1. TRANSTORNO DO DEFICIT DE
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Heloiza Regina Vaz Pinto
Psicóloga, Psicopedagoga e especializanda em Neuropsicologia
2. A característica básica deste transtorno é a falta de
persistência em atividades que requeiram atenção.
Essas crianças tentam fazer várias coisas ao mesmo
tempo e além de não acabarem nada, deixam tudo
desorganizado. O diagnóstico fica mais fácil
depois que a criança entra para a escola, porque aí
a comparação com outras crianças é natural,
evidenciando-se o comportamento diferente..
3. Características
Os três aspectos fundamentais são a desatenção, a
hiperatividade e a impulsividade. A desatenção é
caracterizada pela dificuldade de prestar atenção a
detalhes ou errar por descuido em atividades escolares,
dificuldade de manter a atenção mesmo nos jogos ou
brincadeiras.
4. A criança muitas vezes aparenta não escutar quando
lhe dirigem a palavra, não seguir as instruções dadas e
não terminar as tarefas propostas, dificuldade em
organizar-se e evitação de atividades que exijam
concentração, perda constantes de materiais próprios
por distrair-se com facilidade perante estímulos
alheios.
5. A criança muitas vezes aparenta não escutar quando
lhe dirigem a palavra, não seguir as instruções dadas e
não terminar as tarefas propostas, dificuldade em
organizar-se e evitação de atividades que exijam
concentração, perda constantes de materiais próprios
por distrair-se com facilidade perante estímulos
alheios.
6. A impulsividade caracteriza-se por dar respostas
precipitadamente mesmo antes da pergunta ter sido
completada, meter-se ou interromper as atividades dos
outros e ter dificuldade de esperar a sua vez.
7. Crianças com déficit de atenção e hiperatividade
costumam ser impulsivas e propensas a se
acidentarem. Não tomam cuidado consigo mesmas
nem com os outros, são socialmente desinibidas, sem
reservas e despreocupadas quanto às normas sociais.
Podem ser impopulares com outras crianças e acabam
isoladas, sem se importarem aparentemente com isso.
8. Diagnóstico
O diagnóstico é estabelecido pela presença das
características fundamentais tendo iniciado pelo menos
antes dos sete anos de idade. Pelos critérios norte
americanos são necessários no mínimo seis sintomas para a
realização do diagnóstico, mas esse número está sendo
revisto podendo vir a ser reduzido para cinco ou quatro
sintomas uma vez que a intensidade de poucos sintomas
muitas vezes é suficiente para causar prejuízos à criança. A
organização mundial de saúde não especifica um número
de sintomas para fazer o diagnóstico.
9. Tipos
Há três tipos classificados de transtorno de déficit de
atenção com hiperatividade.
Predomínio de sintomas de atenção
Predomínio de sintomas de hiperatividade / impulsividade
Misto
As crianças com predomínio de impulsividade e
hiperatividade costumam ter mais problemas de
socialização com outras crianças, justamente por serem
mais agressivas do que as crianças com os outros dois tipos.
O tipo misto apresenta mais a combinação com o
transtorno oposicional desafiador, além deste apresentar
maior prejuízo global de funcionamento.
10. Comorbidade
Os estudos mostram uma alta correlação do transtorno de déficit de
atenção com os transtornos de conduta e oposicional desafiante,
sendo que aproximadamente 30 a 50% das crianças com déficit de
atenção com hiperatividade apresentam também esses outros
diagnósticos. No Brasil foi encontrada uma taxa de comorbidade de
47,8%. Outros transtornos são também mais comuns nessas
crianças, como depressivos que variam de 15 a 20% . De ansiedade
em torno de 25% e transtornos de aprendizagem também 25%
aproximadamente. Dentre os adolescentes com déficit de atenção
há uma maior incidência de abuso de drogas principalmente
quando adultos. Este fato provavelmente é dependente da ligação
com transtornos de conduta uma vez que se sabe que há uma
relação entre distúrbios de conduta na infância e abuso de drogas no
adulto.
11. Tratamento
Há décadas os tratamentos veêm sendo pesquisados e por
enquanto nada se mostrou superior a utilização de
estimulantes. No Brasil apenas o metilfenidato é
comercializado. Vale a pena aqui comentar o preconceito
fortemente arraigado em nossa sociedade a respeito dessa
medicação ou grupo farmacológico, principalmente por
parte de não psiquiatras. Muitos pediatras criticam o uso
do metilfenidato deixando os pais com severas dúvidas,
impedindo o tratamento adequado e permitindo que
prejuízos sócio-educacioais ocorram para a criança e sua
família
12. O metildenidato deve ser usado na dose de 20 a 60mg
por dia (0,3 a 1 mg/Kg de peso corporal), sendo a dose
dividida em duas tomadas ao dia, uma pela manhã
outra no almoço. O metilfenidato deve ser evitado
antes dos seis anos de idade, pois como seu principal
efeito colateral é a inibição do apetite, pode prejudicar
a alimentação levando o paciente a perder altura. Após
os seis anos de idade esse efeito é mitigado, mas um
acompanhamento da curva de crescimento com o
pediatra é recomendável.
13. O Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico, caracterizando-se como uma
síndrome de conduta, tendo como sintoma primordial
a atividade motora excessiva e o déficit de atenção.
O transtorno nasce com o indivíduo e já aparece na
primeira infância, quase sempre acompanhando o
indivíduo por toda a sua vida.
14. Segundo Rohde e Benczick o TDAH é um problema de
saúde mental que tem como características básicas a
desatenção, a agitação (hiperatividade) e a
impulsividade, podendo levar a dificuldades
emocionais, de relacionamento, bem como a baixo
desempenho escolar; podendo ser acompanhado de
outros problemas de saúde mental. Os autores Rohde e
Benczich, caracterizam o TDAH em dois grupos de
sintomas.
15.
16. Sintomas relacionados à desatenção:
não prestar atenção a detalhes;
ter dificuldade para concentrar-se;
não prestar atenção ao que lhe é dito;
ter dificuldade em seguir regras e instruções;
desvia a atenção com outras atividades;
não terminar o que começa;
ser desorganizado;
17. evitar atividades que exijam um esforço mental
continuado;
perder coisas importantes;
distrair-se facilmente com coisas alheias ao que está
fazendo;
esquecer compromissos e tarefas.
Problemas financeiros,
Tarefas complexas se tornam entediantes e ficam
esquecidas
Dificuldade em fazer planejamento de curto ou de longo
prazo
18. Os sintomas relacionados à
hiperatividade/impulsividade
ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado;
não permanecer sentado por muito tempo;
pular, correr excessivamente em situações
inadequadas;
sensação interna de inquietude;
ser barulhento em atividades lúdicas;
19. ser muito agitado;
falar em demasia;
responder às perguntas antes de concluídas;
ter dificuldade de esperar sua vez;
intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.
20. Para se diagnosticar um caso de TDAH é necessário
que o indivíduo em questão apresente pelo menos seis
dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de
hiperatividade; além disso os sintomas devem
manifestar-se em pelo menos dois ambientes
diferentes e por um período superior a seis meses.
21. Causas
As pesquisas têm apresentado como possíveis causas de
TDAH a hereditariedade, problemas durante a gravidez ou
no parto, exposição a determinadas substâncias (chumbo)
ou problemas familiares como: um funcionamento familiar
caótico, alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução,
famílias com baixo nível socio-econômico, ou famílias com
apenas um dos pais. Famílias caracterizadas por alto grau
de agressividade nas interações, podem contribuir para o
aparecimento de comportamento agressivo ou de oposição
desafiante nas crianças.