1. As cidades portuguesas desenvolveram-se a partir da Reconquista cristã, integrando centros urbanos muçulmanos como Coimbra, Santarém, Lisboa e Évora.
2. Ser sede de bispado foi essencial para o desenvolvimento de cidades, que gozavam de autonomia e isenções fiscais através de forais outorgados pelos monarcas.
3. A itinerância da corte régia impulsionou o crescimento de locais como Guimarães, Coimbra, Leiria
5. • 1- Avanço da Reconquista:
Integrou na sua ação territórios muçulmanos com marcadas
características urbanas, como Coimbra, Santarém, Lisboa e
Évora, onde apesar do domínio islâmico, a população cristã
pôde ali permanecer, preservando as suas crenças – moçarabes-
e a eles se deveu a transmissão do legado muçulmano,
nomeadamente, as instituições, o urbanismo, as técnicas
agrícolas, artesanais e comerciais e ainda a arte.
• Quando e como se afirmaram as
cidades e vilas no Reino de Portugal?
9. 2. As sedes dos Bispados
A Sé do PortoA Sé de Braga A Sé de Lisboa
10. Ser sede de bispado e possuir uma Sé Catedral tornou-se condição
indispensável para receber o nome de cidade,
independentemente das suas dimensões territoriais. Aqui se incluem
cidades como Beja, Coimbra, Évora, Guarda, Lamego, Lisboa,
Porto, Silves e Viseu.
O seu fortalecimento levou a que os seus habitantes dispunham de
uma capacidade de administrar os assuntos comunitários e de
isenções fiscais e judiciais, sendo conhecidos como concelhos
perfeitos ou urbanos
Este estatuto era alcançado com a Carta de Foral outorgada pelo
rei, quando se se tratava de um reguengo, ou por um nobre ou
eclesiástico quando se inseria num senhorio.
Estes situavam-se maioritariamente na Beira Interior, Alentejo e
Estremadura, para atrair defensores na Reconquista.
Carta de Foral
11. 3. A Itinerância e permanência da Corte
Régia
Número de visitas de D. Dinis
às localidades do reinoDoc. 39
12. A movimentação da corte régia impulsionou a transformação
de alguns territórios, dando-lhes uma maior importância e
dimensão.
No tempo de D. Afonso Henriques a corte transferiu-se para
Guimarães - sede do condado portucalense - e para Coimbra.
Durante a época medieval, também Leiria, Santarém, Lisboa e
Évora acolheram com frequência a corte régia.
Esta corte era constituída por um elevado número de
funcionários e de letrados para ajudar o rei nos serviços
burocráticos e as forças militares, o que naturalmente fez
crescer o prestígio daqueles centros populacionais que se
sentiam mais poderosos e esclarecidos do que outros,
nomeadamente, do que o mundo rural.
13. 4. O dinamismo comercial e artesanal
Como complemento, também o desenvolvimento urbano
português, neste período se relaciona com o ressurgimento
comercial que o Ocidente medieval viveu entre o século XI a
XIII. Os mercadores europeus acabaram, assim, por contribuir
para o dinamismo de centros urbanos como Guimarães, Porto,
Coimbra, Santarém, Lisboa e Évora, desenvolvendo aí o
artesanato local e contribuindo para a expansão agrícola.
14. Ligado ao artesanato, nos seus vários ofícios
nasce um grupo socioprofissional, os
mesteirais, que eram os tecelões, tintureiros,
curtidores, ferreiros, ourives, pedreiros,
carniceiros, padeiros…
Daqui nasceu o agrupamento das ruas por
ofícios que ficou para sempre na toponímia
das nossas cidades.
15.
16.
17. A organização do espaço citadino
medieval
A organização do espaço
citadino medieval
A cidade medieval caracteriza-se por ser desordenada e labiríntica, com muita
sombra mesmo nas diferentes influências que recebe:
•A norte - cristão
•Centro e sul – muçulmano
Dividia-se em:
Espaço amuralhado;
Arrabalde;
Termo.
18. Funções:
• Delimitação do espaço urbano
• Protecção e segurança
• Prestígio e admiração
• Rendimentos
1. Espaço amuralhado:
A cidade medieval estava envolta por uma muralha, que delimitava o espaço
urbano, dando-lhe segurança, rendimento (portagens) e beleza.
O crescimento demográfico levou à construção de novas muralhas que passaram
a incluir antigos bairros.
Dentro destas muralhas verificava-se:
•Núcleo central- habitado pelos dirigentes e pelas elites locais; este espaço,
denominava-se de alcáçova se se tratasse de uma cidade de influência
muçulmana e em todas coincidia com a zona do castelo ou com a praça principal.
Nas suas imediações encontrava-se a sé ou a igreja, o paço episcopal, os paços
do concelho, as moradias dos mercadores abastados e era onde se realizava o
mercado.
Fora do centro a cidade era constituída por várias ruas tortuosas, raramente
calcetadas, escuras, sujas onde se distribuíam as habitações populares e as
oficinas dos mesteirais, as albergarias e hospitais.
19. Construção: D. Afonso IV a D. Fernando
(1376)
Extensão: 2.600 m
Altura: 9 m
Portas: 18
Muralha fernandina
do Porto
Alargamento das
muralhas de Lisboa
20. Sé de
Évora
Castelo de Guimarães
Torre de menagem
Beja
Paço do arcebispo de Braga Domus
Municipalis
Bragança
O espaço amuralhado:
CENTRO: zona nobre da cidade, dos edifícios do poder e
das elites locais
22. RUAS NOVAS
Nos séculos XIII e XIV abriram-se as Ruas Novas e as Ruas Direitas, mais
largas, onde ficaram as melhores oficinas e lojas. Daqui nasceram também os
Rossios, praças largas, que também foram crescendo.
25. Localizava-se fora das muralhas e acabou por se transformar
num prolongamento da cidade ou vila, pelo aumento
demográfico; assim nasceu o burgo novo (burguesia), já que
aqui habitavam os mesteres/mesteirais (oficios artesanais)
considerados poluentes, como os carniceiros, os curtidores de
peles ou os ferreiros. Também aqui se situavam as hortas e os
pomares, assim como os almocreves que dinamizavam o
mercado semanal.
As ordens religiosas ligadas ao auxilio dos mais pobres aqui
estavam instaladas, já que era aqui que as populações mais
desfavorecidas moravam, assim como mendigos e peregrinos; os
franciscanos e dominicanos prestavam aqui assistência a esta
franja populacional.
26.
27. O Termo do Porto em finais do século XIV
Espaço circundante da cidade
Olivares
Vinhas
Searas
Aldeias
Fonte de sobrevivência da cidade e
dela dependente nos domínios jurídico,
fiscal e militar.
3. O Termo
28. O termo espalhava-se à volta da cidade por dezenas de
quilómetros, pertenciam à jurisdição da vila ou cidade, tendo
por isso obrigações fiscais ou militares.
Quanto mais vasto o termo, maior a riqueza da cidade em
produtos agrícolas, mão de obra, dinamização comercial e
capacidade de defesa.
29. MINORIAS ÉTNICO-RELIGIOSAS
Na cidade medieval também habitavam as minorias étnico-
religiosas, nomeadamente, Mouros e Judeus.
•Muitos dos judeus eram mesteirais- ourives, alfaiates,
sapateiros- mas também havia médicos, astrónomos, ou seja,
mais letrados que a maioria dos cristãos, e mais abastados
também. Estes viviam em judiarias, bairros próprios, com os
seus funcionários, juízes e hierarquia religiosa.
•Tanto podiam viver dentro das muralhas como no arrabalde,
dependendo da tolerância religiosa dos cristãos. Mas como
eram um grupo muito dinâmico e numeroso, contribuindo
muito para o desenvolvimento comercial, eram bem aceites.
31. Já os Mouros não eram tão abastados como a comunidade
judaica e não eram tão aceites como estes, como tal os cristãos
colocaram-nos no arrabalde da cidade, as mourarias.
32.
33. 1.Identifica os espaços das cidades cristãs onde residiam
as comunidades judaica e moura.
2. Justifica a segregação (isolamento) dessas minorias e a
desigualdade de tratamento dada a uns e a outros.
3. A partir do documento anterior, compara a vida da
cidade com o mundo rural.
Tarefa
34. Poderes concelhios e as elites urbanas:
A multiplicação dos concelhos ajudou a que o país medieval se tornasse cada vez
mais urbano; através das cartas de foral nasceram os concelhos perfeitos ou
urbanos dotados de privilégios fiscais e judiciais e de uma grande autonomia
administrativa.
Quem habitava nos concelhos:
Vizinhos – todos os homens livres, maiores de idade que habitavam a área
concelhia há um certo tempo e nela trabalhavam ou possuíam bens.
(Aqui não se incluíam nos nobres ou clérigos, que tinham as suas próprias regras
e privilégios, nem as mulheres, judeus, mouros, estrangeiros, servos ou escravos
que não tinham quaisquer direitos civis.)
Aos vizinhos competia a administração do concelho- era uma
administração comunitária em que os vizinhos integravam uma assembleia-
órgão deliberativo do concelho- que era normalmente a Domus Municipalis ou o
Paço do Concelho.
35. Que deliberações eram tomadas por esta assembleia:
• Regulamentavam questões económicas: distribuição de terras,
aproveitamento de pastos e bosques, exercício dos mesteres,
abastecimento dos mercados, tabelamento de preços;
• Regulamentavam questões de higiene assim como a manutenção da paz
e da concórdia.
• Elegiam ainda os magistrados:
Os alcaides ou juízes- supremos dirigentes, responsáveis pela
administração da justiça;
Almotacés- encarregados da vigilância dos mercados, dos pesos,
medidas, preços nos mercados, assim como da higiene e obras
públicas;
Procurador- tesoureiro e representava externamente o concelho;
Chanceler- guardava o selo e a bandeira da cidade (objetos que
atestavam que era um concelho doado através da carta de foral)
36. A organização concelhia
A organização
concelhia
,
CONCELHOS
Domus Municipalis,
Bragança
A - Tribunal
B - Pelourinho
Linhares da Beira