.
Pontos de Corte de CB para crianças
Idade em anos Nível crítico de CB (cm)
2 15,7
3 16,2
4 16,5
5 16,7
6 17,1
Fonte: Monteiro et al, 1981.
Diagnóstico
Adequação (%)
CB PCT CMB
Depleção grave <70 <60 <70
Depleção moderada 70 – 80 60 – 80 70 – 80
Depleção leve 80 – 90 80 – 90 80 – 90
Adequado/Eutrofia 90 – 110 90 – 110 90 – 110
Sobrepeso 110 – 120 110 – 120 ---
Obesidade > 120 > 120 ---
% CB = CB obtida x 100
CB percentil 50
44. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 43
2) Circunferência Muscular do Braço (CMB) e Área Muscular do Braço(AMB)
Circunferência Muscular do Braço (CMB)
- Avalia a reserva musculoesquelética
- Para alguns autores a CMB avalia satisfatoriamente a massa magra ou proteína
muscular
- HEYMFIELD (1983) superestima em 20 a 25% a massa muscular por incluir
alguma gordura subcutânea, bainha neuromuscular e ossos
- Correção da CMB AMB = CMBc
Cálculo da Circunferência Muscular do Braço (CMB)
(constante pi) = 3,1416 corrigida para 0,314 para multiplicar PCT em mm
Cálculo da Área Muscular do Braço (AMB)
no numerador = corrigida para 0,314 para multiplicar PCT em mm
no denominador = recebe o valor original = 3,1416
3) Circunferência da Cintura (CC)
- Utilizada para determinação da razão cintura/quadril (C/Q)
- Utilizada erroneamente como medida preditora da distribuição de gordura corporal
- Duarte e Castellani (2002); Duarte (2007), “O termo circunferência da cintura é usado
de forma inadequada, por alguns autores, para expressar a circunferência abdominal”
- Usada em conjunto com o IMC para monitoramento na intervenção para perda de
peso (Lau et al., 2007)
CMB = CB – ( x PCTmm)
♂ AMB = CB – ( x PCT)2
– 10
4
♀ AMB = CB – ( x PCT)2
– 6,5
4
45. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 44
Circunferência da Cintura (CC)
Método de mensuração
O avaliado de estar em posição ortostática, com o peso distribuído em ambos os
pés afastados 25 a 30 cm.
Circundar a fita no plano horizontal, na linha natural da cintura (ponto de menor
circunferência), no ponto médio entra a última costela e a crista ilíaca.
A leitura deverá ser realizada no momento da expiração.
4) Circunferência do Abdominal (CA)
- Utilizada para determinação da distribuição de gordura corporal
- Avaliação por ressonância magnética ou tomografia computadorizada custo
elevado para prática clínica
- Revela concentração de gordura visceral (central ou abdominal), que independente da
gordura corporal total, é um fator de risco para doença arterial coronariana (DAC) e
diabetes mellitus (DM)
- Obesidade intra-abdominal, mensurada pela CA, é a melhor preditora para DAC e DM
(Vinik, 2005)
Avaliação Nutricional conforme Circunferência Abdominal, OMS, 2000.
Homens Mulheres Risco de Doença Cardiovascular
≥ 94,0 cm
≥ 102,0 cm
≥ 80,0 cm
≥ 88,0 cm
Aumentado
Substancialmente aumentado
Fonte: IV Diretrizes, 2009.
46. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 45
Circunferência Abdominal (CA)
Método de mensuração
O avaliado de estar em posição ortostática, com o peso distribuído em ambos os
pés afastados 25 a 30 cm
Circundar o abdome despido com a fita no plano horizontal, passando sobre a
cicatriz umbilical
5) Circunferência do Quadril (CQ)
- Utilizada em conjunto com circunferência da cintura (CC), fornece CC/CQ
- A relação CC/CQ é utilizada por refletir a proporção de gordura intra-abdominal como
determinação de risco DAC, HA e MD (Haslam & James, 2005)
Limitações na utilização da relação CC/CQ
- A CC/CQ é um marcador menos precisa que CC, principalmente quando se deseja
observar alterações ao longo do tempo
- Determinação dos valores de ponto de corte para obesidade central alguns autores
consideram 0,8 para mulheres e 1,0 para homens, outros utilizam pontos de corte a
partir de 0,85 para mulheres e 0,95 para homens
47. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 46
Circunferência do Quadril (CQ)
Método de mensuração
O avaliado deve estar em posição ortostática
Braços levemente afastados, pés juntos e glúteos contraídos
Colocar a fita em plano horizontal, no ponto de maior massa muscular das nádegas
A medida é tomada lateralmente
48. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 47
6.2 – Medidas de Pregas Cutâneas (PC) / Dobras Cutâneas (DC)
- Método preferido na área de exercício físico e esportes
- Medidas realizadas do lado direito do avaliado
- Realiza-se uma série de três medidas sucessivas, no mesmo local, considerando a
média dos três. Se ocorrer discrepância > 5% entre uma das medidas, no mesmo local,
realiza-se uma nova série de três medidas
- A pele do avaliado deve estar seca e o avaliador com as unhas aparadas e lixadas
Dobra Cutânea Biciptal
É medida no sentido do eixo longitudinal do
braço, na sua face anterior, no ponto
mesoumeral, de maior circunferência
aparente do ventre muscular do bíceps.
Dobra Cutânea Tricipital
É medida na face posterior do braço,
paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que
compreende a metade da distância entre a borda
súperolateral do acrômio e o olecrano.
Dobra Cutânea Subescapular
A medida é executada obliquamente em relação
ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos
arcos costais, sendo localizada a dois
centímetros abaixo do ângulo inferior da
escápula.
49. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 48
Dobra Cutânea Axilar Média
É localizada no ponto de intersecção entre a
linha axilar média e uma linha imaginária
horizontal na altura do apêndice xifoide do
esterno. A medida é realizada obliquamente
ao eixo longitudinal, acompanhando os arcos
intercostais. Com o braço do avaliado
deslocado para trás, a fim de facilitar a
obtenção da medida.
Dobra Cutânea Supra ilíaca
É obtida obliquamente em relação ao eixo
longitudinal, na metade da distância entre o
último arco costal e a crista ilíaca (2 cm
acima), sobre a linha axilar medial. É
necessário que o avaliado afaste o braço
para trás ou sobre a nuca, para permitir a
execução da medida.
Dobra Cutânea Abdominal
É medida aproximadamente a dois
centímetros à direita da borda lateral da
cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo
longitudinal do corpo.
Dobra Cutânea da Coxa
É medida paralelamente ao eixo longitudinal,
sobre o músculo reto femoral a um terço da
distância do ligamento inguinal e a borda
superior da patela Guedes (1985), e na metade
desta distância segundo Pollock & Wilmore
(1993).
Para facilitar o pinçamento desta dobra o
avaliado deverá deslocar o membro inferior
direito à frente, com uma semi-flexão do joelho, e
manter o peso do corpo no membro inferior
esquerdo.
50. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 49
Dobra Cutânea Panturrilha Medial
Para a execução desta medida, o avaliado deve
estar sentado, com a articulação do joelho em
flexão de 90 graus, o tornozelo em posição
anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada
no sentido paralelo ao eixo longitudinal do corpo,
no ponto de maior perímetro da perna, com o
polegar da mão esquerda apoiado na borda
medial da tíbia.
Aplicação dos resultados obtidos a partir das medidas das pregas cutâneas
1) Medida isolada comparada a um padrão de referência (FRISANCHO, 1990)
Exemplo: PC Tricipital e PC subescapular. (apêndice 5.5, Cuppari, 2002)
A) Somatória de pregas cutâneas
PCT + PCSE: comparadas a um padrão
2) Medidas Derivadas
A)Circunferência Muscular do Braço (CMB) e Área Muscular do Braço (AMB)
(apêndices 5.2 e 5.3, Cuppari, 2002)
B) % de Gordura
B.1) Soma das 4 pregas cutâneas ( PCT + PCB + PCSE + PCSI)
(apêndice 5.8, Cuppari, 2002)
B.2) Densidade corpórea (DC)
♀ (18 a 55 anos)
(∑ 3 PC = PCT + PC Coxa + PCSI)
DC = 1,0994921 – 0,0009929 x (∑ 3 PC) + 0,0000023 x (∑ 3 PC)2
– (0,0001392 x idade)
% Gordura = [(5,01/DC) – 4,57] x 100
51. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 50
♂ (18 a 61 anos)
(∑ 3 PC = PC torácica + PC Coxa + PC Abdominal)
DC = 1,10938 – ((0,0008267 (∑ 3 PC)) + (0,0000016 x (∑ 3 PC)2
) – (0,0002574 x idade)
% Gordura = [(4,95/DC) – 4,50] x 100
♀ (18 a 55 anos)
(∑ 7 PC = PCT + PC Coxa + PCSI + PC Peitoral + PC Abdominal + PCSE + PC Axilar
média)
DC = 1,0970 – (0,00046971 x (∑ 7 PC)) + (0,00000056 x (∑ 7 PC)2
) – (0,00012828 x
idade)
% Gordura = [(14,85/DC) – 4,39] x 100
♂ (18 a 61 anos)
DC = 1,11200000 - (0,00043499 x (∑ 7 PC))+(0,00000055 x (∑ 7 PC)2
) – (0,00028826 x
idade)
% Gordura = [(14,37/DC) – 3,93] x 100
Padrões de Gordura Corporal
Classificação Homens Mulheres
Risco de doenças associada à desnutrição ≤ 5% ≤ 8%
Abaixo da média 6 – 14 % 9 – 22 %
Média 15 % 23 %
Acima da média 16 – 24 % 24 – 31 %
Riscos de doenças associadas à obesidade ≥ 25 % ≥ 32 %
Fonte: LOHMAM et al., 1992 in Duarte, 2007.
Referência bibliográfica
Cuppari, L. Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2002.
Duarte, A.C.G. Avaliação Nutricional: Aspectos Clínicos e Laboratoriais.
São Paulo: Atheneu, 2007.
Duarte, A.C.G.; Castellani, F.R. Semiologia Nutricional. Rio de Janeiro:
Axcel Books, 2002.
www.sanny.com.br/si/site/030201
52. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 51
CONVERTENDO AS DOBRAS CUTÂNEAS EM % GORDURA
Some as 4 dobras cutâneas medidas. Usando as Tabelas abaixo, procure o valor
encontrado na coluna da esquerda " das 4 pregas (somatório das pregas)" e a faixa
etária nas colunas da direita "Idade". O número obtido pela intersecção destes dois
valores é o Percentual de Gordura
TABELA A: Percentual de gordura corporal para homens
das 4 pregas
(mm)
Idade
17-29 30-39 40-49 50+
15 4.8
20 8.1 12.2 12.2 12.6
25 10.5 14.2 15.0 15.6
30 12.9 16.2 17.7 18.6
35 14.7 17.7 19.6 20.8
40 16.4 19.2 21.4 22.9
45 17.7 20.4 23.0 24.7
50 19.0 21.5 24.6 26.5
55 20.1 22.5 25.9 27.9
60 21.2 23.5 27.1 29.2
65 22.2 24.3 28.2 30.4
70 . 23.1 25.1 29.3 31.6
75 24.0 25.9 30.3 32.7
80 24.8 26.6 31.2 33.8
85 25.5 27.2 32.1 34.8
90 26.2 27.8 33.0 35.8
95 26.9 28.4 33.7 36.6
100 27.6 29.0 34.4 37.4
105 28.2 29.6 35.1 38.2
110 28.8 30.1 35.8 39.0
115 29.4 30.6 36.4 39.7
120 30.0 31.1 37.0 40.4
125 30.5 31.5 37.6 41.1
130 31.0 31.9 38.2 41.0
135 31. 5 32.3 38.7 42.4
140 32.0 32.7 39.2 43.0
145 32.5 33.1 39.7 43.6
150 32.9 33.5 40.2 44.1
155 33.3 33.9 40.7 44.6
160 33.7 34.3 41.2 45.1
165 34.1 34.6 41.6 45.6
170 34.5 34.8 42.0 46.1
175 34.9
180 35.3
185 35.6
190 35.9
55. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 54
Tabelas de Adequação do Percentual de Gordura Corporal
Percentual de gordura (G%) PARA HOMENS
Nível /Idade 18 - 25 26 - 35 36 - 45 46 - 55 56 - 65
Excelente 4 a 6 % 8 a 11% 10 a 14% 12 a 16% 13 a 18%
Bom 8 a 10% 12 a 15% 16 a 18% 18 a 20% 20 a 21%
Acima da Média 12 a 13% 16 a 18% 19 a 21% 21 a 23% 22 a 23%
Média 14 a 16% 18 a 20% 21 a 23% 24 a 25% 24 a 25%
Abaixo da Média 17 a 20% 22 a 24% 24 a 25% 26 a 27% 26 a 27%
Ruim 20 a 24% 20 a 24% 27 a 29% 28 a 30% 28 a 30%
Muito Ruim 26 a 36% 28 a 36% 30 a 39% 32 a 38% 32 a 38%
Percentual de gordura (G%) PARA MULHERES
Nível /Idade 18 - 25 26 - 35 36 - 45 46 - 55 56 - 65
Excelente 13 a 16% 14 a 16% 16 a 19% 17 a 21% 18 a 22%
Bom 17 a 19% 18 a 20% 20 a 23% 23 a 25% 24 a 26%
Acima da Média 20 a 22% 21 a 23% 24 a 26% 26 a 28% 27 a 29%
Média 23 a 25% 24 a 25% 27 a 29% 29 a 31% 30 a 32%
Abaixo da Média 26 a 28% 27 a 29% 30 a 32% 32 a 34% 33 a 35%
Ruim 29 a 31% 31 a 33% 33 a 36% 35 a 38% 36 a 38%
Muito Ruim 33 a 43% 36 a 49% 38 a 48% 39 a 50% 39 a 49%
Fonte: Pollock e Wilmore, 1993.
FAIXA DE PERCENTUAL DE GORDURA IDEAL, DE ACORDO COM SEXO E A IDADE
Faixa Etária Homens Mulheres
de 18 a 29 anos 14% 19%
de 30 a 39 anos 16% 21%
de 40 a 49 anos 17% 22%
de 50 a 59 anos 18% 23%
acima de 60 anos 21% 26%
CLASSIFICAÇÃO DOS PERCENTUAIS DE GORDURA CORPORAL
Classificação Homens Mulheres
Muito Baixo 5% 8%
Abaixo da Média 6 a 14% 9 a 22%
Média 15% 23%
Acima Média 16 a 24% 24 a 31%
Muito Alto 25% 32%
PERCENTUAIS ACEITÁVEIS DE GORDURA CORPORAL
Sexo Homens Mulheres
Idade Aceitável Ideal Aceitável Ideal
menos de 30 13,0 9,0 18,0 16,0
30 – 39 16,5 12,5 20,0 18,0
40 – 49 19,0 15,0 23,5 18,5
50 – 59 20,5 16,5 26,5 21,5
mais de 60 20,5 16,5 27,5 22,5
CLASSIFICAÇÃO DO SOBREPESO E DA OBESIDADE PELA PORCENTAGEM DE GORDURA
Obesidade Mulheres Homens
Leve 25 - 30 % 15 - 20 %
Moderada 30 - 35 % 20 - 25 %
Elevada 35 - 40 % 25 - 30 %
Mórbida >40% >30 %
CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 7 A 17 ANOS
Classificação Masculino Feminino
Excessivamente Baixa Até 6% Até 12%
Baixa 6,01 a 10% 12,01 a 15%
Adequada 10,01 a 20% 15,01 a 25%
Moderadamente alta 20,01 a 25 % 25,01 a 30%
Alta 25,01 a 31% 30,01 a 36%
Excessivamente alta Maior que 31,01% Maior que 36,01%
56. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 55
Curso de Nutrição
Exercícios – Circunferências e Pregas Cutâneas
1) M.S., sexo masculino, branco, natural de Uberlândia, bancário, peso atual 70,0kg e 1,64m e
CC: (Circunferência da Cintura): 108 cm. Calcule:
a) IMC, Peso ideal (mínimo, médio e máximo - deve ser calculado para todos os exercícios).
Avalie a CC.
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
2) M.I.S, sexo masculino, 43 anos, operário, 1,83m, Com peso atual de 63,7kg, sendo que seu
peso habitual é de 74 kg, sua PCT = 8,3mm, CB= 26,4cm. Relata uma perda de peso nos
últimos 6 meses. Calcule:
a) lMC, Peso ideal, % peso ideal, % perda de peso, CMB e adequação, Adequação de CB,
Adequação do PCT, avalie cada dado antropométrico encontrado.
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
3) D.M.G., sexo masculino, 58 anos, natural de Belo Horizonte, internou-se no HC, com
anorexia, disfagia e vômitos. Com diagnóstico de mega esôfago chagásico. Será submetido
a uma esofagectomia. Relata perda de peso nos últimos 3 meses.
Dados antropométricos: PH= 58,0kg, PA= 45,7kg, Altura: 1,58m, CB= 25cm, PCT = 8mm
a) IMC, Peso ideal, % peso ideal, % perda de peso, CMB, adequação de CB, PCT e CMB.
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
4) M.SV., sexo feminino, 50 anos, aposentada, branca, natural de Uberlândia, portadora de
ICC, foi submetida a amputação da coxofemoral, perna direita (MIO). Dados: Peso anterior à
amputação: 68,0kg, 1,78m, CB: 30,0cm, PCT: 11,0mm. Calcule:
a) IMC pré-op, IMC atual, CMB. Avalie o IMC, CB, PCT e CMB.
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
5) J.P.S., 40 anos, sexo masculino, branco, natural de Uberaba, hipertenso, cardiopata, foi
atendido no ambulatório de nutrição. Dados antropométricos: PA: 85,0 kg Estatura: 1,60m
CB: 31,5cm, PCT: 16,5mm.
Na anamnese constatou-se: Número de refeições: 3
Alimentos mais consumidos: enlatados, carne, miúdos, frituras, ovos e salgados
Faz uso abusivo de sal. Nega uso de medicamentos no momento. Não faz atividade física.
Apresentando edema: ++/4+.
Com base no caso clínico apresentado calcule:
a) IMC, Peso ideal, % peso ideal, Avaliar CB, PCT e CMB
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
6) Qual o diagnóstico nutricional de um indivíduo do sexo masculino, 25 anos, que pesa 90 kg e
mede 1,80m. CB: 35,0cm, PCT: 9,0mm.
7) J.P.S., 23 anos, sexo masculino, pesando 87,0 kg, estatura: 1,75. Praticante de atividade
física. Procurou o nutricionista para um planejamento dietético.
Antropometria: CB: 36,0cm PCT: 10,0mm PCB: 8,0mm PCSE: 9,5mm PCSI: 12,0mm
a) IMC, Peso ideal, Avaliar CB e PCT, Calcular CMB e avaliar % de gordura corporal
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
57. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 56
8) MAS, sexo masculino, 75 anos, aposentado, negro, natural de Uberlândia, portador de
diabetes. Após complicações provocadas pela doença, foi submetido à cirurgia para amputar a
perna direita (MID). O paciente encontra-se acamado e não pode ser medido nem pesado
Dados antropométricos: CB: 26,4 cm PCT: 18,0 mm AJ: 56,0 cm
a) Peso estimado, Altura estimada, Peso ideal, Calcule IMC estimado, CMB. Avalie CB e PCT
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
9) J.B.C, sexo feminino, 67 anos, natural de Uberlândia. Após avaliação de rotina foi encaminha
a avaliação nutricional. Dados antropométricos: Peso: 72,0kg, Altura: 1,65m, CB: 32,5 cm PCT:
27,5mm
a) Peso estimado, Altura estimada, Peso ideal, Calcule IMC estimado, CMB. Avalie CB e PCT
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
10) M.A.B., 21 anos, sexo feminino, pesando 67,0 kg, estatura: 1,65. Praticante de atividade
física. Procurou o nutricionista para um planejamento dietético.
Antropometria: CB: 30,0cm PCT: 20,5mm; PCcoxa: 10,0mm; PCSI: 15,5 mm; PCabdominal:
22,0mm; PCpeitoral: 8,0mm; PCSE: 21,0mm; PCaxilar média: 7,5mm.
a) IMC, Peso ideal, Avaliar CB e PCT, Calcular CMB e avaliar % de gordura corporal
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
11) J.P.T., 27 anos, sexo masculino, pesando 72,0 kg, estatura: 1,75. Praticante de atividade
física. Procurou o nutricionista para um planejamento dietético.
Antropometria: CB: 33,0cm PCT: 9,5mm; PCcoxa: 8,0mm; PCSI: 12,5 mm; PCabdominal:
20,0mm; PCpeitoral: 7,0mm; PCSE: 12,0mm; PCaxilar média: 5,5mm.
a) IMC, Peso ideal, Avaliar CB e PCT, Calcular CMB e avaliar % de gordura corporal
b) Diagnóstico nutricional final e evolua em prontuário.
58. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 57
7 - AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA DO ESTADO NUTRICIONAL
Os exames laboratoriais são usados como auxiliares na avaliação do estado nutricional
Constitui-se um método direto da avaliação nutricional porque possibilita a
interpretação das alterações bioquímicas (metabólicas e fisiológicas)
Evidenciam alterações bioquímicas precocemente, anteriores às lesões celulares
e/ou orgânicas
Alguns fatores ou condições podem limitar sua utilização:
Drogas, ambiente, estado fisiológico, estresse, injúria, inflamação
Não devem ser usados isoladamente para o diagnóstico do estado nutricional
Valores de referência dependem do método analítico, tipo de amostra e laboratório
considerar os valores de referência do laboratório
Classificação dos Parâmetros Bioquímicos na Avaliação do Estado Nutricional
1. Avaliação do estado nutricional proteico / proteico visceral
2. Avaliação da massa muscular corporal
3. Avaliação da competência imunológica
1- Avaliação do Estado Nutricional Proteico / Proteico Visceral
Proteínas Plasmáticas
A diminuição da massa proteica visceral é um achado característico em pacientes
com desnutrição, sobretudo Kwashiorkor, mesmo que a massa proteica somática
e o peso estejam conservados
Proteínas hepáticas estimativa confiável do estado proteico visceral
Queda na concentração diminuição da biossíntese hepática devido ao limitado
suprimento de substrato associado à desnutrição
Proteínas mais utilizadas para essa avaliação: albumina, transferrina, pré-
albumina, e proteína fixadora de retinol
59. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 58
Valores normais de proteínas plasmáticas – Proteinograma
Classe Limites normais (g/100ml de plasma) Limites normais (% de ptn)
Albumina 4,0 a 5,2 57 a 74
Globulina 1,9 a 2,7 27 a 38
Relação A/G 1,5 a 2,7
Alfa-globulina 0,6 a 0,9 8,5 a 13
Beta-globulina 0,7 a 0,9 9 a 14
Gama globulina 0,7 a 1,4 12 a 20
Fonte: GORINA, A.B. A clínica e o Laboratório
Proteínas Totais
- Bom índice de DEP
- concentração diminuição da biossíntese hepática
- Vários fatores podem modificar sua concentração: hidratação, hepatopatias,
hipercatabolismo, inflamação, infecção, carência de zinco
- Valor de referência = 6,4 a 8,1 g/dL
Albumina
- Proteína mais abundante no plasma e líquidos extracelulares
- Manutenção da pressão oncótica, transporte de cálcio, cobre, ác. graxos cadeia
longa, esteroides e medicamentos
- Representa medida de avaliação do estado nutricional
- Variável mais frequentemente utilizada nos índices prognósticos
Limitações
- Vida média de 18 a 20 dias
- nas doenças hepáticas, infecção e trauma
Interpretação dos valores de referência da albuminemia
Normal = 3,5 a 5,0 g/dL ou g%
Depleção leve = 3 a 3,5 g/dL ou g%
Depleção moderada = 2,4 a 2,9 g/dL ou g%
Depleção grave = < 2,4 g/dL ou g%
Fonte: Duarte, 2007; Cuppari, 2002.
60. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 59
Pré-Albumina
- Transporte de hormônios da tireoide
- Elevada na insuficiência renal
- Proteína de fase aguda negativa
- Diminuída nas doenças hepáticas, inflamação e infecção
- Influenciada pela tiroxina
- Vida média de 2 a 3 dias
- Índice bastante sensível na identificação de restrição proteica e energética
Interpretação dos valores de referência da pré-albumina
Normal = 15 a 35 mg/dL (150 a 350 mg/L)
Depleção leve = 11 a 14,9 mg/dL - Risco aumentado, monitorizar o
estado nutricional duas vezes por semana
Depleção moderada = 5 a 10,9 mg/dL - Risco importante, suporte nutricional
agressivo está indicado
Depleção grave = < 5 mg/dL - Mau prognóstico
Prealbumin in Nutritional Care Consensus Group. Measurements of visceral protein status
in assessingprotein and energy malnutrition: standard of care. Nutrition 1995; 11: 169-71.
Transferrina
- Transporte de ferro no plasma
- Aumentada na carência de ferro, gravidez, sangramentos e hepatite aguda
- Proteína de fase aguda negativa
- Reduzida em várias anemias, hepatopatias crônicas, neoplasias, sobrecarga de
ferro, infecção
- Vida média de 7 a 8 dias
Interpretação dos valores de referência da transferrina
Normal = 200 a 400 mg/dL
Depleção leve = 150 a 200 mg/dL
Depleção moderada = 100 a 150 mg/dL
Depleção grave = < 100 mg/dL
Proteína Transportadora de Retinol (RPB)
- Transportar vitamina A na forma de retinol
- Índice nutricional muito sensível
- Vida média de 10 a 12 horas e pouca reserva no organismo
- Elevada na insuficiência renal e reduzida nas hepatopatias
- Valor de referência: 3 a 5 mg/dL
Funciona mais como marcador da ingestão recente que do estado nutricional
61. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 60
Proteína C Reativa (PCR)
- Proteínas de fase aguda
- Pode aumentar 100 vezes em 12 horas processos infecciosos, traumas,
queimaduras, IAM e neoplasias
- Valor de referência: PCR < 0,8 mg/dL
Índice Prognóstico
- Empregado com o objetivo de identificar aqueles pacientes cuja inadequação do
estado nutricional potencialize os riscos de morbidade e mortalidade no curso de
doenças graves ou intervenções cirúrgicas
Índice Prognóstico Nutricional (PNI) (Mullen e cols)
PNI = 158 – (16,6 x Alb) – (0,78 x PCT) – (0,2 x T) – (5,8 x HC)
Onde: Alb: albumina (g%); PCT: prega cutânea tricipital (mm); T: transferrina sérica (mg%); HC:
hipersensibilidade cutânea (0 = não reator; 1 = diâmetro de induração < 5mm; 2 = diâmetro de induração
5mm)
PNI > 50% Alto risco
PNI de 40 a 49% Risco intermediário
PNI < 40% Baixo risco
Índice de Prognóstico Hospitalar (HPI) (Blackburn)
HPI = (0,91 x Alb) – (1 x TC) – (1,44 x sepse) + (0,98 x diagnóstico)
Onde: Alb: albumina sérica g%; TC: teste cutâneo (1 = resposta positiva a um ou mais antígenos; 2= resposta
negativa aos antígenos); sepse (1 = com sepse; 2 sem sepse); Diagnóstico: (1 = com neoplasia; 2 = sem
neoplasia)
HPI - 1 sobrevida de 25%
HPI = 0 sobrevida de 50%
HPI 2,5 sobrevida de 90%
Índice de Risco Nutricional (IRN) (Am J Clin Nut, 1988; 47: 35765)
IRN = 1,519 x Alb x 0,417 x (PA/PH) x 100
Onde: Alb: albumina sérica g%; PA: peso atual; PH: peso habitual
IRN > 100 eutrófico
IRN 83,5 – 100 desnutrição leve a moderada
IRN < 83,5 desnutrição grave
62. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 61
2- Avaliação da massa muscular corporal
Índice Creatinina-Altura
- Determinação da degradação músculo esquelética
- Metabólito derivado da hidrólise da creatina
- Síntese constante coeficiente de creatinina para homens: 23 mg/kg/24h
Mulheres: 18 mg/kg/24h
Limitações
- Coleta adequada da urina
- Excreção reduzida em nefropatas
- Excreção aumentada na fase aguda do trauma, exercício físico intenso, estresse
emocional, febre e infecção
Cálculo do Índice Creatinina-Altura
ICA = creatinina urinária de 24 h x 100 00
coeficiente de creatinina
Interpretação dos valores de referência
ICA entre 80 e 90% = depleção leve de massa muscular
ICA entre 60 e 80% = depleção moderada de massa muscular
ICA inferior a 60% = depleção grave de massa muscular
Balanço Nitrogenado (BN)
- Medida da alteração na massa proteica total obtida pela diferença entre nitrogênio
ingerido na dieta e o nitrogênio urinário excretado na forma de ureia
- Melhor método quantitativo e dinâmico de observar a continuidade da terapêutica
nutricional
- Não pode fornecer um quadro do estado nutricional atual do paciente
Limitações
- Coleta da urina de 24h
- Perda de N pela pele e mucosa
- Perdas fecais, menstrual e em fístulas
BN = N ingerido – N excretado + 4 g
Onde: N ingerido = nitrogênio da dieta (proteína total da dieta/6,25)
N excretado = ureia urinária de 24 horas
Balanço nitrogenado negativo (-) catabolismo
Balanço nitrogenado neutro = 0
Balanço nitrogenado positivo (+) anabolismo
63. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 62
3 – Avaliação da Competência Imunológica
• A alimentação inadequada provoca a diminuição do substrato para a produção de
imunoglobulinas e células de defesa, que apresentam sua síntese diminuída
proporcionalmente ao estado nutricional, podendo o indivíduo tornar-se anérgico.
Com isso, a avaliação imunológica pode auxiliar na identificação das alterações
nutricionais
Contagem Total de Linfócitos (CTL) ou Linfocitometria
- Parâmetro para medição da competência imunológica
Calculado a partir do leucograma
CTL = % linfócitos x leucócitos
100
Interpretação dos valores de referência
Depleção leve = 1200 a 2000 mm3
Depleção moderada = 800 a 1199 mm3
Depleção grave = < 800 mm3
HEMOGRAMA
A maioria das células sanguíneas é constituída de células de linhagem vermelha –
hemácias – e sua principal função é o transporte de oxigênio dos pulmões para os
tecidos
uma a cada 500 células é representada por células brancas ou leucócitos
Eritrócitos (Erit ou Ht)
Eritrócitos, hemácias ou glóbulos vermelhos, são as células mais numerosas no
sangue. Tem a forma de um disco bicôncavo, com um excesso de membrana, em
relação ao conteúdo celular.
Principal função transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos e o dióxido de
carbono dos tecidos para os pulmões.
Formação necessita de cianocobalamina (vitamina B12), fator intrínseco, ácido fólico
e ferro
64. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 63
A hipóxia renal estimula a liberação de um fator eritropoiético - eritropoietina ou
hemo-poietina que, por sua vez, estimula a produção de glóbulos vermelhos.
M: 4,3 – 5,9 milhões em
mm3
F: 3,5 – 5,5 milhões em mm3
na policitemia, desidratação, diarreia grave
em anemia, hemorragia, deficiência de ferro,
doença sistêmica (Hodgkin, leucemia, lúpus)
Hemoglobina (Hb)
Principal componente da hemácia. Ela é formada no interior dos eritroblastos na
medula óssea. A hemoglobina é o pigmento responsável pelo transporte do oxigênio
para os tecidos e confere à hemácia a sua coloração avermelhada.
Cada molécula pode transportar quatro moléculas de oxigênio.
A combinação química do radical heme com a molécula de oxigênio é facilmente
reversível, o que facilita a sua captação nos capilares pulmonares e a sua liberação
nos capilares dos tecidos.
A ligação do oxigênio à hemoglobina é do tipo cooperativo.
M: 13,5 – 18,0 g/dl
F: 12 – 16 g/dl
Criança: 1 mês: 11 – 17
1 ano: 11 – 15
em queimaduras graves, policitemia, insuficiência
cardíaca, talassemia, doença pulmonar obstrutiva
crônica, desidratação
na anemia, hipertireoidismo, cirrose, doenças
sistêmicas (leucemia, lúpus, doença de Hodgkin)
Hematócrito (Hct ou Hm)
Representa o percentual do volume de sangue ocupado pelas hemácias e, portanto,
representa um índice da concentração dos glóbulos vermelhos.
Quando se diz que uma pessoa tem o hematócrito de 40 significa que 40% do volume
sanguíneo são células vermelhas e o restante corresponde ao plasma.
O hematócrito, na ausência de anemia, tem correlação com a quantidade de
hemoglobina existente no sangue.
M: 40 – 50%
F: 35 – 45%
Criança: 1 mês: 11 – 17
1 ano: 11 – 15
na desidratação, policitemia, choque
na anemia, perda sanguínea, hemólise, leucemia,
hipertireoidismo, cirrose, hiper-hidratação
65. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 64
Indicam o tipo de anemia
Hemoglobina
corpuscular média
(HCM)
26 – 34
pg/erit
na anemia macrocítica
na anemia microcítica
Volume corpuscular
médio (VCM)
87 – 103
mm3
/erit
no abuso de álcool, anemia perniciosa
macrocítica/megaloblástica, deficiência de
vitamina B12 e/ou folato
na anemia microcítica e hipocrômica,
anemia por desordem crônica, talassemia
Concentração de
hemoglobina
corpuscular média
(CHCM)
32 – 37 g/dl
(g Hb/dl de
eritrócito)
usualmente índica esferocitose
na anemia ferropriva, macrocítica,
talassemia, perda crônica de sangue,
anemia responsiva à piridoxina
Anemia microcítica e hipocrômica Hb , Erit , VCM e HCM
Anemia normocítica e normocrômica Hb , Erit , VCM e HCM normal
Anemia microcítica e normocrômica Hb , Erit , VCM e HCM normal
Anemia macrocítica e normocrômica Hb , Erit , VCM e HCM normal
66. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 65
LEUCOGRAMA (contagem diferencial de leucócitos)
Leucócitos
Valores de
referência
Consiste de: monócitos, linfócitos, basófilos, eosinófilos e
neutrófilos
Monócitos 0-12%
90-900/mm3
(monocitose) em tuberculose, colite ulcerativa,
leucemia monocítica aguda, mieloma múltiplo, doença de
Hodgkin, lúpus, artrite reumatoide, febre.
(monocitopenia) em anemia aplástica.
Linfócitos 20-50%
1500-5000/mm3
(Iinfocitose) em hepatite viral, infecção por
citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola, infecção aguda
por HIV, leucemia Iinfocítica crônica e aguda.
(Iinfocitopenia) em infecções e enfermidades agudas,
doença de Hodgkin, lúpus, anemia aplástica,
insuficiência renal, AIDS, carcinoma terminal.
Basófilo 0-2%
0-200/mm3
(basofilia) em colite ulcerativa, sinusite crônica,
nefrose, anemias hemolíticas crônicas, doença de
Hodgkin, pós-esplenectomia.
(basopenia) em hipertireoidismo, gestação, estresse,
infecção aguda, síndrome de Cushing.
Eosinófilo 0-5%
50-500/mm3
(eosinofilia) em asma brônquica, urticária, infecções
parasitárias, leucemia mielóide crônica, policitemia,
anemia perniciosa, doença de Hodgkin, neoplasias
malignas, irradiação, artrite reumatoide, tuberculose.
(eosinopenia) em eclampsia, grandes cirurgias,
choque.
Neutrófilo 40-80%
1800-8000/mm3
(neutrofilia) em infecções, desordens inflamatórias (ex.:
artrite reumatoide, dano tissular, infarto do miocárdio,
gota, pancreatite, colite, peritonite, nefrose) , diabetes,
uremia, eclampsia, necrose hepática, desordens
mieloproliferativas (incluindo leucemia mielóide crônica,
policitemia), pós-esplenectomia, anemias hemolíticas,
hemorragia, queimaduras, gestação, choque elétrico,
neoplasias malignas.
(neutropenia) em infecções, anemia aplástica,
leucemias agudas, anemia megaloblástica, anemia
ferropriva, hipotireoidismo, cirrose.
Porcentagem Relativa e Valor Absoluto (mm3
)
(valor absoluto = % relativa x total de leucócitos)
Leucócitos comprometimento no sistema imunológico por:
Desnutrição leve = 1200 a 2000 mm3
Desnutrição moderada = 800 a 1199 mm3
Desnutrição grave = < 800 mm3
67. Disciplina: Avaliação Nutricional. Prof. Msc. Luciano Alex Santos 66
Valores de referência para o diagnóstico das dislipidemias em adultos maiores de
20 anos
Fonte: III Diretrizes, 2001.
Fonte: Laboratório de Análises Clínicas - HC/UFMG
Referencia bibliográfica
Duarte, A.C.G. Avaliação Nutricional: Aspectos Clínicos e Laboratoriais. São Paulo:
Atheneu, 2007.
Cuppari, L. Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2002.
DIRETRIZES Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose
do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia - III. Arq
Bras Cardiol., v. 77 (sup. III), 2001, 48 p.
Lipídeos Séricos Valores (mg/dL) Categoria
CT
<200
200-239
240
Ótimo
Limítrofe
Alto
LDL-C
<100
100-129
130-159
160-189
190
Ótimo
Desejável
Limítrofe
Alto
Muito alto
HDL-C
<40
>60
Baixo
Alto
TG
<150
150-200
201-499
500
Ótimo
Limítrofe
Alto
Muito alto
Exames Valor de Referência
Glicemia (mg/dl) 70 – 100
Ferro sérico (ng/dl) 49 – 181
Ferritina (ng/ml) 36 – 262
Hemoglobina (g/dl) 12 – 16
Hematócrito (%) 36 – 46
Cálcio iônico (mmol/l) 1,12 - 1,32
PTH (pg/ml) 10,0 - 69,0
Fosf.Alcalina (UI/L) 38 – 126
TSH (uIU/L) 0,4 - 5,0
T4 (mg/dl) 0,8 - 1,9
Vit. B12 (pg/ml) 193 – 982
Ácido Fólico (ng/ml) 3 – 17
Ácido Úrico (mg/dl) 2,5 - 7,5
Albumina (g/dl) 3,5 - 5,0