SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
HISTORIA

A EXPERIÊNCIA URBANA

O surto urbano dos seculos XI a XIII refletiu-se, em termos artísticos, na construção de
edifícios novos, imponentes, de cariz religioso: as catedrais. Por trás da arte gótica
encontramos uma elite social urbana, a Burguesia, empenhada na demonstração do
seu poder financeiro, nem que para isso tivesse de competir com as elites das cidades
vizinhas, rivalizando na construção de catedrais cada vez mais altas e exuberantes.

A Portugal o estilo gótico só se desenvolveu a partir d seculo XIII, devido aos surto
urbano tardio. São deste gótico tardio exemplos a Igreja do Mosteiro de Santa Maria de
Alcobaça, o claustro da Sé Velha de Coimbra e a Igreja do Mosteiro de Santa Maria de
Vitoria, na Batalha.



A arte gótica ou estilo gótico foi o estilo artístico que dominou na Europa entre os
seculos XII e XV. Embora se tenha desenvolvido nas várias artes, permaneceu ligado à
arquitetura, especialmente religiosa, tendo nas catedrais a sua melhor expressão.
Recebia o nome de ogival, devido aos arcos cruzados das abobadas (ex.: Catedral de
Chartres).

Na arquitetura, a arte gótica caracterizou-se:

       Verticalidade;

       Luz (filtrada pelos vitrais);

       Arco quebrado (conferia sensação de elevação);

       Abóbada de cruzamento de ogivas (permitia descarregar o peso sobre os pilares,
       permitindo a construção de paredes mais finas e preenchidas por vitrais);

       Arco botante (conferia o apoio e o reforço das paredes).

Na escultura, as principais características eram:

       Ligação à arquitetura – nas fachadas das catedrais;

       Naturalismo idealizado – rostos serenos e vestes detalhadas;

       Gárgulas – ideia do Diabo estar em todo o lado e a condenação do pecador;

       Valor doutrinal – esculturas contavam ao povo analfabeto a vida de Cristo e dos
       santos.
A decoração escultórica das catedrais é o “livro de imagens” da Cristandade, relatando
a vida e a lenda dos santos; Complementava-se com os vitrais que pretendiam ensinar
quais as verdades em que deviam acreditar.




NOVAS EXPRESSOES DE RELIGIOSIDADE E CULTURA

Ordens Mendicantes, Confraria e Corporações

A cidade era um lugar de múltiplos contrastes. Os cortejos de riqueza deixavam mais
em evidência a miséria. A cidade atraia os pobres camponeses que, ao chegarem, nem
sempre encontravam trabalho, logo viviam tão ou mais pobres do antes.

Surgem assim organismo de solidariedade destinados à ajuda mútua e à prática de
caridade, que tiveram êxito devido à renovação espiritual trazida pelas ordens
mendicantes, que originaram mentes mais fraternas e preocupadas com o sofrimento
alheio.



As ordens mendicantes eram movimentos de renovação surgidos dentro da Igreja
Católica. Representavam um retorno aos ideais de pobreza e caridade católicos,
esquecidos pelo faustoso clero medieval.

Franciscanos – A ordem dos Frades Menores (humildes) vivia numa pobreza absoluta
que mendigava outrabalhava para comer. Os membros renunciavam aos bens terrenos
e dedicavam a sua vida a ajudar os outros e a pregar.

Dominicanos – Tinham os mesmos ideais que os Franciscanos, porém, davam maior
ênfase à pregação, de modo a combater as heresias, portanto dedicavam-se ao estudo
da teologia.

As ordens mendicantes inspiraram a criação das confrarias e outras associações do
género.

As confrarias eram associações de socorros mútuos de carater religioso, organizada sob
a proteção de um santo. Dedicavam-se à caridade como meio de diminuir a pobreza
urbana

As corporações eram associações que agrupavam os trabalhadores do mesmo ramo.
Geralmente, a cada corporação associava-se uma confraria religiosa, que promovia a
solidariedade social entre membros, que se ajudavam mutuamente em caso de
dificuldade.
A Fundação de Universidades

O desenvolvimento urbano e mercantil obrigou ao aparecimento de escolas: umas
dedicadas à vida eclesiástica e outras à vida urbana.

As escolas eclesiásticas subdividiram-se em escolas paroquiais, monaicas (mosteiros) e
episcopais (sés). As escolas laicas ou urbanas eram adaptadas ao comércio, surgindo
assim novas disciplinas ligadas ao comércio e á economia, como a matemática e a
contabilidade.

As universidades eram corporações de professores e/ou alunos do ensino superior,
subdivididos em faculdades, que surgiram para fornecer a formação superior a clérigos,
funcionários régios e filhos de burgueses ou nobres, onde os estudos eram feitos em
latim pois eram estabelecimentos dominados pelo clero.

O intercâmbio entre professores e alunos de diferentes universidades ajudou na
homogeneização do pensamento e da cultura europeia. Algumas das universidades
são a de Oxford, Paris, Salamanca...

A 1ª universidade portuguesa foi fundada por D. Dinis, em 1290, em Lisboa: O Estudos
Gerais, que, após ser transferida várias vezes de Lisboa para Coimbra e vice-versa,
acabou por se fixar em Coimbra, com as faculdades de Artes, Direito Canónico, Leis e
Medicina.



A Cultura Profana: O Ideal de Cavalaria, O Amor Cortês e O Culto aos Antepassados

O Cavaleiro ideal/perfeito devia ter as seguintes qualidades:

      1º Ser nobre;                                     5º Virtude;
      2º Honra;                                         6º Piedade;
      3º Coragem;                                       7º Saber o Ideal da Cruzada.
      4º Lealdade;


A formação de um cavaleiro era intensa e longa (14 anos). Este processo iniciava-se
com a ida do rapaz para a “casa grande” onde seria pajem (7anos) e depois escudeiro
(+7 anos). As suas aptidões eram postas à prova em caças, torneios e nas justas. O
processo terminava com uma cerimonia religiosa onde o escudeiro proferia os votos da
cavalaria e onde, apos um banho purificante, seria armado cavaleiro a uma Ordem de
Cavalaria e receberia as esporas e a espada.
No amor, como na cavalaria, também havia o ideal de amor: o cavaleiro nobre,
perante a dama bela e pudica, deveria ser:

       1º Virtuoso;
       2º Paciente;
       3º Elegante no vestir;
       4º Bem-humorado;
       5º Respeitoso.

O Ideal de Cavalaria e o Amor Cortês deram origem a novas formas de literatura:

Ideal de Cavalaria – os preceitos foram tratados nas narrativas de cavalaria;

Amor Cortês – Surge a poesia trovadoresca, que se recitava nas festas cortesãs
acompanha de música e danças a pares. Surgem as Cantigas de Amigo, de Amor e de
Escarnio e Maldizer.



Orgulhosos do seu passado, os nobres relembravam os seus antepassados nos serões
de família. Essas memórias começaram a ser registadas em pergaminhos, originando a
literatura genealógica, com os livros de linhagens ou nobiliários. O objetivo era
valorizar a nobreza, legitimar os seus direitos fundiários e patrimoniais e, por fim,
como função pedagógica de inspirar os herdeiros a seguirem o exemplo de conduta
dos seus antepassados.

O Gosto pelas Viagens

Os mercadores são grandes viajantes. Partir em viagem de negócios passou a ser uma
coisa comum, embora não isenta de riscos e incómodos.

Práticos e expeditos, os mercadores muniram-se de conhecimentos, aprendendo
línguas e elaborando dicionários e guias de viagem.

Até meados do seculo XIII, nenhum viajante europeu se aventurara ainda até ao
Oriente. O pioneirismo destas expedições ficou a pertencer aos italianos Niccolò e
Matteo Polo.



O desenvolvimento do grande comércio criou laços entre os mercadores e os
governantes, que àqueles recorriam frequentemente para o financiamento das suas
empresas militares. Assim, não admira que muitas viagens aliassem ao negócio
missões político-diplomáticas e que afamados comerciantes tivessem desempenhado o
papel de embaixadores das cortes europeias.
As relações diplomáticas não se estabeleciam apenas entre soberanos, ficando também
à iniciativa dos grandes senhores e até das próprias cidades, o que implica uma
constante troca de emissários.

Era em Roma que se cruzavam os embaixadores de todas as nações porque aí o Papa,
medianeiro entre os Estados e juiz em matéria de Direito Internacional, resolviam as
contendas religiosas e políticas.



Romarias e Procissões

As romarias e as peregrinações, na medida em que cumprem atos rituais, pré-
estabelecidos e repetitivos, constituem expressões típicas de religiosidade medieval.
Ambas implicavam deslocações, embora de diferente alcance:

Romarias – eram celebrações em honra de um santo, numa época fixa do ano.
Implicavam deslocações de curta duração (um a vários dias). Assumiam por vezes um
carater lúdico e folião, e até se aproveitava para realizar negócios.

Peregrinações – eram percursos de longa distância a locais sagrados do cristianismo,
em especial Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela. Embora a 1º fosse o destino
de peregrinação mais importante, por estar relacionado com a Paixão e morte de
Cristo, a catedral de Santiago era muito procurada.

As romarias e as peregrinações tinham objetivos religiosos: purificar a alma ou cumprir
promessas. No entanto, a par da fé nos milagres dos santos que movia romeiros e
peregrinos, as viagens eram ocasião para acontecimentos profanos.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

A intervenção no poder local
A intervenção no poder localA intervenção no poder local
A intervenção no poder local
Karina Bastos
 
A identidade civilizacional da europa ocidental
A identidade civilizacional da europa ocidentalA identidade civilizacional da europa ocidental
A identidade civilizacional da europa ocidental
Vítor Santos
 
A cristandade ocidental face ao islão parte 1
A cristandade ocidental face ao islão  parte 1A cristandade ocidental face ao islão  parte 1
A cristandade ocidental face ao islão parte 1
Carla Teixeira
 

Mais procurados (20)

A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental: a fragilidade do equilíbrio ...
 
Poder régio
Poder régioPoder régio
Poder régio
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crença
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crençaA identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crença
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A unidade da crença
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A expansão agrária e o cre...
 A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A expansão agrária e o cre... A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A expansão agrária e o cre...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - A expansão agrária e o cre...
 
A intervenção no poder local
A intervenção no poder localA intervenção no poder local
A intervenção no poder local
 
Concelhos 1
Concelhos 1Concelhos 1
Concelhos 1
 
Idade Ma
Idade MaIdade Ma
Idade Ma
 
O país urbano e concelhio
O país urbano e concelhioO país urbano e concelhio
O país urbano e concelhio
 
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
 A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades... A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
A identidade civilizacional da Europa Ocidental - O renascimento das cidades...
 
As viagens na idade média
As viagens na idade médiaAs viagens na idade média
As viagens na idade média
 
Roma- Resumo de história 10ºano
Roma- Resumo de história 10ºanoRoma- Resumo de história 10ºano
Roma- Resumo de história 10ºano
 
País rural e senhorial módulo II- 10º ANO
País rural e senhorial  módulo II- 10º ANOPaís rural e senhorial  módulo II- 10º ANO
País rural e senhorial módulo II- 10º ANO
 
01 a geografia cultural europeia
01 a geografia cultural europeia01 a geografia cultural europeia
01 a geografia cultural europeia
 
Mudanças na religiosidade e expansão do ensino
Mudanças na religiosidade e expansão do ensinoMudanças na religiosidade e expansão do ensino
Mudanças na religiosidade e expansão do ensino
 
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XIIDesenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XII
 
Surto urbano 2
Surto urbano 2Surto urbano 2
Surto urbano 2
 
A identidade civilizacional da europa ocidental
A identidade civilizacional da europa ocidentalA identidade civilizacional da europa ocidental
A identidade civilizacional da europa ocidental
 
02 o alargamento do conhecimento do mundo
02 o alargamento do conhecimento do mundo02 o alargamento do conhecimento do mundo
02 o alargamento do conhecimento do mundo
 
A cristandade ocidental face ao islão parte 1
A cristandade ocidental face ao islão  parte 1A cristandade ocidental face ao islão  parte 1
A cristandade ocidental face ao islão parte 1
 
Séc. xii a xiv
Séc. xii a xivSéc. xii a xiv
Séc. xii a xiv
 

Destaque

Resumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º anoResumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º ano
jorgina8
 
A difusão do gosto e da prática das viagens - História A 10ºAno
A difusão do gosto e da prática das viagens - História A 10ºAnoA difusão do gosto e da prática das viagens - História A 10ºAno
A difusão do gosto e da prática das viagens - História A 10ºAno
Patricia .
 
Cultura medieval
Cultura medievalCultura medieval
Cultura medieval
cattonia
 
A identidade civilizacional da europa ocidental
A identidade civilizacional da europa ocidentalA identidade civilizacional da europa ocidental
A identidade civilizacional da europa ocidental
Vítor Santos
 
Valores, Vivencias E Quotidiano Na Idade Media
Valores, Vivencias E Quotidiano Na Idade MediaValores, Vivencias E Quotidiano Na Idade Media
Valores, Vivencias E Quotidiano Na Idade Media
António Luís Catarino
 
A difusão do gosto e da prática pelas viagens
A difusão do gosto e da prática pelas viagensA difusão do gosto e da prática pelas viagens
A difusão do gosto e da prática pelas viagens
RaQuel Oliveira
 

Destaque (20)

Resumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º anoResumo de matéria de História 10º ano
Resumo de matéria de História 10º ano
 
Idade Média: Gótico
Idade Média: GóticoIdade Média: Gótico
Idade Média: Gótico
 
A difusão do gosto e da prática das viagens - História A 10ºAno
A difusão do gosto e da prática das viagens - História A 10ºAnoA difusão do gosto e da prática das viagens - História A 10ºAno
A difusão do gosto e da prática das viagens - História A 10ºAno
 
02 história a_revisões_módulo_2
02 história a_revisões_módulo_202 história a_revisões_módulo_2
02 história a_revisões_módulo_2
 
Cultura medieval
Cultura medievalCultura medieval
Cultura medieval
 
Viagens na idade média
Viagens na idade médiaViagens na idade média
Viagens na idade média
 
A identidade civilizacional da europa ocidental
A identidade civilizacional da europa ocidentalA identidade civilizacional da europa ocidental
A identidade civilizacional da europa ocidental
 
Valores, Vivencias E Quotidiano Na Idade Media
Valores, Vivencias E Quotidiano Na Idade MediaValores, Vivencias E Quotidiano Na Idade Media
Valores, Vivencias E Quotidiano Na Idade Media
 
A difusão do gosto e da prática pelas viagens
A difusão do gosto e da prática pelas viagensA difusão do gosto e da prática pelas viagens
A difusão do gosto e da prática pelas viagens
 
O espaço português 1
O espaço português 1O espaço português 1
O espaço português 1
 
Sociedade Medieval
Sociedade MedievalSociedade Medieval
Sociedade Medieval
 
Historia, 10º ano
Historia, 10º anoHistoria, 10º ano
Historia, 10º ano
 
Peregrinações
PeregrinaçõesPeregrinações
Peregrinações
 
A Cultura E O Saber Medievais
A Cultura E O Saber MedievaisA Cultura E O Saber Medievais
A Cultura E O Saber Medievais
 
História A - módulo 3, 4 e 6
História A - módulo 3, 4 e 6História A - módulo 3, 4 e 6
História A - módulo 3, 4 e 6
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedral
 
11 a guerra_fria
11 a guerra_fria11 a guerra_fria
11 a guerra_fria
 
9 03 portugal no novo quadro internacional
9 03 portugal no novo quadro internacional9 03 portugal no novo quadro internacional
9 03 portugal no novo quadro internacional
 
Amor cortés
Amor cortésAmor cortés
Amor cortés
 
Arte gótica
Arte gótica Arte gótica
Arte gótica
 

Semelhante a História A - 10ºano (M2, p3 resumos)

Ficha formativa cultura da catedral
Ficha formativa cultura da catedralFicha formativa cultura da catedral
Ficha formativa cultura da catedral
Ana Barreiros
 
Alterações na religiosidade e expansão do ensino na idade média
Alterações na religiosidade e expansão do ensino na idade médiaAlterações na religiosidade e expansão do ensino na idade média
Alterações na religiosidade e expansão do ensino na idade média
Escola Luis de Freitas Branco
 
Transformações séc. xii e xiii
Transformações séc. xii e xiiiTransformações séc. xii e xiii
Transformações séc. xii e xiii
Carla Freitas
 
Cultura,arte e religião
Cultura,arte e religiãoCultura,arte e religião
Cultura,arte e religião
Teresa Maia
 
o Povoamento do Reino - 2
o Povoamento do Reino - 2o Povoamento do Reino - 2
o Povoamento do Reino - 2
guestc968e9
 
Cultura na idade média
Cultura na idade médiaCultura na idade média
Cultura na idade média
HCA_10I
 
O Povoamento do Reino - 2
O Povoamento do Reino - 2O Povoamento do Reino - 2
O Povoamento do Reino - 2
guestc968e9
 
Fichaformativaculturadacatedral 120506062226-phpapp02
Fichaformativaculturadacatedral 120506062226-phpapp02Fichaformativaculturadacatedral 120506062226-phpapp02
Fichaformativaculturadacatedral 120506062226-phpapp02
Rúben Soares
 
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do MosteiroFicha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
Ana Barreiros
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedral
Vítor Santos
 

Semelhante a História A - 10ºano (M2, p3 resumos) (20)

Valores
ValoresValores
Valores
 
21 - Cultura, Religião e Arte Medievais
21 -  Cultura, Religião e Arte Medievais21 -  Cultura, Religião e Arte Medievais
21 - Cultura, Religião e Arte Medievais
 
Ficha formativa cultura da catedral
Ficha formativa cultura da catedralFicha formativa cultura da catedral
Ficha formativa cultura da catedral
 
A cultura da catedral contexto
A cultura da catedral   contextoA cultura da catedral   contexto
A cultura da catedral contexto
 
Alterações na religiosidade e expansão do ensino na idade média
Alterações na religiosidade e expansão do ensino na idade médiaAlterações na religiosidade e expansão do ensino na idade média
Alterações na religiosidade e expansão do ensino na idade média
 
Transformações séc. xii e xiii
Transformações séc. xii e xiiiTransformações séc. xii e xiii
Transformações séc. xii e xiii
 
Arquitetura gotica.pptx
Arquitetura gotica.pptxArquitetura gotica.pptx
Arquitetura gotica.pptx
 
Cultura,arte e religião
Cultura,arte e religiãoCultura,arte e religião
Cultura,arte e religião
 
Cultura medieval
Cultura medievalCultura medieval
Cultura medieval
 
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf
02_03_Valores vivências e quotidiano.pdf
 
Cultura da catedral
Cultura da catedralCultura da catedral
Cultura da catedral
 
o Povoamento do Reino - 2
o Povoamento do Reino - 2o Povoamento do Reino - 2
o Povoamento do Reino - 2
 
Cultura na idade média
Cultura na idade médiaCultura na idade média
Cultura na idade média
 
O Povoamento do Reino - 2
O Povoamento do Reino - 2O Povoamento do Reino - 2
O Povoamento do Reino - 2
 
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)A guerra dos Cem Anos (1337-1453)
A guerra dos Cem Anos (1337-1453)
 
Fichaformativaculturadacatedral 120506062226-phpapp02
Fichaformativaculturadacatedral 120506062226-phpapp02Fichaformativaculturadacatedral 120506062226-phpapp02
Fichaformativaculturadacatedral 120506062226-phpapp02
 
I D A D E M D I Aok
I D A D E M D I AokI D A D E M D I Aok
I D A D E M D I Aok
 
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do MosteiroFicha formativa Cultura do Mosteiro
Ficha formativa Cultura do Mosteiro
 
01 cultura da catedral
01 cultura da catedral01 cultura da catedral
01 cultura da catedral
 
Idade Media - cultura
Idade Media - culturaIdade Media - cultura
Idade Media - cultura
 

Mais de Joana Filipa Rodrigues

Mais de Joana Filipa Rodrigues (20)

O Acordo Nuclear entre o Irão e o P5 + 1/UE (2015)
O Acordo Nuclear entre o Irão e o P5 + 1/UE (2015)O Acordo Nuclear entre o Irão e o P5 + 1/UE (2015)
O Acordo Nuclear entre o Irão e o P5 + 1/UE (2015)
 
Apontamentos de Teoria das Relações Internacionais I
Apontamentos de Teoria das Relações Internacionais IApontamentos de Teoria das Relações Internacionais I
Apontamentos de Teoria das Relações Internacionais I
 
Policy Memorandum on Brexit
Policy Memorandum on BrexitPolicy Memorandum on Brexit
Policy Memorandum on Brexit
 
A Teoria Crítica pelos olhos de Robert Cox
A Teoria Crítica pelos olhos de Robert CoxA Teoria Crítica pelos olhos de Robert Cox
A Teoria Crítica pelos olhos de Robert Cox
 
Soberania - Sovereignty by Sorensen
Soberania - Sovereignty by SorensenSoberania - Sovereignty by Sorensen
Soberania - Sovereignty by Sorensen
 
Sistema Político da União Europeia - SPUE
Sistema Político da União Europeia - SPUESistema Político da União Europeia - SPUE
Sistema Político da União Europeia - SPUE
 
Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA (2015)
Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA (2015)Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA (2015)
Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA (2015)
 
Comunidade Europeia: OPNI?
Comunidade Europeia: OPNI?Comunidade Europeia: OPNI?
Comunidade Europeia: OPNI?
 
Victor Gavin
Victor GavinVictor Gavin
Victor Gavin
 
Liberdade vs. Igualdade
Liberdade vs. IgualdadeLiberdade vs. Igualdade
Liberdade vs. Igualdade
 
Globalização e Direitos Humanos
Globalização e Direitos HumanosGlobalização e Direitos Humanos
Globalização e Direitos Humanos
 
Conferência de Berlim
Conferência de BerlimConferência de Berlim
Conferência de Berlim
 
A Crise dos Refugiados parte I
A Crise dos Refugiados parte IA Crise dos Refugiados parte I
A Crise dos Refugiados parte I
 
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte II
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte IIImpacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte II
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte II
 
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte III
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte IIIImpacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte III
Impacto dos fluxos migratórios numa sociedade parte III
 
Psicologia - a mente, as emoções e a conação
Psicologia - a mente, as emoções e a conaçãoPsicologia - a mente, as emoções e a conação
Psicologia - a mente, as emoções e a conação
 
A sátira e a crítica social no Memorial do Convento
A sátira e a crítica social no Memorial do ConventoA sátira e a crítica social no Memorial do Convento
A sátira e a crítica social no Memorial do Convento
 
História A, 12º ano, Módulo 9, Unidade 1
História A, 12º ano, Módulo 9, Unidade 1História A, 12º ano, Módulo 9, Unidade 1
História A, 12º ano, Módulo 9, Unidade 1
 
Psicologia 12º
Psicologia 12ºPsicologia 12º
Psicologia 12º
 
Fidel Castro
Fidel CastroFidel Castro
Fidel Castro
 

Último

ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
azulassessoria9
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
azulassessoria9
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
azulassessoria9
 

Último (20)

ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
aprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubelaprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubel
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
Aprender as diferentes formas de classificar as habilidades motoras é de extr...
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Acessibilidade, inclusão e valorização da diversidade
Acessibilidade, inclusão e valorização da diversidadeAcessibilidade, inclusão e valorização da diversidade
Acessibilidade, inclusão e valorização da diversidade
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
 

História A - 10ºano (M2, p3 resumos)

  • 1. HISTORIA A EXPERIÊNCIA URBANA O surto urbano dos seculos XI a XIII refletiu-se, em termos artísticos, na construção de edifícios novos, imponentes, de cariz religioso: as catedrais. Por trás da arte gótica encontramos uma elite social urbana, a Burguesia, empenhada na demonstração do seu poder financeiro, nem que para isso tivesse de competir com as elites das cidades vizinhas, rivalizando na construção de catedrais cada vez mais altas e exuberantes. A Portugal o estilo gótico só se desenvolveu a partir d seculo XIII, devido aos surto urbano tardio. São deste gótico tardio exemplos a Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, o claustro da Sé Velha de Coimbra e a Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Vitoria, na Batalha. A arte gótica ou estilo gótico foi o estilo artístico que dominou na Europa entre os seculos XII e XV. Embora se tenha desenvolvido nas várias artes, permaneceu ligado à arquitetura, especialmente religiosa, tendo nas catedrais a sua melhor expressão. Recebia o nome de ogival, devido aos arcos cruzados das abobadas (ex.: Catedral de Chartres). Na arquitetura, a arte gótica caracterizou-se: Verticalidade; Luz (filtrada pelos vitrais); Arco quebrado (conferia sensação de elevação); Abóbada de cruzamento de ogivas (permitia descarregar o peso sobre os pilares, permitindo a construção de paredes mais finas e preenchidas por vitrais); Arco botante (conferia o apoio e o reforço das paredes). Na escultura, as principais características eram: Ligação à arquitetura – nas fachadas das catedrais; Naturalismo idealizado – rostos serenos e vestes detalhadas; Gárgulas – ideia do Diabo estar em todo o lado e a condenação do pecador; Valor doutrinal – esculturas contavam ao povo analfabeto a vida de Cristo e dos santos.
  • 2. A decoração escultórica das catedrais é o “livro de imagens” da Cristandade, relatando a vida e a lenda dos santos; Complementava-se com os vitrais que pretendiam ensinar quais as verdades em que deviam acreditar. NOVAS EXPRESSOES DE RELIGIOSIDADE E CULTURA Ordens Mendicantes, Confraria e Corporações A cidade era um lugar de múltiplos contrastes. Os cortejos de riqueza deixavam mais em evidência a miséria. A cidade atraia os pobres camponeses que, ao chegarem, nem sempre encontravam trabalho, logo viviam tão ou mais pobres do antes. Surgem assim organismo de solidariedade destinados à ajuda mútua e à prática de caridade, que tiveram êxito devido à renovação espiritual trazida pelas ordens mendicantes, que originaram mentes mais fraternas e preocupadas com o sofrimento alheio. As ordens mendicantes eram movimentos de renovação surgidos dentro da Igreja Católica. Representavam um retorno aos ideais de pobreza e caridade católicos, esquecidos pelo faustoso clero medieval. Franciscanos – A ordem dos Frades Menores (humildes) vivia numa pobreza absoluta que mendigava outrabalhava para comer. Os membros renunciavam aos bens terrenos e dedicavam a sua vida a ajudar os outros e a pregar. Dominicanos – Tinham os mesmos ideais que os Franciscanos, porém, davam maior ênfase à pregação, de modo a combater as heresias, portanto dedicavam-se ao estudo da teologia. As ordens mendicantes inspiraram a criação das confrarias e outras associações do género. As confrarias eram associações de socorros mútuos de carater religioso, organizada sob a proteção de um santo. Dedicavam-se à caridade como meio de diminuir a pobreza urbana As corporações eram associações que agrupavam os trabalhadores do mesmo ramo. Geralmente, a cada corporação associava-se uma confraria religiosa, que promovia a solidariedade social entre membros, que se ajudavam mutuamente em caso de dificuldade.
  • 3. A Fundação de Universidades O desenvolvimento urbano e mercantil obrigou ao aparecimento de escolas: umas dedicadas à vida eclesiástica e outras à vida urbana. As escolas eclesiásticas subdividiram-se em escolas paroquiais, monaicas (mosteiros) e episcopais (sés). As escolas laicas ou urbanas eram adaptadas ao comércio, surgindo assim novas disciplinas ligadas ao comércio e á economia, como a matemática e a contabilidade. As universidades eram corporações de professores e/ou alunos do ensino superior, subdivididos em faculdades, que surgiram para fornecer a formação superior a clérigos, funcionários régios e filhos de burgueses ou nobres, onde os estudos eram feitos em latim pois eram estabelecimentos dominados pelo clero. O intercâmbio entre professores e alunos de diferentes universidades ajudou na homogeneização do pensamento e da cultura europeia. Algumas das universidades são a de Oxford, Paris, Salamanca... A 1ª universidade portuguesa foi fundada por D. Dinis, em 1290, em Lisboa: O Estudos Gerais, que, após ser transferida várias vezes de Lisboa para Coimbra e vice-versa, acabou por se fixar em Coimbra, com as faculdades de Artes, Direito Canónico, Leis e Medicina. A Cultura Profana: O Ideal de Cavalaria, O Amor Cortês e O Culto aos Antepassados O Cavaleiro ideal/perfeito devia ter as seguintes qualidades: 1º Ser nobre; 5º Virtude; 2º Honra; 6º Piedade; 3º Coragem; 7º Saber o Ideal da Cruzada. 4º Lealdade; A formação de um cavaleiro era intensa e longa (14 anos). Este processo iniciava-se com a ida do rapaz para a “casa grande” onde seria pajem (7anos) e depois escudeiro (+7 anos). As suas aptidões eram postas à prova em caças, torneios e nas justas. O processo terminava com uma cerimonia religiosa onde o escudeiro proferia os votos da cavalaria e onde, apos um banho purificante, seria armado cavaleiro a uma Ordem de Cavalaria e receberia as esporas e a espada.
  • 4. No amor, como na cavalaria, também havia o ideal de amor: o cavaleiro nobre, perante a dama bela e pudica, deveria ser: 1º Virtuoso; 2º Paciente; 3º Elegante no vestir; 4º Bem-humorado; 5º Respeitoso. O Ideal de Cavalaria e o Amor Cortês deram origem a novas formas de literatura: Ideal de Cavalaria – os preceitos foram tratados nas narrativas de cavalaria; Amor Cortês – Surge a poesia trovadoresca, que se recitava nas festas cortesãs acompanha de música e danças a pares. Surgem as Cantigas de Amigo, de Amor e de Escarnio e Maldizer. Orgulhosos do seu passado, os nobres relembravam os seus antepassados nos serões de família. Essas memórias começaram a ser registadas em pergaminhos, originando a literatura genealógica, com os livros de linhagens ou nobiliários. O objetivo era valorizar a nobreza, legitimar os seus direitos fundiários e patrimoniais e, por fim, como função pedagógica de inspirar os herdeiros a seguirem o exemplo de conduta dos seus antepassados. O Gosto pelas Viagens Os mercadores são grandes viajantes. Partir em viagem de negócios passou a ser uma coisa comum, embora não isenta de riscos e incómodos. Práticos e expeditos, os mercadores muniram-se de conhecimentos, aprendendo línguas e elaborando dicionários e guias de viagem. Até meados do seculo XIII, nenhum viajante europeu se aventurara ainda até ao Oriente. O pioneirismo destas expedições ficou a pertencer aos italianos Niccolò e Matteo Polo. O desenvolvimento do grande comércio criou laços entre os mercadores e os governantes, que àqueles recorriam frequentemente para o financiamento das suas empresas militares. Assim, não admira que muitas viagens aliassem ao negócio missões político-diplomáticas e que afamados comerciantes tivessem desempenhado o papel de embaixadores das cortes europeias.
  • 5. As relações diplomáticas não se estabeleciam apenas entre soberanos, ficando também à iniciativa dos grandes senhores e até das próprias cidades, o que implica uma constante troca de emissários. Era em Roma que se cruzavam os embaixadores de todas as nações porque aí o Papa, medianeiro entre os Estados e juiz em matéria de Direito Internacional, resolviam as contendas religiosas e políticas. Romarias e Procissões As romarias e as peregrinações, na medida em que cumprem atos rituais, pré- estabelecidos e repetitivos, constituem expressões típicas de religiosidade medieval. Ambas implicavam deslocações, embora de diferente alcance: Romarias – eram celebrações em honra de um santo, numa época fixa do ano. Implicavam deslocações de curta duração (um a vários dias). Assumiam por vezes um carater lúdico e folião, e até se aproveitava para realizar negócios. Peregrinações – eram percursos de longa distância a locais sagrados do cristianismo, em especial Jerusalém, Roma e Santiago de Compostela. Embora a 1º fosse o destino de peregrinação mais importante, por estar relacionado com a Paixão e morte de Cristo, a catedral de Santiago era muito procurada. As romarias e as peregrinações tinham objetivos religiosos: purificar a alma ou cumprir promessas. No entanto, a par da fé nos milagres dos santos que movia romeiros e peregrinos, as viagens eram ocasião para acontecimentos profanos.