Este documento discute conceitos de poder nas organizações. Apresenta perspectivas sobre poder, positiva e negativa, e define poder como a capacidade de influenciar o comportamento de outrem. Discute também tipos de poder como autoridade, liderança e bases de poder. Explica teorias de poder organizacional e configurações de poder, além de abordar poder grupal e jogos políticos.
2. Objetivos
O aluno deverá ser capaz de:
• Discutir o conceito de poder e sua aplicação ao
contexto organizacional;
• Estabelecer as inter conexões entre os poderes
individual, grupal e organizacional;
• Identificar ferramentas que subsidiam a análise
do poder nas organizações;
• Descrever a dinâmica de poder nas organizações.
4. CONCEPÇÕES DE PODER
Sociologia, Ciência Política, História, Antropologia e
Psicologia.
PODER
Processo de disputa
Mobilizador de
instituições sociais
Política
Expressão da Natureza Humana
Força do Desejo
Força que impulsiona
o homem
Segurança
Fenômeno típico das sociedades
Relação
Forma de inviabilizar
a Entropia
Sobrevivência Disputa
5. PERSPECTIVAS SOBRE O PODER
Visão Negativa:
• Imposição da vontade de uns perante outros;
• Estimulação, tensão e luta permanente;
• Reprodução de uma dominação de classe;
• Manutenção e reprodução das relações econômicas
desiguais de exploração do trabalho pelo capital.
• Concebido como coerção, repressão, manipulação,
dominação.
Visão Positiva:
• O grupo dominante não tem garantia de manutenção
de poder;
• Poder relativo: Capacidade de influenciar que todos
os indivíduos têm.
• Depende do uso
PODER
6. PODER :
UM CONCEITO INICIAL
Capacidade que A tem de influir no comportamento de B, de
modo que B faça algo que de outra maneira não realizaria
É a capacidade de intervir sobre a vontade dos agentes sociais
ou sobre os seus interesses. É termo SOCIAL- caracteriza uma
relação / interação mais do que um atributo da pessoa à qual se
aplica.
Não é uma posse UNILATERAL. Envolve uma dupla relação:
dominação - sujeição; mando - obediência
Existe sempre um CONTRAPODER: capacidade de resistir.
7. PODER x AUTORIDADE x LIDERANÇA
AUTORIDADE: Também é exercício de poder porém está
INSTITUCIONALIZADA e possui LEGITIMIDADE.
Há o reconhecimento do direito de tomar decisões e de fazê-las
cumprir. Há o consentimento dos subordinados. Legitimidade
não é igual a legalidade.
LIDERANÇA: Requer compatibilidade de metas entre A e B
enquanto o poder requer dependência de B (quanto maior a
dependência maior o poder)
Está centrada em estilos de pessoas enquanto o poder está
centrado em táticas de pessoas e grupos para conseguir
obediência.
A Liderança transcende ao cargo ou a posições formais na
organização. Não necessita de institucionalização e não pode ser
delegada.
9. PODER ORGANIZACIONAL
TEORIA DE MINTZBERG
Características gerais (premissas):
As estruturas organizacionais estão em estado de equilíbrio
dinâmico.
Busca explicar o comportamento organizacional a partir das
dinâmicas de jogos de poder, intensidade de uso das bases do
poder e dos sistemas de influência;
Contempla múltiplas dimensões do poder:
Níveis Individual e Coletivo
Externo e Interno
Intra e Entre Grupos;
Comportamento Organizacional: visto como um Jogo de
Poder envolvendo vários JOGADORES (Influenciadores)
que buscam controlar as ações organizacionais.
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13. PODER ORGANIZACIONAL
TEORIA DE MINTZBERG
• Características gerais (premissas):
– As estruturas organizacionais estão em estado de equilíbrio
dinâmico.
– Busca explicar o comportamento organizacional a partir das
dinâmicas de jogos de poder, intensidade de uso das bases do
poder e dos sistemas de influência;
– Contempla múltiplas dimensões do poder:
• Níveis Individual e Coletivo
• Externo e Interno
• Intra e Entre Grupos;
• Comportamento Organizacional: visto como um Jogo
de Poder envolvendo vários JOGADORES
(Influenciadores) que buscam controlar as ações
organizacionais.
14. PODER ORGANIZACIONAL
TEORIA DE MINTZBERG
Elementos básicos:
• Jogadores – Influenciadores
– Pertencentes ou não a estrutura organizacional, têm a intenção
de exercer influência nos resultados organizacionais.
– Usam meios e sistemas de influência para controlar as decisões
nas organizações.
Análise organizacional implica em identificar os
influenciadores, suas necessidades e capacidade de exercer o
poder para atender suas necessidades, p 386.
PODER COMO FORÇA MOBILIZADORA /
CAPACIDADE DE AFETAR RESULTADOS
ORGANIZACIONAIS
15. COALIZÕES
EXTERNAS
• Diferentes grupos:
– Proprietários
– Associados (fornecedores,
clientes, parceiros,
competidores)
– Associações (de empregados,
profissionais)
– Públicos (famílias, líderes,
movimentos, governo)
– Conselho Diretor (coalizão
formal)
INTERNAS
• Membros da organização
estão distribuídos em
diferentes níveis
hierárquicos – Executam
jogos de poder com o
objetivo de aumentar a
força na Coalizão interna
• Usam diferentes sistemas
de influência que afetam o
fluxo do poder.
16. COALIZÕES EXTERNAS
DOMINADORA: poucos influenciadores que agem em conjunto
– exercem o poder diretamente
PASSIVA: influenciadores potenciais e se submetem à coalizão
interna
DIVIDIDA: muitos influenciadores com demandas conflitantes.
Pode provocar divisão nas CI
Usam normas sociais
Criam restrições legais
Campanhas de pressão
Controle direto
Indicação de membros do conselho diretor
Como
agem
17. COALIZÕES INTERNAS
• Utilizam quatro diferentes sistemas de influência:
– Sistema de Autoridade – Sistema formal da organização –
Subsistema de Controle de Pessoal e Controle
Burocrático;
– Sistema Ideológico – baseado nas tradições, símbolos,
crenças, mitos; busca a lealdade e a coesão, sem
mecanismos formais de controle;
– Sistema de Especialistas – Dominadores de
conhecimento que se diferenciam na cadeia
administrativa – controle de funções críticas, trabalhos
complexos vitais para a organização;
– Sistema Político – Está à disposição de qualquer jogador.
Subversão dos interesses organizacionais em individuais
ou grupais.
18. COALIZÕES INTERNAS
Os influenciadores estão atentos aos seguintes sistemas
de metas:
– Sobrevivência – fundamental em qualquer sistema -
cumprir a missão.
– Eficiência – otimizar a relação entre custos e
benefícios (econômica e socialmente).
– Controle – a busca do controle do ambiente
externo;
– Crescimento – também meta primária na sociedade
atual.
19. BASES DE PODER
Controle de Recursos – os insumos básicos ($, materiais, tecnologia,
pessoal, apoio de clientes ou da comunidade)
Quanto menos depender de um influenciador, mais autônoma a
organização
Competência e Habilidade Técnica – detida pelos ‘especialistas’
Os especialistas detém maior autonomia – quanto mais crítica a
especialidade, mais escassa no mercado e mais difícil de ser
substituída, maior o poder.
Corpo de Conhecimento – controle de informações
Acesso e uso de informações que são relevantes para o
desenvolvimento das atividades e tomada de decisão
Prerrogativas legais – a base legal que especifica direitos e deveres da
organização e dos seus membros
Concentra-se nos detentores do poder formal (chefias). Mas existe o
poder informal.
Acesso – acesso pessoal a grupos poderosos que controlam outras bases
de poder na organização
21. AS CONFIGURAÇÕES DE PODER
ARENA
POLÍTICA
SISTEMA
AUTÔNOMO
MERITOCRACIA
MISSIONÁRIA
INSTRUMENTO
AUTOCRACIA
PODER
22. O poder é concentrado em um único influenciador:
define e maximiza as metas que devem ser perseguidas.
CE passiva + CI personalizada = AUTOCRACIA
Organizações pequenas, jovens, em ambientes simples ou que
vivem situação de crise e que têm líderes fortes
QUEM INFLUENCIA: CEO
A organização serve de instrumento para o alcance dos
objetivos do influenciador ou pelo grupo de
influenciadores dominantes de fora da organização.
CE dominadora + CI burocrática = INSTRUMENTO
A hierarquia é rígida – o poder flui de fora para dentro
Relação de troca (calculativa)
Não há espaço para jogos políticos
QUEM INFLUENCIA: indivíduo ou grupo externo
23. Influenciador mais poderoso é a ideologia. Toda a dinâmica
é centrada na missão
CE passiva + CI ideológica = MISSIONÁRIA
Organização busca o envolvimento, a identificação dos membros.
Socialização e doutrinação levam à participação.
Líderes carismáticos exercem influência
QUEM INFLUENCIA: Crenças ou ideologia
Especialistas são o coração do sistema. São os mais fortes
influenciadores internos
CE passiva + CI profissional = MERITOCRACIA
Especialistas em muitas áreas torna o poder mais fluido, sistema
e autoridade mais fraco – chefias são impotentes diante dos
especialistas.
Objetivos da organização podem ser deslocados por objetivos
pessoais dos especialistas
QUEM INFLUENCIA: Especialistas
24. Influenciadores são os próprios membros, principalmente os
seus administradores. Trabalham com sistemas de metas.
CE passiva + CI burocrática = SISTEMA AUTÔNOMO
Organizações com estrutura hierárquica achatada e flexível.
Convive mais facilmente com as diversidades – mais abertas
QUEM INFLUENCIA: Administradores (gerentes, analistas)
Típica da organização em crise – Atividade política aumentada
e diminuição das forças de integração.
CE dividida + CI politizada = ARENA POLÍTICA
Predomina o conflito . Se prolongados podem levar à destruição.
A política se sobrepõe à habilidade e à competência.
O sistema de metas fica fluido e instável.
Todos os jogos políticos são utilizados.
QUEM INFLUENCIA: Vários
26. ESTÁGIOS DO PODER GRUPAL
• PERSONALISTA: Conhecimento dos membros; estabelecimento de identidade
pessoal; discussão de objetivos e formas de funcionamento; individualismo mais
acentuado; necessidade de estruturação de normas e regras.
• BUROCRÁTICO: Estágio de crescimento – conflito e tempestade; forte agenda
pessoal; muita hostilidade interpessoal; é necessária despersonalização do poder;
transferência do poder para o sistema de regras.
• COLETIVISTA: Normativo – a fase da coesão grupal; Identificação dos membros
com o grupo; fortalecimento do poder do grupo; o sistema de poder migra do
sistema de regras para o coletivo que gera uma normalidade de funcionamento.
• CÍVICO: Fase de maturidade - desempenho; sensatamente produtivo;
desenvolvimento de estratégias de análise e crítica; admissão da falibilidade do
grupo; estabelecimento de direitos e deveres; compromisso com a cidadania.
27. ESTILOS DO PODER INDIVIDUAL
INDIVIDUALISTA
CÍVICO
INDIVIDUALISTA
HERÓICO
COLETIVISTA
OBSESSIVO
NARCISISTA
Estilos
Caráter
Para entender a organização é necessário saber quem são os
influenciadores e que necessidades possuem para serem atendidas
OS ESTILOS DE CARÁTER
(Gabriel, 1999)
29. JOGOS POLÍTICOS
PREMISSA DA TEORIA:
“O comportamento organizacional é um jogo de poder
no qual vários jogadores, chamados influenciadores,
tentam controlar as ações e as decisões da
organização”.
Para isso é preciso:
–Controlar uma base de poder.
–Investir energia pessoal.
–Agir de maneira politicamente hábil.
30. JOGOS POLÍTICOS
• Constituem mecanismos concretos, a partir dos quais as pessoas
estruturam e regulam suas relações de poder, ao mesmo tempo em
que garantem sua liberdade de ação.
– Regulamentam as relações humanas – permitem conciliar liberdade e
restrição, tanto na sociedade, quanto na organização.
• Parecem desestruturados - são guiados por um conjunto de regras
explicitas ou implícitas.
– Alguns deles são claros, outros nem tanto.
• As regras:
– definem posições, os canais de ação;
– restringem as categorias de ações e decisões aceitáveis;
– aprovam algumas espécies de movimentos (como trocas, persuasão, engano,
mentira e ameaças), e
– desaprovam outras por serem ilegais, imorais, grosseiras ou inapropriadas
31. TIPOS DE JOGOS POLÍTICOS
Jogos de resistência à
autoridade
Jogos para
derrotar rivais
Jogos para construir
bases de poder
Jogos para efetivar
mudanças
Jogos
para conter a
resistência à
autoridade
32. Características dos jogos
• Rebeldia ou Resistência
– Oposição à mudança – buscam tornar a ação
pendente, atrasá-la, distorcê-la.
– Podem ser sutis (indivíduos ou pequenos grupos) ou
agressivos (movimentos de massa).
Contrapartida: os gerentes ampliam o controle – jogos
de contra-resistência
– Desencadeia uma espiral de conflitos – ´combater
fogo com fogo´
– As partes lançam mão de meios políticos e
ilegítimos- influência política, informações,
persuasão, trocas etc.
33. Características dos jogos
• Para construir as bases do poder (6)
– Patrocínio – troca com alguém superior para obter algum
benefício.
– Aliança – contratos implícitos entre partes para ampliar
sua base de poder
– Construção de império – jogo individual, voltado para
ampliar o número de subordinados e subunidades
(ampliar posições)
– Orçamento – ampliar recursos financeiros para sua área
– Perícia ou especialização – ostentar conhecimento
– Domínio – uso da autoridade e poder para subjugar
subordinados.
34. Características dos jogos
• Para derrotar rivais (2)
– Linha X Staff – um conflito clássico de poder (poder
formal e informal).
• Busca derrotar – ganhador / perdedor
• O objetivo é controlar as escolhas e decisões
– Campos rivais – dois jogadores ou grupos estão
claramente um contra o outro, não existindo trégua.
• Lutas intensas ocupam a organização
• É jogado em situações de mudança – quando há troca de
missão.
• Pode não ter vencedores - ´a guerra continua
35. Características dos jogos
• Para efetivar mudanças (3)
– Candidatos estratégicos – indivíduo ou grupo quer implantar
uma mudança utilizando o sistema formal – escolhem um
candidato estratégico
• Candidato deve assumir papel de líder
• Grupos de poder se aproximam do candidato, definem valores
que devem orientar a ação – oferecem apoio
– Denúncia – rápido e planejado – secreto e anônimo.
• Aponta para um influenciador externo algo que considera estar
ameaçando a organização
– “Jovens turcos” – a intenção é promover uma mudança muito
profunda – todo o poder legítimo é questionado.
• Pode ser caracterizado como rebelião ou revolução
• Realizado por pessoas de altos postos, grupos incrustados.
36. Outra vez, os objetivos desta
Unidade ...
O aluno deve ser capaz de:
Discutir o conceito de poder e sua
aplicação ao contexto organizacional;
Estabelecer as inter conexões entre os
poderes individual, grupal e
organizacional;
Identificar ferramentas que subsidiam a
análise do poder nas organizações;
Descrever a dinâmica de poder nas
organizações.