2. Neoplasia ginecológica mais letal
75% dos casos apresentam-se em estágio avançado no
momento do diagnóstico
Brasil: estimativa de 5680 casos novos 2014 (INCA)
90% dos casos são carcinoma epitelial. Os demais tumores
derivam das células germinativas, estromais ou mistas.
Incidência máxima de câncer ovariano epitelial: 56-60 anos
3. 80% - pós-menopausa
Idade superior a 50 anos
Nuliparidade
Infertilidade
Uso de contraceptivos orais: fator protetor estabelecido
Padrões familiares representam 5-10% dos casos: Síndrome
de Lynch II (Câncer colorretal hereditário não polipoide –
HNPCC), Síndrome de câncer ovário-mama (associada com a
mutação dos genes BRCA1 e BRCA2)
4. Sintomas inespecíficos: desconforto no baixo ventre,
constipação, sangramento menstrual irregular, sangramento
vaginal, dorsalgia, fadiga, náusea, polaciúria, dispareunia.
Fase avançada: distensão abdominal, anorexia ou saciedade
precoce por presença de ascite e metástases no intestino ou
omento, sub-oclusão intestinal, derrame pleural.
5. CA-125 e USG da pelve:
Não demonstram S e E aceitáveis.
Não foram efetivos na redução da morbimortalidade para
mulheres de risco normal.
6. USG pélvica ou TV (principal método diagnóstico): lesões
císticas com áreas sólidas, vegetações ou septos; lesões
sólidas.
- Dopplerfluxometria: Apresenta baixo índice de resistência (IR
menor que 0,4) e de pulsatilidade (IP menor que 1,0)
- TC ou RNM: avalia comprometimento hepático e linfonodos
retroperitoneais
- RX Tórax: lesões pulmonares e derrame pleural
7. Aproximadamente 90% dos tumores ovarianos derivam do
epitélio celomático = tumores epiteliais: seroso (75%),
mucinoso (25%), endometrióide (2%), células claras,
Brenner e indiferenciados
8.
9.
10.
11. Grau I: bem diferenciado
Grau II: moderadamente diferenciado
Grau III: pouco diferenciado
Tumores com baixo potencial de malignidade (boderline):
mais diferenciados, não-invasivos, semelhantes a seus
correspondentes benignos e têm excelente prognóstico quando
comparados aos invasivos
12. O comprometimento da cápsula do
tumor propicia a disseminação
direta às tubas, útero, ovário
contralateral e peritôneo pélvico. A
disseminação linfática compromete
linfonodos ao redor da aorta e
v.cava. A drenagem linfática
também pode seguir canais
parametriais e ligamento largo e
atingir os linfáticos da pelve
incluindo as cadeias ilíacas e
obturadora. Menos frequente, pode
ocorrer através do ligamento
redondo e envolver linfonodos
inguinais.
13.
14. Incisão mediana ampla
Remoção intacta do tumor (congelação, se possível)
Coleta de líquido ascítico (ausente líquido livre, realizar lavado peritoneal)
Realização de múltiplas biópsias peritoneais aleatórias (pelve, lojas
parieto-cólicas e lojas subdiafragmáticas)
Avaliação de toda cavidade abdominal (implantes?)
Omentectomia infracólica se implantes macroscópicos ausentes.
Avaliação de linfonodos pélvicos e para-aórticos e ressecção daqueles
suspeitos.
15.
16.
17. Surgical Staging:
HTA + SOB +
omentectomia +
linfadenectomia pélvica
e para-aórtica + Bx
peritoneais
18. O tratamento vai depender se a cirurgia anterior
estava completa ou não
19. Taxanos (paclitaxel e docetaxel) : bloqueiam certas estruturas em células
de câncer para interromper o crescimento das células.
Agentes de platina (cisplatina e carboplatina): danificam estruturas
codificadas nas células cancerosas que controlam como as células se
comportam para deter crescimento e divisão.
Bevacizumab (Avastin®): interrompe o crescimento de novos vasos
sanguíneos que alimentam as células cancerígenas.
20.
21.
22.
23. Câncer de ovário avançado?
Maioria dos casos de câncer de ovário é diagnosticada em estádios
avançados (III ou IV).
Citorredução ótima: Ausência de doença residual macroscópica (meta
alcançada em aproximadamente 50%)
QT neodjuvante seguida pela cirurgia de intervalo: intenção de melhorar as
condições operatórias dos pacientes, possibilitando assim a realização de
procedimentos oncológicos mais apropriados.
24. Determinar se a cirurgia citorredutora secundária melhorou a sobrevida
livre de progressão e sobrevida global entre os pacientes que tinham câncer
de ovário avançado e tumor residual superior a 1 cm e que receberam
cisplatina e paclitaxel
Métodos: 06/1994 a 01/2001 - 424 pacientes
216: QT + cirurgia secundária 208: Quimioterapia apenas
25. A duração média de sobrevivência foi de 33,9 meses no grupo de cirurgia
secundário e 33,7 meses no grupo com apenas quimioterapia
26. Resultados: Para os pacientes com carcinoma de ovário avançado nos
quais a cirurgia citorredutora primária foi considerada como máxima, a
adição de cirurgia citorredutora secundária comparada a quimioterapia
pós-operatória com paclitaxel e cisplatina não melhora tempo de sobrevida
livre de doença ou sobrevida global.
27. - Desfecho primário: Sobrevivência Geral
- Métodos: Pacientes (632) com Carcinoma Epitelial Estadio IIIC ou IV
Cirurgia Inicial (debulking) +
QT a base de Platina (6)
QT neoadjuvante inicial (3 ciclos)
seguida de cirurgia citorredutora aliada
(citorredução de intervalo) + QT (3)
n engl j med 363;10 nejm.org september 2, 2010
28. Métodos:
Doentes elegíveis: biópsia comprovada de carcinoma epitelial do ovário
invasivo primário, carcinoma peritoneal, ou carcinoma tubário estágio III
ou IV.
PAAF era aceitável sob as seguintes condições:
- massa (ovário) pélvica (ovário);
- metástases fora da pelve de pelo menos 2 cm de diâmetro (laparoscopia ou
laparotomia ou calculado - TC);
- metástase linfonodal ou prova de doença em estágio IV;
- proporção de antigénio CA-125/CEA > 25 (essa relação tem sido útil para
afastar Tu gastrointestinal primário que têm metástase para o peritônio, os
ovários, ou ambos).
Se CA-125/CEA < 25 ou igual, os resultados de uma colonoscopia, EDA e
a MMG (realizada dentro de 6 semanas antes da randomização) deveriam
ser negativos para a presença de um tumor primário.
29. A sobrevida global mediana foi de 29
meses no grupo de cirurgia primária e 30
meses no grupo de QT Neo, e a sobrevida
livre de progressão mediana em ambos
grupos foi de 12 meses.
30. Resultados:
- Tumor residual de 1 cm ou menos em 41,6% dos pacientes após a
citorredução inicial e 80,6% dos pacientes que realizaram citorredução de
intervalo.
- Morte no pós-operatório (<28 dias após a cirurgia) ocorreu em 2,5% dos
pacientes no grupo de cirurgia primária e em 0,7% dos pacientes no grupo
QT neo.
n engl j med 363;10 nejm.org september 2, 2010
31. Resultados:
Analisaram as parcelas de risco em relação a idade, ao estágio (FIGO),
WHO performance status, tipo histológico, e a presença ou ausência de
fluido pleural. Em nenhum dos subgrupos houve superioridade de um dos
tratamentos.
Em ambos os grupos, o principal fator prognóstico foi a taxa de ressecção
tumoral completa.
n engl j med 363;10 nejm.org september 2, 2010
32. Resultados:
Não há vantagens significativas de terapia neoadjuvante ou cirurgia
primária quanto à sobrevivência, efeitos adversos, qualidade de vida, ou a
morbidade pós-operatória ou mortalidade
n engl j med 363;10 nejm.org september 2, 2010
33. Quimioterapia neoadjuvante seguida por cirurgia citorredutora de intervalo
não seria, do ponto de visto oncológico, inferior ao tratamento padrão.
Vantagens potenciais de aumentar as taxas de ressecção cirúrgica completa
e diminuir morbidade e mortalidade operatórias, observações que abrem
novas perspectivas de abordagem.
34. Maioria dos pacientes são diagnosticados em estágios avançados.
Citorredução ótima em cerca de 50% dos casos.
Sobrevida global semelhante tanto na cirurgia inicial quanto na
citorredução de intervalo até os presentes estudos.
Quimioterapia Neoadjuvante seguida de citorredução de intervalo possui
vantagens potenciais de aumentar as taxas de ressecção cirúrgica completa
e diminuir morbidade e mortalidade operatórias.
35. Secondary Surgical Cytoreduction for Advanced OvarianCarcinoma Peter
G. Rose, M.D., for the GynecologicOncologyGroup N Engl J Med 2004
NCCN.org – For Clinicians • NCCN.com – For Patients
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Oncologia Ginecológica. Ed. Artes Médicas, Printed by Grafos S.A.. ,
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REIS FJC, Rastreamento e diagnóstico das neoplasias de ovário -papel
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