O documento analisa criticamente o Canadian National Breast Screening Study, um estudo randomizado de rastreamento mamográfico realizado no Canadá. O estudo comparou a incidência e mortalidade de câncer de mama em mulheres entre 40-59 anos submetidas a rastreamento mamográfico versus apenas exame clínico. Após 25 anos, o estudo encontrou maiores taxas de diagnóstico de câncer, mas pouca redução na mortalidade no grupo submetido a mamografia, levantando questões sobre sobrediagnóstico e benefícios reais do
Indicações de laparoscopia no manejo de massas anexiais
Seminario canadian recovered
1. Cecília Oliveira Pereira
R1 - Mastologia
SEMINÁRIO HUCFF
RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE
CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL BREAST
SCREENING STUDY
Maio / 2014
2. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
• Objetivo da apresentação: Demonstrar o quão superestimados podem ser os
benefícios do rastreio mamográfico.
3. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
História da Mamografia
1913
Primeira radiografia mamária feita por Albert
Salomon, cirurgião Alemão, ele radiografou
peças cirúrgicas, obtidas de cirurgias de
mastectomia e encontrou pequenos pontos
“denominados de microcalcificações”.
1930
Herrman Vogel descreveu como
diferenciar tecidos sadios de
tecidos doentes
1949
Raul Leborgne concluiu que
4. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
1962
Robert Egan publica 53 casos
de carcinoma oculto detectados
em 2000 exames de
mamografia e criou uma equipe
de médicos e técnicos treinados
e especializados em
mamografia.
1966
A GE cria a
primeira máquina
para realizar
mamografia. Era
um tripé com
uma câmara
especial.
1966
O primeiro modelo comercial
do "Senographe" (“pintura do
seio”, em francês), como foi
denominado.
5. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
1971
1º mamógrafo do Brasil -
IBBC
2014
Mamógrafo atual
6. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Estratégias:
Diagnóstico precoce
“down staging”
Auto exame x palpação
ocasional
Rastreamento
Oportunístico x
organizado
Detecção precoce
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Controle do Câncer de Mama: Documento do Consenso. Rio de Janeiro, 2004.
A recomendação para as mulheres de 50 a 69 anos é a
realização da mamografia a cada dois anos e do exame
clínico das mamas anual.
*A sociedade brasileira de mastologia recomenda mamografia e
exame físico anual das mamas a partir dos 40 anos
Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. No Brasil, as taxas de mortalidade
por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na
população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
7. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
A importância da imagem
• A mamografia é recomendada para: rastreamento de mulheres assintomáticas, avaliação
diagnóstica, acompanhamento de mulheres sintomáticas e monitoramento de grupos de
alto risco .
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 11.664, DE 29 DE ABRIL DE 2008.
Dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que
assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o
seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no
âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o As ações de saúde previstas no inciso II do caput do art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990,
relativas à prevenção, detecção, tratamento e controle dos cânceres do colo uterino e de mama são asseguradas, em
todo o território nacional, nos termos desta Lei.
Art. 2o O Sistema Único de Saúde – SUS, por meio dos seus serviços, próprios, conveniados ou contratados,
deve assegurar:
I – a assistência integral à saúde da mulher, incluindo amplo trabalho informativo e educativo sobre a prevenção,
a detecção, o tratamento e controle, ou seguimento pós-tratamento, das doenças a que se refere o art. 1o desta Lei;
II – a realização de exame citopatológico do colo uterino a todas as mulheres que já tenham iniciado sua vida
sexual, independentemente da idade;
III – a realização de exame mamográfico a todas as mulheres a partir dos 40 (quarenta) anos de idade;
IV – o encaminhamento a serviços de maior complexidade das mulheres cujos exames citopatológicos ou
mamográficos ou cuja observação clínica indicarem a necessidade de complementação diagnóstica, tratamento e
seguimento pós-tratamento que não puderem ser realizados na unidade que prestou o atendimento;
V – os subseqüentes exames citopatológicos do colo uterino e mamográficos, segundo a periodicidade que o
órgão federal responsável pela efetivação das ações citadas nesta Lei deve instituir.
Parágrafo único. Os exames citopatológicos do colo uterino e mamográficos poderão ser complementados ou
substituídos por outros quando o órgão citado no inciso V do caput deste artigo assim o determinar.
Art. 3o Esta Lei entra em vigor após decorrido 1 (um) ano de sua publicação.
Brasília, 29 de abril de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
José Gomes Temporão
Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.4.2008.
Portaria MS/GM nº 1.253, de 12/11/2013 Art. 2º Fica incluída na Tabela de Procedimentos do SUS a REGRA CONDICIONADA (código
005) que condiciona excepcionalmente o tipo de financiamento do procedimento 02.04.03.018-8- mamografia bilateral para
rastreamento, pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC). Parágrafo único. Esta regra será aplicada quando o
procedimento de que trata o caput deste artigo for realizado em pessoa com a idade recomendada pelo Ministério da Saúde
compreendida entre 50 a 69 anos.
8. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Fatores determinates do prognóstico do
Câncer de mama
• Historicamente o volume do tumor é
um dos fatores mais importantes
com relação ao prognóstico da
doença. Sabemos que pacientes
com tumores menores de 1,0 cm
têm entre 10% a 20% de
possibilidade de comprometimento
linfonodal e que pacientes com
tumores menores de 1,0 cm com
linfonodos negativos têm uma
sobrevida livre de doença em 10
anos de 90%
Buitrago; Farid, Uemura; Gilberto, Sena; Maria Cristina Ferreira. Fatores
prognósticos em câncer de mama. Com. Ciências Saúde - 22 Sup 1:S69-S82,
2011
9. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Early diagnosis x Over-diagnosis x False positive
Over diagnosis - É o diagnóstico dos cânceres que nunca se manifestariam
clinicamente durante a vida de uma paciente seja lá pelo fato de que o tumor
não iria crescer ou por que a mesma iria falecer de outras causas antes da
expressão da doença.
Consequências:
Cirurgiasquimioterapiaradioterapiaconsequências emocionais
10. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
O rastreamento na faixa etária de 50 a 70 anos,
quando realizado bienalmente em mamógrafos com
tecnologia convencional, apresentou maior benefício
em termos de proteção radiológica ao ser avaliado
por meio da relação benefício–risco.
12. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Canadian National Breast Screening Study
• Objetivos: comparar a incidência do câncer de mama e a mortalidade ao
longo de 25 anos em mulheres entre 40-59 anos que se submeteram a
rastreio com mamografia e exame físico com as que se submeteram a
apenas exame físico.
• Materiais e métodos: foram selecionadas de forma randomizada durante 5
anos, 89.835 mulheres entre 40-59 anos em 6 províncias do Canadá (Nova
Escócia, Quebec, Ontario, Manitoba, Alberta e Colúmbia Britânica).
• Resultados: ?
• Conclusão: ?
13. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Anthony B Miller, Claus Wall, Cornelia J Baines, Teresa To, Steven A. Twenty five year follow-up for breast cancer incidence and
mortality of the Canadian National Breast Screening Study: randomised screening trial . BMJ 2014;348:g366 doi: 10.1136/bmj.g366
(Published 11 February 2014)
Desenho do estudo
14. Grupo mamografia n=
666
Grupo controle
n= 524
RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Anthony B Miller, Claus Wall, Cornelia J Baines, Teresa To, Steven A. Twenty five year follow-up for breast cancer incidence and
mortality of the Canadian National Breast Screening Study: randomised screening trial . BMJ 2014;348:g366 doi: 10.1136/bmj.g366
(Published 11 February 2014)
15. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Anthony B Miller, Claus Wall, Cornelia J Baines, Teresa To, Steven A. Twenty five year follow-up for breast cancer incidence and mortality
of the Canadian National Breast Screening Study: randomised screening trial . BMJ 2014;348:g366 doi: 10.1136/bmj.g366 (Published 11
February 2014)
16. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Anthony B Miller, Claus Wall, Cornelia J Baines, Teresa To, Steven A. Twenty five year follow-up for breast cancer incidence and
mortality of the Canadian National Breast Screening Study: randomised screening trial . BMJ 2014;348:g366 doi: 10.1136/bmj.g366
(Published 11 February 2014)
Breast Cancer specific mortality, by assignment to mammography or control arms (all participants)
Taxa de sobrevivência (durante os 25 anos do estudo):
• 77,1% para tumores <2cm e 54,1% para tumores > 2cm
• 70.6% para tumores do grupo da mamografia e 62,8% para
tumores no grupo controle
17. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
“Os resultados do estudo estão alinhados com a
realidade dos países desenvolvidos”
19. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Distribuição dos mamógrafos no Brasil
Fonte: DENASUS/MS 2011
“It is time to stop blaming mammography screening
for over-diagnosis and over-treatment in an effort to
deny women access to screening.”
Daniel B. Kopans, professor of radiology at the
Harvard Medical School
20. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Qualidade da imagem
american college of radiology e society of breast imaging
21. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
H. Gilbert Welch MD, MPH Screening Mammography and Overdiagnosis.San Antonio Breast Cancer Symposium – December 10-14-2013
22. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
H. Gilbert Welch MD, MPH Screening Mammography and Overdiagnosis. San Antonio Breast Cancer Symposium – December 10-14-2013
As pesquisas estimam que a cada 10.000 mulheres por volta de seus 40 anos que realizarem
mamografia anual, 190 serão diagnosticadas com câncer de mama, e dessas, 5 irão evitar a
morte devido ao screening mamográfico, e 25 irão morrer independente de terem realizado o
rastreio, o restante irá sobreviver graças aos avanços no tratamento .
23. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
JAKE MILLER
The Mammography Dilemma - Complex
benefits and harms of mammography require
individualized approach. April 1, 2014
Revisão de trabalhos internacionais dos últimos
50 anos para avaliar os benefícios dos
rastreamento mamográfico.
24. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
• UK NHS Breast Screening Program
• Mulheres de 47 – 73 anos
• Identifica a população de maior risco de desenvolver câncer de
mama de acordo com a faixa etária.
• Afirma que existe benefício em realizar a mamografia de
rastreio
25. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Discussões finais
• “one size fits all” ?
• Early diagnosis compensa o over-diagnosis?
• Podemos projetar a nossa esse estudo para a nossa realidade?
26. RASTREAMENTO MAMOGRÁFICO: ANÁLISE CRÍTICA DO CANADIAN NATIONAL
BREAST SCREENING STUDY
Canadian National Breast Screening Study
• Objetivos: comparar a incidência e mortalidade ao longo de 25 anos em mulheres entre
49-50 anos que se submeteram a rastreio com mamografia e exame físico com as que se
submeteram a apenas exame físico.
• Materiais e métodos: foram selecionadas de forma randomizada durante 5 anos, 89.835
mulheres entre 40-59 anos em 6 províncias do Canadá (Nova Escócia, Quebec, Ontario,
Manitoba, Alberta e Colúmbia Britânica).
• Objetivos: mensurar o número de mortes por câncer de mama.
• Resultados: Os achados para mulheres entre 40 -49 anos e para mulheres entre 50 -59
anos foram bastante similares.
Conclusão: Mamografia anual em mulheres entre 40 – 59 anos não reduz
a mortalidade de câncer de mama em detrimento ao exame físico anual,
quando a terapia adjuvante estiver disponível, sempre que necessária.
28. BIBLIOGRAFIA
• von Karsa L, Arrossi S. Development and implementation of guidelines for quality assurance
in breast cancer screening: The European experience. Salud Publica Mex 2013;55:318-328
• Robert A. Smith, Vilma Cokkinides, Durado Brooks, Debbie Saslow, Otis W. Brawley. Cancer
Screening in the United States, 2010 - A Review of Current American Cancer Society Guidelines and
Issues in Cancer Screening. CA CANCER J CLIN 2010; 60:99–119 ,VOLUME 60 NUMBER 2
MARCH/APRIL 2010
• Buitrago; Farid, Uemura; Gilberto, Sena; Maria Cristina Ferreira. Fatores prognósticos em câncer de
mama. Com. Ciências Saúde - 22 Sup 1:S69-S82, 2011
• Anthony B Miller, Claus Wall, Cornelia J Baines, Teresa To, Steven A. Twenty five year follow-up for
breast cancer incidence and mortality of the Canadian National Breast Screening Study: randomised
screening trial . BMJ 2014;348:g366 doi: 10.1136/bmj.g366 (Published 11 February 2014)
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Rastreamento (Série A: Normas e Manuais Técnicos. Cadernos de Atenção Primária nº29). Brasília,
2010.
• Lydia E. Pace, MD, MPH1; Nancy L. Keating, MD, MPH2,3 [+] Author Affiliations. A Systematic
Assessment of Benefits and Risks to Guide Breast Cancer Screening Decisions. JAMA.
2014;311(13):1327-1335. doi:10.1001/jama.2014.1398
• H. Gilbert Welch MD, MPH Screening Mammography and Overdiagnosis.San Antonio Breast Cancer
Symposium – December 10-14-2013