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Valores, Vivências e
quotidianos da Idade Média
Introdução
Executei este trabalho sobre os “Valores, Vivências e Quotidiano da Idade Média” no âmbito da discip
História A, e com ele pretendo abordar conceitos como a experiência urbana da época medieval, a cu
profana nas cortes régias e a difusão do gosto e da prática de viagens neste período histórico.
Aprofundarei estes temas e tratarei, também, dos assuntos da arte, das mudanças na Igreja, da exp
ensino e a cultura medieval, e, desta forma, ampliarei as minhas noções sobre as atitudes e os aspe
intelectuais que fizeram com que a sociedade épica se avultasse, diferenciando a cultura popular da
erudita; tentarei desenvolver a minha capacidade de sensibilidade a nível artístico, através da identif
análise de obras de arte do período medieval; e valorizarei formas de organização colectivas da vida
sociedade.
No final deste documento está inserido em anexo, documentos referentes aos temas abordados.
Época Medieval
A época medieval teve uma duração de cerca de 1000 anos, é um período que divide a História, tend
a destituição do último imperador romano do Ocidente, em 476, e como final, a tomada de Constant
turcos em 1453. Esta época é um período longo, com inúmeras mutações históricas. É também iden
uma sociedade aristocrática e vassálica, tendo, como principal símbolo, o castelo.
A experiência urbana
Nos últimos séculos da Idade Média, a cidade tornou-se no centro mundano. Ao contrário do campo,
se um uma porta aberta para o futuro, com inovações, um mundo de negócios que fazem com que a
social, a vivência da religião, a cultura e arte sofram profundas reformas. Desta forma, são alterados
vivências quotidianas, que afectaram, claramente, o declínio da época medieval.
· Uma nova sensibilidade artística:
O Gótico
A burguesia era orgulhosa de si própria e da sua cidade, a qual dependia bastante de si, devido aos
portanto, existia uma espécie de “patriotismo local”, em que esta classe faz todos os esforços por to
cidade a mais bela, comparativamente às cidades vizinhas. Os burgueses contribuíam com quantias
(com o intuito de receber algum mérito ou honras) para as construções urbanas: muralhas, portas m
palácios, igrejas.
Então é criado um novo estilo artístico: o Gótico. Uma c ombinação engenhosa de componentes arqu
fazem com que estas construções sejam elevadas, com torres muito altas. Desta forma, as torres po
vistas ao longe, mostrando, assim, a importância daquele povo.
Embora este estilo tenha sido utilizado em diversas construções artísticas e civis, são as igrejas a qu
intimamente ligado, e as catedrais foram a sua melhor expressão.
A catedral, expoente do Gótico
De acordo com a finalidade espiritual procurada no estilo gótico, as catedrais deveriam possuir: uma
altitude e uma grande verticalidade (procurando atingir o Céu), luminosidade e uma plena continuida
início de seus pilares e o cume de suas abóbadas, o que lhes confere um exterior imponente e extrem
decorado, como a Catedral de Notre-Dame [ver Doc.2]. As igrejas góticas têm, também, um interior
elevado e luminoso, com formas arquitectónicas suaves, comparadas com os interiores robustos rom
compostas por grandes janelas, com vitrais, defendendo, assim, a divisa “Deus é luz”, como é visíve
exemplo, na capela gótica, Sainte-Chapelle, em Paris [Doc.3].
Os elementos construtivos
As características do estilo gótico estão ligadas aos seus marcantes elementos construtivos, como o
quebrado, a abóbada de cruzamento de ogivas e o arcobotante:
. arco quebrado: também podendo chamar-se arco gótico ou em ogiva, é alto, independentemente
sua base; usado em entradas e portais para lhes conferir verticalidade [Doc.4];
. abóbada de cruzamento de ogivas: derivada da abóbada de aresta românica, tem função deco
caracteriza-se pelos arcos de suporte (ogivas). Estas abóbadas são articuladas, compostas por tra
independentes) unidos. Estes suportam o peso da abóbada em quatro ângulos [Doc.4];
. arcobotante: este é composto por duas partes: o estribo (espécie de contraforte, às vezes encima
pináculo) e um ou mais arcos, que apoiam as paredes da nave central, para que estas tivessem p
espessura e fossem cobertas por vitrais [Doc.4].
Todas estas componentes decorativas conferem às catedrais góticas a sua magnificência e conformid
O “livro de imagens” da Cristandade
Durante o século XIII, a relação entre a escultura e a arquitectura é muito forte. Assim, decorando e
fachadas, portais e telhados, eram visíveis imagens.
Estas não demonstravam dinamismo e eram naturalistas; eram ordenadas e simétricas, destacando
edifícios aos quais se encontravam unidas. Revelam perfeição e qualidade nos modelos de rostos e v
eram vistas no Ocidente desde o decrescimento da arte romana, como é visível no Doc.5.
A escultura é, então, o “livro de imagens” da Cristandade. Para além do valor decorativo, as escultur
ao povo analfabeto da Idade Média a vida de Cristo e dos Santos, enquanto as gárgulas [Doc.6] aler
possibilidade de condenação do pecado.
Os vitrais também serviam de ensinamento àqueles que não sabia ler, pois retratavam os ensinamen
deviam seguir e aquilo em que deviam acreditar.
· As mutações da religiosidade: ordens mendicantes e confrarias
A cidade era um lugar de muitos contrastes. Com as actividades económicas a melhorarem, os ricos
cada vez mais riqueza e, consequentemente, havia rivalidade de poderes.
Em contraste a tamanha abundância, assistia-se a uma extrema miséria. Ao chegarem à cidade, os c
nem sempre encontravam trabalho e assim, sozinhos, viviam em condições de pobreza iguais ou pio
tinham quando chegaram à cidade.
Para acabar com a miséria, desenvolveram-se organismos de interdependência dirigidos à ajuda mút
da caridade. Muitas destas organizações devem-se às ordens mendicantes.
O papel das obras mendicantes
O clero, contrariando os dogmas primitivos de renúncia a bens materiais, de humildade, vivia ostent
que fez com que muitos crentes aderissem a heresias. Movimentos de refutação à vida eclesiástica d
retorno à humildade e pobreza originais, pregadas pelo cristianismo, nasceram dentro da própria Igr
mendicantes que mais influenciaram estes movimentos foram as de S. Francisco e S. Domingos.
S. Francisco [Doc.7], natural de Assis (Itália), fundou a Ordem dos Frades Menores, uma ordem hum
em pobreza absoluta. Sobreviviam diariamente graças ao seu trabalho e às esmolas (daí o termo me
Esta ordem dedicava-se à pregação e à ajuda de quem mais necessitava.
Os primeiros conventos Franciscanos fundaram-se desde muito cedo em Portugal. Primeiro em Alenq
Guimarães e logo depois em Lisboa e Coimbra. Salienta-se o de Leiria que servia de albergue a pere
mendigos.
S. Domingos de Gusmão, natural de Espanha, fundou, por sua vez, os Dominicanos e partilhava os m
de S. Francisco. Dando ênfase à pregação e tentando combater a heresia, dedicavam-se ao estudo d
As ordens mendicantes contribuíram assim para a renovação da fé cristã e para que os sentimentos
fraternidade e entreajuda fizessem parte da comunidade medieval. Assim, foram criadas as confraria
associações de socorro mútuo.
As confrarias
As confrarias eram associações de socorro mútuo, de carácter religioso e que se organizavam sob a
um santo. Mesmo em pequenas cidades podiam existir dezenas, pois ligavam vizinhos, pessoas com
mesmo santo, homens com a mesma ocupação profissional (os grupos profissionais organizavam-se
corporações), ou apenas pessoas que desejavam praticar a caridade. Dedicavam-se, portanto, à gen
como meio de minimizar a pobreza urbana.
Cada confraria tinha os seus estatutos, ou seja, definiam que tipo de ajuda deveria ser prestado: dis
esmolas, manutenção dos hospitais, etc. Para estas actividades, os fundos provinham das quotas an
obrigatórias de cada confrade, os mais ricos faziam também doações. Do dinheiro angariado era reti
parte para celebrações religiosas, como, por exemplo, procissões e festas ao santo padroeiro.
· A expansão do ensino elementar; a fundação de universidades
As primeiras escolas urbanas
Até ao séc. XI, a leitura e a escrita eram privilégios quase exclusivos aos clérigos. Os mosteiros tinha
bibliotecas e escolas monacais. Estas escolas foram diminuindo devido ao êxodo rural, pois estas ins
áreas rurais.
No séc. XI criaram-se as primeiras escolas urbanas, no centro das cidades, que, ainda sob a alçada d
destinavam, além de clérigos, à população leiga.
Com o desenvolvimento citadino, são necessários homens instruídos em letras para ocuparem cargo
notários e escrivães. Formavam-se novos médicos, legistas, futuros funcionários régios, ou seja, fun
que sejam capazes de planear e executar e de fazer novas tarefas em cidades que estavam em cres
registos mais rigorosos necessários na expansão das grandes companhias comerciais, foram criadas
mercantis, como em Londres, Lubeque, Veneza ou Florença, uma espécie de “escolas secundárias” q
Lógica e Gramática, ensinavam também Aritmética.
As universidades
Durante o século XII, algumas escolas catedralícias obtiveram fama internacional, o que atraía estud
Teologia, Medicina ou Direito. Porque era necessária uma organização mais rígida devido ao ensino t
mais complexo, criaram-se as universidades[7], que definiam objectivamente as matérias a estudar,
académicos e defendiam os seus membros. Duas das primeiras escolas catedrais a assumir este sist
organização foram a Bolonha (1088) e a de Notre-Dame (1158). Em 1231, Gregório IX determinou q
universidades estabeleceriam as suas próprias leis e regras, no que dizia respeito a cursos, estados e
(existiam os graus de bacharel, licenciado e doutor), desta forma, ficaram sob influência do Papa.
A universidade de Bolonha centralizou-se no ensino de Direito e a de Notre-Dame, em Paris, em Teo
Os estudos organizavam-se em faculdades, cada uma correspondente a um ramo de ensino; todas t
Artes que era a base dos estudos universitários. Depois de um curso de seis anos em Art es, iniciado
os 16 anos, atingia-se o grau de licenciado. Depois, era possível a especialização em Teologia (que p
até mais quinze anos), Medicina ou Direito (estes dois últimos exigiam mais seis anos de estudos). O
baseado em leitura e comentário, pelo mestre, dos escritos das autoridades no assunto frequentado.
A primeira universidade portuguesa
Em Portugal, D. Dinis apoiou alguns pedidos dos clérigos ao Papa para que criasse um Estudo Geral,
universidade [como é possível ver no Doc. 8]. Em 1290, foi fundada a primeira universidade portugu
Geral de Lisboa. Este funcionou com as faculdades de Artes, Direito Canónico, Leis e Medicina; o ens
Teologia continuou a ser proporcionado nas escolas dos mosteiros da Santa Cruz de Coimbra e Alcob
Em 1308, o rei transferiu o Estudo Geral para Coimbra, pois esta ocupava já uma posição de destaqu
panorama cultural português. Embora tenha sido transferida novamente para Lisboa, em 1537, a un
portuguesa fixou-se definitivamente em Coimbra, o que alterou a vida académica coimbrã até aos no
A cultura leiga e profana nas cortes régias e senhoriais
Com um clima de prosperidade e paz, as cidades renasceram e com elas, a cultura. O gosto por uma
erudita proliferou nas cidades (com as escolas e as universidades) mas também nas cortes régias e s
rudeza dá lugar à cortesia e os nobres tornam-se cavaleiros ideais: bons e corajosos, defendem a ca
e cortejam as damas de acordo com o amor cortês. Nesta cultura, a literatura assume um papel cen
assim se espalharam os ideais cavaleirescos, cantaram-se sentimentos e honraram-se as memórias
antepassados e de grandes feitos praticados.
· O ideal de cavalaria
Nasce o ideal do perfeito cavaleiro, com que toda a nobreza se identificava.
Para atingir esse estatuto, era necessário ser filho de um nobre e ser honrado, corajoso e leal para c
senhor; piedoso e justo. O cavaleiro tem como fundador o arcanjo S. Miguel e por isso lutam por Cri
portanto, modelos espirituais, mas também humanos, como grandes figuras da Antiguidade ou o len
Artur.
Os serões das cortes eram ocupados com a leitura de narrativas de cavalaria. As novelas arturiana s
importantes na formação de narrativas deste género.
Antes de ser armado cavaleiro, um jovem tinha de ter uma educação rigorosa, prestar provas da sua
destreza e só depois possuía a honra de um cavaleiro, pertencendo, então, a uma das muitas ordens
que cresciam na Europa.
A educação cavaleiresca
Nos primeiros anos de vida, o rapaz era cuidado pela mãe e depois seguia para uma “casa grande”,
senhor, onde servia, durante sete anos, como pajem, iniciando-se na equitação e no manuseamento
adolescência, já conhecia a arte de cavalgar e tornava-se escudeiro, ou seja, durante mais sete anos
cavaleiro nas suas expedições, tratava do seu cavalo e das armas. Durante estes anos, o jovem trein
futuro, se tornar cavaleiro.
Como treino físico eram praticados desportos como a caça, os torneios e as justas. A caça, sobretudo
em que perseguiam grandes animais, obrigava a cavalgadas nos bosques; no entanto os torneios era
mais apreciados, simulando combates amigáveis entre dois grupos de cavaleiros.
Após cerca de 14 anos de aprendizagem o jovem proferia os votos de cavalaria: sagrados e de grand
espiritual. O jovem passava por um ritual solene que incluía uma noit e de vigília na igreja, uma miss
comunhão, para que pudesse purificar a alma. Para purificar o corpo, tomava um banho simbólico. A
ritual, recebia as esporas de cavaleiro e a espada, símbolo de direito e dever de combater, ingressan
numa ordem de cavalaria.
· O amor cortês
O código da cavalaria integrava também um código de amor: conjunto de normas que explica como
amor e define-o como uma parte importante na vida de um cavaleiro que é um herói que serve por a
O conceito do amor cortês foi desenvolvido entre os aristocratas franceses durante o ano 1100. No a
um homem devota uma grande paixão a dama. Por causa do costume medieval, onde quase todos o
eram feitos por interesse, o amor cortês funcionava como o único e verdadeiro sentimento na vida d
pessoas. Conforme mostra no Doc.9, autores medievais, artistas, e trovadores inspiravam-se no amo
tema principal na maior parte de seus trabalhos. É um amor essencialmente espiritual.
O homem mantém uma atitude de veneração perante a Dama; é educado e requintado. A mulher, p
corresponde aos ideais de perfeição a nível físico e espiritual.
A influência da literatura
Nas cortes, assistiam-se a espectáculos de jograis que recitavam e cantavam poemas dos trovadores
pertenciam, na maioria, à nobreza. Este tipo de poesia amorosa chamava-se poesia trovadoresca (d
provençal, francesa, espalhou-se pela Europa), foi a primeira manifestação literária portuguesa.
O Romance da Rosa, alegoria ao amor, é também um documento sobre o tema do amor; nele, a ros
mulher, que só pode ser «colhida» depois de duas provas prestadas pelo cavaleiro. Este romance foi
durante dois séculos e serviu de culto (apesar de muita polémica) entre os homens mais enobrecidos
Na Península Ibérica, D. Afonso X, o Sábio (1221-1284), rei de Castela e avô de D. Dinis, iniciou a lit
galaico-portuguesa com as cantigas de amigos e as cantigas de amor [ver Doc.10].
É possível concluir que o amor foi, portanto, um elemento fundamental na cultura erudita da Idade M
para muitos, um código de vida e, até um ideal de vida.
· O culto da memória dos antepassados
Nos Livros de Linhagens, os antepassados nobres eram recordados pelas famílias suas famílias, assim
grandiosos feitos que praticaram e isso enaltecia aquela linhagem, aquela família.
Esta literatura genealógica difundiu-se pela nobreza europeia nos séculos XIII e XIV. Em Portugal, D
de Barcelos, filho ilegítimo de D. Dinis, foi quem deu autoria a um dos mais importantes livros de linh
Livro de Linhagens do Conde D. Pedro. Neste livro, inserem-se narrativas históricas como batalhas im
mas também lendas de tradição oral, com personagens fantásticas, o que lhe confere um carácter lit
[Doc.11].
A difusão do gosto e da prática das viagens
Nos séculos XIII e XIV, antigas barreiras geográficas foram quebradas, graças ao comércio. Viajava -
lugares mais longínquos e, até, para a Ásia.
Mercadores, missionários, peregrinos, diplomatas, cavaleiros que partem à procura de uma vida melh
portas do mundo através de viagens, preparando assim, a Europa para os Descobrimentos.
· Viagens de negócios e missões polític o-diplomáticas
Os negociantes eram grandes viajantes, em busca de melhores locais para expandirem o seu comérc
existência de riscos, como roubo ou destruição de mercadoria. São então elaborados, pelos mercado
que conheciam várias línguas, dicionários e guias de viagem.
Os italianos foram os primeiros a ousar percorrer o continente asiático, tendo sido bem recebidos e e
negócios.
Marco Polo, filho de Niccolò Polo, chegou a Pequim em 1271, com apenas vinte e um anos. Graças à
faculdades diplomáticas e linguísticas, foi honrado pelo Imperador e até nomeado governador de um
províncias [Doc.12].
Vinte anos depois, volta ao seu país e escreve O Livro de Marco Polo, mundialmente conhecido, onde
suas aventuras, os povos orientais e as maravilhas das suas terras. Este foi o impulsionador dos port
que, dois séculos depois, iniciassem os Descobrimentos.
Com o desenvolvimento do comércio, as viagens político-diplomáticas passaram a ser efectuadas po
em nome dos reis – embaixadores.
Roma era o local onde todos os embaixadores se encontravam e o Papa passou, assim, a ser o interm
os Estados.
· Romarias e peregrinações
Na Época Medieval, a religião ajudou também a quebrar fronteiras graças aos rituais religiosos, como
peregrinações.
As igrejas, capelas e ermidas eram objectos de adoração, quer devido às relíquias que guardavam, q
imagens dos santos milagrosos, ou pela devoção ao seu santo padroeiro. Eram então f eitas peregrina
cumprimento de promessas, em busca de ajuda espiritual ou simplesmente pela fé religiosa.
As romarias eram pequenas viagens até ao destino religioso pretendido; feitas em honra de um sant
fixa do ano, onde participava o povo de zonas vizinhas, com carácter não só religioso mas também lú
13].
Já no santuário, pagavam-se as promessas, participavam em missas e geralmente em procissões. Ap
para realizar negócios nas feiras, trocavam notícias, cantavam, dançavam e vivia-se ambientes festi
As romarias tornaram-se assim em manifestações importantes na cultura popular, chegando até aos
Ao invés das pequenas romarias, realizavam-se as grandes peregrinações, de tradição judaico-cristã
grandes grupos de pessoas com um destino predefinido. Nestas peregrinações participavam homens
crianças e idosos, doentes e sãos; também grandes senhores participavam, a cavalo, levando uma c
pé, juntamente com a população humilde.
Os lugares de destaque das peregrinações eram Jerusalém (local da morte de Cristo); Roma, onde s
papado e onde S. Pedro morreu mártir; e Santiago de Compostela, onde no século IX se encontrou o
apóstolo S. Tiago.
Jerusalém era a viagem mais longa e mais perigosa, mas acreditava-se que quem lá fosse se redimia
seus pecados.
A população da Europa Ocidental visitava, frequentemente, Santiago de Compostela, acreditando em
milagrosos de cura. Multiplicaram-se os santuários e foram criados mosteiros, albergarias e hospitais
aos peregrinos, oferecendo-lhes local de repouso, água e comida.
Como estas peregrinações eram preparadas com antecedência, originaram-se guias especializados, c
de Santiago, que descrevia os roteiros, media as distâncias, ensinava a ultrapassar alguns acidentes
descreia os santuários a visitar e outros detalhes de utilidade. Acautelava sobre a compra de falsas r
as excessivas portagens em alguns rios e reprovava todos aqueles que se aproveitavam da boa fé do
para enriquecerem.
Assim que chegassem ao destino pretendido, eram abençoados e as misericórdias próprias de cada l
uma missa pro peregrinantibus. Passavam, então, muito tempo na igreja, rezavam o mais próximo p
relíquias milagrosas ou dos túmulos dos santos, para melhor se fortalecerem espiritualmente. Pagav
promessas e regressavam a casa, para mais uns dias ou até meses de viagem, cansados fisicamente
agradecidos e fortificados pelo espírito cristão.
Doc. 6 – Escultura de uma gárgula, que adornava o exterior das catedrais.
Doc. 7 – S. Francisco de Assis.
A Universidade de Lisboa
Ao Santíssimo Padre (…) nós, o abade de Alcobaça, o prior de Santa Cruz de Coimbra, o prior de S. V
Lisboa e outros clérigos do reino de Portugal e do Algarve (…) consideramos ser muito conveniente t
Geral de Ciências, por vermos que à falta dele, muitos não ousam e temem ir estudar para outras pa
muitas despesas e perigos da vida. Por estas causas, rogamos a D. Dinis (…) que se dignasse ordena
Estudo Geral na cidade de Lisboa. (…) Assentou-se que o salário dos mestres e doutores se pagasse
dos nossos mosteiros e igrejas. (…) Recorremos a Vossa Santidade pedindo-lhe humildemente que q
confirmar uma obra tão louvável.
Carta ao Papa Nicolau IV, 1288 (adaptado)
Doc. 8 – Carta enviada por alguns clérigos ao Papa Nicolau IV, pedindo a fundação de um Estudo Geral em Po
Doc. 9 – Damas e Cavaleiros dançando no jardim. Miniatura de O Romance da Rosa – 1490-1500.
Cantar de Amor
Quer’ eu en maneira de proençal
fazer agora um cantar d’amor
e querrei muit’ i loar mha senhor,
a que prez nen fremusura non fal,
nen bondade, e mais vos direi en:
tanto a fez Deus comprida de bem
que mais que todas las do mundo val.
Ca mha senhor quiso Deus fazer tal
quando a fez, que a fez sabedor
de todo bem e de mui gran valor
e com tod[o] est’é mui comunal,
ali u deve; er deu-lhi bem sen
e des i non lhi fez pouco de ben,
quando non quis que lh’ outra foss’ igual.
Ca en mha senhor nunca Deus pôs mal,
mais põs prez e beldad’ e loor
e falar mui bem e riir melhor
que outra molher; des i é leal
muit’, e por esto non sei oj’ eu quen
possa compridamente no seu bem
falar, ca non á, tra-lo seu bem, al.
D. Denis, CV 123, CBN 485, ALC
Doc. 10 – Cantiga de Amor do Rei D. Dinis – Lírica Trovadoresca.
Doc. 11 – Iluminura do anterrosto do Livro de Linhagens do Conde Dom Pedro, datada do século XVII, inserida numa cóp
início do século XVI.
Doc. 12 – Percurso de Marco Polo na China.
Doc. 13 – Danças populares – iluminura de um missal francês da segunda metade do século XV.
Cantiga de Romaria
Pois nossas madres vam a San Simon
de Val de Prados, candeas queimar,
nós, as meninhas, punhemos d’andar
com nossas madres, e elas enton
queimem candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.
Nossos amigos todos lá iran
por nos veer, e andaremos nós
bailand’ ant’ eles, fremosas [en] cós,
e nossas madres, pois que lá van,
queimem candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.
Nossos amigos iran por cousir
como bailamos, e podem veer
bailar moças de bom parecer,
e nossas madres, pois lá queren ir,
queimem candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.
Pero de Viviães, CV 336, CBN 698, ALC
Doc. 14 – Cantiga de romaria de Pero de Viviães, século XIII (pág.9).
Conclusão
Com a realização deste trabalho prático sobre “Valores, Vivências e Quotidiano da Idade Média”, des
minhas capacidades a vários níveis. Os objectivos a que me propus no início deste projecto foram at
isso, agora sou capaz de identificar elementos artísticos góticos da Época Medieval; compreendo mel
sociedade estava organizada de acordo com os seus padrões de cultura, quer popular, quer erudita;
Europa que funcionava em conjunto.
Ao aprofundar os meus conhecimentos sobre Arte, idealizo, mais fielmente, a “imagem” gótica da Id
visível nas cidades, através de edifícios como catedrais, que deixavam a população de uma cidade or
mesma.
As mudanças na Igreja conduziram à criação de obras mendicantes, que pregavam os verdadeiros s
Cristandade: humildade e pobreza; e as confrarias que tiveram um papel importante nas cidades me
forma de solidariedade.
Quanto à expansão do ensino, a criação de um «ensino secundário» e de universidades foi uma mais
cultural, que ajudou no desenvolvimento da Europa, tornando a população mais instruída pois já era
possível estudar Direito, Medicina, Teologia.
Isto fez com que as atitudes e os aspectos culturais da época se engrandecessem, traduzindo numa
entre a cultura popular e a cultura erudita, desta forma criando ideias de perfeição: ideal do perfeito
amor ideal, o amor cortês; o que enalteceu a literatura portuguesa com as cantigas e os livros de lin
prestavam culto aos antepassados de uma família, recordando os seus grandes feitos praticados e co
o país, como forma de dignificação dessa mesma família nobre.
A difusão e a prática de viagens possibilitou a comunicação entre a Europa e a Ásia, amplificou os ne
mercantis e deixou a Europa, principalmente os portugueses (que dois séculos depois da edição do L
Polo iniciaram os Descobrimentos) a sonhar com um mundo novo, cheio de possibilidades e riquezas
A religião Cristã trouxe também povos de várias zonas da Europa a lugares santos como centros de
milagrosos. A cultura popular era vista em romarias – viagens pequenas até um local sagrado, com
rituais, bailes, feiras – e peregrinações – viagens que duravam dias ou meses, também com o intuito
locais sagrados em busca de ajuda, de alívio para doenças.
Como disse Cícero, filósofo romano (século I a.C.): "Não saber o que aconteceu antes do teu nascim
para ti a mesma coisa que permanecer criança para sempre", é essencial conhecermos a nossa histó
que nos trouxeram ao que somos hoje e o que fez com que a sociedade evoluísse em vários níveis: c
religioso.

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Valores

  • 1. Valores, Vivências e quotidianos da Idade Média Introdução Executei este trabalho sobre os “Valores, Vivências e Quotidiano da Idade Média” no âmbito da discip História A, e com ele pretendo abordar conceitos como a experiência urbana da época medieval, a cu profana nas cortes régias e a difusão do gosto e da prática de viagens neste período histórico. Aprofundarei estes temas e tratarei, também, dos assuntos da arte, das mudanças na Igreja, da exp ensino e a cultura medieval, e, desta forma, ampliarei as minhas noções sobre as atitudes e os aspe intelectuais que fizeram com que a sociedade épica se avultasse, diferenciando a cultura popular da erudita; tentarei desenvolver a minha capacidade de sensibilidade a nível artístico, através da identif análise de obras de arte do período medieval; e valorizarei formas de organização colectivas da vida sociedade. No final deste documento está inserido em anexo, documentos referentes aos temas abordados. Época Medieval A época medieval teve uma duração de cerca de 1000 anos, é um período que divide a História, tend a destituição do último imperador romano do Ocidente, em 476, e como final, a tomada de Constant turcos em 1453. Esta época é um período longo, com inúmeras mutações históricas. É também iden uma sociedade aristocrática e vassálica, tendo, como principal símbolo, o castelo. A experiência urbana Nos últimos séculos da Idade Média, a cidade tornou-se no centro mundano. Ao contrário do campo, se um uma porta aberta para o futuro, com inovações, um mundo de negócios que fazem com que a social, a vivência da religião, a cultura e arte sofram profundas reformas. Desta forma, são alterados vivências quotidianas, que afectaram, claramente, o declínio da época medieval. · Uma nova sensibilidade artística: O Gótico A burguesia era orgulhosa de si própria e da sua cidade, a qual dependia bastante de si, devido aos portanto, existia uma espécie de “patriotismo local”, em que esta classe faz todos os esforços por to
  • 2. cidade a mais bela, comparativamente às cidades vizinhas. Os burgueses contribuíam com quantias (com o intuito de receber algum mérito ou honras) para as construções urbanas: muralhas, portas m palácios, igrejas. Então é criado um novo estilo artístico: o Gótico. Uma c ombinação engenhosa de componentes arqu fazem com que estas construções sejam elevadas, com torres muito altas. Desta forma, as torres po vistas ao longe, mostrando, assim, a importância daquele povo. Embora este estilo tenha sido utilizado em diversas construções artísticas e civis, são as igrejas a qu intimamente ligado, e as catedrais foram a sua melhor expressão. A catedral, expoente do Gótico De acordo com a finalidade espiritual procurada no estilo gótico, as catedrais deveriam possuir: uma altitude e uma grande verticalidade (procurando atingir o Céu), luminosidade e uma plena continuida início de seus pilares e o cume de suas abóbadas, o que lhes confere um exterior imponente e extrem decorado, como a Catedral de Notre-Dame [ver Doc.2]. As igrejas góticas têm, também, um interior elevado e luminoso, com formas arquitectónicas suaves, comparadas com os interiores robustos rom compostas por grandes janelas, com vitrais, defendendo, assim, a divisa “Deus é luz”, como é visíve exemplo, na capela gótica, Sainte-Chapelle, em Paris [Doc.3]. Os elementos construtivos As características do estilo gótico estão ligadas aos seus marcantes elementos construtivos, como o quebrado, a abóbada de cruzamento de ogivas e o arcobotante: . arco quebrado: também podendo chamar-se arco gótico ou em ogiva, é alto, independentemente sua base; usado em entradas e portais para lhes conferir verticalidade [Doc.4]; . abóbada de cruzamento de ogivas: derivada da abóbada de aresta românica, tem função deco caracteriza-se pelos arcos de suporte (ogivas). Estas abóbadas são articuladas, compostas por tra independentes) unidos. Estes suportam o peso da abóbada em quatro ângulos [Doc.4]; . arcobotante: este é composto por duas partes: o estribo (espécie de contraforte, às vezes encima pináculo) e um ou mais arcos, que apoiam as paredes da nave central, para que estas tivessem p espessura e fossem cobertas por vitrais [Doc.4]. Todas estas componentes decorativas conferem às catedrais góticas a sua magnificência e conformid O “livro de imagens” da Cristandade Durante o século XIII, a relação entre a escultura e a arquitectura é muito forte. Assim, decorando e fachadas, portais e telhados, eram visíveis imagens.
  • 3. Estas não demonstravam dinamismo e eram naturalistas; eram ordenadas e simétricas, destacando edifícios aos quais se encontravam unidas. Revelam perfeição e qualidade nos modelos de rostos e v eram vistas no Ocidente desde o decrescimento da arte romana, como é visível no Doc.5. A escultura é, então, o “livro de imagens” da Cristandade. Para além do valor decorativo, as escultur ao povo analfabeto da Idade Média a vida de Cristo e dos Santos, enquanto as gárgulas [Doc.6] aler possibilidade de condenação do pecado. Os vitrais também serviam de ensinamento àqueles que não sabia ler, pois retratavam os ensinamen deviam seguir e aquilo em que deviam acreditar. · As mutações da religiosidade: ordens mendicantes e confrarias A cidade era um lugar de muitos contrastes. Com as actividades económicas a melhorarem, os ricos cada vez mais riqueza e, consequentemente, havia rivalidade de poderes. Em contraste a tamanha abundância, assistia-se a uma extrema miséria. Ao chegarem à cidade, os c nem sempre encontravam trabalho e assim, sozinhos, viviam em condições de pobreza iguais ou pio tinham quando chegaram à cidade. Para acabar com a miséria, desenvolveram-se organismos de interdependência dirigidos à ajuda mút da caridade. Muitas destas organizações devem-se às ordens mendicantes. O papel das obras mendicantes O clero, contrariando os dogmas primitivos de renúncia a bens materiais, de humildade, vivia ostent que fez com que muitos crentes aderissem a heresias. Movimentos de refutação à vida eclesiástica d retorno à humildade e pobreza originais, pregadas pelo cristianismo, nasceram dentro da própria Igr mendicantes que mais influenciaram estes movimentos foram as de S. Francisco e S. Domingos. S. Francisco [Doc.7], natural de Assis (Itália), fundou a Ordem dos Frades Menores, uma ordem hum em pobreza absoluta. Sobreviviam diariamente graças ao seu trabalho e às esmolas (daí o termo me Esta ordem dedicava-se à pregação e à ajuda de quem mais necessitava. Os primeiros conventos Franciscanos fundaram-se desde muito cedo em Portugal. Primeiro em Alenq Guimarães e logo depois em Lisboa e Coimbra. Salienta-se o de Leiria que servia de albergue a pere mendigos. S. Domingos de Gusmão, natural de Espanha, fundou, por sua vez, os Dominicanos e partilhava os m de S. Francisco. Dando ênfase à pregação e tentando combater a heresia, dedicavam-se ao estudo d As ordens mendicantes contribuíram assim para a renovação da fé cristã e para que os sentimentos fraternidade e entreajuda fizessem parte da comunidade medieval. Assim, foram criadas as confraria associações de socorro mútuo.
  • 4. As confrarias As confrarias eram associações de socorro mútuo, de carácter religioso e que se organizavam sob a um santo. Mesmo em pequenas cidades podiam existir dezenas, pois ligavam vizinhos, pessoas com mesmo santo, homens com a mesma ocupação profissional (os grupos profissionais organizavam-se corporações), ou apenas pessoas que desejavam praticar a caridade. Dedicavam-se, portanto, à gen como meio de minimizar a pobreza urbana. Cada confraria tinha os seus estatutos, ou seja, definiam que tipo de ajuda deveria ser prestado: dis esmolas, manutenção dos hospitais, etc. Para estas actividades, os fundos provinham das quotas an obrigatórias de cada confrade, os mais ricos faziam também doações. Do dinheiro angariado era reti parte para celebrações religiosas, como, por exemplo, procissões e festas ao santo padroeiro. · A expansão do ensino elementar; a fundação de universidades As primeiras escolas urbanas Até ao séc. XI, a leitura e a escrita eram privilégios quase exclusivos aos clérigos. Os mosteiros tinha bibliotecas e escolas monacais. Estas escolas foram diminuindo devido ao êxodo rural, pois estas ins áreas rurais. No séc. XI criaram-se as primeiras escolas urbanas, no centro das cidades, que, ainda sob a alçada d destinavam, além de clérigos, à população leiga. Com o desenvolvimento citadino, são necessários homens instruídos em letras para ocuparem cargo notários e escrivães. Formavam-se novos médicos, legistas, futuros funcionários régios, ou seja, fun que sejam capazes de planear e executar e de fazer novas tarefas em cidades que estavam em cres registos mais rigorosos necessários na expansão das grandes companhias comerciais, foram criadas mercantis, como em Londres, Lubeque, Veneza ou Florença, uma espécie de “escolas secundárias” q Lógica e Gramática, ensinavam também Aritmética. As universidades Durante o século XII, algumas escolas catedralícias obtiveram fama internacional, o que atraía estud Teologia, Medicina ou Direito. Porque era necessária uma organização mais rígida devido ao ensino t mais complexo, criaram-se as universidades[7], que definiam objectivamente as matérias a estudar, académicos e defendiam os seus membros. Duas das primeiras escolas catedrais a assumir este sist organização foram a Bolonha (1088) e a de Notre-Dame (1158). Em 1231, Gregório IX determinou q universidades estabeleceriam as suas próprias leis e regras, no que dizia respeito a cursos, estados e (existiam os graus de bacharel, licenciado e doutor), desta forma, ficaram sob influência do Papa.
  • 5. A universidade de Bolonha centralizou-se no ensino de Direito e a de Notre-Dame, em Paris, em Teo Os estudos organizavam-se em faculdades, cada uma correspondente a um ramo de ensino; todas t Artes que era a base dos estudos universitários. Depois de um curso de seis anos em Art es, iniciado os 16 anos, atingia-se o grau de licenciado. Depois, era possível a especialização em Teologia (que p até mais quinze anos), Medicina ou Direito (estes dois últimos exigiam mais seis anos de estudos). O baseado em leitura e comentário, pelo mestre, dos escritos das autoridades no assunto frequentado. A primeira universidade portuguesa Em Portugal, D. Dinis apoiou alguns pedidos dos clérigos ao Papa para que criasse um Estudo Geral, universidade [como é possível ver no Doc. 8]. Em 1290, foi fundada a primeira universidade portugu Geral de Lisboa. Este funcionou com as faculdades de Artes, Direito Canónico, Leis e Medicina; o ens Teologia continuou a ser proporcionado nas escolas dos mosteiros da Santa Cruz de Coimbra e Alcob Em 1308, o rei transferiu o Estudo Geral para Coimbra, pois esta ocupava já uma posição de destaqu panorama cultural português. Embora tenha sido transferida novamente para Lisboa, em 1537, a un portuguesa fixou-se definitivamente em Coimbra, o que alterou a vida académica coimbrã até aos no A cultura leiga e profana nas cortes régias e senhoriais Com um clima de prosperidade e paz, as cidades renasceram e com elas, a cultura. O gosto por uma erudita proliferou nas cidades (com as escolas e as universidades) mas também nas cortes régias e s rudeza dá lugar à cortesia e os nobres tornam-se cavaleiros ideais: bons e corajosos, defendem a ca e cortejam as damas de acordo com o amor cortês. Nesta cultura, a literatura assume um papel cen assim se espalharam os ideais cavaleirescos, cantaram-se sentimentos e honraram-se as memórias antepassados e de grandes feitos praticados. · O ideal de cavalaria Nasce o ideal do perfeito cavaleiro, com que toda a nobreza se identificava. Para atingir esse estatuto, era necessário ser filho de um nobre e ser honrado, corajoso e leal para c senhor; piedoso e justo. O cavaleiro tem como fundador o arcanjo S. Miguel e por isso lutam por Cri portanto, modelos espirituais, mas também humanos, como grandes figuras da Antiguidade ou o len Artur. Os serões das cortes eram ocupados com a leitura de narrativas de cavalaria. As novelas arturiana s importantes na formação de narrativas deste género. Antes de ser armado cavaleiro, um jovem tinha de ter uma educação rigorosa, prestar provas da sua destreza e só depois possuía a honra de um cavaleiro, pertencendo, então, a uma das muitas ordens que cresciam na Europa.
  • 6. A educação cavaleiresca Nos primeiros anos de vida, o rapaz era cuidado pela mãe e depois seguia para uma “casa grande”, senhor, onde servia, durante sete anos, como pajem, iniciando-se na equitação e no manuseamento adolescência, já conhecia a arte de cavalgar e tornava-se escudeiro, ou seja, durante mais sete anos cavaleiro nas suas expedições, tratava do seu cavalo e das armas. Durante estes anos, o jovem trein futuro, se tornar cavaleiro. Como treino físico eram praticados desportos como a caça, os torneios e as justas. A caça, sobretudo em que perseguiam grandes animais, obrigava a cavalgadas nos bosques; no entanto os torneios era mais apreciados, simulando combates amigáveis entre dois grupos de cavaleiros. Após cerca de 14 anos de aprendizagem o jovem proferia os votos de cavalaria: sagrados e de grand espiritual. O jovem passava por um ritual solene que incluía uma noit e de vigília na igreja, uma miss comunhão, para que pudesse purificar a alma. Para purificar o corpo, tomava um banho simbólico. A ritual, recebia as esporas de cavaleiro e a espada, símbolo de direito e dever de combater, ingressan numa ordem de cavalaria. · O amor cortês O código da cavalaria integrava também um código de amor: conjunto de normas que explica como amor e define-o como uma parte importante na vida de um cavaleiro que é um herói que serve por a O conceito do amor cortês foi desenvolvido entre os aristocratas franceses durante o ano 1100. No a um homem devota uma grande paixão a dama. Por causa do costume medieval, onde quase todos o eram feitos por interesse, o amor cortês funcionava como o único e verdadeiro sentimento na vida d pessoas. Conforme mostra no Doc.9, autores medievais, artistas, e trovadores inspiravam-se no amo tema principal na maior parte de seus trabalhos. É um amor essencialmente espiritual. O homem mantém uma atitude de veneração perante a Dama; é educado e requintado. A mulher, p corresponde aos ideais de perfeição a nível físico e espiritual. A influência da literatura Nas cortes, assistiam-se a espectáculos de jograis que recitavam e cantavam poemas dos trovadores pertenciam, na maioria, à nobreza. Este tipo de poesia amorosa chamava-se poesia trovadoresca (d provençal, francesa, espalhou-se pela Europa), foi a primeira manifestação literária portuguesa. O Romance da Rosa, alegoria ao amor, é também um documento sobre o tema do amor; nele, a ros mulher, que só pode ser «colhida» depois de duas provas prestadas pelo cavaleiro. Este romance foi durante dois séculos e serviu de culto (apesar de muita polémica) entre os homens mais enobrecidos Na Península Ibérica, D. Afonso X, o Sábio (1221-1284), rei de Castela e avô de D. Dinis, iniciou a lit galaico-portuguesa com as cantigas de amigos e as cantigas de amor [ver Doc.10].
  • 7. É possível concluir que o amor foi, portanto, um elemento fundamental na cultura erudita da Idade M para muitos, um código de vida e, até um ideal de vida. · O culto da memória dos antepassados Nos Livros de Linhagens, os antepassados nobres eram recordados pelas famílias suas famílias, assim grandiosos feitos que praticaram e isso enaltecia aquela linhagem, aquela família. Esta literatura genealógica difundiu-se pela nobreza europeia nos séculos XIII e XIV. Em Portugal, D de Barcelos, filho ilegítimo de D. Dinis, foi quem deu autoria a um dos mais importantes livros de linh Livro de Linhagens do Conde D. Pedro. Neste livro, inserem-se narrativas históricas como batalhas im mas também lendas de tradição oral, com personagens fantásticas, o que lhe confere um carácter lit [Doc.11]. A difusão do gosto e da prática das viagens Nos séculos XIII e XIV, antigas barreiras geográficas foram quebradas, graças ao comércio. Viajava - lugares mais longínquos e, até, para a Ásia. Mercadores, missionários, peregrinos, diplomatas, cavaleiros que partem à procura de uma vida melh portas do mundo através de viagens, preparando assim, a Europa para os Descobrimentos. · Viagens de negócios e missões polític o-diplomáticas Os negociantes eram grandes viajantes, em busca de melhores locais para expandirem o seu comérc existência de riscos, como roubo ou destruição de mercadoria. São então elaborados, pelos mercado que conheciam várias línguas, dicionários e guias de viagem. Os italianos foram os primeiros a ousar percorrer o continente asiático, tendo sido bem recebidos e e negócios. Marco Polo, filho de Niccolò Polo, chegou a Pequim em 1271, com apenas vinte e um anos. Graças à faculdades diplomáticas e linguísticas, foi honrado pelo Imperador e até nomeado governador de um províncias [Doc.12]. Vinte anos depois, volta ao seu país e escreve O Livro de Marco Polo, mundialmente conhecido, onde suas aventuras, os povos orientais e as maravilhas das suas terras. Este foi o impulsionador dos port que, dois séculos depois, iniciassem os Descobrimentos. Com o desenvolvimento do comércio, as viagens político-diplomáticas passaram a ser efectuadas po em nome dos reis – embaixadores. Roma era o local onde todos os embaixadores se encontravam e o Papa passou, assim, a ser o interm os Estados. · Romarias e peregrinações Na Época Medieval, a religião ajudou também a quebrar fronteiras graças aos rituais religiosos, como
  • 8. peregrinações. As igrejas, capelas e ermidas eram objectos de adoração, quer devido às relíquias que guardavam, q imagens dos santos milagrosos, ou pela devoção ao seu santo padroeiro. Eram então f eitas peregrina cumprimento de promessas, em busca de ajuda espiritual ou simplesmente pela fé religiosa. As romarias eram pequenas viagens até ao destino religioso pretendido; feitas em honra de um sant fixa do ano, onde participava o povo de zonas vizinhas, com carácter não só religioso mas também lú 13]. Já no santuário, pagavam-se as promessas, participavam em missas e geralmente em procissões. Ap para realizar negócios nas feiras, trocavam notícias, cantavam, dançavam e vivia-se ambientes festi As romarias tornaram-se assim em manifestações importantes na cultura popular, chegando até aos Ao invés das pequenas romarias, realizavam-se as grandes peregrinações, de tradição judaico-cristã grandes grupos de pessoas com um destino predefinido. Nestas peregrinações participavam homens crianças e idosos, doentes e sãos; também grandes senhores participavam, a cavalo, levando uma c pé, juntamente com a população humilde. Os lugares de destaque das peregrinações eram Jerusalém (local da morte de Cristo); Roma, onde s papado e onde S. Pedro morreu mártir; e Santiago de Compostela, onde no século IX se encontrou o apóstolo S. Tiago. Jerusalém era a viagem mais longa e mais perigosa, mas acreditava-se que quem lá fosse se redimia seus pecados. A população da Europa Ocidental visitava, frequentemente, Santiago de Compostela, acreditando em milagrosos de cura. Multiplicaram-se os santuários e foram criados mosteiros, albergarias e hospitais aos peregrinos, oferecendo-lhes local de repouso, água e comida. Como estas peregrinações eram preparadas com antecedência, originaram-se guias especializados, c de Santiago, que descrevia os roteiros, media as distâncias, ensinava a ultrapassar alguns acidentes descreia os santuários a visitar e outros detalhes de utilidade. Acautelava sobre a compra de falsas r as excessivas portagens em alguns rios e reprovava todos aqueles que se aproveitavam da boa fé do para enriquecerem. Assim que chegassem ao destino pretendido, eram abençoados e as misericórdias próprias de cada l uma missa pro peregrinantibus. Passavam, então, muito tempo na igreja, rezavam o mais próximo p relíquias milagrosas ou dos túmulos dos santos, para melhor se fortalecerem espiritualmente. Pagav promessas e regressavam a casa, para mais uns dias ou até meses de viagem, cansados fisicamente agradecidos e fortificados pelo espírito cristão.
  • 9. Doc. 6 – Escultura de uma gárgula, que adornava o exterior das catedrais. Doc. 7 – S. Francisco de Assis. A Universidade de Lisboa Ao Santíssimo Padre (…) nós, o abade de Alcobaça, o prior de Santa Cruz de Coimbra, o prior de S. V Lisboa e outros clérigos do reino de Portugal e do Algarve (…) consideramos ser muito conveniente t Geral de Ciências, por vermos que à falta dele, muitos não ousam e temem ir estudar para outras pa
  • 10. muitas despesas e perigos da vida. Por estas causas, rogamos a D. Dinis (…) que se dignasse ordena Estudo Geral na cidade de Lisboa. (…) Assentou-se que o salário dos mestres e doutores se pagasse dos nossos mosteiros e igrejas. (…) Recorremos a Vossa Santidade pedindo-lhe humildemente que q confirmar uma obra tão louvável. Carta ao Papa Nicolau IV, 1288 (adaptado) Doc. 8 – Carta enviada por alguns clérigos ao Papa Nicolau IV, pedindo a fundação de um Estudo Geral em Po Doc. 9 – Damas e Cavaleiros dançando no jardim. Miniatura de O Romance da Rosa – 1490-1500. Cantar de Amor Quer’ eu en maneira de proençal fazer agora um cantar d’amor e querrei muit’ i loar mha senhor, a que prez nen fremusura non fal, nen bondade, e mais vos direi en: tanto a fez Deus comprida de bem que mais que todas las do mundo val. Ca mha senhor quiso Deus fazer tal
  • 11. quando a fez, que a fez sabedor de todo bem e de mui gran valor e com tod[o] est’é mui comunal, ali u deve; er deu-lhi bem sen e des i non lhi fez pouco de ben, quando non quis que lh’ outra foss’ igual. Ca en mha senhor nunca Deus pôs mal, mais põs prez e beldad’ e loor e falar mui bem e riir melhor que outra molher; des i é leal muit’, e por esto non sei oj’ eu quen possa compridamente no seu bem falar, ca non á, tra-lo seu bem, al. D. Denis, CV 123, CBN 485, ALC Doc. 10 – Cantiga de Amor do Rei D. Dinis – Lírica Trovadoresca.
  • 12. Doc. 11 – Iluminura do anterrosto do Livro de Linhagens do Conde Dom Pedro, datada do século XVII, inserida numa cóp início do século XVI.
  • 13. Doc. 12 – Percurso de Marco Polo na China. Doc. 13 – Danças populares – iluminura de um missal francês da segunda metade do século XV. Cantiga de Romaria Pois nossas madres vam a San Simon de Val de Prados, candeas queimar, nós, as meninhas, punhemos d’andar com nossas madres, e elas enton
  • 14. queimem candeas por nós e por si e nós, meninhas, bailaremos i. Nossos amigos todos lá iran por nos veer, e andaremos nós bailand’ ant’ eles, fremosas [en] cós, e nossas madres, pois que lá van, queimem candeas por nós e por si e nós, meninhas, bailaremos i. Nossos amigos iran por cousir como bailamos, e podem veer bailar moças de bom parecer, e nossas madres, pois lá queren ir, queimem candeas por nós e por si e nós, meninhas, bailaremos i. Pero de Viviães, CV 336, CBN 698, ALC Doc. 14 – Cantiga de romaria de Pero de Viviães, século XIII (pág.9). Conclusão Com a realização deste trabalho prático sobre “Valores, Vivências e Quotidiano da Idade Média”, des minhas capacidades a vários níveis. Os objectivos a que me propus no início deste projecto foram at isso, agora sou capaz de identificar elementos artísticos góticos da Época Medieval; compreendo mel sociedade estava organizada de acordo com os seus padrões de cultura, quer popular, quer erudita; Europa que funcionava em conjunto. Ao aprofundar os meus conhecimentos sobre Arte, idealizo, mais fielmente, a “imagem” gótica da Id visível nas cidades, através de edifícios como catedrais, que deixavam a população de uma cidade or mesma. As mudanças na Igreja conduziram à criação de obras mendicantes, que pregavam os verdadeiros s
  • 15. Cristandade: humildade e pobreza; e as confrarias que tiveram um papel importante nas cidades me forma de solidariedade. Quanto à expansão do ensino, a criação de um «ensino secundário» e de universidades foi uma mais cultural, que ajudou no desenvolvimento da Europa, tornando a população mais instruída pois já era possível estudar Direito, Medicina, Teologia. Isto fez com que as atitudes e os aspectos culturais da época se engrandecessem, traduzindo numa entre a cultura popular e a cultura erudita, desta forma criando ideias de perfeição: ideal do perfeito amor ideal, o amor cortês; o que enalteceu a literatura portuguesa com as cantigas e os livros de lin prestavam culto aos antepassados de uma família, recordando os seus grandes feitos praticados e co o país, como forma de dignificação dessa mesma família nobre. A difusão e a prática de viagens possibilitou a comunicação entre a Europa e a Ásia, amplificou os ne mercantis e deixou a Europa, principalmente os portugueses (que dois séculos depois da edição do L Polo iniciaram os Descobrimentos) a sonhar com um mundo novo, cheio de possibilidades e riquezas A religião Cristã trouxe também povos de várias zonas da Europa a lugares santos como centros de milagrosos. A cultura popular era vista em romarias – viagens pequenas até um local sagrado, com rituais, bailes, feiras – e peregrinações – viagens que duravam dias ou meses, também com o intuito locais sagrados em busca de ajuda, de alívio para doenças. Como disse Cícero, filósofo romano (século I a.C.): "Não saber o que aconteceu antes do teu nascim para ti a mesma coisa que permanecer criança para sempre", é essencial conhecermos a nossa histó que nos trouxeram ao que somos hoje e o que fez com que a sociedade evoluísse em vários níveis: c religioso.