1. EXAME NACIONAL DE HISTÓRIA A 12º ANO
10ºANO
Módulo 3: A abertura europeia ao mundo – mutações nos conhecimentos,
sensibilidade e valores nos séculos XV e XVI
Unidade 1 – A geografia cultural europeia de quatrocentos e quinhentos
1.1. Principais centros culturais de produção e difusão de sínteses e inovações
Objetivo 1. A ampliação do conhecimento do Mundo pelos Europeus nos séculos XV e XVI
Idade Moderna: 1450 - 1789 (Rev. Francesa) – desanuviamento da “trilogia negra” –
propícios à época dos Descobrimentos.
SéculosXV e XVI:paz, apoioda Burguesia háexpediçõese auxíliodosinventostécnicos
(mapa com rosa-dos-ventos, bússola, astrolábio, balestilha e caravela portuguesa).
Descobrimentos - Destaque para os Portugueses e os Espanhóis:
Bartolomeu Dias (1487/88) – Cabo das Tormentas;
Vasco da Gama (1497/99) – Caminhomarítimopara a Índia– Rotas marítimasde comércio
das especiarias;
PedroÁlvaresCabral (1500) – DescobertadBrasil – Colóniasportuguesasmaispromissoras;
Cristóvão Colombo (1492/93) – Antilhas (continente americano);
Fernão de Magalhães (1519/22) – Circum-navegação – Alteração dos conhecimentos
geográficos e astronómicos.
Objetivo 2. Progresso económico, demográfico, social e político
Idade Moderna - Dinamismo geral: Crescimento demográfico, Desenvolvimento
económico(comérciomundial),Criaçãode elitesburguesase aristocráticase Reforçodo poder
político de príncipes e monarcas.
Objetivo 3. Importância de certos inventos
Séculos XV e XVI - Proliferação de inventos técnicos
- Navegação transoceânica: p.e. astrolábio e caravela;
- Dominação europeia: pólvora e armas de fogo;
- Quotidianos: óculos, relógio portátil.
- Invenção da imprensa: passagem da cópia manual à impressão em tipos, por Gutenberg,
permitiuarápidadifusãodosescritosgregose latinose tambémdasobrasrevolucionadorasda
perceção do mundo. O livro impresso tornou-se no meio de difusão cultural (fácil acesso e
barato). O primeiro exemplar impresso foi a Bíblia.
2. Objetivo 4. A renovação renascentista
Renascimento (Vasari,século XVI): A Europa fez renascer toda a cultura greco-latina,
esquecida durante a Idade Média.
A Antiguidade Clássica (Grécia e Roma) foi o grande modelo dos humanistas
(intelectuais) do Renascimento: na arte e na inspiração em filósofos gregos.
Objetivo 5. Principais centros culturais da Europa do Renascimento
Itália – Primeiro centro cultural do Renascimento
Países Baixos – Jan Van Eyck, pintura a óleo; Erasmo de Roterdão, exemplar modelar do
humanista do Renascimento, graças aos escritos plenos de espirito crítico.
França – Paris e Lião, lugares centrais do Renascimento, apoiado por Francisco I.
Império Germânico – Invenção da imprensa, centros de Humanismo (universidade de
Nuremberga ou cidade de Colónia) - Pintores: Durer e Holbein.
Inglaterra – Universidade de Oxford e Cambridge – Thomas More, Utopia.
Península Ibérica – Colégio das Artes e Humanidades em Coimbra, por D. João III em 1547
Hungria – Biblioteca Corviniana, pelo monarca Matias Corvino
Polónia – Rei Casimiro IV estimulou a difusão cultural, Universidade de Cracóvia – Nicolau
Copérnico, teoria heliocêntrica
Objetivo 6. O papel inspirador de Itália
Pontosfortesde Itália:Herança, em solopróprio,dos vestígiosda cultura greco-latina;
Passado histórico de sucesso económico (Idade Média, dominaram os principais circuitos
mercantisentre a Europa e o restante mundoconhecido);Presençade famíliasricasligadasao
poderreligiosoque apoiaramfinanceiramenteosartistas(mecenato) –osMédicisemFlorença.
Polos culturais italianos:
- Florença: sábio Picco della Mirandola, arquiteto Brunelleschi, escultor Donatello, pintor
Boticelli, génio Leonardo da Vinci;
- Nápoles: Lorenzo Valla;
- Roma: obras de Rafael e Miguel Ângelo;
- Veneza: pintores Tintorretto e Ticiano (oficinas tipográficas).
Objetivo 7. Inovações e sínteses culturais
Homensdorenascimento:Intervieramnaarte e naculturamovidospelaspreocupações
do seu tempo.
Fusão entre a influência greco-latina e as diversidades regionais:
- Construções manuelinas em Portugal (Torre de Belém): decoração arcaizante a
elementos marítimos (Descobrimentos);
3. - Castelos do vale de Loire (castelo de Chambord): decoração de gosto italiano às
estruturas do gótico francês.
Objetivo 8. Dinamismo civilizacional e a “promoção do Ocidente”
NosséculosXV e XVIhouveramtransformaçõesquecolocaramaEuropaaum nível equiparável
ao das avançadascivilizaçõeschinesae muçulmana.Destacam-se comofatoresde dinamismo:
- Produção de grandes obras literárias escritas tanto em grego e latim como nas línguas
nacionais;
- Nascimento do sentimento nacionalista;
- Desenvolvimento do individualismo;
- Reformas religiosas (protestantes e católica);
- Difusão da instrução entre as classes privilegiadas;
- Progresso económico;
- Descoberta (e exploração económica) do Extremo Oriente e da América;
- Enorme quantidade de inventos ou aperfeiçoamentos técnicos;
- Revisão de conhecimentos científicos sobre o Homem e o universo.
Em suma, o Renascimento consistiu no “grande momento da promoção do Ocidente”.
Objetivo 9. Especificidade do contributo ibérico para a síntese renascentista
Oprincipal contributodaPenínsulaIbérica paraoRenascimentosconsistiu,porumlado,
na descoberta do Mundo, através das viagens de navegação e, por outro lado, o domínio do
tráfico comercial à escola mundial, transferindo o centro da economia do mar Mediterrâneo
para o oceano Atlântico.
1.2. O cosmopolitismo das cidades hispânicas – importância das Lisboa e Sevilha
Objetivo 10. O cosmopolitismo de Lisboa e Sevilha
Lisboa– SéculoXVIfoi umperíodoáureo.Herdeirade umatradiçãocomercial,acidade
beneficioudaexpansãoultramarina portuguesa.Oseuespaçourbanoexpandiu-se,enquantoo
contingente populacional aumentou: final do século, Lisboa registava uma população superior
à de Roma e à de Amesterdão, devido ao intenso cosmopolitismo (capacidade de atração). A
cidade do Porto, que teve um importante papel na aventura dos Descobrimentos, evoluiu em
menor escala e passou para segundo plano.
Marcos de prosperidade na Lisboa quinhentista:
1. O intenso tráfego, no porto de Lisboa, de navios de diferentes origens e envergaduras.
2. Os estaleiros da Ribeira das Naus, onde se construíam e reparavam as embarcações.
3. O afluxo de produtos e de metais preciosos às Casas da Mina e da Índia.
4. A vinda de mercadorias e de banqueiros europeus a Lisboa.
4. 5. A riqueza em conhecimentos geográficos, astronómicos e cartográficos, proporcionada
pelas viagens de descoberta.
6. A expansão urbana.
7. Afirmação de Lisboa enquanto metrópole politica.
Sevilha–controlodaCarreiradasÍndias(rotadosmetaispreciososque ligavaaEspanha
à América, continente descoberto por Cristóvão Colombo em 1492). Aspetos importantes:
1. O movimento portuário.
2. A riqueza da cidade em homens.
3. A riqueza em bens alimentares.
4. A tradição comercial.
5. Os conhecimentos de astronomia e de cartografia.
6. A riqueza em ouro e prata.
7. O controlo da rota do Extremo Oriente.
8. A renovação urbanística.
9. O poder dos reis Católicos.
Unidade 2 – O alargamento do conhecimento do mundo***
2.1. O contributo português***
Objetivo 1. Os progressos náuticos e cartográficos
Os principais progressos náuticos e cartográficos resultaram do aperfeiçoamento de
técnicas muito antigas, difundidas por Árabes e Judeus:
1. A bússola ou agulha de marear (navegação por rumo);
2. O astrolábio (navegação astronómica);
3. A balestilha (navegação astronómica);
4. O leme montado no cadaste (mudança mais rápidas de direção);
5. A tábua quadrienal de declinação solar (valor da latitude);
6. A caravela portuguesa (viagens de exploração costeiras);
7. A nau e o galeão (viagens de longo curso);
8. Os guias náuticos e os roteiros resumiam os dados mais relevantes para a navegação –
ventos, correntes, etc.;
9. As cartas-portulanos eram onde se assinalavam os portos e as rotas de navegação obtidas
através da bússola.
Objetivo 2. Apropriação do espaço planetário proporcionado pela expansão marítima
1. As viagens de expansão marítima colocaram problemas novos aos marinheiros,tais como
os ventoscontráriose a força dascorrentes.Para tal,a caravela,navioveloze manobrável,
permitia navegar à bolina graças às suas velas triangulares ou latinas;
2. As viagens do longo curso, até ao Oriente e à América, exigiam navios maiores (mais
mercadoria) e mais resistentes (evitar naufrágios). A nau e o galeão surgiram para tal;
3. A navegação costeira e a navegação por rumo e estima, com recurso à bússola, não eram
suficientes.Assim,osPortuguesesrecorreramaoastrolábioe aoquadrante e inventarema
5. balestilha. Associaram-nos às tábuas de declinação solar, inaugurando a navegação
astronómica;
4. Aas anotaçõesfeitasdurante as viagensmarítimasoriginaramos guiasnáuticose roteiros,
bases de dados de apoio à navegação fundamentada na experiência direta;
5. Até às viagens de descoberta, a cartografia existente era falsa: existiam apenas três
continentes e a configuração de África e do Oriente não correspondia à verdade;
6. Asviagensde descobertarevelaramainvalidadedosmapasanteriores,substituindo-ospor
cartas-portulanos(baciadomediterrâneo),cartascomescaladelatitudes,planisférios(cabo
da Boa Esperança, litoral brasileiro e costa africana.
Objetivo3. Contributos da expansãomarítima nos domíniosda Geografiafísicae humana, da
Botânica, da Zoologia e da Cosmografia
Os portugueses descobrirão que as regiões equatoriais eram habitáveis e que a
comunicaçãoentre osoceanosAtlânticoe Índicoerapossível.Graçasà navegaçãoastronómica,
a cartografia avançou bastante, com base em informações exatas quanto aos contornos
geográficos e às distâncias.
Oencontrocomoutrospovose regiõesdeuaconhecernovasculturas,novasfaturase novas
floras.
Noque diz respeitoàcosmografia,asviagensde descobertatornaramimpossível sustentar
as antigas noções sobre o universo (p.e., a teoria geocêntrica).
2.2. O conhecimento científico da Natureza***
Objetivo 4. Carater experiencialistas deste novo saber
Na Idade Moderna,em virtude docontacto diretocom outros continentesaquandoda
Expansão ultramarina, privilegia-se um novo tipo de saber, o experiencialismo, baseado na
observação e descrição direta da natureza.
Paralelamente ao experiencialismo, foi-se afirmando uma mentalidade quantitativa:
para que a observação se tornasse objetiva, era fundamental recorrer ao número.
Objetivo 5. Experiencialismo VS ciência moderna
O experiencialismo baseava-se mais nos sentidos e no bom senso. A ciência, baseada
em hipóteses verificadas pela experiência, só surge no século XVII.
Objetivo 6. A Revolução cosmológica coperniciana – manifestação de ciência moderna
O nascimento da ciência moderna associa-se à afirmação da Matemática como
linguagem científica universal. Leonardo da Vinci, Itália, já defendia a verificação matemática
das hipóteses,assim como Pedro Nunes, Portugal, defendia as demonstrações matemáticas.
O papel da matemática eleva-se no campo da visão cosmológica do Universo. A teoria
geocêntrica (Aristóteles e Ptolomeu), que agradava à Igreja não era válida. Nicolau Copérnico
concluiu,noséculoXVI,apartirdaobservaçãoastronómica,que oSol eraocentrodo Universo,
sobre qual giraria tudo o resto. A teoria heliocêntrica resultou de cálculos matemáticos e
provocou uma revolução cosmológica: Galileu inaugura o pensamento científico moderno –
6. realizaçãode experiênciascomtelescópio,utilizaçãodamatemáticacomo linguagemuniversal
e espírito crítico. Apesar da perseguição pela Inquisição, as ideias de Galileu (teoria
heliocêntrica,fasesdaLua,anéisde saturno,etc.) impuseram-se pelademonstraçãodosfactos,
nascendo a ciência moderna (século XVI).
Unidade 3 – A produção cultural***
3.1. Distinção social e mecenato
Objetivo 1. Atitudes socioculturais de cariz individualista
Renascimento – Um das suas principais características é reconhecimento do valor do
indivíduo.OHomemé válidoporsi próprio,pelassuasqualidadesintelectuais.Oindividualismo
revela-senaostentaçãodaselitescortesãse burguesas,noestatutode prestígiode intelectuais
e artistas, na prática do mecenato, na mentalidade antropocêntrica, na redescoberta do
indivíduo na arte.
Objetivo 2. Ostentação das elites cortesãs e burguesas
Na Idade Moderna, as elites cortesãs e burguesas viviam em ambiente de desafogo
económico e otimismo, o que as levava a exibir a sua condição privilegiada: vestes luxuosas,
joias, banquetes, palácios decorados, bibliotecas, símbolos de ostentação. A demonstração de
riqueza servia o propósito de reforçar a sua ascensão social.
Assim, a cultura foi incentivada e apoiada pelaselites, transformando-se num símbolo
de refinamento e de riqueza material.
Objetivo 3. A sociabilidade renascentista
As relaçõessociaisentre as elitesrenascentistasdesenvolviam-se noâmbitodas cortes.A vida
cortesã tinha grandes festas e eventos culturais onde brilhavam os talentos artísticos dos
humanistas.O cortesão,peloseuestatuto,estavasujeitoa regras pré-definidasquantoaoseu
comportamento emsociedade:asregrasde civilidade,devendoassimserummodeloemboas
maneiras: porte elegante, vestuário cuidado, capacidades militares,dotes de sociabilidade e
erudição. Devia também respeitar e elogiar as mulheres.
Objetivo 4. O mecenato e o estatuto de prestígio dos intelectuais e artistas
No Renascimento, os artistas encontravam-se dependentes financeiramente de
burguesesounobresde elevadoestatuto.Estapráticadomecenato,que condicionouacriação
artística, foi fundamental paratodaa produção cultural doRenascimento,doqual se destacam
osmecenas:Médicis,de Florença,PapaLeãoX,e D.JoãoII, D.Manuel I e D. JoãoIIIde Portugal.
O estatutodosintelectuaise artistasascendeu:oartistaplásticopassouaservalorizado
pela sua função criativa, passando a assinar as suas obras – Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci,
Botticelli, Rafael ou Brunelleschi. Intelectuais como Erasmo de Roterdão ou Rabelais eram
admirados por reis e papas, adquirindo uma dignidade ímpar na sociedade. Por vezes os
protegidos, devido ao seu prestígio, chegavam a impor os seus desejos aos seus protetores.
7. Objetivo 5. Ambiente propiciador de cultura na corte régia portuguesa
OsreisD. JoãoII,D. Manuel Ie D. JoãoIIIfavoreceramaarte e a culturae utilizaram-nas
como meio de reforço do poder régio: acolhimento de humanistasestrangeiros, atribuição de
bolsas a estudantes portugueses no estrangeiro, fundação do Colégio das Artes (D. João III),
contratação de artistas estrangeiros para a corte portuguesa, construção e intervenção em
grandes obras arquitetónicas (mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Mosteiro da Batalha),
casamentos reais, embaixadas.
3.2. A reinvenção das formas artísticas
Objetivo 6. Características antropocêntricas do Humanismo
O RenascimentoinauguraumavisãoantropocêntricadoUniverso,colocandooHomem
no centro das suas preocupações.
No antropocentrismo,oHomemé um ser cujaprincipal característica é o livre-arbítrio,
o que permite a sua elevação espiritual mas também a sua corrupção, perda de dignidade e
equivalência a seres não-racionais.
O Humanista deve escolher dignificar-se para atingir a perfeição.
Objetivo 7. Valorização da antiguidade pelo Humanismo
Renascimento = renascer da cultura da Antiguidade Clássica (dos gregos e dos romanos).
A cultura greco-latina, o modelo dos humanistas, era recuperada de variadas formas:
Investigação,preservaçãoe difusão(imprensae bibliotecaspúblicas) dosmanuscritosclássicos
(Homero,Virgílioe Cícero); Aprendizagemdogrego,do latim(e do hebreu) comofundamento
da erudição;Imitaçãodos autoresgreco-latinos(Eneida de Virgílioserviude inspiraçãopara Os
Lusíadas);Traduçãoe reinterpretaçãode obrasclássicas(deturpadasnaIdade Média);Vindade
sábios gregos a várias cidades europeias e deslocação de humanistas a locais de interesse
cultural, para satisfazer a sede de conhecimento sobre os antigos.
Objetivo 8. A consciência da modernidade no movimento humanista
O humanista era o intelectual (eclesiástico ou universitário) que, inspirado na herança
greco-latina,faziaprogredira arte,a literatura,a ciênciaou o pensamentofilosófico,fundindo
o legado antigo com os valores do cristianismo e com as novas conceções renascentistas
(observação experimental, saber enciclopédico, espírito crítico).
Os humanistas reinventaram o modelo clássico. O próprio estudo das línguas clássicas
beneficiouaevoluçãodaslínguasnacionais,nasquaisforamescritasasgrandesobrasliterárias
do Renascimento (Cervantes, Shakespeare ou Camões).
Objetivo 9. O espírito crítico humanista e a critica social e as utopias
A independência de espirito dos humanistas refletiu-se nas suas obras: os humanistas
evidenciaram os problemas existentes (crítica social) e propuseram alternativas, muitas sem
possibilidade de aplicação (utopias).
8. Salientam-se:Erasmode Roterdão - criticouoscortesãos,expôsoluxoe acorrupçãodo
Clero, tornou-se num exemplo para a Igreja cristã devido ao respeito dos seus princípios
originais; Gil Vicente – satirizou tipo sociais portugueses; Cervantes – parodiou a fantasia de
grandeza presente na sociedade espanhola.
As utopias correspondiamao desejo de justiça dos seus autores: Rabelais (Pantagruel)
e Thomas More (Utopia,mundoonde aracionalidade eravalorizadae havialiberdade religiosa,
valeu-lhe a condenação à morte por Henrique VIII).
Objetivo 10. A ascensão e o declínio do Humanismo em Portugal
A política cultural de D. Manuel I e D. João III privilegiava a atribuição de bolsas a
estudantes portugueses no estrangeiro, onde recebiam formação de acordo com as ideias
humanistas.
Os monarcas convidavamtambéma residiremPortugal várioshumanistasde renome,
estrangeiros ou portugueses residentes no estrangeiro.
Ao nível da literaturatemos:FernãoMendesPinto,André de Resende,Sáde Miranda,
Damião de Góis, António Ferreira, Luís de Camões.
Porém,o dinamismorenascentistaemPortugal registouumdeclínioa partir do último
quartel do século XVI, devido à ação da Inquisição e do Índex.
3.3. Os caminhos abertos pelos humanistas
Objetivo 11. Características clássicas e naturalistas da pintura e da escultura renascentistas
A pintura e a escultura do Renascimento obedeciam ao classicismo e ao naturalismo.
Classicismo – inspiração nos artistas da Antiguidade Clássica:
Utilização de elementos arquitetónicos greco-romanos;
Evocação de elementos clássicos (colunas, águias romanas) em túmulos católicos
construídos por escultores do Renascimento;
Temas retratados: mitologia e história clássicas (p.e., os deuses romanos na pintura de
Botticelli);
Representação do corpo humanos, glorificando-o (escultura de David de Miguel Ângelo, o
primeiro nu desde o Império Romano);
Valorizaçãodaproporção,da simetria,daharmonia(esculturade David de Miguel Ângelo).
Naturalismo – admiração pela Natureza; representação verosímil dos rostos, da anatomia, do
movimentoe de todoo tipode paisagens.Naescultura,é a estátuaequestre onde se verificao
extremo realismo.
Aplicação das regras da perspetiva (ilusão da 3ª dimensão numa superfície plana);
Pintura a óleo (Jan van Eyck, maior detalhe, gradação de cores e secagem mais rápida).
Objetivo 12. A superação do legado antigo na pintura renascentista
No Renascimento, o artista adquiriu um estatuto de prestígio pois demonstrou a sua
originalidade ao reproduzir as obras dos antigos, daí a existência de enumeras obras-primas.
9. Miguel Ângeloe LeonardodaVinci foramconsideradosgéniosartísticos,pelamestriatécnicae
inventividade da sua arte.
No entanto, os génios tiveram os seus mestres: Giotto (séc. XIII – XIV, pintura da
paisagem, recriação dos volumes e representação dos sentimentos); Masaccio (séc. XV,
tridimensionalidade e realismo); Jan van Eyck (técnica da pintura a óleo, naturalismo e
luminosidade).
Novas técnicas e fundamentos teóricos:
Pintura a óleo (novos efeitos de pormenor, luz e sombra);
Perspetiva(criaçãodumespaçotridimensional –perspetivalinear,figurasmaisafastadase
de menor dimensão e linhas convergente para um ponto de fuga, e perspetiva aérea,
gradação da luz ou sfumato, sensação de afastamento);
Geometrização(cenasrepresentadasdesenhavamumpirâmide,naarquiteturaumcuboou
paralelepípedo);
Proporção (rigor matemático nas proporções do Homem e dos edifícios);
Representaçõesnaturalistas(demonstradasnorealismoe naexpressãode sentimentosdos
rostos,nopormenordasrepresentaçõesanatómicase na valorizaçãodofundopaisagístico).
Objetivo 13. Características da nova estrutura arquitetónica e da respetiva gramática
decorativa
Nova estrutura arquitetónica:
1. Proporção – calculadas matematicamente a partir de uma unidade-padrão;
2. Simetria – Planta centrada e simetria das portas e janelas;
3. Perspetiva linear – Pirâmide visual;
4. Linhas e ângulos retos – Horizontalidade dos edifícios;
5. Abóbadas de berço e de arestas;
6. Cúpula;
7. Arco de volta perfeita;
8. Gramática decorativa inspirada na arquitetura clássica – às colunas das ordens
arquitetónicas clássicas juntou-se a orem colossal (elevadas dimensões).
Objetivo 14. A oposição ao estilo Gótico e a inspiração na Antiguidade Clássica
A arquitetura renascentista elegeu como modelo a arquitetura clássica, visível na
preferência pela planta centrada, na horizontalidade das linhas dos edifícios, no gosto pelas
cúpulas ou no arco de volta perfeita e nas abóbadas de berço.
Na decoração a inspiração clássica é visível na aplicação das ordens arquitetónicas
(dóricaou toscana, jónicae coríntia),dos frontõese dos grotescos(decoraçãodas paredesem
fresco ou alto-relevo).
Objetivo 15. Matematização das formas arquitetónicas
A proporção entre as partesdo edifícioestabelecia-se apartir de uma unidade-padrão,
repetida ou multiplicada sucessivamente: p.e., numa igreja todas as medidas (nave central,
10. naves laterais, capela-mor, capelas laterais, etc.) eram rigorosamente calculadas de maneira a
inscrever o edifício numa forma geométrica.
O objetivo da simetria absoluta levou à escolha do círculo (forma perfeita, divina,sem
principionemfim,paraplantasdostemplos.Nasfachadas,adistânciaentre asjanelase portas
era rigorosamente calculada.
Surge uma nova teoria das regras de proporção entre os componentes da ordem: o
módulo, medida base.
Objetivo 16. Estilo Manuelino e a persistência e renovação do Gótico
O estilo gótico-manuelino caraterizou a arquitetura portuguesa entre a última década
do séc. XV e o primeiroquartel do séc. XVI.É um estilohibridodevidoàmisturade elementos
góticos com uma decoração exuberante baseada em motivos naturalistas e com um simbólica
heterogénea. A inspiração nos Descobrimentos verifica-se na presença de troncos, ramagens,
conchas, boias,cordase corais. Noentanto,o estilogótico-manuelinoportuguêsreinterpretou
oestilogótico,atravésdousode múltiplosarcose daabobadarebaixadae únicaparaas3naves.
Exemplos: Janela da Sala do Capítulo no Convento de Cristo em Tomar, Sé de Viseu, Igreja do
Mosteiro dos Jerónimos, pórtico das Capelas Imperfeitas no Mosteiro da Batalha.
Objetivo 17. Caracterizar a pintura e a escultura portuguesas do Renascimento
Escultura – Encontramos os estilos gótico,manuelino e clássico nos túmulos, portais, estátuas
de santos, estátuas jacentes e outros elementos religiosos. Para além dos escultores
portuguesesopatrimónioescultórioé devedordapresençadosfrancesesChanterene,Joãode
Ruão e Filipe Hodarte.
Pintura– Aproximaçãoao Renascimentosurge graçasà presençade estrangeiros.Portugueses
destacam-se Nuno Gonçalves, com os Painéis de S. Vicente, e Vasco Fernandes (Grão Vasco),
com a Sé de Viseu, p.e.
Unidade 4 – A renovação da espiritualidade e da religiosidade***
4.1. A Reforma protestante***
Objetivo1.Manifestaçõesde crise naIgrejanosfinsdaIdade Média/iníciosdaIdade Moderna
Nos séculos XIV e XV, a Igreja Católica viveu um período conturbado devido à divisão
(Cisma) entre dois papas do Ocidente: o de Roma e o de Avinhão.
Além disso, a conduta moral do clero encontrava-se afastada dos princípios do
cristianismo: o luxo substituiu o voto de pobreza, os membros do clero tinham filhos
(desrespeitodovotode castidade),acorrupção assolavaa Igreja.Assim, surgemváriascríticas
e alternativas de fé por parte de fiéis devotos:
O movimentoreligioso Devotio Moderna(séc.XV) apelavaaodesprezopelosbensmateriais
e a uma busca individual e interior de Deus;
Wiclif prezava o estudo direto da Bíblia, afastando o valor do claro ou dos sacramentos;
11. Erasmo de Roterdão critica à corrupção, ignorância e hipocrisia do clero;
Savonarolacriticouosdesviosàpurezadocristianismopelocleroe pelopapaAlexandreVI.
Alguns deste crítico da Igreja pagaram com a vida a sua frontalidade, muito acabaram
queimados na fogueira.
Objetivo 2. A questão das indulgências e a Reforma protestante
Uma das maiores polemicas no seio da Igreja Católica foi a venda de indulgências
(perdão para os pecados), o que desvalorizoua prática do “boas obras”. O dinheiro obtidona
venda das indulgências servia para as obras da Basílica de S. Pedro do Vaticano
MartinhoLutero,monge agostinhoque levavaumavidade despojamentoe misticismo,
insurge contraa vendade indulgênciase afixa,em1517, na porta dacatedral de Wittenberg, as
suas “95 teses contra as indulgências”.
O facto de não ter mostradoarrependimentoe de terafirmadoque a Bíblia era a única
fonte de autoridade e apóster queimadoabulapapal que condenavaas suastesese ameaçaa
excomungação, levaram à sua excomungação e banimento, em 1520, da Igreja Católica.
Banido também do Império, refugiou-se junto dum príncipe e deu início a uma nova
doutrina, o luteranismo.
Objetivo 3. Princípios do luteranismo
O luteranismo, de modo a resolver os problemas que minavam a Igreja Católica,
estabeleceu novos princípios, buscando a pureza original do cristianismo:
1. Justificação pela Fé
2. Teoria da predestinação
3. Primado das Escrituras
4. Ritos simplificados
5. Sacerdócio universal
6. Igrejas Nacionais Evangélicas
7. Dois Sacramentos – Batismo e Comunhão
Objetivo 4/5. Inovação teológica do luteranismo e a sua rápida difusão
A IgrejaLuterana assentanasrelaçõesindividuaisde cadaum dosfiéiscomCristo,sem
a obrigatoriedade de seguir com o clero como intermediário.
A hierarquia religiosa foi desvirtuada do poder e do carisma de que goza na Igreja
Católica.
Em suma, esta inovação teológica consistiu em aproximar a Igreja do povo. Para tal
contribuiuadifusãodaBíblia(invençãodaimprensa)e ousode línguasnacionais,quernaBíblia
quer na pregação religiosa.
A expansão do luteranismo deveu-se à adesão dos príncipes e da pequena nobreza.
Estes apoderaram-se dos bens materiais da Igreja alemã que tinham sido secularizados.
Também contribuiu para a expansão a aceitação dos novos princípios teológicos pelos
burgueses e pelos camponeses,que aspiravam maior justiça social. Por último, a difusão da
12. reforma está ligada ao avanço da tecnologia da informação: a impressão de livros, imagens e
panfletosde humanistase artistasatuou como veículode propagandado luteranismo.Apenas
em 1555 é que a Alemanha declarou liberdade religiosa – Paz de Augsburgo.
Objetivo 6. Diversidade de credos protestantes
A vontade de aproximação à doutrina original do Cristianismo concretizou-se na
Reforma, na qual se incluem o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo.
Objetivo 7.Calvinismo VS luteranismo
O calvinismo (Suíça) aproximava-se do luteranismo em princípios como a justificação
pelafé,aprimaziadaBíbliae osacerdóciouniversal.Tambémnãose prestavaaocultodedeuses
nem à Virgem e apenas aceitavam os sacramentos do Batismo e da Eucaristia. Houveram
também alterações na hierarquia religiosa.
SóainterpretaçãodaBíbliaporCalvinoeraconsideradacorreta:aaboliçãodahierarquia
sujeitava o Estado à Igreja, o que originou uma sociedade teocrática que perseguia católicos e
protestantes;naEucaristia,Cristoestavaapenaspresenteemespírito.A teoriadapredestinação
era absoluta,poisDeusveriatodaa eternidade,decidindooque fazercom cada Homem.Todo
aquele que tivessefé nãoaperderiajamais,enquantoparaLuteroo crente poderiadeixarde o
ser, comprometendo, assim, a sua salvação.
Objetivo 8. O calvinismo e expansão do capitalismo
Calvino admitia, nas suas teses, a legitimidade do lucro e valorizava o trabalho e a
poupançacomoreferênciasválidasparaaformaçãodoserhumano.Ohomemde negóciostinha
lugar entre o grupo de eleitos.
Objetivo 9. A Reforma na Inglaterra
Na Inglaterra, o desejo de divórcio do rei Henrique VIII, invocando a falta de sucessor
varão, levou ao seu afastamento da Igreja Católica. Vendo o seu pedido de divórcio recusado,
proclamou,em1534, o Ato de Supremacia,segundooqual o rei era o únicochefe supremoda
Igrejade Inglaterra.Estaconversãoparaocalvinismo,fez comque asigrejasentregassemaorei
todas as suas riquezas (reinado de Eduardo VI).
Objetivo 10. Originalidade do anglicanismo
O anglicanismoinstauradonoreinadode IsabelI,que atornava,segundoonovoAtode
Supremaciade 1559, a administradorasupremadaIgrejainglesa.Osprincípiosdoanglicanismo
foram consignados na Declaração dos Trinta e Nove Artigos, de 1563:
1. Justificação pela fé;
2. Primazia das Escrituras;
3. Dois sacramentos: Batismo e Eucaristia;
4. Abolição do celibato;
5. Culto em língua inglesa;
6. Abolição do culto dos santos, imagens, relíquias e da doutrina do Purgatório;
7. Rejeição da predestinação absoluta do calvinismo.
13. Objetivo 11. Clima de intolerância nos séculos XVI-XVII
Na Alemanha,oluteranismodeuorigema episódiosde guerracivil.Em 1565, deu-se a
revolta dos Países Baixos devido à expansão do calvinismo.
Em Inglaterra,Isabel Ienfrentouadesaprovaçãode católicose calvinistas.Estesforam
perseguidosreforçando,assim,atravésdodomíniosobre aIgreja,aautoridade real e o poderio
da Inglaterra no mundo.
Na França, Catarina de Médicis deu início a um período de perseguições cruéis contra
calvinistas.
Por último, ao nível europeu, no séc. XVII, travou-se a Guerra dos Trinta Anos entre
protestantesdaBoémia,Alemanha,Dinamarca,Suécia,Françae ProvínciasUnidase a Casa dos
Habsburgos, que acabou por assinar a Paz de Vestefália, reafirmando a liberdade de culto.
4.2. Contrarreforma e Reforma católica. O impacto na sociedade portuguesa***
Objetivo 12. Resposta da Igreja Católica à Reforma protestante
No século XVI, perante o afastamento crescente dos fiéis em relação à Igreja Católica,
esta empreendeu, por uma lado, uma Reforma da Igreja, no sentido de a aproximar dos
princípiosdoutrinárioscristãos e,poroutro lado,uma Contra-Reforma,atravésdacondenação
explícita e da perseguição das várias formas de protestantismo.
Objetivo 13. Conclusões do Concílio de Trento
Em 1545, deu-se o Concilio de Trento (Itália), o qual evidenciou a Contra-Reforma da
Igreja Católica e reafirmou os seus dogmas:
1. Recusa da justificação pela fé;
2. Confirmação do dogma da transubstanciação;
3. Confirmação da crença no Purgatório;
4. Reafirmação do valor dos escritos dos Padres da Igreja como fonte de fé;
5. Reafirmação dos 7 sacramentos: Batismo, Eucaristia, Confissão, Crisma, Matrimónio,
Ordens Sagradas, Extrema-Unção;
6. Reafirmação da suprema autoridade do Papa sobre a Igreja;
7. Reafirmação do culto dos santos e da Virgem Maria;
8. Valorização dos rituais;
9. Manutenção do latim como língua litúrgica;
10. Reafirmação do culto das imagens.
O Concilio de Trento regulamentou, também, as questões disciplinares, para evitar os
abusos e a corrupção do clero:
1. Preparação dos futuros sacerdotes em seminários;
2. Obrigação do celibato eclesiástico;
3. Estabelecimento de idades mínimas para os cargos de sacerdote e de bispo;
4. Obrigação de residência dos padres nas paróquias e dos bispos nas dioceses;
5. Obrigação de realização de visitas dos bispos às paróquias das dioceses;
6. Proibição de acumulação dos benefícios eclesiásticos.
14. Para uniformizar a doutrina e regulamentar o culto, redigiram-se 3 documentos
importantes: o Catecismo, o Missal e o Breviário.
Objetivo 14. Repressão exercida pelo Índex e pela Inquisição
Índex – lista dos livros proibidos pela Igreja Católica.
Inquisição – tribunal da Igreja Católica criado para perseguir os suspeitos de heresia.
Osprincipaisalvosdasperseguiçõeseramoscristãos-novos,mastambémtodosaqueles
suspeitosde contactocomos ideaishumanistas.Qualquercomportamento que se afastasseda
norma podia ser condenado sob a acusação de bruxaria, bigamia ou sodomia. Uma denúncia
levava a interrogatório pela Inquisição, já que eram possível recorrer à sociedade cível para
fazeremo seutrabalho.Este facto iniciouumclimade delaçãoconstante e medoda denúncia,
até porque os métodos usados na averiguação das culpas incluíam a tortura.
Os considerados culpados não obtinham qualquer forma de piedade cristã: nomes
afixados, bens confiscados e penas incluíam prisão e auto-de-fé. Quando o condenado era
relaxado ao braço secular a jurisdição cumpriria o auto-de-fé, através da morte na fogueira,
morte lenta e dolorosa.
Desta forma pereceram grandes figuras da intelectualidade portuguesa: António da
Silva (o Judeu) e Damião de Góis, conhecido de protestantes.
Objetivo 15. Ação das novas congregações religiosas
A reforma da IgrejaCatólica manifestou-se noproselitismo(fervorreligioso) dasnovas
congregações religiosas. Destacando-se os Jesuítas da Companhia de Jesus a 3 níveis:
Missionação (Ásia, América, Africa), Pregação (sermões do padre António Vieira) e Ensino.
Objetivo 16. Impacto da Contra-Reforma e da Reforma católica na sociedade portuguesa
A dureza com que foram aplicadas, em Portugal, as medidas da Contra-Reforma,
principalmente nas penas impostas pela Inquisição e aos Indexes portugueses, valeu-nos um
atraso cultural que se arrastou. A ação eficaz das autoridades portugueses que acatavam as
medidas repressivas emanadas em Roma provocou a fuga de inúmeras figuras da
intelectualidade e do panorama económico (judeus).
Unidade 5 – As novas representações da humanidade
5.1. O encontro de culturas e as dificuldades de aceitação do princípio da unidade
do género humano
Objetivo 1. A atitude dos Ibéricos face aos novos povos que as Descobertas marítimas lhes
desvendaram
O desconhecimento em relação aos povos que habitavamo mundo levouà criação de
mitossobre seresmonstruosos.Graças às Descobertasmarítimasde Portuguesese Espanhóis,
as ideias antigas, finalmente desmitificadas, deram lugar ao espanto e à curiosidade. Este
15. encontro criou a ocasião para registar, por escrito, e transmitir ao rei e aos habitantes da
metrópole as características fisionómicas e os costumes dos povos encontrados.
Objetivo 2. Encontro entre povos e os confrontos
A crença na superioridade da raça branca e da religião cristã foi o fundamento para as
atitudesde preconceitoe discriminaçãoque desde cedoenvolveramocontactoentre culturas.
O “outro” era constantemente interpretado à luz de uma perspetiva europocêntrica.
Para alémdestadesconfiançapeladiferença, umfatorentravouo encontro: o desnível
entre o poder do Europeu, baseado nas armas de fogo, e o poder do indígena, assegurado,
apenas, pelas armas tradicionais.
Objetivo 3/4. Prática da escravatura
Embora a prática da escravatura não fosse nova na Idade Moderna, a partir de 1448
inicia-se o tráfico de escravos africanos destinados aos trabalhos mais duros nas colónia
americanas e na Europa.
A justificação económica e a pretensa justificação moral constituíram as bases da
escravização e do completo desrespeito pelos direitos humanos que a acompanhou.
A brutalidade com que os detentores de terras espanhóis tratavam os amerindios,
sujeitando-os a trabalhos forçados, massacrando-os e desrespeitando a sua imensa riqueza
cultural e patrimonial,levantou a questão da legitimidade,ou não, de se condenar os índios à
escravização.
Defendendoaigualdade entretodosossereshumanos,de acordocomosprincípiosdo
Cristianismo,algunssacerdotesdaIgrejaCatólicaposicionaram-se em defesa clara dos índios.
Relativamente ao caso português, é incontornável a figura do Padre António Vieira
(jesuíta) nadefesadosíndiosdo Brasil,no séc.XVII.Ousoucontrariar o argumentoeconómico,
desafiando os colonos a desempenharem as funções habitualmente realizadas pelos índios, e
ameaçou abertamente com a condenação ao Inferno todos aqueles que oprimiam os índios,
frontalidade que lhe custou o encarceramento da Inquisição.
Objetivo 5. Processo de missionação posto em prática por Portugueses e Espanhóis
No processo das Descobertas, a motivação religiosa desempenhou um papel
importante.A Igrejasempre apoiouaexpansãoibéricadevidoàfunçãoevangelizadoraque lhe
era inerente. Assim, a Expansão foi subsidiada, em parte, pelas Ordens religiosas, que daí
retiravam influência em matéria religiosa sobre os territórios conquistados.
Porém,os missionáriosnãoexpandiamapenasareligiãocristã;incutiamtambém, pela
sua presença, a cultura do povo conquistador, do que resultou a adoção dos valores culturais
europeus.
Em numerosos casos, a evangelização foi exercida pelo uso da força.
Ao invés, ficaram famosas as atitudes de defesa e ensino dos povos indígenas da
América por parte de frades franciscanos, beneditos e jesuítas.
16. Objetivo 6. Miscigenação levada a cabo pela colonização ibérica
As uniões maritais entre diferentes grupos étnicos eram encorajadas pelos monarcas
Portuguesese Espanhóise peloclarodascolóniascomosobjetivosdefomentaroenraizamento
dos Portugueses nos territórios conquistadores e de obter maiores êxitos numa missionação
levada a cabo por sacerdotes indígenas.
Porém,estaestratégianemsempre surtiuefeito:osmestiçose osmulatoseramolhados
com preconceito e discriminação no acesso aos cargos eclesiásticos e civis.
11ºANO
Módulo 4: A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicos coloniais
Unidade 1 – A população da Europa nos séculos XVII XVIII: crises e crescimento
1.1. A evolução demográfica
Economia Pré-Industrial:
Base agrícola;
Evolução tecnológica lenta.
Agricultura (ocupava mais de 80% da mão-de-obra disponível):
Utensílios rudimentares;
Sem fertilizantes químicos;
Sem meios para combater as pragas;
Dependente da fertilidade dos solos;
Dependente do clima.
Tecnologia (era debilitada):
Condicionava a produção
o Impediu o seu aumento contínuo;
o Colocou um entrava aos recursos alimentares disponíveis e ao limite máximo do
numero de homens.
O equilíbrioentre os recursos alimentares e a população “rompia” com frequência: A morte
levava os mais desfavorecidos, criando picos súbitos na mortalidade.
Modelo Demográfico Antigo (até ao séc. XVII):
Elevada mortalidade;
Elevada mortalidade;
Crises demográficas periódicas;
17. Crescimento ligeiro ou estagnação.
Exemplo do séc. XVII (Século trágico)
Trilogia negra (fomes, pestes e guerras);
Frioextremo – Colheitasapodrecem –Preçoselevam-se (Inflação) –Crisesde subsistências
sucedem-se – mortes por fome;
Fomes – corpos debilitados – doenças – contágio mais rápido – Epidemias – mortes;
Guerras – Destruíam tudo à sua volta – morriam inocentes nas mãos de soldadoscruéis –
mortes (ex.: Guerra dos 30 anos);
Mortes – falta de mão-de-obra – pouca produção – Inflação – mortes.
Modelo Demográfico Novo (Séc. XVIII):
Diminuição da mortalidade:
o Revolução agrícola;
o Revolução Industrial;
o Desenvolvimento dos transportes (Menor dependência);
o Desenvolvimento da medicina (vacinas).
Crescimento demográfico:
o Diminuição das fomes e das doenças;
o Bom clima (boas colheitas).
Epidemias desaparecem:
o Generalização das quarentenas;
o Aumento dos cuidados higiénicos- sanitário;
o Descoberta da vacina.
Mais importância dada à infância:
o Prática médica no campo da obstetrícia (formação de parteiras);
o Criança torna-se o centro de atenções das famílias.
Rejuvenescimento da população:
o Aumento da Esperança média de vida.
18. Unidade 2 – A Europa dos Estados Absolutos e a Europa dos Parlamentos
2.1. Estratificação social e poder político nas sociedades do Antigo Regime (século
XVI – finais XVIII) ***
Objetivo 1. A sociedade do Antigo Regime
A Sociedade do Antigo Regime era constituída por 3 ordens ou estados, definidos pelo
nascimento e pelas funções sociais desempenhadas. A mobilidade era rara, devido à
hierarquização da sociedade.
Objetivo 2. As ordens (composição e estatuto)
Clero:
Considerado o mais digno devido à proximidade a Deus e por ser protetor de todas as
ordens;
Composto por elementos de todos os grupos sociais, dividindo-se em alto clero e baixo
clero;
Único grupo cujo estatuto não se adquiria pelo nascimento;
Tinha muitos privilégios: Tribunal próprio; isenção de impostos; direito de asilo; recebia a
dízima e as doações dos crentes por isso vivia em desafogo económico, e até de maneira
luxuosa; exercia cargos na administração.
Nobreza:
Retiravao seuenorme prestígiodaantiguidade dasua linhagem e da proximidade ao Rei;
Dedicava-se à carreira das armas (nobreza de sangue ou de espada) ou a cargos públicos
(nobreza de toga);
Ocupava os cargos mais elevados da administração e do exército;
Regime jurídico próprio;
Não pagava impostos ao Rei;
Detinha grandes propriedades;
Fornecia os elementos que integravam o alto clero.
Terceiro Estado:
Ordem mais heterogénea: elite burguesa, ofícios manuais; mendigos e vagabundos;
Dedicava-se principalmente à agricultura;
Pagava impostos.
Objetivo 3. Reconhecer, nos comportamentos, os valores da sociedade de ordens
Todosos comportamentosestavamrigidamenteestipuladosparacadauma das ordens
sociais. Assim, o estatuto jurídico, o vestuário, a alimentação, a forma de tratamento, etc.
deviam refletir a pertença a cada uma das ordens.
Esta preocupaçãoem tornar visível adiferenciaçãosocial exprimiaosprincipaisvalores
defendidosnasociedade de ordens:adefesadosprivilégiospelasordenssociaismaiselevadas
a primazia do nascimento como critério de distinção e a fraquíssima mobilidade social.
19. Objetivo 4. Vias de mobilidade social
As vias de mobilidade ascendente da burguesia eram, de forma geral, o estudo, o
casamento com nobreza, o dinheiro e a dedicação aos cargos do Estado (nobreza de toga –
títulos nobiliárquicos).
Objetivo 5. Características do poder absoluto
O AntigoRegime caracterizou-se,anível político,pelosistemade monarquiaabsoluta,
que atingiuoexpoentemáximonosséculosXVIIe XVIII.Assim, opoderdoRei tinha4atributos:
1. Era sagrado (Direito divino, só presta contas a Deus);
2. Era absoluto(Mas tem que assegurar a ordeme garantir os privilégiosdaIgrejae Nobreza.
Tem os 3 poderes – legislativo, judicial e executivo);
3. Era paternal (Tem que satisfazer as necessidades do seu povo);
4. Era sujeito à razão (sabedoria do rei).
Os monarcasabsolutosnãoreuniamosórgãosde representaçãodasociedade (Cortes),
apesar de eles existirem.
Objetivo 6. Papel desempenhado pela corte no regime absolutista
O rei utilizava a vida em corte para mais facilmente controlar a Nobreza e o Clero. A
sociedade de corte estava constantemente à vigilância deste.
Objetivo 7. Encenação do poder
Todosos atos quotidianosdorei eramritualizados,“encenados”de modoaendeusara
sua pessoa e a submeter as ordens sociais. Cada gesto tinha um significado social ou político,
pelo que, através da etiqueta, o Rei controlava a sociedade.
Objetivos.
Preponderância da nobreza fundiária: A restauração da independência, em 1640, por
iniciativa da nobreza, concedeu a estes grandes proprietários de terras um papel
social importante, reforçado pelos cargos na governação, na administração ultramarina e no
comércio.Assim,asociedadede ordens emPortugal caracteriza-sepelapreponderânciapolítica
da nobreza de sangue e pelo afastamento da burguesia do poder. A debilidade da burguesia
portuguesa deveu-se, em grande parte, à centralização das atividades mercantis nas mãos da
Coroa e da nobreza e à perseguição de judeus e cristãos-novos pela Inquisição.
O cavaleiro-mercador: Em Portugal, a nobreza mercantilizada (que se dedica ao comércio)
dá origem ao «cavaleiro-mercador», que investe os lucros do comércio não em atividades
produtivas mas em terras e bens de luxo. Isto tem duas consequências: a difícil afirmação da
burguesia portuguesa (que só no século XVIII, já com o Marquês de Pombal, ganhará
preponderância) e o atraso económico de Portugal em relação a outros países da Europa.
Relaçõesentre oaparelhoburocrático e a centralizaçãodo poder: AolongodosséculosXVII
e XVIII os reis portuguesesprocederam a uma centralização do poder: Século XVII - Depois do
domínio filipino, D. João IV reestrutura os órgãos da administração central para enfrentar a
guerra. Não sendo um rei de tipo absolutista criou órgãos em quem delegava poderes
20. (Secretariase Conselhos).AolongodoséculoXVIIasresoluçõestomadasemCortestinhamcada
vezmenosimportânciaparaa governaçãodo reino,que asua convocação foi-se tornandocada
vez mais rara (até se extinguirem, praticamente, a partir de 1697).Século XVIII - a figura mais
marcante do absolutismo português,o rei D. João V, teve um papel muito interveniente na
governação,remodelandoosórgãosdoaparelhode estadoe rodeando-sede colaboradoresde
confiança. Contudo, o Estado não se tornou mais eficiente para os súbditos: faltava a ligação
entre a administraçãocentral e a administraçãolocal e a dependênciade todasas decisõesda
aprovação do rei,tornava qualquerpedidonumprocessomuitolento.Naprática,a burocracia
afastava o povo do rei.
Características do absolutismo joanino: O fenómeno da “encenação do poder” também
estavapresente namonarquiaabsolutaportuguesa,emparticularno reinadode D. João V. Tal
como Luís XIV, D. João V realçava afigura régia através da magnificência (luxo) permitida pelo
ouro e diamantes do Brasil, da autoridade e da etiqueta, de que se salientam os seguintes
aspetos:
Subordinação das ordens sociais (não reúne Cortes);
Apoio às artes e às letras (criação da biblioteca da Universidade de Coimbra e da Real
Academia de História);
Enviode embaixadasaoestrangeiro;Distribuiçãodemoedasde ouropelapopulação(oque
lhe valeu o cognome de o Magnânimo, o generoso);
Política de grandes construções (em especial a do palácio-convento de Mafra, obra que se
tornou no símbolo do seu reinado).
2.2. A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
Objetivo 12. Fusão do poder político com o poder económico nas Províncias Unidas
Foi o dinheiro que abriu à burgueis das províncias unidas as portas da ascensão social.
Com o tempo, a ascensão da burguesia de negócios foi consolidada pela educação, pelos
casamento e pela dedicação aos cargos do Estado: graças à descentralização administrativa,
eram os chefes das famílias burguesas quem dominava os conselhos das cidades e das
províncias, formando uma elite governante.
Foram-se quebrando, assim, os princípios da sociedade de ordens baseados nos
privilégios do nascimento.
Objetivo 13. Teoria do mare liberum
O Tratadode Tordesilhas,de 1494, ratificouomonopóliode Espanhae de Portugal com
o mare clausum, restando a opção de corso aos outros estados.
A defesa do mare liberum era uma forma de legitimar as pretensões holandesas ao
comércio internacional, uma vez que o séc. XVII foi, para a Holanda, uma época de grande
prosperidade.
Objetivo 14. Acontecimentos importantes da história política inglesa (séc. XVII)
A luta histórica entre o povo – Parlamento – e os soberanos ingleses remonta à Idade Média
(Magna Carta). Porém, é no século XVII que vinga o Parlamentarismo inglês devido a 2
Revoluções:
21. 1. Instauração da República inglesa – Carlos I assinou a Petição dos Direitos (respeitar a
vontade popular),em1628,masnão acumpriu,factoque levouàsuamorte.Oseusucessor
foi Cromwell que instaurouumRepúblicarepressiva,que durouaté àsua morte (voltapara
a monarquia);
2. Revolução Gloriosa – 1688, Guilherme de Orange vence Jaime II e compromete-se a
respeitarsolenemente asliberdadesdopovoconsignadasna Bill of Rights (1689). Este texto
estabelecia limites ao poder real, protegendo os direitos dos súbditos.
Objetivo 15. Caráter liberal do regime parlamentar
O regime parlamentarassume-se comodefensordasliberdadespolíticas,económicase
religiosas. O cidadão, protegido das arbitrariedades do governo, substitui o súbdito, e os
poderes legislativos, executivo e judicial são divididos por vários órgãos do poder.
Objetivo 16. Filosofia política de Locke e o parlamentarismo inglês
JohnLocke – Justificaçãoteóricadoparlamentarismo:defendeque todososhomensse
encontramnaturalmente numestadode perfeitaliberdade e numestadode igualdade aoqual
renunciam, apenas, em favor da coletividade, quando se fazem representar pelos seus
governantes.
O poder supremo do Estado era o poder legislativo, exercido pelo Parlamente. Se o
poder legislativofosse exercido de maneira absoluta ou prejudicasse o bem comum, então os
governantes poderiam ser depostos.
Objetivo 17. Modelo sociopolítico absolutista VS modelo parlamentar
Modelo absolutista:
O Rei detém todo o poder (absoluto);
O Rei não convoca Cortes;
O Rei detém um poder sagrado, paternal, absoluto e submetido à razão;
O Rei encena o seu poder de modo a controlar as ordens privilegiadas;
Os cargos da chefia são entregues à nobreza e ao clero.
Modelo parlamentar:
O poder é repartido entre o Rei e o Parlamento;
O Parlamento ocupa o lugar central na estrutura governativa;
A burguesia ocupa cargos importantes na administração do Estado;
Os critérios sociais baseados no nascimento anulam-se.
Unidade 3 – O triunfo dos Estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII***
3.1. O reforço das economias nacionais e tentativas de controlo do comércio***
Objetivo 1. Princípios mercantilistas
O mercantilismo (riqueza e poder assenta na quantidade de metais preciosos) na foi a
doutrina económica vigente nos séculos XVI, XVII e XVIII. Princípios fundamentais:
22. Balança comercial positiva;
Protecionismo económico;
Fomento da produção industrial;
Regulamentação do comércio externo.
Objetivo 2. Coerência interna do mercantilismo
O mercantilismo foi o meio de fortalecer as monarquias e de aumentar a riqueza
nacional.A intervençãodoEstadonaeconomiaconsistiaemaumentaraquantidadede dinheiro
em circulação no reino; para atingir esse objetivo, a relação entre as importações e as
exportações devia ser favorável, de maneira a impedir a saída de metal precioso do país.
Para reforçar a restrição às importações, sobrecarregava-se de direitos alfandegários
(impostos) a entrada de produtos estrangeiros, o que tornava os produtos nacionais mais
baratos,logomaiscompetitivos(protecionismoeconómico).Oprotecionismoreforçava-se com
leis que impediam o uso de produtos de luxo importados (leis pragmáticas).
Objetivo 3/4. Mercantilismo de Cromwell VS mercantilismo de Colbert
O mercantilismofrancêsfoi implementadoporColbert(ministrodorei Luís XIV).A sua
política económica, muito dirigista, concedeu o principal relevo ao desenvolvimento das
manufaturas como meio de substituir as importações de produtos estrangeiros por produtos
franceses.OColbertismosalientou-se pelodesenvolvimentoda frotamercante e damarinhade
guerra e pela criação de companhias monopolistas.
Cromwell, chefe inglês, encarnou uma faceta do mercantilismo mais flexível, mas
igualmente empenhada na supremacia da economia nacional. As suas medidas económicas
valorizavam a marinha e o setor comercial (Atos de Navegação).
Mercantilismo francês – setor manufatureiro – medidas:
Criação de novas indústrias;
Importação de técnicas;
Criação de manufaturas reais;
Controlo da atividade industrial por inspetores do Estado
Mercantilismo inglês – setor comercial – medidas:
Publicação dos Atos de Navegação – apenas podiam entrar em Inglaterra as mercadorias
que fossem transportadas em barcos ingleses ou do país de origem;
Política de expansão comercial;
Criação de grandes companhias de comércio, entre as quais a Companhia das Índias
Orientais inglesa, que detinha o exclusivo de comércio com o Oriente e amplos poderes a
nível da administração, defesa e justiça.
Objetivo 5. Protecionismo económico e o agudizar das tensões internacionais
As medidas de caráter protecionista dos países mercantilistas levaram à contração do
comércio entre os países europeus. Como alternativa, esses países comerciav