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APONTAMENTOS DAS AULAS
TEÓRICAS – 2016/17 - RAQUEL FREIRE
JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES
1. AULA 21 SETEMBRO (TEÓRICA)
RI COMO DISCIPLINA AUTÓNOMA
Fenómeno do Séc. XX (Universidade de Aberystwyth, País de Gales)
WWI dá o mote: necessidade premente de pensar formas de evitar a guerra – a primeira
perspetiva teórica que se delineia neste contexto é o “idealismo” e caracteriza-se pela crença
no progresso e na possibilidade de transformação do sistema numa ordem pacífica e mais justa.
TEORIZAR AS RI
Duas notas:
Antecedentes da disciplina incluem áreas de conhecimento como o direito, a história, a
geografia, a antropologia, a sociologia…
Alguma confusão concetual entre teoria politica e teorias de RI, prende-se com mistura de
tradições entres Ciência Política e RI
AS RI
Preocupação com as caudas de guerra e do que promove a paz
Disciplina aborda desde a balança de poder e estruturas económicas a nível internacional até
predisposições ideológicas e percetivas ao nível dos lideres individuais
Interdisciplinar e heterogénea
Esta transversalidade e heterogeneidade dificultam encontrar uma metodologia
unificadora, dado que as RI beneficiam de várias tradições que se vão refletir a nível da reflexão
teórica. Ex.: worlds politics, international studies, international affairs, global politics
DEBATES NAS RI
A história das RI tem sido marcado por grandes debates que estão diretamente
relacionados com os acontecimentos no sistema internacional (veja.se a forma como a
teorização sobre RI emerge).
Esta organização segundo os debates ajuda a entender a evolução da teorização em RI.
1º debate (ontológico)
- Idealismo VS realismo
2º debate (epistemológico)
- Tradicionalismo VS Behaviorismo
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3º debate (interparadigmático) – anos 60/70
- Neorrealismo VS neoliberalismo (pluralismo) VS estruturalismo de origem marxista
4º debate (pós-positivismo) – década de 90
1º DEBATE
Idealismo (preponderância para a cooperação)
- Pós IWW, Wilson e SDN
- Capacidade de cooperação multilateral e da diminuição das condições para a guerra
- Relevância das OI’s, direito internacional, desarmamento
- Partilha de valores e segurança coletiva entres estados democráticos
Realismo (preponderância para o conflito, perspetiva negativa de natureza humana)
- Ganha força no pós-WW2
- Explica de forma racional a “luta” pelo poder entres os estados (power politics), calculo de
interesses
- Estados como atores unitários cujo comportamento será similar, sendo que a cooperação é
sempre interessada (balança de poder)
- Formação de alianças. Estas não são estáveis.
2º debate (DEBATE AINDA ATUAL)
Tradicionalismo (tradição europeia)
- Argumenta em favor da utilidade da história, do direito, da filosofia, como métodos de
conhecimento
- RI é uma ciência com base em analises qualitativas
- Método indutivo particular --: geral
Behaviorismo (tradição norte americana)
- Também denominado positivismo
- Utilização de métodos científicos na procura de leis gerais para a explicação dos
acontecimentos (ex. teoria comunicacional e cibernética de Deutsch)
- Abordagem quantitativa
- Usam fórmulas para “explicar” e interpretar as RI
3º debate (QUESTÃO NA NATUREZA HUMANA JÁ SE “PERDEU”) - ANOS 60 E 70
Neorrealismo: resposta a críticas à centralidade do estado e unicidade do mesmo num contexto
crescentemente interdependente High politics VS low politics; descolonização; influência
behaviorista (Waltz)]
Neoliberalismo: retorno à agenda dos pressupostos de cooperação multilateral, como explicar
final pacífica da GF? Colaboração transnacional? Integração Europeia?
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Estruturalismo de origem marxista: estrutura global onde as RI têm lugar, perspetiva histórica,
crítica ao capitalismo, mecanismos de dominação e exclusão, relações Norte-Sul, relações de
dependência (neoimperialismo, neocolonialismo)
Nota: Debate estrutural nas RI
Estrutura (= Sistema Internacional; Estado) VS Agência (= Estados; Sociedade Civil; ONG’s;
Empresas)
PS: Dependendo do nível de análise, vemos onde nos posicionamos neste debate teórico
4º DEBATE
Pós-positivismo
- Visões alternativas que propõem abalar os fundamentos positivistas e abarcar uma perspetiva
mais radical que permita múltiplas vozes/perspetivas e uma real transformação das RI em
modelos alternativos
- Teoria Crítica, Construtivismo, Pós-colonialismo, Pós-estruturalismo, Feminismo…
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2. AULA 28 SETEMBRO DE 16 (TEÓRICA)
CONSTRUTIVISMO? UMA TEORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS?
QUARTO DEBATE:
- 1º debate – ontológico
- 2º debate – metodológico
- 3º debate – interparadigmático
- 4º debate – debate pós-positivista
- O Construtivismo enquanto filosofia política ou social e enquanto teoria de Relações
Internacionais.
- Construtivismo: Sistema Internacional – ausência de uma autoridade.
O Construtivismo é uma teoria que se aproxima da nossa vivencia diária.
O SURGIMENTO DO CONSTRUTIVISMO
- Final da GF e dificuldade das teorias dominantes na sua previsão e explicação (finais da década
de 1980, inícios dos anos 1990).
- Os Construtivistas emergem como um grupo de académicos preocupados com a natureza
social das questões, a possibilidade e necessidade de explicar a mudança e o pressuposto de
que temos de ter em atenção contextos históricos e culturais específicos.
(João Cunha)
Leitura construtivista das dinâmicas EUA/Rússia vai olhar para fatores de dinâmicas de
militarização, ideias de grande potencia que a Rússia mantem devido a questões identitárias
(czares, URSS) e ela após GF mentem essa característica identitária e esta dinâmica militar deve-
se também a estas questões identitárias e não a questões de ameaças, leitura que os realistas
fazem.
O realismo assenta o ator estado, ator dominante, e, portanto, as OI podem estar ao
serviço de um estado, não as reconhecendo como identidade coletiva. Tem mais a ver com a
realpolitik
O construtivismo olha para a construção, de conceitos, imagens…
Institucionalismo neoliberal tem a ver com instituições.
Os nomes das teorias dão uma indicação de alinhamento, com exceção do idealismo e
realismo.
Final da GF não foi facilmente explicada pelo realismo e os neoliberais e construtivistas
encontram aqui um espaço de manobra e de afirmação dos seus pressupostos. Explicando que
havendo lideres que promovam a mudança (Gorbatchev)… Portanto aqui quebra-se um bocado
aquela que era a leitura de segurança (militar, ideológica e territorial). Quando a GR termina
abres.se um novo contexto, falando-se de outras dimensões de segurança como ambiental e
humano. E neste contexto surgem estas novas teorias que rompem com os padrões mais
ortodoxos da analise.
Estas autores olham para a dimensão social das questões que estavam esquecidas nas
RI. Até os lideres são humanos e estão sujeitos aos contextos mais favoráveis ou desfavoráveis
JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 5
que implicam na forma como lidamos com as questões. Elas não são lidadas no vácuo, não são
só as dimensões militares, do número de ogivas nucleares, etc.
São otimistas ao acreditar no progresso, mas também pessimistas porque reconhecem
que as interações sociais podem proporcionar avanções ou retrocessos.
OS CONSTRUTIVISMO COMO PROCESSO DE INTERAÇÃO E CONSTRUÇÃO SOCIAL
As RI são uma construção social:
- Estados, alianças ou instituições internacionais são exemplos de fenómenos sociais nas RI.
- Assumem formas históricas culturais e políticas específicas.
- Estas formas são produto da interação humanas num mundo social.
- Os fenómenos sociais não existem de forma independente da ação e significado humano.
Estes autores ao contrário dos positivistas não fazem uma leitura determinista.
TEMAS FUNDAMENTAIS
Mudança
- Ideia de construção social sugere diferenças nos contextos e inexistência de uma realidade
objetiva.
Dimensões Sociais
- Enfatiza normas, regras, linguagem e como fatores materiais e ideacionais se combinam na
construção de diferentes possibilidades e resultados.
Processos de interação
- Os atores fazem escolhas no processo de interação com outros possibilitando diferentes
‘realidades’ históricas culturais e políticas.
PREMISSAS FUNDAMENTAIS
- Construção da realidade e refutação de pré-deterministas
- Distanciamento dos alinhamentos positivistas de base materialista e com acentuação analítica
na estrutura
- Mudança, sociabilidade e a questão identitária
- Análise discursiva
NICHOLAS ONUF
- World of our making 1989
- Introduz o termo ‘Construtivismo’ em 1989
- Os estados, muito na linha dos indivíduos vivem/agem num ‘mundo que construímos’
- RI como construção social: o mundo não é predeterminado, mas construído à medida
que os atores agem e interagem; a realidade é socialmente construída num contexto de
interação social.
ALEXANDER WENDT
- Social Theory of International Politics (1999)
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- Contesta o materialismo, entendendo que as interações são mais culturais que
materiais, e o racionalismo, cuja função não é apenas reguladora de comportamento,
mas também de construção de interesses e identidades. Admite, contudo, que as forças
materiais existem e que os indivíduos são atores com intencionalidade
- Sublinha que estas forças e intencionalidades dependem das ideias onde estão
inseridas. Relevância de estruturas normativas, da identidade como ator que molda
interesses e comportamentos dos atores, e da interação agencia-estrutura.
O Construtivismo é um ato de criação humana. Uma vez construído um objeto assume um
significado particular num determinado contexto.
- Razões e causas muitas vezes confluem
- Identificar causas e intenções implica interpretação
- Razões podem ser dadas na linguagem publica e tornar ações possíveis
Presença de armas de destruição maciça no Iraque – razão que permite a invasão
- Focar menos no desejo da verdade ultima e mais no facto social de que a ação aconteceu e
depois em como isto se tornou possível.
DEBATE AGENTE /ESTRUTURA
Teorias neorrealistas e neoliberal concentradas na estrutura, Construtivismo tem
enfoque nos agentes, enfatizando os processos de interação social.
Mas, agente a estrutura são co-constitutivas, nenhum precede o outro. Afastam-se da
questão da antecedência ontológica.
Enquanto que os realistas dizem que a estrutura prevalece sobre a agencia. Estes,
construtivistas, alegam que esta antecedência ontológica não é passível de ser feita. Porque
depende do contexto a forma como eles se influenciam.
EM SUMA:
Temas da mudança, sociabilidade a processos de interação apontam para o valor
acrescentando do Construtivismo num campo que tem enfatizando ao longo ao tempo o
materialismo e a escolha racional – como sublinhado pelas correntes dominantes.
Relação materialismo/idealismo: as ideias e valores, questões culturais e identitárias,
referenciais para o agente são relevantes na interpretação do mundo “la fora”, que só faz
sentido quando nos referimos a ele.
Agente e estrutura são co-constitutivas; não é a estrutura, mas sim o processo que determina
como os agentes interagem.
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3. 12 OUTUBRO DE 2016 (TEÓRICA)– MEUS APONTAMENTOS + JOÃO CUNHA
TEORIA CRÍTICA
Teoria normativa (procura mudança)
Influência: marxismo, escola de Frankfurt, Gramsci
Principais Autores: Robert Cox, Andre Linklater, Ken Booth (segurança)
MARXISMO
Ponto de partida importante – produção torna-se elemento central na análise do social
Interesse na mudança e enfoque na desigualdade.
Necessidade de olhar para além da luta de classes.
Da crítica à economia, à crítica da ideologia e da política
ESCOLA DE FRANKFURT
Institute for social research, 1923
Desencanto com o autoritarismo que vigorava na URSS e falhanço para travar o crescimento do
fascismo na europa ocidental
Questiona a ordem social e política moderna que prevalece (incluindo positivismo)
Principais autores: Max Horkheimer, Theodoro Adorno, Walter Benjamin, Herbet Marcuse, Erich
Fromm, Leo Lowenthal e numa 2ª ase, Jurgen Habermaas.
Influência do Marxismo, MAS: Teoria Tradicional VS Teoria Crítica
Teoria Tradicional: objeto separado da justiça; mundo externo para investigador; a ciência é
positivista.
Teoria Crítica: teorias são parte da vida social e política; emancipação em vez de legitimidade
da sociedade existente – abolir injustiças
O conhecimento poder ser uma força para moldar a sociedade no sentido da
emancipação.
ANTÓNIO GRAMSCI
Estrutura e superestrutura
Hegemonia
Sociedade civil
Base económica da sociedade (estrutura) ainda importantes, mas também política, ideologia e
cultura são superstrutura
HEGEMONIA PARA GRAMSCI
Situação na qual grupos sociais dominantes asseguram o seu poder ao garantir que grupos
sociais subordinados subscrevem a sua visão ideológica, dessa forma consentindo efetivamente
com poder social dominante = Consentimento.
SOCIEDADE CIVIL
Redes formais e informais, instituições e políticas culturais que medeiam entre o indivíduo e o
estado.
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Escolas, igrejas, organizações de apoio social
Consentimento é recriado através de hegemonia nas instituições da sociedade civil
Sociedade civil como a arena onde movimentos hegemónicos e anti-hegemónicos competem.
EM SÍNTESE
Relevância da economia política (Marx)
Teoria como crítica (escola de Frankfurt)
Superestrutura, hegemonia e sociedade civil (Gramsci)
TEORIA CRÍTICA
Extensão da crítica social ao domínio internacional.
Reação ao trabalho de Waltz- teoria tradicional.
“Theory is always for someone and for some purpose” (Robert Cox)
Questiona a unidade do estado -estado condicionado social e historicamente.
Foco em dinâmicas de inclusão/exclusão a nível nacional e internacional.
Rejeição da imutabilidade das estruturas- possibilidades de mudança.
Sublinha a existência de tendências contra-hegemónicas.
Emancipação: “freeing people from those constrains that stop them carrying out what freely
they would choose to do”.
O PROBLEMA
Mundo desigual, injusto, estruturado em torno de uma ordem neoliberal com um discurso
hegemónico universalizante.
(O que é novo!)
Estes problemas ultrapassam o nível estatal, são problemas globais.
INSTRUMENTOS TEÓRICOS
Onde e como são a hegemonia e a contra-hegemonia produzidas?
Quais são as dinâmicas de relação entre estrutura (relações económicas) e superestrutura
(esfera ética e política) dentro de cada contexto histórico específico.
Transferência destes instrumentos para o nível global.
~
QUAIS SÃO AS SOLUÇÕES?
Defesa de uma globalização alternativa.
Sociedade civil global para responder à governação global.
Desde 2001, Fórum Social Mundial- Porto Alegre, Brasil.
Formas alternativas de organização política baseada nos cidadãos, não no estado- cidadania
cosmopolita.
Alterações nas dinâmicas de inclusão e exclusão (unbounded communities, Linklater).
RESUMINDO: GRI GRI GRI GRI
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4. 19 DE OUTUBRO DE 2016 (TEÓRICO)
PÓS-COLONIALISMO
COLONIALISMO E DESCOLONIZAÇÃO
- Colonialismo como exploração física e económica, estruturas de poder dominantes que criam
desequilíbrios;
- Imperialismo cultural como forma de expressão colonial: discurso cultural ex.: Orientalismo –
Implicações;
- Mentalidade colonial: relações colonias-colonizador;
- Descolonização e resistência pós-colonial.
PÓS-COLONIALISMO
Palavras chave: Raça; Etnia; Identidade; Império; Conhecimento; Discurso; Poder
“pós-colonialismo… oferece novas formas de pensar sobre técnicas de poder que constrangem
a autodeterminação quer emanem de dentro ou de fora” (Grovogul, 2007)
Enfoque em dimensões ou negligenciados pelos estudos em RI:
Em termos antológicos, de conteúdos;
Em termos epistemológico e de reação ao positivismo.
Assunção: persistência e continuidade de formas coloniais de poder no mundo político
contemporâneo (formas de neocolonialismo):
Os Marxistas perguntam: onde estão as classes?
Os feministas perguntam: onde estão as mulheres?
Os pós-colonialistas perguntam: onde está a diversidade étnica/racial?
Olha as relações de poder que governam as formas da Ri representarem o mundo,
sublinhando como a questão da raça e/ou etnia tem sido tao negligenciada como uma estrutura
global no cerne da disciplina.
Produzem trabalhos que criticam praticas formais e informais de colonialismo que têm
dado lugar a exploração, alienação, repressão de áreas do globo por uma ordem imperialista,
iluminada e racional europeia.
TIPOS DE COLONIALISMO
Invasão – colonização
Povoamento – colonização
Colonialismo interno: sai o colonizador, mas internamente fica a ideologia
Neocolonialismo
PÓS-COLONIALISMO: ORIGENS
Nos séc. XIX e XX, várias potenciais europeus controlavam impérios em África, na Ásia e América
do Sul
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Colonizadores produziam nas media imagens e discursos que naturalismo o papel do
colonizador – traziam uma influencia civilizadora.
O pós-colonialismo enfatiza a importância do domínio económico, politico, cultural, militar no
passado e a necessidade de desconstruir a realidade construída em trono de dinâmicas de
dominação e subserviência.
A ausência de imagens não-brancas nos media sugere o domínio branco e a sua superioridade.
IMPERIALISMO CULTURAL
Cultura a servir de base ao imperialismo e a permitir a sua difusão.
Definição de ‘eu’ e do ‘outro’ com base em representações e não na realidade
Ocidente civilizado, justo, industrializado, racional, democrático, masculino.
VS
Oriente selvagem, preguiçoso, supersticioso, irracional, despótico, feminino.
Neocolonialismo: apoiado pelo poder económico, uma cultura a dominar as outras (ex. filmes,
alimentação, vestuário):
- Globalização e acordos de livre-comércio.
IMPERIALISMO CULTURAL: EDWARD SAID
Orientalismo:
- Livro de Edward Said (1978) Orientalism: tal como os brancos contaram a história à sua
maneira, também nós podemos fazer algo para repor a nossa própria história; quando nós
contamos essa história, já inserimos nela a nossa visão dos factos.
- Argumento central de que o ocidente tentou situar, usar e dirigir o ‘resto’ do mundo através
da produção através da produção de conhecimento.
- Prefácio: “A historia é feita por homens e mulheres, tal como pode ser desfeita e reescrita,
sempre com vários silêncios, sempre com vários formatos impostos e desfiguramentos
tolerados, de modo a que o ‘nosso’ Leste, o ‘nosso’ Oriente se torne ‘nosso’ para decidirmos e
dirigirmos”.
Outro livro interessante neste sentido: Ali e Nino
IMPERIALISMO CULTURAL
Podemos alterar as coisas: a história e os eventos que a constituem são feitos por pessoas – são
uma representação do passado, não o passado em si mesmo: estes eventos podem ser desfeitos,
não escritos, não relatados, reescritos, tal como as normas sociais também o podem ser se
tivermos os meios, a imaginação e a vontade de o fazer.
O ‘nosso’ não é o ‘deles’: quem nos fala do mundo e o que nos dizem sobre a sua natureza.
Criticamente o ocidente tem falado por todos, as representações ocidentais têm … outras vozes:
muitas vezes estas representações estereotipadas dizem-nos mais … crenças e visões
desinformadas ocidentais do que refletem qualquer realidade destes outros mundos.
Discurso, conhecimento, poder: ao tornar-se ‘nosso’ o mundo, o ocidente consegue controlar
e dominar, pois a produção de conhecimento sobre o mundo em desenvolvimento é gerada no
ocidente. Ocidente disciplinador; estrutura de formação discursiva e de circulação da
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(des)informação trabalhada, permitindo injustiças relativamente a formas de vida no mundo
não ocidental.
Hegemonia: controlo através de consentimento
ORIENTALISMO DE SAID: quatro dimensões de poder que o autor identifica:
Poder político: estabelecimento de estruturas coloniais que governam territórios.
Poder intelectual: submissão/sujeição do oriente a estudos de linguistas, historiadores,
cientistas, etc…
Poder cultural: ortodoxia dominante, cânones de gostos, textos, valores.
Poder moral: ideias sobre quem ‘nós’ e ‘eles’ somos, bem como ‘nós’ e ‘eles’ pensamos.
- Poder é mais produtivo do que repressivo: é o poder que resulta da estarmos numa posição
para dizermos aos outros como o mundo funciona – o poder que resulta do conhecimento.
Acima, a 1ª dimensão é repressiva, as outras são produtivas.
DISCURSO COLONIAL
Poder e conhecimento:
- Relações binárias: europa e oriente:
Europeu: racional, virtuoso, maduro, normal.
Oriental: irracional, depravado, infantil, diferente.
- Linguagem que nos representa e a outros no processo de construção identitária com
implicações perigosas porque é construído com base em estereótipos e imagens
negativas - representação violenta do outro.
IMPERIALISMO CULTURAL: O CENTRO BRANCO
- O poder branco retratado sempre de forma idílica
IMPERIALISMO CULTURAL: REPRESENTAÇÃO DO NEGRO
- Menina branca surge vestida no meio de 2 meninos da mesma idade, negros, despidos
IMPERIALISMO CULTURAL: BRANCO E NEGRO
- Retratos de branco como o Sr. e o negro como o criado, servo
IMPLICAÇÕES DO IMPERIALISMO CULTURAL
Auto negação (complexo de inferioridade) ou autoaniquilação: a negritude confirma o ‘eu’
branco, ser branco esvazia o sujeito negro:
Fanon: ‘o homem negro não é homem’: representações como vilões: representações e
filmes estereotipados (o empregador asiático numa loja; estereótipos e representações
que exageram imagens e legitimam objetivos negativos de representação destes grupos,
que passam pela sua exploração.
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Resistência:
Posicionamento: rejeição do subalterno, intelectuais pós-coloniais, rejeição do passado,
etc.
Meios: linguagem, historia e identidade (pessoal, cultural
…
CONCLUSÃO
“tal como o marxismo inspira trabalho teórico e ação sob a forma de movimentos
antiglobalização, a literatura pós-colonial é uma expressão do amplo movimento de resistência
anti imperial, exemplo concreto de dissidência” (Smith e Owens, 2008, citados em Daddow)
5. AULA DIA 26 DE OUTUBRO (TEÓRICA) – PROFESSORA CONVIDADA ESPECIALISTA EM
PÓS-COLONIALISMO
- Não retirei apontamentos.
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6. AULA DIA 2 DE NOVEMBRO (TEÓRICA)
FEMINISMO
Igualdade de oportunidade para os 2 sexos (inquestionável)
Empoderamento feminino
Direitos das mulheres – Direitos humanos
A teorização feminista vem essencialmente da experiência com luta política por direitos.
Isto significa que muitos dos seus contributos são concretos e têm aplicação na vida do
quotidiano.
Importante sublinhar que não há 1 feminismo. Há múltiplas abordagens nos estudos de
género nas RI, que ora se sobrepõem era avançam perspetivas distintas.
Género é não apenas sobre mulheres, mas sobre a forma como as políticas são
estudadas, articuladas, apresentadas e implementadas.
As teorias convencionais de RI baseiam-se em explicações racionalistas generalistas do
comportamento de estados associais num sistema internacional anárquico. As teorias feministas
de RI focam nas relações sociais de género hierárquicas que contribuem para a subordinação de
género.
Feminismo nas RI implica olharmos a forma como a política interna afeta e é afetada por homens
e mulheres, tem como para a forma como os conceitos centrais usados na disciplina (ex. guerra,
segurança) são eles próprios embutidos de género (gendered).
Feminismo não se preocupa apenas com o enfoque tradicional das RI nos estados, guerras,
diplomacia e segurança, mas tem também enfatizado a importância do olharmos o modo como
o género molda as relações políticas e económicas atuais.
ANTECEDENTES
Surgem em finais dos anos 80. Final da GF e a reavaliação das teorias tradicionais das RI ao longo
dos anos 90 abriram espaço para as questões de género.
ALA MAIS LIBERAL DO COMUNISMO
Feminismo ligado à teorização das criticas nas RI, pelo que problematiza as políticas de
construção de conhecimento na disciplina em muitas vezes adotando metodologias de
desconstrução.
Contudo, a crescente influência de abordagens feministas tem tendência para enfatizar a
dimensão liberal feminista na igualdade de oportunidades das mulheres, bem como na
igualdade de género.
Necessidade de desconstruir os estereótipos.
Género, não sexo
- Ideia de género
Ser do sexo feminino ou masculino não é o mais relevante, isto é uma questão biológica. Género,
segundo o feminismo, é sociável e não biológico.
Porque é importante esta distinção? A categorização social não é automática e reflete
tipicamente a imposição de uma determinada forma ordem social.
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Esta ordem geralmente representa entendimentos diferenciados dos 2 géneros. Ex.
masculinidade é associada a autonomia, soberania, objetividade, universalidade, capacidade de
raciocínio e abstração; feminilidade é geralmente a falta destas qualidades.
ONDE ESTÃO AS MULHERES?
Feminismo argumenta que as mulheres são esquecidas pelas teorias tradicionais das RI. As suas
experiências e contributos são ignorados levando a que a investigação em RI rep…
Preocupação com as mulheres na política leva a uma investigação mais centrada no género que
permite alterar o tipo de produção de conhecimento sobre política mais tradicional
- Avaliar o papel das mulheres nos países em desenvolvimento
- O efeito é nas mulheres das políticas da mudança social nas sociedades
industrializadas.
- Os efeitos particulares das questões de género nas atividades de organizações
internacionais
- Re-institucionalização de divisões de género rígidos nas sociedade pós-comunistas
após o final da GF.
1. Homem
Realismo e Liberalismo veem as pessoas como atores racionais e que procuram maximizar os
seus interesses.
O Feminismo questiona se este é um modelo adequado de humanidade, ou se é antes um
modelo feito pelo Homem se comporta num contexto particular das RI entre géneros.
2. Estado
Mais do que entender o Estado como reflexo de soberania, os teóricos de género veem os
Estados como refletindo o poder do género, atuando sobre homens e mulheres de forma a
socializar versões restritas da concetualização da identidade.
- …
3. Poder
Tipicamente concebido como poder sobre nas teorias tradicionais: a capacidade de A levar B a
fazer algo que B não teria feito de outra forma. Para o feminismo isto assenta na assunção
masculinizada de que auto…
4. Racionalidade
Realistas entendem que o instrumentalismo é central às RI. Isto acontece quando pensar se
torna um meio para um fim, e onde as relações são meios para alcançar…
- …
5. Segurança
O papel da dissuasão na criação de estabilidade na anarquia é rejeitado pelo feminismo como
forma adequada de definir segurança.
Realismo visto como perigoso ao elevar o entendimento masculino do poder sobre a um valor
supremo no SI.
- …
- …
- …
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CONCLUSÃO
3 ideias
A ideia central é a de que género é uma questão social e não biológica.
A rejeição de elementos fixos ou pré-determinados ou de estruturas na teoria das RI (como a
anarquia)
Interesse e crença nas possibilidades de mudança na política e RI.
7. AULA DIA 16 DE NOVEMBRO
Aula E-Learning sobre feminismo (texto de Ann Ticker).
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8. AULA DIA 23 DE NOVEMBRO (TEÓRICA)
3 questões – respondemos a 2 – uma folha de teste
1. feminismo
Eventualmente duas teorias em confronto
PÓS-MODERNISMO
- Foucault, Derrida
- Resposta às teorias estruturalistas/tradicionais (REALISMO! – Marxismo, Liberalismo)
- Relações de poder
O QUE É O PÓS-MODERNISMO?
 Vivemos num mundo pós-moderno mais diversificado e fragmentado onde a sociedade
muda tao rapidamente que a incerteza é um traço marcante - A incerteza é uma
característica marcante dos autores/teóricos pós-modernos.
 Começou como um movimento na arquitetura de desafio ao modernismo, de que a função
vem antes da forma.
Premodern – “Because God put it there and that’s the way it’s always been.”
Modern – “Onwards and upwards with inevitable progress!”
Postmodern – “vghgukdfuglofkguifjuhkiykfgtyifgjh” (mostrou imagem com riscos)
ELEMENTOS CHAVE DO PÓS-MODERNISMO
 Conceito de verdade – não há verdade ou a verdade não tem fundamentos.
 Ceticismo face a meta narrativas a absolutismo, rejeição de definições monolíticas, oposição
a universalismo e generalização.
 Desilusão com a ideia de progresso (historia não significa progresso).
 Incerteza, menos previsibilidade.
 Fragmentação da vida social, escolhas incessantes, múltiplas, variadas.
PÓS-MODERNISMO
 Abordagem que dedica especial atenção a textos e discussões – modo como se fala e escreve
sobre determinado assunto.
 Não há uma realidade única e objetiva, mas uma multiplicidade de experiencia e perspetivas
que desafiam uma categorização fácil.
 procuram ‘desconstruir’ construções como ‘estado’, ‘sistema internacional0, e os
argumentos que os realistas usam para descrever as RI.
 Olhar o modo como a ação politica é afetada pela linguagem, ideias, conceções abstratas e
normas.
 As nossas crenças e expetativas sobre o funcionamento do mundo são influenciadas por
estas questões mais profundas que influenciam identidade.
 Como nos identificamos a nós próprios, aos outros, e ao nosso mundo sem implicações nas
nossas ações. Definimos o nosso mundo através de um contexto criado por nós próprios.
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 Pós-modernismo procura ‘romper com’, ‘desconstruir’ outras teorias, sem oferecer
alternativa.
 Ou seja, propõe-se examinar o significado mais profundo do discurso linguístico, como o
significado de palavras e ideias e traçar os seus efeitos na ação politica
o Estado não são unitários nem racionais; são construções abstratas
o Interesse nacional? Não existe.
o Poder – a sua definição
o Ao é limitada a questões tangíveis, não conseguimos definir o poder das ideias, das
normas, das palavras, etc.
CRITICA AOS REALISMO
PARA ALÉM DO POSITIVISMO
 Base do pós-modernismo: não existe uma realidade objetiva.
 Isto é o mesmo que dizermos que nenhum entendimento do mundo poderia ser verdadeiro
pois está sempre aberto a interpretação e muitas vezes acaba por excluir atores e
dimensões.
 Para os realistas o enfoque é nas grandes potências e numa conceção limitada de poder,
perdendo na analise a importância do papel das normas, ideias e outros assuntos fora da
teoria realista.
 Ou o sistema é anárquico, o que os leva a concluir que as políticas de poder são a única
doma de conduzir a politica mundial numa lógica de sobrevivência. Isto leva a que a
probabilidade de guerra aumente, é uma visão muito restritiva que parece reforçar o medo
original de guerra.
PÓS-MODERNISMO
 Ponto central: crítica, desafio, escrutínio
 Apela a um repensar radical da forma como pensamos
o Pensar não só o mundo como o vemos, mas as varias formas como pensamos ver o
mundo.
 Usam uma variedade de fontes, ideias e práticas para desafiar as convenções ontológicas,
epistemológicas e metodológicas das RI.
CONCEITOS: PODER/CONHECIMENTO:
 Modo como poder é gerado através de limitações artificiais ao nosso entendimento do
mundo e logo como o exercício do poder esta tao interligado com a produção e transmissão
de conhecimento.
 Definição convencional de poder das RI, seja material ou ideacional, é essencialmente
repressiva, ou seja, impõe limites ou constrangimento ao nosso pensamento e ações.
 Foucault: poder é mais produtivo do que repressivo. Ele fala do poder em definir e impor
essas limitações à partida. Como é que a linguagem é usada para limitar o pensamento sobre
o que é normal, legítimo, adequado? Quem é que circunscreve as nossas ‘verdades’ sociais?
- De que forma é que nós usamos um tipo de linguagem que acaba por nos levar a este
entendimento de poder como conceito legitimo?
JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES
1
8
 O poder produtivo molda coisas, constrói coisas, descreve-as e categoriza-as.
o “Cada sociedade tem o seu regime de verdade” (Foucault, 1991).
 Que fontes de poder as sociedades construíram por trás da verdade, em torno da verdade,
por cima da verdade, para lhes dar autoridade e legitimidade: para fazer funcionar algo
como verdade?
o Como é que uma verdade sempre parcial sobre o mundo se apresenta como a
verdade, que atravessa espaço e tempo?
 Foucault introduz o conceito de bio poder
o Foucault trabalha muito com a questão da segurança – bio poder ligado, por
exemplos, a fazer perfis de terroristas.
o O poder sobre a vida, o poder sobre as populações.
o Bio poder é expresso em práticas disciplinares, como nas prisões, escolas ou
hospitais, e formas de governação.
o O estado opera crescentemente através destas práticas dirigidas a populações
inteiras, mais do que através da expressão do poder sobreano em relação ao sujeito
individual.
PODER EM FOUCAULT
 Poder tradicionalmente entendido como algo que pode ser possuído: estados ou indivíduos
têm poder, e alguns têm mais que outros – Poder como algo palpável.
o Faz sentido falar em equilíbrio de poder e diferentes formas de poder (militar,
económico ou cultural, por p.e.)
 Nova forma de pensar poder: não como algo que uma entidade pré-existente pode possuir,
mas antes algo produzido nas relações, relações entendidas como constituídas dessas
mesmas entidades.
 Assim, Foucault não fala de ‘poder’, mas de ‘relações de poder’.
 Poder não está centralizado, é produzido de forma dispersa, através de uma série de
relações que têm lugar a nível micro durante as interações sociais.
 Para entender como o poder funciona, que é fundamental para entender a politica
global, é necessário examinar a microfísica das relações de poder; isto permite perceber
como relações de dominação, quando o poder é sedimentado por longos períodos,
surgem e podem ser desafiados. Toma possível a analise de resistência. Aliás, poder não
é separável de resistência, implica-a, caso contrario, se não há resistência não há nada
a que se possa chamar relação de poder.
“Where there is power, there is resistance” Michel Foucault
“Prison continues, on those who are entrusted to it, a work begun elsewhere, which the whole of
society pursues on each individual through innumerable mechanisms of discipline” Michel
Foucault
CONCEITOS: REPRESENTAÇÃO
 Foucault no seu interesse por ‘regimes de verdade’ chegou à representação: de que modo
diferentes regimes de verdade nos são apresentados através da linguagem.
 Usamos constantemente palavras em vez de coisas.
JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES
1
9
 Termos como ‘globalização’, ‘guerra ao terro’, ‘liberdade’, ‘SI’, ‘humanidade’, ‘relacionam-
se com pessoas, objetos e conjuntos de coisas que aconteceram, acontecem e acontecerão.
 A questão aqui é: as palavras tentam representar estas coisas que não conseguimos
conhecer, as palavras nunca conseguirão ser estas coisas. Palavras por si só que acabam
por ser manipuláveis, interpretados de formas diferentes, aplicados diferentemente.
9. AULA 30 DE NOVEMBRO (TEÓRICA)
PÓS-MODERNISMO - CONTINUAÇÃO
JACQUES DERRIDA
 A estrutura social está em constante fluxo.
 Todo o significado é relativo e socialmente construído, assim, os símbolos são vazios de
significado.
 A procura de significado é um movimento constante de símbolo para símbolo, como usar
um dicionário. Esta circularidade da linguagem significa que não há um sítio de onde
possamos interpretar o mundo.
A realidade é frágil e confusa: tentar contar a ‘big story’ é impossível.
 Redefinição das noções de texto e textual.
 O mundo é como um texto pois está cheio de significados e interpretações, apenas podemos
falar sobre e pensar sobre este mundo – e dessa forma agir – através destas interpretações.
 Assim, devemos pensar o mundo como discurso.
Não há nada fora do texto: não existem apenas diferentes interpretações da realidade (que
existe independentemente destas interpretações), não há mais nada além destas
interpretações – elas são realidades para nós no sentido em que não conseguimos perceber
a realidade.
JEAN BAUDRILLARD
 Estamos constantemente rodeados de meios de comunicação social.
 Somos consumidos e os nossos desejos são criados pelos media.
 A imagem domina – hiper-realidade (realidade virtual):
o Aparência domina sobre real.
o Definição de cultura, identidade, com base em imagens, simulações, realidades
imaginadas.
“We live in a world where there is more and more information, and less and less meaning” Jean
Baudrillard
 Então porque é que algumas coisas parecem convincentes e estáveis? Porque não posso
mudar as RI afirmando que as coisas são diferentes?
 Porque os discursos não são todos iguais, mas são mais poderosos do que outros.
 O tema do poder é central do pós-modernismo.
JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES
2
0
o Foucault: o poder central define o que é conhecimento. Não é algo puramente
negativo ou que disfarce o conhecimento, ao invés, é produto no … … … … …
o … … … … … … …
METODOLOGIAS:
 Representação da realidade – análise do discurso – mostrar como determinadas
representações da realidade prevalecem na luta por significado, e como alternativas são
marginalizadas.
 Genealogia: abordagem genealógica é histórica, mas diferentemente da história tradicional
procura identificar as ruturas.
 Desconstrução: o significado não é fixo (imagem do dicionário); os termos dependem do
uso de oposições dicotómicas, que inventem ou construem o seu significado (p.e.,
bom/mau, interno/externo).
 Identidade definida através da articulação da construção discursiva … nós não somos eles:
a nossa definição por oposição ‘a’.
Na desconstrução é o método de leitura de texto: mostrar como estas oposições são inventadas
e a história contada depende destas oposições que foram criadas – sublinha as contradições
‘escondidas’ no texto.
CRÍTICAS
 Comos o pós-modernismo se recusa a oferecer uma visão concreta ou coerente da
sociedade é ética e politicamente de pouco uso.
 Independentemente do quão importante é a interpretação para a vida social há coisas e
acontecimentos que são reais e acontecem independentemente da sua construção
discursiva. O que há de discursivo numa erupção vulcânica?
 São desnecessariamente complicados, usam linguagem demasiado complexa, e que
alternativas oferecem para as RI?

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Apontamentos de Teoria das Relações Internacionais I

  • 1. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 APONTAMENTOS DAS AULAS TEÓRICAS – 2016/17 - RAQUEL FREIRE JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1. AULA 21 SETEMBRO (TEÓRICA) RI COMO DISCIPLINA AUTÓNOMA Fenómeno do Séc. XX (Universidade de Aberystwyth, País de Gales) WWI dá o mote: necessidade premente de pensar formas de evitar a guerra – a primeira perspetiva teórica que se delineia neste contexto é o “idealismo” e caracteriza-se pela crença no progresso e na possibilidade de transformação do sistema numa ordem pacífica e mais justa. TEORIZAR AS RI Duas notas: Antecedentes da disciplina incluem áreas de conhecimento como o direito, a história, a geografia, a antropologia, a sociologia… Alguma confusão concetual entre teoria politica e teorias de RI, prende-se com mistura de tradições entres Ciência Política e RI AS RI Preocupação com as caudas de guerra e do que promove a paz Disciplina aborda desde a balança de poder e estruturas económicas a nível internacional até predisposições ideológicas e percetivas ao nível dos lideres individuais Interdisciplinar e heterogénea Esta transversalidade e heterogeneidade dificultam encontrar uma metodologia unificadora, dado que as RI beneficiam de várias tradições que se vão refletir a nível da reflexão teórica. Ex.: worlds politics, international studies, international affairs, global politics DEBATES NAS RI A história das RI tem sido marcado por grandes debates que estão diretamente relacionados com os acontecimentos no sistema internacional (veja.se a forma como a teorização sobre RI emerge). Esta organização segundo os debates ajuda a entender a evolução da teorização em RI. 1º debate (ontológico) - Idealismo VS realismo 2º debate (epistemológico) - Tradicionalismo VS Behaviorismo
  • 2. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 2 3º debate (interparadigmático) – anos 60/70 - Neorrealismo VS neoliberalismo (pluralismo) VS estruturalismo de origem marxista 4º debate (pós-positivismo) – década de 90 1º DEBATE Idealismo (preponderância para a cooperação) - Pós IWW, Wilson e SDN - Capacidade de cooperação multilateral e da diminuição das condições para a guerra - Relevância das OI’s, direito internacional, desarmamento - Partilha de valores e segurança coletiva entres estados democráticos Realismo (preponderância para o conflito, perspetiva negativa de natureza humana) - Ganha força no pós-WW2 - Explica de forma racional a “luta” pelo poder entres os estados (power politics), calculo de interesses - Estados como atores unitários cujo comportamento será similar, sendo que a cooperação é sempre interessada (balança de poder) - Formação de alianças. Estas não são estáveis. 2º debate (DEBATE AINDA ATUAL) Tradicionalismo (tradição europeia) - Argumenta em favor da utilidade da história, do direito, da filosofia, como métodos de conhecimento - RI é uma ciência com base em analises qualitativas - Método indutivo particular --: geral Behaviorismo (tradição norte americana) - Também denominado positivismo - Utilização de métodos científicos na procura de leis gerais para a explicação dos acontecimentos (ex. teoria comunicacional e cibernética de Deutsch) - Abordagem quantitativa - Usam fórmulas para “explicar” e interpretar as RI 3º debate (QUESTÃO NA NATUREZA HUMANA JÁ SE “PERDEU”) - ANOS 60 E 70 Neorrealismo: resposta a críticas à centralidade do estado e unicidade do mesmo num contexto crescentemente interdependente High politics VS low politics; descolonização; influência behaviorista (Waltz)] Neoliberalismo: retorno à agenda dos pressupostos de cooperação multilateral, como explicar final pacífica da GF? Colaboração transnacional? Integração Europeia?
  • 3. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 3 Estruturalismo de origem marxista: estrutura global onde as RI têm lugar, perspetiva histórica, crítica ao capitalismo, mecanismos de dominação e exclusão, relações Norte-Sul, relações de dependência (neoimperialismo, neocolonialismo) Nota: Debate estrutural nas RI Estrutura (= Sistema Internacional; Estado) VS Agência (= Estados; Sociedade Civil; ONG’s; Empresas) PS: Dependendo do nível de análise, vemos onde nos posicionamos neste debate teórico 4º DEBATE Pós-positivismo - Visões alternativas que propõem abalar os fundamentos positivistas e abarcar uma perspetiva mais radical que permita múltiplas vozes/perspetivas e uma real transformação das RI em modelos alternativos - Teoria Crítica, Construtivismo, Pós-colonialismo, Pós-estruturalismo, Feminismo…
  • 4. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 4 2. AULA 28 SETEMBRO DE 16 (TEÓRICA) CONSTRUTIVISMO? UMA TEORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS? QUARTO DEBATE: - 1º debate – ontológico - 2º debate – metodológico - 3º debate – interparadigmático - 4º debate – debate pós-positivista - O Construtivismo enquanto filosofia política ou social e enquanto teoria de Relações Internacionais. - Construtivismo: Sistema Internacional – ausência de uma autoridade. O Construtivismo é uma teoria que se aproxima da nossa vivencia diária. O SURGIMENTO DO CONSTRUTIVISMO - Final da GF e dificuldade das teorias dominantes na sua previsão e explicação (finais da década de 1980, inícios dos anos 1990). - Os Construtivistas emergem como um grupo de académicos preocupados com a natureza social das questões, a possibilidade e necessidade de explicar a mudança e o pressuposto de que temos de ter em atenção contextos históricos e culturais específicos. (João Cunha) Leitura construtivista das dinâmicas EUA/Rússia vai olhar para fatores de dinâmicas de militarização, ideias de grande potencia que a Rússia mantem devido a questões identitárias (czares, URSS) e ela após GF mentem essa característica identitária e esta dinâmica militar deve- se também a estas questões identitárias e não a questões de ameaças, leitura que os realistas fazem. O realismo assenta o ator estado, ator dominante, e, portanto, as OI podem estar ao serviço de um estado, não as reconhecendo como identidade coletiva. Tem mais a ver com a realpolitik O construtivismo olha para a construção, de conceitos, imagens… Institucionalismo neoliberal tem a ver com instituições. Os nomes das teorias dão uma indicação de alinhamento, com exceção do idealismo e realismo. Final da GF não foi facilmente explicada pelo realismo e os neoliberais e construtivistas encontram aqui um espaço de manobra e de afirmação dos seus pressupostos. Explicando que havendo lideres que promovam a mudança (Gorbatchev)… Portanto aqui quebra-se um bocado aquela que era a leitura de segurança (militar, ideológica e territorial). Quando a GR termina abres.se um novo contexto, falando-se de outras dimensões de segurança como ambiental e humano. E neste contexto surgem estas novas teorias que rompem com os padrões mais ortodoxos da analise. Estas autores olham para a dimensão social das questões que estavam esquecidas nas RI. Até os lideres são humanos e estão sujeitos aos contextos mais favoráveis ou desfavoráveis
  • 5. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 5 que implicam na forma como lidamos com as questões. Elas não são lidadas no vácuo, não são só as dimensões militares, do número de ogivas nucleares, etc. São otimistas ao acreditar no progresso, mas também pessimistas porque reconhecem que as interações sociais podem proporcionar avanções ou retrocessos. OS CONSTRUTIVISMO COMO PROCESSO DE INTERAÇÃO E CONSTRUÇÃO SOCIAL As RI são uma construção social: - Estados, alianças ou instituições internacionais são exemplos de fenómenos sociais nas RI. - Assumem formas históricas culturais e políticas específicas. - Estas formas são produto da interação humanas num mundo social. - Os fenómenos sociais não existem de forma independente da ação e significado humano. Estes autores ao contrário dos positivistas não fazem uma leitura determinista. TEMAS FUNDAMENTAIS Mudança - Ideia de construção social sugere diferenças nos contextos e inexistência de uma realidade objetiva. Dimensões Sociais - Enfatiza normas, regras, linguagem e como fatores materiais e ideacionais se combinam na construção de diferentes possibilidades e resultados. Processos de interação - Os atores fazem escolhas no processo de interação com outros possibilitando diferentes ‘realidades’ históricas culturais e políticas. PREMISSAS FUNDAMENTAIS - Construção da realidade e refutação de pré-deterministas - Distanciamento dos alinhamentos positivistas de base materialista e com acentuação analítica na estrutura - Mudança, sociabilidade e a questão identitária - Análise discursiva NICHOLAS ONUF - World of our making 1989 - Introduz o termo ‘Construtivismo’ em 1989 - Os estados, muito na linha dos indivíduos vivem/agem num ‘mundo que construímos’ - RI como construção social: o mundo não é predeterminado, mas construído à medida que os atores agem e interagem; a realidade é socialmente construída num contexto de interação social. ALEXANDER WENDT - Social Theory of International Politics (1999)
  • 6. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 6 - Contesta o materialismo, entendendo que as interações são mais culturais que materiais, e o racionalismo, cuja função não é apenas reguladora de comportamento, mas também de construção de interesses e identidades. Admite, contudo, que as forças materiais existem e que os indivíduos são atores com intencionalidade - Sublinha que estas forças e intencionalidades dependem das ideias onde estão inseridas. Relevância de estruturas normativas, da identidade como ator que molda interesses e comportamentos dos atores, e da interação agencia-estrutura. O Construtivismo é um ato de criação humana. Uma vez construído um objeto assume um significado particular num determinado contexto. - Razões e causas muitas vezes confluem - Identificar causas e intenções implica interpretação - Razões podem ser dadas na linguagem publica e tornar ações possíveis Presença de armas de destruição maciça no Iraque – razão que permite a invasão - Focar menos no desejo da verdade ultima e mais no facto social de que a ação aconteceu e depois em como isto se tornou possível. DEBATE AGENTE /ESTRUTURA Teorias neorrealistas e neoliberal concentradas na estrutura, Construtivismo tem enfoque nos agentes, enfatizando os processos de interação social. Mas, agente a estrutura são co-constitutivas, nenhum precede o outro. Afastam-se da questão da antecedência ontológica. Enquanto que os realistas dizem que a estrutura prevalece sobre a agencia. Estes, construtivistas, alegam que esta antecedência ontológica não é passível de ser feita. Porque depende do contexto a forma como eles se influenciam. EM SUMA: Temas da mudança, sociabilidade a processos de interação apontam para o valor acrescentando do Construtivismo num campo que tem enfatizando ao longo ao tempo o materialismo e a escolha racional – como sublinhado pelas correntes dominantes. Relação materialismo/idealismo: as ideias e valores, questões culturais e identitárias, referenciais para o agente são relevantes na interpretação do mundo “la fora”, que só faz sentido quando nos referimos a ele. Agente e estrutura são co-constitutivas; não é a estrutura, mas sim o processo que determina como os agentes interagem.
  • 7. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 7 3. 12 OUTUBRO DE 2016 (TEÓRICA)– MEUS APONTAMENTOS + JOÃO CUNHA TEORIA CRÍTICA Teoria normativa (procura mudança) Influência: marxismo, escola de Frankfurt, Gramsci Principais Autores: Robert Cox, Andre Linklater, Ken Booth (segurança) MARXISMO Ponto de partida importante – produção torna-se elemento central na análise do social Interesse na mudança e enfoque na desigualdade. Necessidade de olhar para além da luta de classes. Da crítica à economia, à crítica da ideologia e da política ESCOLA DE FRANKFURT Institute for social research, 1923 Desencanto com o autoritarismo que vigorava na URSS e falhanço para travar o crescimento do fascismo na europa ocidental Questiona a ordem social e política moderna que prevalece (incluindo positivismo) Principais autores: Max Horkheimer, Theodoro Adorno, Walter Benjamin, Herbet Marcuse, Erich Fromm, Leo Lowenthal e numa 2ª ase, Jurgen Habermaas. Influência do Marxismo, MAS: Teoria Tradicional VS Teoria Crítica Teoria Tradicional: objeto separado da justiça; mundo externo para investigador; a ciência é positivista. Teoria Crítica: teorias são parte da vida social e política; emancipação em vez de legitimidade da sociedade existente – abolir injustiças O conhecimento poder ser uma força para moldar a sociedade no sentido da emancipação. ANTÓNIO GRAMSCI Estrutura e superestrutura Hegemonia Sociedade civil Base económica da sociedade (estrutura) ainda importantes, mas também política, ideologia e cultura são superstrutura HEGEMONIA PARA GRAMSCI Situação na qual grupos sociais dominantes asseguram o seu poder ao garantir que grupos sociais subordinados subscrevem a sua visão ideológica, dessa forma consentindo efetivamente com poder social dominante = Consentimento. SOCIEDADE CIVIL Redes formais e informais, instituições e políticas culturais que medeiam entre o indivíduo e o estado.
  • 8. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 8 Escolas, igrejas, organizações de apoio social Consentimento é recriado através de hegemonia nas instituições da sociedade civil Sociedade civil como a arena onde movimentos hegemónicos e anti-hegemónicos competem. EM SÍNTESE Relevância da economia política (Marx) Teoria como crítica (escola de Frankfurt) Superestrutura, hegemonia e sociedade civil (Gramsci) TEORIA CRÍTICA Extensão da crítica social ao domínio internacional. Reação ao trabalho de Waltz- teoria tradicional. “Theory is always for someone and for some purpose” (Robert Cox) Questiona a unidade do estado -estado condicionado social e historicamente. Foco em dinâmicas de inclusão/exclusão a nível nacional e internacional. Rejeição da imutabilidade das estruturas- possibilidades de mudança. Sublinha a existência de tendências contra-hegemónicas. Emancipação: “freeing people from those constrains that stop them carrying out what freely they would choose to do”. O PROBLEMA Mundo desigual, injusto, estruturado em torno de uma ordem neoliberal com um discurso hegemónico universalizante. (O que é novo!) Estes problemas ultrapassam o nível estatal, são problemas globais. INSTRUMENTOS TEÓRICOS Onde e como são a hegemonia e a contra-hegemonia produzidas? Quais são as dinâmicas de relação entre estrutura (relações económicas) e superestrutura (esfera ética e política) dentro de cada contexto histórico específico. Transferência destes instrumentos para o nível global. ~ QUAIS SÃO AS SOLUÇÕES? Defesa de uma globalização alternativa. Sociedade civil global para responder à governação global. Desde 2001, Fórum Social Mundial- Porto Alegre, Brasil. Formas alternativas de organização política baseada nos cidadãos, não no estado- cidadania cosmopolita. Alterações nas dinâmicas de inclusão e exclusão (unbounded communities, Linklater). RESUMINDO: GRI GRI GRI GRI
  • 9. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 9 4. 19 DE OUTUBRO DE 2016 (TEÓRICO) PÓS-COLONIALISMO COLONIALISMO E DESCOLONIZAÇÃO - Colonialismo como exploração física e económica, estruturas de poder dominantes que criam desequilíbrios; - Imperialismo cultural como forma de expressão colonial: discurso cultural ex.: Orientalismo – Implicações; - Mentalidade colonial: relações colonias-colonizador; - Descolonização e resistência pós-colonial. PÓS-COLONIALISMO Palavras chave: Raça; Etnia; Identidade; Império; Conhecimento; Discurso; Poder “pós-colonialismo… oferece novas formas de pensar sobre técnicas de poder que constrangem a autodeterminação quer emanem de dentro ou de fora” (Grovogul, 2007) Enfoque em dimensões ou negligenciados pelos estudos em RI: Em termos antológicos, de conteúdos; Em termos epistemológico e de reação ao positivismo. Assunção: persistência e continuidade de formas coloniais de poder no mundo político contemporâneo (formas de neocolonialismo): Os Marxistas perguntam: onde estão as classes? Os feministas perguntam: onde estão as mulheres? Os pós-colonialistas perguntam: onde está a diversidade étnica/racial? Olha as relações de poder que governam as formas da Ri representarem o mundo, sublinhando como a questão da raça e/ou etnia tem sido tao negligenciada como uma estrutura global no cerne da disciplina. Produzem trabalhos que criticam praticas formais e informais de colonialismo que têm dado lugar a exploração, alienação, repressão de áreas do globo por uma ordem imperialista, iluminada e racional europeia. TIPOS DE COLONIALISMO Invasão – colonização Povoamento – colonização Colonialismo interno: sai o colonizador, mas internamente fica a ideologia Neocolonialismo PÓS-COLONIALISMO: ORIGENS Nos séc. XIX e XX, várias potenciais europeus controlavam impérios em África, na Ásia e América do Sul
  • 10. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 0 Colonizadores produziam nas media imagens e discursos que naturalismo o papel do colonizador – traziam uma influencia civilizadora. O pós-colonialismo enfatiza a importância do domínio económico, politico, cultural, militar no passado e a necessidade de desconstruir a realidade construída em trono de dinâmicas de dominação e subserviência. A ausência de imagens não-brancas nos media sugere o domínio branco e a sua superioridade. IMPERIALISMO CULTURAL Cultura a servir de base ao imperialismo e a permitir a sua difusão. Definição de ‘eu’ e do ‘outro’ com base em representações e não na realidade Ocidente civilizado, justo, industrializado, racional, democrático, masculino. VS Oriente selvagem, preguiçoso, supersticioso, irracional, despótico, feminino. Neocolonialismo: apoiado pelo poder económico, uma cultura a dominar as outras (ex. filmes, alimentação, vestuário): - Globalização e acordos de livre-comércio. IMPERIALISMO CULTURAL: EDWARD SAID Orientalismo: - Livro de Edward Said (1978) Orientalism: tal como os brancos contaram a história à sua maneira, também nós podemos fazer algo para repor a nossa própria história; quando nós contamos essa história, já inserimos nela a nossa visão dos factos. - Argumento central de que o ocidente tentou situar, usar e dirigir o ‘resto’ do mundo através da produção através da produção de conhecimento. - Prefácio: “A historia é feita por homens e mulheres, tal como pode ser desfeita e reescrita, sempre com vários silêncios, sempre com vários formatos impostos e desfiguramentos tolerados, de modo a que o ‘nosso’ Leste, o ‘nosso’ Oriente se torne ‘nosso’ para decidirmos e dirigirmos”. Outro livro interessante neste sentido: Ali e Nino IMPERIALISMO CULTURAL Podemos alterar as coisas: a história e os eventos que a constituem são feitos por pessoas – são uma representação do passado, não o passado em si mesmo: estes eventos podem ser desfeitos, não escritos, não relatados, reescritos, tal como as normas sociais também o podem ser se tivermos os meios, a imaginação e a vontade de o fazer. O ‘nosso’ não é o ‘deles’: quem nos fala do mundo e o que nos dizem sobre a sua natureza. Criticamente o ocidente tem falado por todos, as representações ocidentais têm … outras vozes: muitas vezes estas representações estereotipadas dizem-nos mais … crenças e visões desinformadas ocidentais do que refletem qualquer realidade destes outros mundos. Discurso, conhecimento, poder: ao tornar-se ‘nosso’ o mundo, o ocidente consegue controlar e dominar, pois a produção de conhecimento sobre o mundo em desenvolvimento é gerada no ocidente. Ocidente disciplinador; estrutura de formação discursiva e de circulação da
  • 11. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 1 (des)informação trabalhada, permitindo injustiças relativamente a formas de vida no mundo não ocidental. Hegemonia: controlo através de consentimento ORIENTALISMO DE SAID: quatro dimensões de poder que o autor identifica: Poder político: estabelecimento de estruturas coloniais que governam territórios. Poder intelectual: submissão/sujeição do oriente a estudos de linguistas, historiadores, cientistas, etc… Poder cultural: ortodoxia dominante, cânones de gostos, textos, valores. Poder moral: ideias sobre quem ‘nós’ e ‘eles’ somos, bem como ‘nós’ e ‘eles’ pensamos. - Poder é mais produtivo do que repressivo: é o poder que resulta da estarmos numa posição para dizermos aos outros como o mundo funciona – o poder que resulta do conhecimento. Acima, a 1ª dimensão é repressiva, as outras são produtivas. DISCURSO COLONIAL Poder e conhecimento: - Relações binárias: europa e oriente: Europeu: racional, virtuoso, maduro, normal. Oriental: irracional, depravado, infantil, diferente. - Linguagem que nos representa e a outros no processo de construção identitária com implicações perigosas porque é construído com base em estereótipos e imagens negativas - representação violenta do outro. IMPERIALISMO CULTURAL: O CENTRO BRANCO - O poder branco retratado sempre de forma idílica IMPERIALISMO CULTURAL: REPRESENTAÇÃO DO NEGRO - Menina branca surge vestida no meio de 2 meninos da mesma idade, negros, despidos IMPERIALISMO CULTURAL: BRANCO E NEGRO - Retratos de branco como o Sr. e o negro como o criado, servo IMPLICAÇÕES DO IMPERIALISMO CULTURAL Auto negação (complexo de inferioridade) ou autoaniquilação: a negritude confirma o ‘eu’ branco, ser branco esvazia o sujeito negro: Fanon: ‘o homem negro não é homem’: representações como vilões: representações e filmes estereotipados (o empregador asiático numa loja; estereótipos e representações que exageram imagens e legitimam objetivos negativos de representação destes grupos, que passam pela sua exploração. ~
  • 12. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 2 Resistência: Posicionamento: rejeição do subalterno, intelectuais pós-coloniais, rejeição do passado, etc. Meios: linguagem, historia e identidade (pessoal, cultural … CONCLUSÃO “tal como o marxismo inspira trabalho teórico e ação sob a forma de movimentos antiglobalização, a literatura pós-colonial é uma expressão do amplo movimento de resistência anti imperial, exemplo concreto de dissidência” (Smith e Owens, 2008, citados em Daddow) 5. AULA DIA 26 DE OUTUBRO (TEÓRICA) – PROFESSORA CONVIDADA ESPECIALISTA EM PÓS-COLONIALISMO - Não retirei apontamentos.
  • 13. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 3 6. AULA DIA 2 DE NOVEMBRO (TEÓRICA) FEMINISMO Igualdade de oportunidade para os 2 sexos (inquestionável) Empoderamento feminino Direitos das mulheres – Direitos humanos A teorização feminista vem essencialmente da experiência com luta política por direitos. Isto significa que muitos dos seus contributos são concretos e têm aplicação na vida do quotidiano. Importante sublinhar que não há 1 feminismo. Há múltiplas abordagens nos estudos de género nas RI, que ora se sobrepõem era avançam perspetivas distintas. Género é não apenas sobre mulheres, mas sobre a forma como as políticas são estudadas, articuladas, apresentadas e implementadas. As teorias convencionais de RI baseiam-se em explicações racionalistas generalistas do comportamento de estados associais num sistema internacional anárquico. As teorias feministas de RI focam nas relações sociais de género hierárquicas que contribuem para a subordinação de género. Feminismo nas RI implica olharmos a forma como a política interna afeta e é afetada por homens e mulheres, tem como para a forma como os conceitos centrais usados na disciplina (ex. guerra, segurança) são eles próprios embutidos de género (gendered). Feminismo não se preocupa apenas com o enfoque tradicional das RI nos estados, guerras, diplomacia e segurança, mas tem também enfatizado a importância do olharmos o modo como o género molda as relações políticas e económicas atuais. ANTECEDENTES Surgem em finais dos anos 80. Final da GF e a reavaliação das teorias tradicionais das RI ao longo dos anos 90 abriram espaço para as questões de género. ALA MAIS LIBERAL DO COMUNISMO Feminismo ligado à teorização das criticas nas RI, pelo que problematiza as políticas de construção de conhecimento na disciplina em muitas vezes adotando metodologias de desconstrução. Contudo, a crescente influência de abordagens feministas tem tendência para enfatizar a dimensão liberal feminista na igualdade de oportunidades das mulheres, bem como na igualdade de género. Necessidade de desconstruir os estereótipos. Género, não sexo - Ideia de género Ser do sexo feminino ou masculino não é o mais relevante, isto é uma questão biológica. Género, segundo o feminismo, é sociável e não biológico. Porque é importante esta distinção? A categorização social não é automática e reflete tipicamente a imposição de uma determinada forma ordem social.
  • 14. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 4 Esta ordem geralmente representa entendimentos diferenciados dos 2 géneros. Ex. masculinidade é associada a autonomia, soberania, objetividade, universalidade, capacidade de raciocínio e abstração; feminilidade é geralmente a falta destas qualidades. ONDE ESTÃO AS MULHERES? Feminismo argumenta que as mulheres são esquecidas pelas teorias tradicionais das RI. As suas experiências e contributos são ignorados levando a que a investigação em RI rep… Preocupação com as mulheres na política leva a uma investigação mais centrada no género que permite alterar o tipo de produção de conhecimento sobre política mais tradicional - Avaliar o papel das mulheres nos países em desenvolvimento - O efeito é nas mulheres das políticas da mudança social nas sociedades industrializadas. - Os efeitos particulares das questões de género nas atividades de organizações internacionais - Re-institucionalização de divisões de género rígidos nas sociedade pós-comunistas após o final da GF. 1. Homem Realismo e Liberalismo veem as pessoas como atores racionais e que procuram maximizar os seus interesses. O Feminismo questiona se este é um modelo adequado de humanidade, ou se é antes um modelo feito pelo Homem se comporta num contexto particular das RI entre géneros. 2. Estado Mais do que entender o Estado como reflexo de soberania, os teóricos de género veem os Estados como refletindo o poder do género, atuando sobre homens e mulheres de forma a socializar versões restritas da concetualização da identidade. - … 3. Poder Tipicamente concebido como poder sobre nas teorias tradicionais: a capacidade de A levar B a fazer algo que B não teria feito de outra forma. Para o feminismo isto assenta na assunção masculinizada de que auto… 4. Racionalidade Realistas entendem que o instrumentalismo é central às RI. Isto acontece quando pensar se torna um meio para um fim, e onde as relações são meios para alcançar… - … 5. Segurança O papel da dissuasão na criação de estabilidade na anarquia é rejeitado pelo feminismo como forma adequada de definir segurança. Realismo visto como perigoso ao elevar o entendimento masculino do poder sobre a um valor supremo no SI. - … - … - …
  • 15. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 5 - … CONCLUSÃO 3 ideias A ideia central é a de que género é uma questão social e não biológica. A rejeição de elementos fixos ou pré-determinados ou de estruturas na teoria das RI (como a anarquia) Interesse e crença nas possibilidades de mudança na política e RI. 7. AULA DIA 16 DE NOVEMBRO Aula E-Learning sobre feminismo (texto de Ann Ticker).
  • 16. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 6 8. AULA DIA 23 DE NOVEMBRO (TEÓRICA) 3 questões – respondemos a 2 – uma folha de teste 1. feminismo Eventualmente duas teorias em confronto PÓS-MODERNISMO - Foucault, Derrida - Resposta às teorias estruturalistas/tradicionais (REALISMO! – Marxismo, Liberalismo) - Relações de poder O QUE É O PÓS-MODERNISMO?  Vivemos num mundo pós-moderno mais diversificado e fragmentado onde a sociedade muda tao rapidamente que a incerteza é um traço marcante - A incerteza é uma característica marcante dos autores/teóricos pós-modernos.  Começou como um movimento na arquitetura de desafio ao modernismo, de que a função vem antes da forma. Premodern – “Because God put it there and that’s the way it’s always been.” Modern – “Onwards and upwards with inevitable progress!” Postmodern – “vghgukdfuglofkguifjuhkiykfgtyifgjh” (mostrou imagem com riscos) ELEMENTOS CHAVE DO PÓS-MODERNISMO  Conceito de verdade – não há verdade ou a verdade não tem fundamentos.  Ceticismo face a meta narrativas a absolutismo, rejeição de definições monolíticas, oposição a universalismo e generalização.  Desilusão com a ideia de progresso (historia não significa progresso).  Incerteza, menos previsibilidade.  Fragmentação da vida social, escolhas incessantes, múltiplas, variadas. PÓS-MODERNISMO  Abordagem que dedica especial atenção a textos e discussões – modo como se fala e escreve sobre determinado assunto.  Não há uma realidade única e objetiva, mas uma multiplicidade de experiencia e perspetivas que desafiam uma categorização fácil.  procuram ‘desconstruir’ construções como ‘estado’, ‘sistema internacional0, e os argumentos que os realistas usam para descrever as RI.  Olhar o modo como a ação politica é afetada pela linguagem, ideias, conceções abstratas e normas.  As nossas crenças e expetativas sobre o funcionamento do mundo são influenciadas por estas questões mais profundas que influenciam identidade.  Como nos identificamos a nós próprios, aos outros, e ao nosso mundo sem implicações nas nossas ações. Definimos o nosso mundo através de um contexto criado por nós próprios.
  • 17. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 7  Pós-modernismo procura ‘romper com’, ‘desconstruir’ outras teorias, sem oferecer alternativa.  Ou seja, propõe-se examinar o significado mais profundo do discurso linguístico, como o significado de palavras e ideias e traçar os seus efeitos na ação politica o Estado não são unitários nem racionais; são construções abstratas o Interesse nacional? Não existe. o Poder – a sua definição o Ao é limitada a questões tangíveis, não conseguimos definir o poder das ideias, das normas, das palavras, etc. CRITICA AOS REALISMO PARA ALÉM DO POSITIVISMO  Base do pós-modernismo: não existe uma realidade objetiva.  Isto é o mesmo que dizermos que nenhum entendimento do mundo poderia ser verdadeiro pois está sempre aberto a interpretação e muitas vezes acaba por excluir atores e dimensões.  Para os realistas o enfoque é nas grandes potências e numa conceção limitada de poder, perdendo na analise a importância do papel das normas, ideias e outros assuntos fora da teoria realista.  Ou o sistema é anárquico, o que os leva a concluir que as políticas de poder são a única doma de conduzir a politica mundial numa lógica de sobrevivência. Isto leva a que a probabilidade de guerra aumente, é uma visão muito restritiva que parece reforçar o medo original de guerra. PÓS-MODERNISMO  Ponto central: crítica, desafio, escrutínio  Apela a um repensar radical da forma como pensamos o Pensar não só o mundo como o vemos, mas as varias formas como pensamos ver o mundo.  Usam uma variedade de fontes, ideias e práticas para desafiar as convenções ontológicas, epistemológicas e metodológicas das RI. CONCEITOS: PODER/CONHECIMENTO:  Modo como poder é gerado através de limitações artificiais ao nosso entendimento do mundo e logo como o exercício do poder esta tao interligado com a produção e transmissão de conhecimento.  Definição convencional de poder das RI, seja material ou ideacional, é essencialmente repressiva, ou seja, impõe limites ou constrangimento ao nosso pensamento e ações.  Foucault: poder é mais produtivo do que repressivo. Ele fala do poder em definir e impor essas limitações à partida. Como é que a linguagem é usada para limitar o pensamento sobre o que é normal, legítimo, adequado? Quem é que circunscreve as nossas ‘verdades’ sociais? - De que forma é que nós usamos um tipo de linguagem que acaba por nos levar a este entendimento de poder como conceito legitimo?
  • 18. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 8  O poder produtivo molda coisas, constrói coisas, descreve-as e categoriza-as. o “Cada sociedade tem o seu regime de verdade” (Foucault, 1991).  Que fontes de poder as sociedades construíram por trás da verdade, em torno da verdade, por cima da verdade, para lhes dar autoridade e legitimidade: para fazer funcionar algo como verdade? o Como é que uma verdade sempre parcial sobre o mundo se apresenta como a verdade, que atravessa espaço e tempo?  Foucault introduz o conceito de bio poder o Foucault trabalha muito com a questão da segurança – bio poder ligado, por exemplos, a fazer perfis de terroristas. o O poder sobre a vida, o poder sobre as populações. o Bio poder é expresso em práticas disciplinares, como nas prisões, escolas ou hospitais, e formas de governação. o O estado opera crescentemente através destas práticas dirigidas a populações inteiras, mais do que através da expressão do poder sobreano em relação ao sujeito individual. PODER EM FOUCAULT  Poder tradicionalmente entendido como algo que pode ser possuído: estados ou indivíduos têm poder, e alguns têm mais que outros – Poder como algo palpável. o Faz sentido falar em equilíbrio de poder e diferentes formas de poder (militar, económico ou cultural, por p.e.)  Nova forma de pensar poder: não como algo que uma entidade pré-existente pode possuir, mas antes algo produzido nas relações, relações entendidas como constituídas dessas mesmas entidades.  Assim, Foucault não fala de ‘poder’, mas de ‘relações de poder’.  Poder não está centralizado, é produzido de forma dispersa, através de uma série de relações que têm lugar a nível micro durante as interações sociais.  Para entender como o poder funciona, que é fundamental para entender a politica global, é necessário examinar a microfísica das relações de poder; isto permite perceber como relações de dominação, quando o poder é sedimentado por longos períodos, surgem e podem ser desafiados. Toma possível a analise de resistência. Aliás, poder não é separável de resistência, implica-a, caso contrario, se não há resistência não há nada a que se possa chamar relação de poder. “Where there is power, there is resistance” Michel Foucault “Prison continues, on those who are entrusted to it, a work begun elsewhere, which the whole of society pursues on each individual through innumerable mechanisms of discipline” Michel Foucault CONCEITOS: REPRESENTAÇÃO  Foucault no seu interesse por ‘regimes de verdade’ chegou à representação: de que modo diferentes regimes de verdade nos são apresentados através da linguagem.  Usamos constantemente palavras em vez de coisas.
  • 19. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 1 9  Termos como ‘globalização’, ‘guerra ao terro’, ‘liberdade’, ‘SI’, ‘humanidade’, ‘relacionam- se com pessoas, objetos e conjuntos de coisas que aconteceram, acontecem e acontecerão.  A questão aqui é: as palavras tentam representar estas coisas que não conseguimos conhecer, as palavras nunca conseguirão ser estas coisas. Palavras por si só que acabam por ser manipuláveis, interpretados de formas diferentes, aplicados diferentemente. 9. AULA 30 DE NOVEMBRO (TEÓRICA) PÓS-MODERNISMO - CONTINUAÇÃO JACQUES DERRIDA  A estrutura social está em constante fluxo.  Todo o significado é relativo e socialmente construído, assim, os símbolos são vazios de significado.  A procura de significado é um movimento constante de símbolo para símbolo, como usar um dicionário. Esta circularidade da linguagem significa que não há um sítio de onde possamos interpretar o mundo. A realidade é frágil e confusa: tentar contar a ‘big story’ é impossível.  Redefinição das noções de texto e textual.  O mundo é como um texto pois está cheio de significados e interpretações, apenas podemos falar sobre e pensar sobre este mundo – e dessa forma agir – através destas interpretações.  Assim, devemos pensar o mundo como discurso. Não há nada fora do texto: não existem apenas diferentes interpretações da realidade (que existe independentemente destas interpretações), não há mais nada além destas interpretações – elas são realidades para nós no sentido em que não conseguimos perceber a realidade. JEAN BAUDRILLARD  Estamos constantemente rodeados de meios de comunicação social.  Somos consumidos e os nossos desejos são criados pelos media.  A imagem domina – hiper-realidade (realidade virtual): o Aparência domina sobre real. o Definição de cultura, identidade, com base em imagens, simulações, realidades imaginadas. “We live in a world where there is more and more information, and less and less meaning” Jean Baudrillard  Então porque é que algumas coisas parecem convincentes e estáveis? Porque não posso mudar as RI afirmando que as coisas são diferentes?  Porque os discursos não são todos iguais, mas são mais poderosos do que outros.  O tema do poder é central do pós-modernismo.
  • 20. JOANA FILIPA NEVES RODRIGUES 2 0 o Foucault: o poder central define o que é conhecimento. Não é algo puramente negativo ou que disfarce o conhecimento, ao invés, é produto no … … … … … o … … … … … … … METODOLOGIAS:  Representação da realidade – análise do discurso – mostrar como determinadas representações da realidade prevalecem na luta por significado, e como alternativas são marginalizadas.  Genealogia: abordagem genealógica é histórica, mas diferentemente da história tradicional procura identificar as ruturas.  Desconstrução: o significado não é fixo (imagem do dicionário); os termos dependem do uso de oposições dicotómicas, que inventem ou construem o seu significado (p.e., bom/mau, interno/externo).  Identidade definida através da articulação da construção discursiva … nós não somos eles: a nossa definição por oposição ‘a’. Na desconstrução é o método de leitura de texto: mostrar como estas oposições são inventadas e a história contada depende destas oposições que foram criadas – sublinha as contradições ‘escondidas’ no texto. CRÍTICAS  Comos o pós-modernismo se recusa a oferecer uma visão concreta ou coerente da sociedade é ética e politicamente de pouco uso.  Independentemente do quão importante é a interpretação para a vida social há coisas e acontecimentos que são reais e acontecem independentemente da sua construção discursiva. O que há de discursivo numa erupção vulcânica?  São desnecessariamente complicados, usam linguagem demasiado complexa, e que alternativas oferecem para as RI?