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Escola Superior de Turismo e Hotelaria
Instituto Politécnico da Guarda
Gestão Hoteleira
2017/18
“O Poder nas Organizações”
1700918 – Alanice Brito
1700862- Daniela Pereira
1701241- Kevin Jorge
2
Escola Superior de Turismo e Hotelaria
Instituto Politécnico da Guarda
Gestão Hoteleira
2017/18
“O Poder nas Organizações”
Este trabalho foi elaborado no âmbito da unidade curricular Gestão de
Organizações, do 1.º ano, 2º semestre da licenciatura em Gestão Hoteleira,
lecionada pela Professora Doutora Aida Brito.
1700918 – Alanice Brito
1700862- Daniela Pereira
1701241- Kevin Jorge
3
Índice
Resumo/Abstract
1. Introdução ......................................................................................................7
2. O conceito do poder........................................................................................8
3. Poder nas organizações ..................................................................................9
4. Os componentes do poder ............................................................................10
5. Burocracia Profissional ................................................................................12
6. As bases/formas do poder das unidades organizacionais .............................13
6.1. As bases/formas do poder individual ...................................................14
7. Gestão & Liderança/Poder nas Organizações ..............................................15
8. A cooperação e o poder nas organizações ....................................................16
8.1. Vantagens de manter a cooperação e coordenação nas organizações ...17
9. Uso do poder nas organizações.....................................................................18
10. Conclusão......................................................................................................19
11. Bibliografia....................................................................................................20
4
Índice de quadros
Quadro 1: Forças e Fraquezas da Burocracia Profissional..............................................12
Quadro 2: Bases de Poder das Unidades Organizacionais .............................................13
Quadro 3: A tipologia das bases de poder de French e Raven .......................................14
Quadro 4: Gestores e líderes ..........................................................................................15
5
Índice de Figuras
Figura 1: Chefe Vs líder................................................................................................15
6
Resumo
Este trabalho tem como objetivo principal caracterizar de forma clara e concisa o tema
“O Poder nas Organizações”, destacando os seguintes tópicos: definição do poder, o uso
do poder dentro das organizações, a gestão e a liderança como variaveis do poder, as
bases do poder, entre outros subtemas que serão abordados ao longo do trabalho. A
metodologia utilizada foi a exploratória, com base em pesquisas, bibliografias e
documentos. Ao terminarem de ler este documento serão capazes de formular as vossas
próprias opiniões sobre o uso do poder dentro da organização, percebendo ao mesmo
tempo que ambos estão unidos intimamente independentemente do tipo de empresa ou
dinâmica organizacional.
Palavras-chaves: Poder, Organizações, Gestão, Liderança, Autoridade.
Abstract
This work has as main objectiveto characterize in a clear and concise way the theme
"Power in Organizations", highlighting the following topics: power definition, the
use of power within organizations, management and leadership as variables of
power, bases of power, among other sub-themes that will be addressed throughout
the work. The methodology used was the exploratory, based on research,
bibliographies documents. When you have finished reading this document you will
be able to formulate your own opinions about the use of power within the
organization, while realizing that both are closely linked regardless of the type of
company or organizational dynamics.
Key wods : Power, Organizations, Management, Leadership, Authority.
7
1. Introdução
Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada pelos alunos do 1º ano,
licenciatura em Gestão Hoteleira na Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH),
com a finalidade de analisar de forma clara e concisa o tema “Poder nas
Organizações”. Sendo assim, pretendemos esclarecer em que consiste o Poder nas
Organizações, este por sua vez é um componente base para o bom funcionamento de
uma organização e a cada dia está ganhando mais importância, tornando-se até uma
forma de motivação aos trabalhadores. Iremos explorar as ideias fundamentais e as
principais informações que o tema nos fornece e fazer-vos entender da importância
desta peça chave que deverá ser exercida de forma perfeitamente equilibrada, quando
é exercida tanto de menos como de mais poderá trazer desvantagens muito grandes
para a empresa. Ouvimos muitas vezes no nosso dia a dia a palavra “poder” e
aprendemos a interpreta-la de acordo com os nossos princípios e ponto de vista,
alguns podem considera-lo algo mau que só serve para trazer discórdia, enquanto que
outros o vêm como algo superior, algo que precisam adquirir para serem
reconhecidos. E é sobre isso que iremos abordar ao longo deste trabalho, iremos
explicar ou fazer compreender a importância do poder dentro das organizações, este
que depende do líder e da forma como este encara o poder.
8
2. O conceito de poder
A maior parte dos cientistas sociais defendem a ideia de que poder é a capacidade para
afetar o comportamento dos outros, sendo considerado como um meio ou qualidade,
que o grupo ou indivíduo tem, de fazer com que as coisas sejam realizadas por outros
indivíduos ou grupos.
O poder ocorre em todas as relações sociais, e está disseminado em todas as sociedades
e grupos sociais. Constitui, portanto, um fenômeno social, e não individual. Sua
característica fundamental é que é um componente de uma relação social.
E ainda Max Weber tem uma definição mais curta e simples em que ele defende que:
“Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social,
mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade”.
Porém não se deve confundir poder com controlo, enquanto que o poder consiste na
capacidade potencial para influenciar os outros, o controlo é um processo de
exercer influências sobre os outros. O poder é passível de existir sem qualquer tipo de
controlo, mas o controlo não pode existir sem o uso do poder.
Para Robbins (2003), os componentes poder e controlo estão intimamente interligados
de forma que ele defende que o poder é quando você possui alguma coisa de que os
outros precisam, mas só você controla, fazendo com que as outras pessoas dependam de
você e, por isso, tem poder sobre eles.
9
3. Podernas organizações
O poder dentro das organizações, igualmente identifica as fraquezas e ambições
dos indivíduos e consequentemente o poder de premiar ou punir os empregados. Por
dispor deste conhecimento as empresas usam isso ao seu favor de forma a oferecer aos
seus empregados benefícios que os satisfaz, tratando-se de não só vantagens financeiras,
como também de um reconhecimento, por exemplo, atribuir ao funcionário um
cartão/prémio que o diferencie dos outros, este por sua vez sentirá que está a obter poder
e quererá sempre fazer melhor para obter ainda mais reconhecimento e respeito na
empresa. De certa forma o poder é uma forma de incentivar e manter os empregados
motivados.
O poder ocupa um lugar fundamental na vida das organizações e na existência dos seres
humanos. Podemos compreender que o funcionamento de qualquer organização
independentemente da sua dinâmica ou tamanho está relacionado com um conjunto de
relações de poder orientadas para o controle.
O poder dentro das organizações funciona como uma espécie de instrumento de
dominação tanto física como psicológica, em que a dominação acontece desde o
presidente ou diretor geral até aos operários. As organizações apresentam esse poder de
influenciar os comportamentos, pensamentos e as emoções dos seus integrantes.
O controle também é uma variável que faz parte das funções e dos processos das
organizações e muito contrário do que a maioria das pessoas pensam, o controlo é
diferente do poder. O Poder e controle podem ser considerados como as duas faces de
uma mesma moeda. Quem exerce controle tem poder. Quem tem poder exerce controle.
De um ponto de vista racional, as estruturas de poder hierárquicas e formais nas
organizações evitam, inicialmente, tensões que poderiam surgir das características das
pessoas (nível intelectual, habilidades pessoais, carisma etc.) ao ocuparem determinadas
posições. Havendo a estrutura hierárquica formal, o poder é transferido
automaticamente ao ocupante do cargo, que é transitório, muito embora, na realidade, as
características individuais modifiquem frequentemente o sistema formal e em grande
parte determinem a verdadeira estrutura de poder que emergirá.
10
4. Os Componentes do Poder
Poderão ser formas ou dicas que nos ajudarão a compreender e a exercer de forma
correta o poder dentro das organizações, ou seja, é como se fosse um guia que
quando seguido de forma correta permitirá aos gestores exercerem o poder de forma
justa e equilibrada, e também pode servir de guia para quem quer aprender a
controlar o poder ou a saber como utiliza-lo. Podemos identificar 3
componentes legítimos :a força, a autoridade e a influência.
 A força
Denominamos força o uso ou ameaça de coerção física. A coerção física pode ser
expressa através de armas de todo tipo (Faca, pistola, etc), e é um importante atributo
da força.
Porém neste contexto ao falar de força, refere-se à força económica, financeira e
social. Desde os primórdios humanidade é que quem tem mais força é que respeitado
e a mesma coisa acontece na sociedade e dentro de um empresa ou organização. Mas
no entanto já houve épocas que a força predominava mais, hoje em dia com o
aparecimento de novos componentes este tem-se diminuído mas não deixa de ser um
dos mais importantes.
 A autoridade
Compreendemos autoridade como um direito estabelecido para tomar decisões e
ordenar ações de outrem. Dito de outro modo, é a legitimação do poder, através da
incorporação de conteúdo jurídico e/ou moral. Essa legitimidade assenta-se sobre o
consentimento durável e tendente à unanimidade entre os membros de uma sociedade
ou de um grupo social.
Max Weber identificou três tipos de autoridade, de acordo com a sua base de
legitimidade: a burocrática (ou racional), a tradicional e a carismática.
Autoridade burocrática ou racional-legal, baseada no cargo ou posição
formalmente instituída, é a autoridade investida no cargo que o indivíduo ocupa. Ele
só tem essa autoridade enquanto estiver ocupando o cargo. O exercício da autoridade
é legítimo por estar de acordo com as leis ou com as regras escritas. A lei é o
princípio legitimador em função de sua racionalidade, independentemente do líder ou
chefe que a faça cumprir. Há um consenso, em que as pessoas aceitam serem
governadas através de um processo legal, evitando-se desse modo arbitrariedades.
Autoridade tradicional, baseada na crença, normas e tradições sagradas e que as
pessoas obedecem em virtude da tradição. Não há necessidade de legislação. A
obediência à autoridade é devida à tradição e aos costumes, à vontade da pessoa.
Autoridade tradicional, que trata os negócios de governo como se fosse uma
extensão de sua própria casa. Esse tipo de administração é encontrado em Estados
centralizados e despóticos.
11
Autoridade carismática, baseada nas qualidades pessoais excepcionais do indivíduo
(líder). Este por sua vez, tem uma capacidade de influenciar fortemente as outras
pessoas e de suscitar o seu apoio e devoção, os seguidores tendem a identificar-se
com ele e a manifestarem uma intensa atração emocional. Um líder carismático é
destacado pelas suas qualidades de magnetismo pessoal, o dramatismo, a maneira
persuasiva de falar e fortes entusiasmos e convicções. Taís qualidades permitem com
que o líder seja considerado uma pessoa uma pessoa misteriosa e que é capaz de
originar sucesso, vitórias ou até mesmo um mundo melhor, ótimos exemplos de
líderes carismáticos são: Cristo, Napoleão, Hitler, Martin Luther King, Perón etc.
E ainda existem muitos casos em que a força e a autoridade estão combinadas, como
no exército, polícia ou prisão.
 Influência
Chamamos de influência a habilidade para afetar as decisões e ações de outros,
mesmo não possuindo autoridade ou força para assim proceder. É influente um
indivíduo que consegue modificar o comportamento dos outros sem ocupar um cargo
público ou privado, e sem utilizar nenhuma forma de coerção física.
A influência tem aumentado sua importância como um componente do poder. Um
aspecto que deve ser considerado é a posse de meios materiais ou não por parte de
um grupo ou indivíduo que, utilizando de habilidade na manipulação do que possui,
adquire maiores parcelas do poder, ou se constitui de fato numa fonte de poder,
modificando o comportamento de outras pessoas de acordo com a sua vontade.
São inúmeros os elementos que podem se constituir em fonte de poder. Dentre os
vários, podemos considerar a posse de conhecimentos como dos mais importantes.
Com a democratização do acesso a um número enorme de informações, depende da
habilidade de cada um influir sobre o comportamento de outras pessoas. A posse
pura e simples do conhecimento não dá ao possuidor poder, ou seja, capacidade de
influir em outrem. Só através da habilidade na manipulação desse conteúdo é que o
indivíduo poderá transformá-lo em fonte efetiva de poder.
12
5. Burocracia Profissional
Apoia-se na estandarlização atravez das qualificações. Recrutam especialistas
devidamente formados que controlam o seu próprio trabalho de modo diferente dos seus
colegas realçando o poder da competência, ou seja, uns exercem poder sobre os outros
de acordo com o seu cargo na empresa.
 Estrutura divisionada
Não podemos retratar Burocracia Profissional como estrutura complexa, mas sim
como uma estrutura que se sobrepõe a outras. Podemos afirmar que não é mais
que uma delegação de poderes entre alguns quadros da sede e alguns diretores de
departamento.
 Dinâmicas da burocracia:
 Criar uma hierarquia de posiçoes, amaparada pela divisão técnica do
trabalho;
 Concentra as decisões executivas;
 Leva os dirigentes a deixar de consultar as bases representadas e a se
distanciar delas para defender interesses específicos;
 Induz a adoção de políticas modeeradas ou “conservadoras” para não
colocar em risco a reprodução da organização e os previlegios desfrutados
pelo seu corpo funcional.
Forças e Fraquezas
Forças Fraquezas
 Eficiente em atividades muito
especializadas e complexas;
 Autonomia dos profissionais;
 Assentam no conhecimento;
 Tendência para conflitos entre sub-
unidades com o de staff e apoio;
 Obsessão pela autonomia gera
problemas com vértice estratégico;
 Dificuldade de controlo sobre o
trabalho que é executado;
 Tendêcia de os profissionais
ignorarem as necessidades dos
clientes e das organizações.
Vantagens:
 Especialistas com formação e conhecimento;
 Estrutura descentralizada;
 Minimiza a centralização e a formalização.
Desvantagens:
 Podem ocorrer conflitos entre as diferentes formações e condutas.
Quadro 1: Forças e Fraquezas da Burocracia Profissional
13
6. As bases/formas do poder das unidades organizacionais
Desde a idade média em que o poder é visto por todas as organizações como uma forma
de estratégia fundamental para aumentar a produtividade, a qualidade e a satisfação.
Basicamente as bases do poder das unidades são definidas por Robins, French e Raven,
em que estes destacam que as bases são insumos que geram dependências da outra
parte, ou seja, são fontes utilizadas por uma pessoa para influenciar outra de forma a
conseguir alcançar os seus objetivos.
Bases Descrição
Capacidade de Liderar com incertezas
críticas
Capacidades de resolver problemas
importantes para a sobrevivência da
organização
Ser insubstituivel Não basta saber lidar om incertezas
críticas. É necessario, também, que elas
não possam ser resolvidas por outras
entidades.
Ser central no Fluxo de trabalho Quanto mais outras entidades estiverem
ligadas a uma certa unidade A e quanto
mais a paragem desa unidade efectuar o
trabalho daquelas, maior tenderá a ser o
pobre da unidade.
Expressar-se a uma só voz Uma unidade coesa e que fala para o
exterior, a uma só voz, tem maiores
probalidades de ser credivel/aceite, de
obter mais recursos e de interferir nas
decisões da organização.
Quadro 2: Bases de Poder das Unidades Organizacionais
14
6.1. As bases/formas do poder individual
As bases de poder de um individuo são constituídas pelos seus recursos de poder.
Incluem os conhecimentos especializados, as informações uteis, o carisma, as amizades,
a posição hierárquica, as relações com pessoas poderosas.
French e Raven conseguiram através de um quadro classificar os diferentes tipos de
bases do poder em si.
Bases do Agente O Alvo Satisfaz o pedido/Ordem do
agente porque:
Poder de Recompensa Quer aceder a certas recompensas e
percepciona que o agente pode conceder-
lhes.
Poder Coercitivo Quer evitar certas ponições e acredita que
o agente as controla
Poder legítimo Percepciona que o agente tem o direito de
lhe fazer o pedido e ele tem a obrigação
de obedecer
Poder das Competências Especializadas Percepciona que o agente tem
competências especiais acerca do melhor
modo de fazer as coisas
Poder Referente Admira o agente, identifica-se com ele e
quer obter a sua aprovação.
Quadro 3 A tipologia das bases de poder de French e Raven
Estas cinco classificações apresentadas no quadro acima são as mais importantes e com
maior destaque dentro da organização, porém sempre podemos encontrar outras...
15
7. Gestão & Liderança/Podernas Organizações
Ao longo dos anos foram muitos os autores que se destacaram a tentar encontrar a
definição mais correta possivel para diferenciar o lider de um chefe/gestor.
Segundo Correia Jesuino é posivel encontrar 3 posições destintas a respeito desta
questão:
 Uma delas advoga que a liderança é um subconjunto das actividades do gestor;
 Outra defende que, a gestão deverá ser considerada como uma parcela das
actividades da liderança;
 E a última, defende que para fazer a destinção entre os dois, nos devemos levar
m consideração o nível organizacional em análise. Assim, a líderança exercida
nos níveis operacionais pode ser considerada como uma atividade subsidiária da
atividade da gestão.
Porém, a teoria mais defendida pela maioria dos autores e que
apresenta uma distinção mais nítida entre os dois termos. Esta
teoria defende que para quem gerir consiste em provocar,
realizar, assumir responsabilidades, comandar, enquanto que
liderar consiste em exercer influência, guiar, orientar, ou seja,
aqueles que gerem sabem oque devem fazer e aqueles que
lideram sabem o que é necessário fazer. Os gestores são mais
analíticos e conservadores, reagem e adaptam-se aos factos, e
os líderes são mais criativos e têm um estilo mais
imprevisíveis, e são mais intuitivos do que racionais. Abaixo representado temos uma
tabela que ajudará a compreender melhor as diferenças entre um gestor e um líder:
Gestores Líderes
 Rendem-se à situação  Procuram agir sobre a situação
 Administram  Inovam
 Questiona-se sobre o como e o quando  Questionam-se sobre o quê e o
porquê
 Têm prespetivas de curto prazo  Têm prespetivas de lono prazo
 Imitam  São originais
 As compêtencias de gestão podem ser
ensinadas/aprendidas
 As competências de liderança
não podem ser
ensinadas/aprendidas
Quadro4: Gestores & Líderes
Além de existirem diferenças entre esses dois (gestor e líder), um gestor também poderá
ser um líder. Assim podemos considerar dois tipos de gestores, os gestores não líderes
(comporta-se como polícia, arbitro, advogado, profissional de carreira que dita as
sentenças), e os gestores líderes (anima, entusiasma, ensina, escuta, facilita, funciona
como chefe de claque). São ambas necessárias para a sobrevivência e prosperidade das
organizações.
Figura 1: Chefe Vs Líder
16
8. A cooperaçãoe o poder nas organizações
Conseguir manter a cooperação e a coordenação dentro das organizações é uma tarefa
extremamente difícil, uma vez que, na maioria das organizações (principalmente
grandes organizações), os indivíduos se apresentam como seres egoístas, que lutam e
concorrem entre si para alcançar os seus objetivos, ser o melhor e assim alcançar o tão
cobiçado poder, e deste modo estes não estarão a colaborar devidamente com os demais
participantes da organização.
“A consequência de tal situação, em que inexiste a cooperação e a coordenação entre os
indivíduos, é a formação de um sistema que termina por não ser benéfico às partes
envolvidas e que tende dificultar a consecução de objetivos em todas as instâncias. A
predominância do individualismo nas relações organizacionais faz com que as atitudes e
os objetivos de cada um possam ser contrários e trazer consequências negativas para as
atitudes e objetivos do outro, o que também não é proveitoso para a organização como
um todo.” (Axelrod, 1984, p. 3- Livro “the evolution of cooperation”).
E para compreender melhor a importância da cooperação na organização Robert
Axelrod desenvolveu um jogo chamado “O Dilema do Prisioneiro”, em que é observado
a seguinte situação: Um policial prende dois homens acusando-os de terem participado
de um crime. Por não possuir provas o bastante para incriminá-los faz a mesma proposta
para cada um deles separadamente, de que se este confessar e também testemunhar
contra o outro, que por sua vez não confesse o crime, será perdoado enquanto o outro
será condenado a dez anos de detenção. Caso nenhum dos suspeitos confesse o delito a
policia só poderá punir os dois com seis meses de cadeia, já na situação contrária
(ambos confessando o crime e portando “traindo” seu cúmplice) a punição se eleva para
cinco anos de prisão.
Aí se encontra o dilema do prisioneiro: ou trai a confiança do comparsa, confessa o
crime e ainda testemunha contra este esperando que ele não faça o mesmo, para assim
sair isento da situação, ou então fica não se manifesta cofiando que o parceiro de crime
venha a ter a mesma atitude, aguardando assim uma punição mais branda.
Aplicando a lógica do jogo no ambiente organizacional tem-se que o indivíduo que se
aproveita da cooperação e consequentemente da confiança do outro, e não coopera com
este, obtêm resultados relativamente melhores. Porém este indivíduo passa a ser tido
como aquele que nunca coopera com o próximo, o que proporciona efeitos negativos
nas situações posteriores, onde se tornará difícil obter novamente a cooperação dos
outros. Essa cadeia de reação faz com a estratégia descrita acima seja considerada
“perdedora”, uma vez que a continuidade é uma característica das relações em uma
organização, ou seja, estas são relativamente duradouras e assim os indivíduos irão se
encontrar posteriormente no ambiente organizacional.
17
8.1. Vantagens de manter a cooperaçãoe coordenação nas
organizações
 Uma cultura organizacional sólida pode reduzir substancialmente problemas,
dificuldades e conflitos internos;
 Favorece o desenvolvimento de uma imagem positiva da empresa diante do mercado;
 A cultura organizacional diferencia uma empresa diante de seus concorrentes;
 Define uma identidade própria e senso de pertencimento a cada dos funcionários
presentes;
 Proporciona uma melhor gestão e o controle eficaz de processos e de pessoas;
 Propicia uma adaptação rápida dos colaboradores à cultura empresarial;
 Uma cultura organizacional bem definida pode aumentar o comprometimento dos
funcionários atuantes.
18
9. Uso do poder nas organizações
Todas as formas de poder que já foram referidas ao longo deste trabalho são utilizados
frequentemente pelas pessoas, porém também podemos dividir ou classificar o poder de
acordo com a sua utilização, em basicamente dois tipos: poder aberto e poder reservado.
O poder aberto é utilizado para a conquista de resultados a partir de conflitos entre as
partes. Segundo Bowditch e Buono, se se consegue controlar as fontes de poder
relevante, tais como, acesso a informações, arenas políticas, recompensas e castigos, e
conhecimentos especializados, os gerentes tentam frequentemente triunfar face a
competição e ao conflito. Já o poder reservado é completamente o oposto, serve
justamente para evitar conflitos.
O poder se for usado de forma judiciosa, toma a forma de um investimento e tal como o
dinheiro, na maioria das vezes torna-se muito útil nos dias mais tempestuosos, defende
Morgan.
E ainda segundo ele o poder tem a tendência a aproximar as pessoas, este defende que
as pessoas que querem poder aproximam-se imediatamente de quem já o tem, a
presença do poder pode atrair e manter pessoas que desejam alimentar do mesmo. Além
disso, tem uma força estimulante, ou seja, quanto mais poder se tem, mais poder se
quer, é como quando uma pessoa vivencia o progresso e o sucesso, essa pessoa fica logo
frequentemente mais energizada e disposta a trabalhar de modo a chegar ou a fazer um
progresso ainda maior.
Muitas vezes para fazer o uso correto e adequado do poder dentro das organizações é
necessário mesclar vários tipos de poder, isso por causa das circunstâncias
organizacionais, cada organização é diferente e cada uma tem as suas regras, recursos e
limitações, agora cabe ao gestor se adaptar de acordo com a organização em que está a
gerir e com o pessoal que trabalha no mesmo. Embora seja difícil, o gestor deverá estar
sempre atento em tudo de forma, a saber, impor o poder suficiente (de forma
equilibrada) e assim ganhar o respeito dos seus funcionários e administrar de forma
positiva sem conflitos.
19
10.Conclusão
A realização deste trabalho permitiu-nos aprender mais sobre o poder dentro de uma
organização, mas também sobre as suas vantagens e desvantagens. Deu-nos a conhecer
a diferença entre um chefe e um líder e como funcionam as estruturas dentro de uma
organização.
Atravéz deste documento podemos constatar a importância de exercer corretamente o
poder dentro de uma organização e que de uma forma geral todas as pessoas estão
sujeitas a alguma forma de poder, quer seja de superiores ou de colegas de trabalhos, e
da mesma forma todos acabam por exercer algum tipo de poder sobre uma pessoa.
De modo geral, o poder trata-se de uma relação de interdependência ou dependência ou
como um jogo de interesses, sendo como se os individuos dentro das organizações
estivessem numa competição ou disputa, onde existem ganhadores e perdedores.
Independentemente do tipo de poder usado dentro da organização este influencia de
forma negativa ou positiva.
20
11. Bibliografia
Rego Arménio, Liderança nas Organizações: teorica e prática/ Arménio Rego-
Aveiro:Universidade, 1997-502p.
Mintzberg Henry, Estrutura e dinâmica das Organizações (ciências de Gestão 4)-
Publicações Dom Queixote
Pagés, Max el al. O poder das Organizações. São Paulo: Atlas 1993
http://vejasociologia.blogspot.pt/p/o-poder-nas-organizacoes_1210.html
http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/1440/TCC%2
0Mateus%20Cassol%20-
%20BASES%20DO%20PODER%20ORGANIZACIONAL%20-
%20Um%20estudo%20de%20caso%20na%20empresa%20Cassol%20Transporte%20d
e%20Cargas%20Ltda..pdf?sequence=1
http://www.ebah.pt/content/ABAAABDjAAE/poder-nas-organizacoes

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Poder nas Organizações

  • 1. Escola Superior de Turismo e Hotelaria Instituto Politécnico da Guarda Gestão Hoteleira 2017/18 “O Poder nas Organizações” 1700918 – Alanice Brito 1700862- Daniela Pereira 1701241- Kevin Jorge
  • 2. 2 Escola Superior de Turismo e Hotelaria Instituto Politécnico da Guarda Gestão Hoteleira 2017/18 “O Poder nas Organizações” Este trabalho foi elaborado no âmbito da unidade curricular Gestão de Organizações, do 1.º ano, 2º semestre da licenciatura em Gestão Hoteleira, lecionada pela Professora Doutora Aida Brito. 1700918 – Alanice Brito 1700862- Daniela Pereira 1701241- Kevin Jorge
  • 3. 3 Índice Resumo/Abstract 1. Introdução ......................................................................................................7 2. O conceito do poder........................................................................................8 3. Poder nas organizações ..................................................................................9 4. Os componentes do poder ............................................................................10 5. Burocracia Profissional ................................................................................12 6. As bases/formas do poder das unidades organizacionais .............................13 6.1. As bases/formas do poder individual ...................................................14 7. Gestão & Liderança/Poder nas Organizações ..............................................15 8. A cooperação e o poder nas organizações ....................................................16 8.1. Vantagens de manter a cooperação e coordenação nas organizações ...17 9. Uso do poder nas organizações.....................................................................18 10. Conclusão......................................................................................................19 11. Bibliografia....................................................................................................20
  • 4. 4 Índice de quadros Quadro 1: Forças e Fraquezas da Burocracia Profissional..............................................12 Quadro 2: Bases de Poder das Unidades Organizacionais .............................................13 Quadro 3: A tipologia das bases de poder de French e Raven .......................................14 Quadro 4: Gestores e líderes ..........................................................................................15
  • 5. 5 Índice de Figuras Figura 1: Chefe Vs líder................................................................................................15
  • 6. 6 Resumo Este trabalho tem como objetivo principal caracterizar de forma clara e concisa o tema “O Poder nas Organizações”, destacando os seguintes tópicos: definição do poder, o uso do poder dentro das organizações, a gestão e a liderança como variaveis do poder, as bases do poder, entre outros subtemas que serão abordados ao longo do trabalho. A metodologia utilizada foi a exploratória, com base em pesquisas, bibliografias e documentos. Ao terminarem de ler este documento serão capazes de formular as vossas próprias opiniões sobre o uso do poder dentro da organização, percebendo ao mesmo tempo que ambos estão unidos intimamente independentemente do tipo de empresa ou dinâmica organizacional. Palavras-chaves: Poder, Organizações, Gestão, Liderança, Autoridade. Abstract This work has as main objectiveto characterize in a clear and concise way the theme "Power in Organizations", highlighting the following topics: power definition, the use of power within organizations, management and leadership as variables of power, bases of power, among other sub-themes that will be addressed throughout the work. The methodology used was the exploratory, based on research, bibliographies documents. When you have finished reading this document you will be able to formulate your own opinions about the use of power within the organization, while realizing that both are closely linked regardless of the type of company or organizational dynamics. Key wods : Power, Organizations, Management, Leadership, Authority.
  • 7. 7 1. Introdução Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada pelos alunos do 1º ano, licenciatura em Gestão Hoteleira na Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH), com a finalidade de analisar de forma clara e concisa o tema “Poder nas Organizações”. Sendo assim, pretendemos esclarecer em que consiste o Poder nas Organizações, este por sua vez é um componente base para o bom funcionamento de uma organização e a cada dia está ganhando mais importância, tornando-se até uma forma de motivação aos trabalhadores. Iremos explorar as ideias fundamentais e as principais informações que o tema nos fornece e fazer-vos entender da importância desta peça chave que deverá ser exercida de forma perfeitamente equilibrada, quando é exercida tanto de menos como de mais poderá trazer desvantagens muito grandes para a empresa. Ouvimos muitas vezes no nosso dia a dia a palavra “poder” e aprendemos a interpreta-la de acordo com os nossos princípios e ponto de vista, alguns podem considera-lo algo mau que só serve para trazer discórdia, enquanto que outros o vêm como algo superior, algo que precisam adquirir para serem reconhecidos. E é sobre isso que iremos abordar ao longo deste trabalho, iremos explicar ou fazer compreender a importância do poder dentro das organizações, este que depende do líder e da forma como este encara o poder.
  • 8. 8 2. O conceito de poder A maior parte dos cientistas sociais defendem a ideia de que poder é a capacidade para afetar o comportamento dos outros, sendo considerado como um meio ou qualidade, que o grupo ou indivíduo tem, de fazer com que as coisas sejam realizadas por outros indivíduos ou grupos. O poder ocorre em todas as relações sociais, e está disseminado em todas as sociedades e grupos sociais. Constitui, portanto, um fenômeno social, e não individual. Sua característica fundamental é que é um componente de uma relação social. E ainda Max Weber tem uma definição mais curta e simples em que ele defende que: “Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade”. Porém não se deve confundir poder com controlo, enquanto que o poder consiste na capacidade potencial para influenciar os outros, o controlo é um processo de exercer influências sobre os outros. O poder é passível de existir sem qualquer tipo de controlo, mas o controlo não pode existir sem o uso do poder. Para Robbins (2003), os componentes poder e controlo estão intimamente interligados de forma que ele defende que o poder é quando você possui alguma coisa de que os outros precisam, mas só você controla, fazendo com que as outras pessoas dependam de você e, por isso, tem poder sobre eles.
  • 9. 9 3. Podernas organizações O poder dentro das organizações, igualmente identifica as fraquezas e ambições dos indivíduos e consequentemente o poder de premiar ou punir os empregados. Por dispor deste conhecimento as empresas usam isso ao seu favor de forma a oferecer aos seus empregados benefícios que os satisfaz, tratando-se de não só vantagens financeiras, como também de um reconhecimento, por exemplo, atribuir ao funcionário um cartão/prémio que o diferencie dos outros, este por sua vez sentirá que está a obter poder e quererá sempre fazer melhor para obter ainda mais reconhecimento e respeito na empresa. De certa forma o poder é uma forma de incentivar e manter os empregados motivados. O poder ocupa um lugar fundamental na vida das organizações e na existência dos seres humanos. Podemos compreender que o funcionamento de qualquer organização independentemente da sua dinâmica ou tamanho está relacionado com um conjunto de relações de poder orientadas para o controle. O poder dentro das organizações funciona como uma espécie de instrumento de dominação tanto física como psicológica, em que a dominação acontece desde o presidente ou diretor geral até aos operários. As organizações apresentam esse poder de influenciar os comportamentos, pensamentos e as emoções dos seus integrantes. O controle também é uma variável que faz parte das funções e dos processos das organizações e muito contrário do que a maioria das pessoas pensam, o controlo é diferente do poder. O Poder e controle podem ser considerados como as duas faces de uma mesma moeda. Quem exerce controle tem poder. Quem tem poder exerce controle. De um ponto de vista racional, as estruturas de poder hierárquicas e formais nas organizações evitam, inicialmente, tensões que poderiam surgir das características das pessoas (nível intelectual, habilidades pessoais, carisma etc.) ao ocuparem determinadas posições. Havendo a estrutura hierárquica formal, o poder é transferido automaticamente ao ocupante do cargo, que é transitório, muito embora, na realidade, as características individuais modifiquem frequentemente o sistema formal e em grande parte determinem a verdadeira estrutura de poder que emergirá.
  • 10. 10 4. Os Componentes do Poder Poderão ser formas ou dicas que nos ajudarão a compreender e a exercer de forma correta o poder dentro das organizações, ou seja, é como se fosse um guia que quando seguido de forma correta permitirá aos gestores exercerem o poder de forma justa e equilibrada, e também pode servir de guia para quem quer aprender a controlar o poder ou a saber como utiliza-lo. Podemos identificar 3 componentes legítimos :a força, a autoridade e a influência.  A força Denominamos força o uso ou ameaça de coerção física. A coerção física pode ser expressa através de armas de todo tipo (Faca, pistola, etc), e é um importante atributo da força. Porém neste contexto ao falar de força, refere-se à força económica, financeira e social. Desde os primórdios humanidade é que quem tem mais força é que respeitado e a mesma coisa acontece na sociedade e dentro de um empresa ou organização. Mas no entanto já houve épocas que a força predominava mais, hoje em dia com o aparecimento de novos componentes este tem-se diminuído mas não deixa de ser um dos mais importantes.  A autoridade Compreendemos autoridade como um direito estabelecido para tomar decisões e ordenar ações de outrem. Dito de outro modo, é a legitimação do poder, através da incorporação de conteúdo jurídico e/ou moral. Essa legitimidade assenta-se sobre o consentimento durável e tendente à unanimidade entre os membros de uma sociedade ou de um grupo social. Max Weber identificou três tipos de autoridade, de acordo com a sua base de legitimidade: a burocrática (ou racional), a tradicional e a carismática. Autoridade burocrática ou racional-legal, baseada no cargo ou posição formalmente instituída, é a autoridade investida no cargo que o indivíduo ocupa. Ele só tem essa autoridade enquanto estiver ocupando o cargo. O exercício da autoridade é legítimo por estar de acordo com as leis ou com as regras escritas. A lei é o princípio legitimador em função de sua racionalidade, independentemente do líder ou chefe que a faça cumprir. Há um consenso, em que as pessoas aceitam serem governadas através de um processo legal, evitando-se desse modo arbitrariedades. Autoridade tradicional, baseada na crença, normas e tradições sagradas e que as pessoas obedecem em virtude da tradição. Não há necessidade de legislação. A obediência à autoridade é devida à tradição e aos costumes, à vontade da pessoa. Autoridade tradicional, que trata os negócios de governo como se fosse uma extensão de sua própria casa. Esse tipo de administração é encontrado em Estados centralizados e despóticos.
  • 11. 11 Autoridade carismática, baseada nas qualidades pessoais excepcionais do indivíduo (líder). Este por sua vez, tem uma capacidade de influenciar fortemente as outras pessoas e de suscitar o seu apoio e devoção, os seguidores tendem a identificar-se com ele e a manifestarem uma intensa atração emocional. Um líder carismático é destacado pelas suas qualidades de magnetismo pessoal, o dramatismo, a maneira persuasiva de falar e fortes entusiasmos e convicções. Taís qualidades permitem com que o líder seja considerado uma pessoa uma pessoa misteriosa e que é capaz de originar sucesso, vitórias ou até mesmo um mundo melhor, ótimos exemplos de líderes carismáticos são: Cristo, Napoleão, Hitler, Martin Luther King, Perón etc. E ainda existem muitos casos em que a força e a autoridade estão combinadas, como no exército, polícia ou prisão.  Influência Chamamos de influência a habilidade para afetar as decisões e ações de outros, mesmo não possuindo autoridade ou força para assim proceder. É influente um indivíduo que consegue modificar o comportamento dos outros sem ocupar um cargo público ou privado, e sem utilizar nenhuma forma de coerção física. A influência tem aumentado sua importância como um componente do poder. Um aspecto que deve ser considerado é a posse de meios materiais ou não por parte de um grupo ou indivíduo que, utilizando de habilidade na manipulação do que possui, adquire maiores parcelas do poder, ou se constitui de fato numa fonte de poder, modificando o comportamento de outras pessoas de acordo com a sua vontade. São inúmeros os elementos que podem se constituir em fonte de poder. Dentre os vários, podemos considerar a posse de conhecimentos como dos mais importantes. Com a democratização do acesso a um número enorme de informações, depende da habilidade de cada um influir sobre o comportamento de outras pessoas. A posse pura e simples do conhecimento não dá ao possuidor poder, ou seja, capacidade de influir em outrem. Só através da habilidade na manipulação desse conteúdo é que o indivíduo poderá transformá-lo em fonte efetiva de poder.
  • 12. 12 5. Burocracia Profissional Apoia-se na estandarlização atravez das qualificações. Recrutam especialistas devidamente formados que controlam o seu próprio trabalho de modo diferente dos seus colegas realçando o poder da competência, ou seja, uns exercem poder sobre os outros de acordo com o seu cargo na empresa.  Estrutura divisionada Não podemos retratar Burocracia Profissional como estrutura complexa, mas sim como uma estrutura que se sobrepõe a outras. Podemos afirmar que não é mais que uma delegação de poderes entre alguns quadros da sede e alguns diretores de departamento.  Dinâmicas da burocracia:  Criar uma hierarquia de posiçoes, amaparada pela divisão técnica do trabalho;  Concentra as decisões executivas;  Leva os dirigentes a deixar de consultar as bases representadas e a se distanciar delas para defender interesses específicos;  Induz a adoção de políticas modeeradas ou “conservadoras” para não colocar em risco a reprodução da organização e os previlegios desfrutados pelo seu corpo funcional. Forças e Fraquezas Forças Fraquezas  Eficiente em atividades muito especializadas e complexas;  Autonomia dos profissionais;  Assentam no conhecimento;  Tendência para conflitos entre sub- unidades com o de staff e apoio;  Obsessão pela autonomia gera problemas com vértice estratégico;  Dificuldade de controlo sobre o trabalho que é executado;  Tendêcia de os profissionais ignorarem as necessidades dos clientes e das organizações. Vantagens:  Especialistas com formação e conhecimento;  Estrutura descentralizada;  Minimiza a centralização e a formalização. Desvantagens:  Podem ocorrer conflitos entre as diferentes formações e condutas. Quadro 1: Forças e Fraquezas da Burocracia Profissional
  • 13. 13 6. As bases/formas do poder das unidades organizacionais Desde a idade média em que o poder é visto por todas as organizações como uma forma de estratégia fundamental para aumentar a produtividade, a qualidade e a satisfação. Basicamente as bases do poder das unidades são definidas por Robins, French e Raven, em que estes destacam que as bases são insumos que geram dependências da outra parte, ou seja, são fontes utilizadas por uma pessoa para influenciar outra de forma a conseguir alcançar os seus objetivos. Bases Descrição Capacidade de Liderar com incertezas críticas Capacidades de resolver problemas importantes para a sobrevivência da organização Ser insubstituivel Não basta saber lidar om incertezas críticas. É necessario, também, que elas não possam ser resolvidas por outras entidades. Ser central no Fluxo de trabalho Quanto mais outras entidades estiverem ligadas a uma certa unidade A e quanto mais a paragem desa unidade efectuar o trabalho daquelas, maior tenderá a ser o pobre da unidade. Expressar-se a uma só voz Uma unidade coesa e que fala para o exterior, a uma só voz, tem maiores probalidades de ser credivel/aceite, de obter mais recursos e de interferir nas decisões da organização. Quadro 2: Bases de Poder das Unidades Organizacionais
  • 14. 14 6.1. As bases/formas do poder individual As bases de poder de um individuo são constituídas pelos seus recursos de poder. Incluem os conhecimentos especializados, as informações uteis, o carisma, as amizades, a posição hierárquica, as relações com pessoas poderosas. French e Raven conseguiram através de um quadro classificar os diferentes tipos de bases do poder em si. Bases do Agente O Alvo Satisfaz o pedido/Ordem do agente porque: Poder de Recompensa Quer aceder a certas recompensas e percepciona que o agente pode conceder- lhes. Poder Coercitivo Quer evitar certas ponições e acredita que o agente as controla Poder legítimo Percepciona que o agente tem o direito de lhe fazer o pedido e ele tem a obrigação de obedecer Poder das Competências Especializadas Percepciona que o agente tem competências especiais acerca do melhor modo de fazer as coisas Poder Referente Admira o agente, identifica-se com ele e quer obter a sua aprovação. Quadro 3 A tipologia das bases de poder de French e Raven Estas cinco classificações apresentadas no quadro acima são as mais importantes e com maior destaque dentro da organização, porém sempre podemos encontrar outras...
  • 15. 15 7. Gestão & Liderança/Podernas Organizações Ao longo dos anos foram muitos os autores que se destacaram a tentar encontrar a definição mais correta possivel para diferenciar o lider de um chefe/gestor. Segundo Correia Jesuino é posivel encontrar 3 posições destintas a respeito desta questão:  Uma delas advoga que a liderança é um subconjunto das actividades do gestor;  Outra defende que, a gestão deverá ser considerada como uma parcela das actividades da liderança;  E a última, defende que para fazer a destinção entre os dois, nos devemos levar m consideração o nível organizacional em análise. Assim, a líderança exercida nos níveis operacionais pode ser considerada como uma atividade subsidiária da atividade da gestão. Porém, a teoria mais defendida pela maioria dos autores e que apresenta uma distinção mais nítida entre os dois termos. Esta teoria defende que para quem gerir consiste em provocar, realizar, assumir responsabilidades, comandar, enquanto que liderar consiste em exercer influência, guiar, orientar, ou seja, aqueles que gerem sabem oque devem fazer e aqueles que lideram sabem o que é necessário fazer. Os gestores são mais analíticos e conservadores, reagem e adaptam-se aos factos, e os líderes são mais criativos e têm um estilo mais imprevisíveis, e são mais intuitivos do que racionais. Abaixo representado temos uma tabela que ajudará a compreender melhor as diferenças entre um gestor e um líder: Gestores Líderes  Rendem-se à situação  Procuram agir sobre a situação  Administram  Inovam  Questiona-se sobre o como e o quando  Questionam-se sobre o quê e o porquê  Têm prespetivas de curto prazo  Têm prespetivas de lono prazo  Imitam  São originais  As compêtencias de gestão podem ser ensinadas/aprendidas  As competências de liderança não podem ser ensinadas/aprendidas Quadro4: Gestores & Líderes Além de existirem diferenças entre esses dois (gestor e líder), um gestor também poderá ser um líder. Assim podemos considerar dois tipos de gestores, os gestores não líderes (comporta-se como polícia, arbitro, advogado, profissional de carreira que dita as sentenças), e os gestores líderes (anima, entusiasma, ensina, escuta, facilita, funciona como chefe de claque). São ambas necessárias para a sobrevivência e prosperidade das organizações. Figura 1: Chefe Vs Líder
  • 16. 16 8. A cooperaçãoe o poder nas organizações Conseguir manter a cooperação e a coordenação dentro das organizações é uma tarefa extremamente difícil, uma vez que, na maioria das organizações (principalmente grandes organizações), os indivíduos se apresentam como seres egoístas, que lutam e concorrem entre si para alcançar os seus objetivos, ser o melhor e assim alcançar o tão cobiçado poder, e deste modo estes não estarão a colaborar devidamente com os demais participantes da organização. “A consequência de tal situação, em que inexiste a cooperação e a coordenação entre os indivíduos, é a formação de um sistema que termina por não ser benéfico às partes envolvidas e que tende dificultar a consecução de objetivos em todas as instâncias. A predominância do individualismo nas relações organizacionais faz com que as atitudes e os objetivos de cada um possam ser contrários e trazer consequências negativas para as atitudes e objetivos do outro, o que também não é proveitoso para a organização como um todo.” (Axelrod, 1984, p. 3- Livro “the evolution of cooperation”). E para compreender melhor a importância da cooperação na organização Robert Axelrod desenvolveu um jogo chamado “O Dilema do Prisioneiro”, em que é observado a seguinte situação: Um policial prende dois homens acusando-os de terem participado de um crime. Por não possuir provas o bastante para incriminá-los faz a mesma proposta para cada um deles separadamente, de que se este confessar e também testemunhar contra o outro, que por sua vez não confesse o crime, será perdoado enquanto o outro será condenado a dez anos de detenção. Caso nenhum dos suspeitos confesse o delito a policia só poderá punir os dois com seis meses de cadeia, já na situação contrária (ambos confessando o crime e portando “traindo” seu cúmplice) a punição se eleva para cinco anos de prisão. Aí se encontra o dilema do prisioneiro: ou trai a confiança do comparsa, confessa o crime e ainda testemunha contra este esperando que ele não faça o mesmo, para assim sair isento da situação, ou então fica não se manifesta cofiando que o parceiro de crime venha a ter a mesma atitude, aguardando assim uma punição mais branda. Aplicando a lógica do jogo no ambiente organizacional tem-se que o indivíduo que se aproveita da cooperação e consequentemente da confiança do outro, e não coopera com este, obtêm resultados relativamente melhores. Porém este indivíduo passa a ser tido como aquele que nunca coopera com o próximo, o que proporciona efeitos negativos nas situações posteriores, onde se tornará difícil obter novamente a cooperação dos outros. Essa cadeia de reação faz com a estratégia descrita acima seja considerada “perdedora”, uma vez que a continuidade é uma característica das relações em uma organização, ou seja, estas são relativamente duradouras e assim os indivíduos irão se encontrar posteriormente no ambiente organizacional.
  • 17. 17 8.1. Vantagens de manter a cooperaçãoe coordenação nas organizações  Uma cultura organizacional sólida pode reduzir substancialmente problemas, dificuldades e conflitos internos;  Favorece o desenvolvimento de uma imagem positiva da empresa diante do mercado;  A cultura organizacional diferencia uma empresa diante de seus concorrentes;  Define uma identidade própria e senso de pertencimento a cada dos funcionários presentes;  Proporciona uma melhor gestão e o controle eficaz de processos e de pessoas;  Propicia uma adaptação rápida dos colaboradores à cultura empresarial;  Uma cultura organizacional bem definida pode aumentar o comprometimento dos funcionários atuantes.
  • 18. 18 9. Uso do poder nas organizações Todas as formas de poder que já foram referidas ao longo deste trabalho são utilizados frequentemente pelas pessoas, porém também podemos dividir ou classificar o poder de acordo com a sua utilização, em basicamente dois tipos: poder aberto e poder reservado. O poder aberto é utilizado para a conquista de resultados a partir de conflitos entre as partes. Segundo Bowditch e Buono, se se consegue controlar as fontes de poder relevante, tais como, acesso a informações, arenas políticas, recompensas e castigos, e conhecimentos especializados, os gerentes tentam frequentemente triunfar face a competição e ao conflito. Já o poder reservado é completamente o oposto, serve justamente para evitar conflitos. O poder se for usado de forma judiciosa, toma a forma de um investimento e tal como o dinheiro, na maioria das vezes torna-se muito útil nos dias mais tempestuosos, defende Morgan. E ainda segundo ele o poder tem a tendência a aproximar as pessoas, este defende que as pessoas que querem poder aproximam-se imediatamente de quem já o tem, a presença do poder pode atrair e manter pessoas que desejam alimentar do mesmo. Além disso, tem uma força estimulante, ou seja, quanto mais poder se tem, mais poder se quer, é como quando uma pessoa vivencia o progresso e o sucesso, essa pessoa fica logo frequentemente mais energizada e disposta a trabalhar de modo a chegar ou a fazer um progresso ainda maior. Muitas vezes para fazer o uso correto e adequado do poder dentro das organizações é necessário mesclar vários tipos de poder, isso por causa das circunstâncias organizacionais, cada organização é diferente e cada uma tem as suas regras, recursos e limitações, agora cabe ao gestor se adaptar de acordo com a organização em que está a gerir e com o pessoal que trabalha no mesmo. Embora seja difícil, o gestor deverá estar sempre atento em tudo de forma, a saber, impor o poder suficiente (de forma equilibrada) e assim ganhar o respeito dos seus funcionários e administrar de forma positiva sem conflitos.
  • 19. 19 10.Conclusão A realização deste trabalho permitiu-nos aprender mais sobre o poder dentro de uma organização, mas também sobre as suas vantagens e desvantagens. Deu-nos a conhecer a diferença entre um chefe e um líder e como funcionam as estruturas dentro de uma organização. Atravéz deste documento podemos constatar a importância de exercer corretamente o poder dentro de uma organização e que de uma forma geral todas as pessoas estão sujeitas a alguma forma de poder, quer seja de superiores ou de colegas de trabalhos, e da mesma forma todos acabam por exercer algum tipo de poder sobre uma pessoa. De modo geral, o poder trata-se de uma relação de interdependência ou dependência ou como um jogo de interesses, sendo como se os individuos dentro das organizações estivessem numa competição ou disputa, onde existem ganhadores e perdedores. Independentemente do tipo de poder usado dentro da organização este influencia de forma negativa ou positiva.
  • 20. 20 11. Bibliografia Rego Arménio, Liderança nas Organizações: teorica e prática/ Arménio Rego- Aveiro:Universidade, 1997-502p. Mintzberg Henry, Estrutura e dinâmica das Organizações (ciências de Gestão 4)- Publicações Dom Queixote Pagés, Max el al. O poder das Organizações. São Paulo: Atlas 1993 http://vejasociologia.blogspot.pt/p/o-poder-nas-organizacoes_1210.html http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/1440/TCC%2 0Mateus%20Cassol%20- %20BASES%20DO%20PODER%20ORGANIZACIONAL%20- %20Um%20estudo%20de%20caso%20na%20empresa%20Cassol%20Transporte%20d e%20Cargas%20Ltda..pdf?sequence=1 http://www.ebah.pt/content/ABAAABDjAAE/poder-nas-organizacoes