1. O documento discute os princípios e técnicas da terapia cognitivo-comportamental. A terapia se baseia em uma formulação cognitiva do paciente e de seus problemas, identificando pensamentos, crenças e esquemas disfuncionais.
2. O tratamento ensina pacientes a identificar, avaliar e modificar seus pensamentos disfuncionais, melhorando o humor e comportamento. Várias técnicas são usadas, como registros, questionamento socrático e exercícios.
3. A terapia é breve, estr
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Terapia cognitiva Beck
1. Marcelo da Rocha Carvalho
Professor Convidado do Curso de
TCC do AMBAN/HC/FMUSP
2. “...propõe que o pensamento distorcido ou
disfuncional (que influencia o humor e o
comportamento do paciente) seja comum a
todos os distúrbios psicológicos.”
3.
4. Terapia Cognitiva da Depressão(Beck e col,
1997):
• Erro conceitual gera aproximação ao modelo da TC:
confusão entre ativação do paciente deprimido e
técnicas comportamentais.
Observações clínicas comportamentais:
• Bandura e a aprendizagem social e auto-eficácia.
• Lazarus e a Terapia Multimodal.
• Meichenbaum e auto-manejo.
• Seligman e o desamparo aprendido.
5. A maneira como as pessoas interpretam
os eventos influencia diretamente a
emoção e o comportamento(Beck, 1976).
Beck e Alford(2000): a posição filosófica
da teoria e terapia cognitiva integra:
Dimensões Externas
(contexto ambiental)
Dimensões Internas
(percepções fenomenológicas)
6. A avaliação realista e a modificação no
pensamento produzem melhora no humor
e no comportamento.
A melhora duradoura resulta da
modificação das crenças disfuncionais
básicas dos pacientes.
8. Ambiente Futuro
Eu
DEPRESSÃO
Avaliação
negativa de:
• si - mesmo,
• ambiente e
• do futuro.
ANSIEDADE
Avaliação
catastrófica de:
• si – mesmo
como sem
estratégias,
• ambiente é
perigoso e
• do futuro como
incerto.
9. Os significados disfuncionais servem para
explicar a tríade cognitiva e o desenvolvimento da
psicopatologia.
Existem dois níveis de significado: público e
privado. O significado público, ou objetivo de um
evento, tem poucas implicações para o indivíduo.
O significado pessoal ou privado inclui
implicações, significação, generalizações
extraídas da ocorrência de eventos (Beck, 1976,
p.48).
10. Há três níveis de cognição:
a. nível pré-consciente – pensamentos
automáticos;
b. nível consciente;
c. nível metacognitivo: reflexão sobre um
pensamento – respostas racionais.
Os esquemas são estruturas teleonômicas
que evoluem para facilitar a adaptação do
indivíduo no ambiente.
11. O tratamento baseia-se tanto em uma
formulação cognitiva de um transtorno
específico como em sua aplicação à
conceituação e entendimento do paciente
individual.
12. Princípio 01
• A terapia cognitiva se baseia em uma
formulação em contínuo desenvolvimento do
paciente e de seus problemas em termos
cognitivos.
Enquadramentos tríplices:
Pensamento atual e comportamentos problemáticos;
Fatores precipitantes;
eventos desenvolvidos e padrões duradouros de interpretação.
• A paciente aprende a identificar os pensamentos
associados a seu afeto e a avaliar e formular
respostas mais adaptativas ao seu pensamento.
13. Princípio 02
• A terapia cognitiva requer uma aliança terapêutica
segura.
Cordialidade empatia, atenção, respeito genuíno e
competência.
Verificar se paciente saiu entendida e positiva da
sessão.
14. Princípio 03
• A terapia cognitiva enfatiza a colaboração
participativa e ativa.
Trabalho em equipe
Número de sessões
Tarefas de casa
O terapeuta deve encorajar o paciente a se tornar mais
ativo durante às sessões.
15. Princípio 04
• A terapia cognitiva é orientada em meta e
focalizada em problemas;
Enumeração de problemas e estabelecimento de
metas específicas (ex. fazer amigos).
O terapeuta deve ajudar a avaliar e responder
pensamentos que interferem em sua meta.
Validade desses pensamentos (exame de evidências);
Estratégias de resolução de problemas (verificar histórico);
16. Princípio 05
• A terapia cognitiva inicialmente enfatiza o
presente.
Foco em problemas atuais e situações que são aflitivas
para o paciente;
Em três circunstâncias volta-se ao passado:
O paciente expressa uma forte predileção;
Quando o trabalho voltado aos problemas atuais produz
pouca ou nenhuma mudança cognitiva, comportamental e
emocional;
Quando o terapeuta julga importante entender como e quando
ideias disfuncionais importantes se originaram e como essas
ideias afetam o paciente até hoje.
17. Princípio 06
• A terapia cognitiva é educativa, visa ensinar o
paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a
prevenção de recaída.
Natureza do transtorno;
Processo da terapia cognitiva – como os pensamentos
influenciam seus comportamentos;
Ensina como estabelecer metas, avaliar pensamentos e
planejar a mudança comportamental.
Registros.
18. Princípio 07
• A terapia cognitiva visa ter tempo limitado
Prover alívio dos sintomas;
Facilitar uma remissão dos transtornos;
Ajudá-la a resolver problemas mais prementes;
Ensinar-lhe o uso de ferramentas para evitar recaídas.
19. Princípio 08
• As sessões de terapia cognitiva são estruturadas.
Estabelecer uma agenda para a sessão de acordo com
a avaliação inicial do paciente (humor, queixa, revisão
da semana, feedback da sessão anterior, tarefa de
casa, resume com frequência, nova tarefa, feedback);
A medida que o tempo passa o terapeuta encoraja o
paciente a assumir a liderança e contribuir para a
agenda.
20. Princípio 09
• A terapia cognitiva ensina os pacientes a
identificar, avaliar e responder a seus
pensamentos e crenças disfuncionais.
Focalizar o problema específico;
Identificar seu pensamento disfuncional;
Avaliar a validade de seu pensamento;
Projetar um plano de ação.
21. Princípio 10
• A terapia cognitiva utiliza uma variedade de
técnicas para mudar pensamento, humor e
comportamento.
Comportamentais e Gestalt.
A terapia varia de acordo com:
O paciente individual;
A natureza e motivação para mudar;
Habilidade para formar vínculo terapêutico;
Experiência prévia com terapia;
Preferências de tratamento.
Mas modela e educa o paciente para suas características.
23. Representa um conjunto de dados acerca do
paciente
• história de vida – dados da infância, pensamentos,
crenças, e os significados que são atribuídos.
Permite facilitar o entendimento de fatores
cognitivos e comportamentais e a influência nas
reações emocionais, comportamentais e
fisiológicas.
Auxilia o terapeuta para desenvolver o plano de
tratamento.
O terapeuta compartilha com o paciente os
dados da conceitualização cognitiva.
(Beck, 1997; Beck, 2007).
24. A conceitualização cognitiva indica as técnicas que
serão utilizadas (Persons, 1989).
A estrutura da entrevista, que inclui uma agenda,
feedback e exercícios para casa são procedimentos
oriundos da terapia comportamental.
O formato de questionamento foi derivado
originalmente da “anamnese associativa” de Felix
Deustsch, da terapia não-diretiva de Carl Rogers, e do
questionamento socrático de Albert Ellis.
As estratégias de encenação emotivas foram
influenciadas pelo psicodrama e pela terapia de
Gestalt.
Os procedimentos da terapia racional-emotiva
auxiliaram na testagem ou avaliação de crenças
disfuncionais.
25.
26. A terapia cognitivo-comportamental
constitui“uma abordagem ativa, diretiva,
por tempo limitado, estruturada(...)
baseada no fundamento lógico teórico
subjacente de que o afeto e o
comportamento do indivíduo são
amplamente determinados pela maneira
como ele estrutura o mundo”
(Beck et al., 1979).
27.
28. Breve e de tempo limitado, incentivando os
pacientes a desenvolver habilidades
independentes de auto-ajuda;
Estruturada e diretiva;
Voltada para o problema e concentrada em
fatores mantenedores das dificuldades, e não
em suas origens;
Dependente de um processo de questionamento
e “descoberta orientada”(Young e Beck,
1982), e não de persuasão, doutrinação ou
debate;
29. Baseada em métodos indutivos, de forma a que
os pacientes aprendam a considerar
pensamentos e crenças como hipóteses cuja
validade se presta a ser testada;
Educativa, apresentando técnicas cognitivo-
comportamentais como habilidades a ser
adquiridas através da prática e transferidas para
o contexto do paciente através do exercício de
casa.
30. Qual o diagnóstico do paciente?
Quais são seus problemas atuais, como estes
problemas se desenvolveram e como eles são
mantidos?
Que pensamentos e crenças disfuncionais estão
associados aos problemas, quais as
reações(emocionais, fisiológicas e
comportamentais) estão associadas ao seu
pensamento?
33. Crenças Centrais
Crenças intermediárias
(regras, atitudes, suposições)
Situação → Pensamentos automáticos → Reações
Eu sou incompetente.
Se eu não entendo algo perfeitamente, então eu sou burro.
Ler um Livro Isso é difícil demais.
Eu jamais entenderia isso.
Emocional: Tristeza.
Comportamental:
fechar o livro.
Fisiológica: peso no
abdômen.
→ →
34. Que aprendizagens e experiências antigas(e talvez
predisposições genéticas) contribuem para seus
problemas atuais?
Quais são suas crenças subjacentes(incluindo atitudes,
expectativas e regras) e pensamentos?
Como ele enfrentou suas crenças disfuncionais? Que
mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais,
positivos e negativos, ele desenvolveu para enfrentar
suas crenças disfuncionais? Como ele via(ou vê) ele
mesmo, os outros, seu mundo pessoal, seu futuro
Que estressores contribuíram para seus problemas
psicológicos ou interferiram em sua habilidade para
resolver esses problemas?
35. 1. Estabelecer confiança e rapport.
2. Socializar o paciente na terapia cognitiva.
3. Educar o paciente sobre o seu transtorno, sobre o
modelo cognitivo e sobre o processo de terapia.
4. Regularizar as dificuldades do paciente e instaurar
esperança.
5. Extrair(e corrigir, caso necessário) as expectativas
do paciente com a terapia.
6. Coletar informações adicionais sobre as
dificuldades do paciente.
7. Utilizar essas informações para desenvolver um
lista de metas.
36. 1. Estabelecer a agenda(e prover um embasamento
lógico para fazer isso).
2. Fazer uma checagem de humor, incluindo escores
objetivos.
3. Revisar brevemente o problema presente e obter
um atualização(desde a avaliação).
4. Identificar problemas e estabelecer metas.
5. Educar o paciente sobre o modelo cognitivo.
6. Identificar as expectativas do paciente em relação
à terapia.
7. Educar o paciente sobre o transtorno.
8. Estabelecer tarefa de casa.
9. Prover resumo.
10. Obter feedback.
37. 1. O que você vivenciou hoje que é importante para
você lembra?
2. Quanto você sentiu que poderia confiar/acreditar
no seu terapeuta hoje?
3. Houve qualquer coisa que o incomodou em
relação a terapia de hoje? Se houve, o que foi?
4. Quanta tarefa de casa você fez para terapia hoje?
5. Quão propenso você está a fazer a nova tarefa de
casa?
6. O que você deseja certificar-se de abordar na
próxima sessão?
38. 1. Breve atualização e verificação do humor(e
de medicação, uso de álcool e/ou drogas,
quando aplicável).
2. Ponte com a sessão anterior.
3. Estabelecer roteiro.
4. Revisar tarefa de casa.
5. Discussão de tópicos do roteiro,
estabelecimento de nova tarefa de casa e
resumos periódicos.
6. Relatório final e feedback.
39. Capítulos para leitura:
• Dois – avaliação
cognitivo
comportamental
completa;
• Seis – terapia da
depressão.
• Doze – resolução de
problemas e terapia
breve em TCC
40.
41. Para identificar:
1. Faça essa pergunta quando você perceber uma
mudança no(ou intensificação) afeto durante a
sessão.
2. Faça o paciente descrever uma situação
problemática ou momento que durante o qual ele
experimentou uma mudança de afeto e faça
pergunta anterior.
3. Caso necessário, faça o paciente utilizar uma
imagem pra descrever a situação específica ou o
momento em detalhes(como se estivesse
acontecendo agora) e então faça a pergunta.
4. Caso necessário ou desejado, faça o paciente
encenar uma interação específica com você e
então faça a pergunta.
42. 1. Sobre o que você acha que estava pensando?
2. Você acha que poderia ter pensado sobre _______ ou
_______?
3. Você estava imaginando algo que poderia acontecer
ou lembrado de algo que aconteceu?
4. O que esta situação significou para você? (ou diz para
você?)
5. Você estava pensando em _______?(O terapeuta
coloca um pensamento oposto à resposta esperada.)
43. Testar os pensamentos negativos;
Comparação funcional do aprendizado
histórico/ambiental pelo paciente de esquemas
disfuncionais;
Identificar suposições disfuncionais:
• Não refletem a realidade da experiência
humana;
• São rígidas, hipergeneralizadas e extremas;
• Impedem a concretização dos objetivos ao invés
de facilitá-los;
• Sua transgressão está associada a emoções
extremas e excessivas;
• São relativamente inacessíveis a experiência
44. Padrões persistentes de pensamento.
Adquiridos durante o desenvolvimento.
Determinam o modo pelo qual uma
pessoa responde às circunstâncias.
Latentes.
Ativados em situações particulares.
Quando ativos dominam os processos
cognitivos.
45. Dificultam o invocar outros esquemas mais
saudáveis ou adequados.
A organização cognitiva torna-se
autônoma, independe da estimulação
externa.
Desencadeiam pensamentos automáticos
negativos.
Trazem sintomas: depressão, ansiedade,
disforia, anedonia, etc.
47. Ideias fundamentais sobre si mesmo, outras
pessoas e o mundo.
Desenvolvem-se na infância.
Manifestam-se na época de sofrimento
emocional.
Não são totalmente conscientes.
São globais, radicais, absolutas e gerais.
Quando ativadas processam facilmente toda
a informação que a apoia, e distorce a
informação contrária.
48. Não tenho salvação
Não tenho saída
Sou incompetente
Estou vulnerável
Não sou bom o suficiente
Sou fraco
Sou inadequada
Não tenho valor
Sou abandonada
Não sou amado
Sou um fracasso
Sou defeituosa
Sou desrespeitada
Sou mau
Sou feia
Meu destino é a rejeição
Não sou querido
Ninguém cuida de mim
Não sou atraente
Ninguém me deseja
49. Resumo
• Associadas a desesperança, crença de
incompetência e a impossibilidade de ser amado.
Essência
• Impossibilidade de ser amado
52. Rejeição e desconexão
• Expectativas de que a necessidade por
segurança, estabilidade, empatia, aceitação,
respeito e pertencimento não será satisfeita.
• Família de origem: distante, imprevisível,
rejeitadora, inibida ou abusiva.
53. Abandono e instabilidade
• Perceber as pessoas disponíveis para apoio e
relacionamento como instáveis ou não confiáveis.
• Os outros não continuarão a prover apoio,
conexão, força ou cuidados por serem
emocionalmente instáveis ou imprevisíveis, ou
porque poderão morrer ou irão abandonar o/a
paciente em troca de alguém melhor.
54. Desconfiança e abuso
• Os outros irão ferir, abusar, humilhar, enganar,
mentir, manipular, levar vantagem.
• O ferir é intencional ou conseqüência de
negligência extrema ou imperdoável.
• Sensação de ser sempre enganado/a pelos
outros.
55. Isolamento ou privação emocional
• Desejo de pertencer ou receber apoio emocional não
será satisfeito.
• Ausência de atenção, afeto, calor e companhia.
• Ausência de força, direção e orientação por parte dos
outros
• Ausência de compreensão, compartilhar, ouvir por
parte dos outros.
• Sensação de ser diferente e de não pertencer.
56. Defeito ou vergonha
• Sensação de possuir um defeito ou falha, ser
mau, indesejado, inferior, inválido.
• Ser impossível que outros o/a amem ou apreciem
caso o defeito fique exposto.
• A falha pode ser interna (egoísmo, impulsos de
raiva, desejos sexuais inaceitáveis)
• A falha pode ser externa (aparência física,
educação, sociabilidade)
57. Inibição emocional
• Dificuldade excessiva para expressar ou discutir
sentimentos (feridas, tristezas, alegria, raiva,
excitação sexual, etc.)
• Apresenta-se como embotada, constrita, inibida,
sem emoções, sem calor humano ou
espontaneidade)
58. Comprometimento da autonomia ou
desempenho
• Expectativas sobre si mesmo ou o ambiente que
interferem na capacidade de desempenhar suas
funções com independência e sucesso, sobreviver,
reconhecer e expressar necessidades.
• Família de origem enredada, controladora, minando a
confiança da criança, superprotetora, que não reforça
o desempenho competente fora do ambiente familiar.
59. Dependência e Incompetência
• Crença de que se é incapaz de lidar com as
responsabilidades cotidianas de modo
competente, sem necessitar da ajuda dos outros.
• Cuidar de si próprio, solucionar problemas, tomar
decisões, assumir compromissos novos, etc.
• Apresenta-se como passividade ou desamparo.
60. Vulnerabilidade
• Medo exagerado de que uma catástrofe acontecerá a
qualquer momento e de que não se tem os recursos
para lidar com ela ou preveni-la.
• Medos de uma doença (SIDA. Infarto)
• Medos emocionais (Ficar louco, perder o controle)
• Medos financeiros (falência, ruína)
• Medos gerais (elevador, crime, avião, terremoto)
61. Enredamento ou pouca individuação
• Envolvimento emocional ou proximidade excessivos
às custas da individuação ou desenvolvimento social
normal.
• Crença de que pelo menos um dos envolvidos na
relação não pode sobreviver ou ser feliz sozinho, sem
apoio constante do outro.
• Sentimento de ser sufocado ou de estar fundido com
o outro.
• Falta de individualidade e direção interna.
• Sensação de vazio.
62. Subjugar
• Entrega do controle, das próprias decisões e
preferências a outro, para evitar raiva, retaliação ou
abandono.
• Percepção de os próprios desejos não são válidos ou
importantes.
• Raiva conseqüente não é expressa abertamente para
evitar conflito.
• Cooperação excessiva e necessidade de agradar
combinados com sensação de estar preso/a em
armadilha.
63. Fracasso
• Crença de que fracassou ou que fracassará.
• Se é inadequado quando se compara aos colegas
(escola, trabalho, esportes).
• Se é burro, incapaz, inepto, sem talento,
ignorante, sem status, mal sucedido.
64. Pouca gratificação
• Ênfase excessiva no trabalho, status, dever,
padrão, responsabilidade para com os outros às
custas de felicidade, inclinações naturais, saúde,
otimismo ou criatividade.
• Família de origem exige desempenho, sacrifício,
autocontrole.
• Família de origem não valoriza prazer, alegria e
expressão de sentimentos.
65. Auto-sacrifício
• Procurar satisfazer as necessidades dos outros
excessivamente.
• Motivos: evitar sofrimento, culpa, ganhar estiva,
manter o relacionamento.
• Sensibilidade ao sofrimento dos outros.
• Sentimento exagerado de dever e de
responsabilidade.
• Sensação de que próprias necessidades não são
satisfeitas.
• Ressentimento de quem se está cuidando.
66. Padrões muito elevados de conduta
• Valores, escolhas, alvos muito rígidos ou não
adequados às suas inclinações naturais.
• Para receber aprovação, não passar vergonha, não
perder o controle ou prevenir consequências graves.
• Comprometimento do prazer, relaxamento,
espontaneidade, saúde, satisfação.
• Ênfase no sucesso, competição, dinheiro, aparência
física, status social, autocontrole, disciplina,
perfeccionismo, ordem, atenção aos detalhes,
controle e domínio do ambiente, na moral, ética ou
preceitos religiosos.
67. Negativismo e pessimismo
• Foco nos aspectos negativos da vida (sofrimento,
morte, perdas, desapontamentos, conflitos, culpa,
ressentimento, problemas não resolvidos, erros
potenciais, traições, coisas que podem dar errado,
etc.
• Minimizar ou negar aspectos positivos ou otimistas.
• Queixas contínuas que não se modificam diante de
soluções adequadas ou melhora objetiva das
circunstâncias.
68. Comprometimento dos limites
• Limites internos deficientes
• Dificuldade para respeitar os outros
• Dificuldade para atingir os próprios alvos.
• Família de origem permissiva e indulgente.
69. Egoísmo/Autocentrado
• Insistência em fazer ou receber o que deseja,
sem levar em conta o custo e motivos dos outros.
• Controle excessivo dos outros, exigências
descabidas
• Falta de empatia pelas necessidades e
sentimentos dos outros.
72. São tentativas de lidar com as crenças
fundamentais.
Expressas através de regras,
pressupostos, expectativas ou atitudes.
Podem seguir a fórmula “Se....,
então....”
• Se agradar a todos, nunca ficarei só.
• Se não confiar em ninguém, não serei ferido.
• Se usar, serei parte da turma.
73. Crenças, regras ou necessidades irracionais
ou insensatas:
• Ser amado ou aprovado por todos.
• Para ter valor devo ser competente.
• Algumas pessoas são más e merecem punição.
• As coisas devem ser do jeito que eu quero.
• Temos pouco controle interno sobre a felicidade ou
infelicidade.
• Todo problema deve ter uma solução ideal.
74. Crenças, regras ou necessidades irracionais
ou insensatas:
• Se algo pode ser perigoso, devo me preocupar
bastante sobre isto.
• É mais fácil evitar que enfrentar as dificuldades da
vida.
• Sou dependente de outros mais fortes.
• O comportamento atual e futuro depende do passado.
• Devo me incomodar com os problemas dos outros.
75. Padrões de comportamento que ajudam a
enfrentar as crenças fundamentais, ou a impedir
que elas se tornem públicas.
Não eliminam o sofrimento, apenas o transferem
para outro contexto.
• Beber para se soltar e sentir mais confiança.
• Agradar a todos.
• Nunca recusar um programa ou emitir uma opinião.
• Trabalhar muito para não cometer erros.
76. Evitar se emocionar
Ser perfeito
Ser muito responsável
Evitar intimidade
Emoções intensas
Ser incompetente ou
mostrar-se
desamparado
Evitar
responsabilidades
Intimidade
inadequada ou
excessiva
77. Buscar
reconhecimento
Evitar confronto
Controlar as situações
Agir de modo infantil
Tentar agradar os
outros
Evitar chamar atenção
Provocar os outros
Abdicar controle
necessário
Agir de modo autoritário
Distanciar-se ou agradar
só a si próprio.
78. Como o paciente desenvolveu este
transtorno?
Quais foram os acontecimentos,
experiências e interações importantes em
sua vida?
Quais as crenças fundamentais e básicas
sobre si próprio?
Quais seus pressupostos, regras,
expectativas e atitudes?
79. Quais estratégias usou e usa para
administrar suas crenças negativas?
Quais os principais pensamentos
automáticos?
Em que circunstâncias eles surgem?
Há imagens ou comportamentos
disfuncionais?
80. Como as crenças interagem com os
acontecimentos de modo a deixá-lo
vulnerável?
Quais seus problemas?
Quais os fatores de estresse?
O que está acontecendo em sua vida e
como ele percebe e interpreta isto?
84. Terapeuta pergunta série de questões que
eliciam o significado pessoal de uma idéia ou
interferência.
Objetivo é descobrir as crenças fundamentais.
• Se isto for verdade, então...?
• O que te incomoda nisto?
• O que isto mostra sobre você?
• O que isto significa?
85. Educando acerca das crenças
• É uma ideia, não necessariamente uma verdade.
• Acreditar ou sentir que é verdade, não a torna
verdadeira.
• Como é uma ideia, pode ser testada.
• Por ter origem na infância, não foi
necessariamente verdadeira na época.
86. Educando acerca das crenças:
• Continua a ser mantida porque era ignorada.
• Continua a ser mantida porque não se leva em
conta as informações em contrário.
O objetivo do trabalho terapêutico é ter
uma visão realista de si próprio.
87. Hipótese principal a ser testada:
• Ou você está certo e é completamente
inadequado (podemos trabalhar para modificar
isso);
• Ou você não é completamente inadequado, mas
tem uma “crença” de que é (sentindo e agindo
como se a crença fosse verdadeira).
88. Metáforas para explicar a manutenção das
crenças:
• Filtro ou tela ao redor da mente (O que está de
acordo com a crença passa pelo filtro).
• Qualquer informação que contradiga a crença é
rebatida pela tela ou distorcida para passar pelo
filtro.
Você tem um exemplo que aconteceu na
última semana?
89. Qual a crença fundamental?
Quanto você acredita nela neste instante?
(0 a 100)
Quanto acreditou nela durante esta
semana?
91. Após identificá-las usar o Questionamento
Socrático:
• Quais as evidências?
• De que outra maneira se pode olhar para a
crença?
• Se sua crença é verdadeira, quais as implicações?
92. Diagrama Cognitivo;
Educação;
Análise das “Vantagens e Desvantagens”;
Diário da atividade das Crenças;
Agir “como se”;
Técnicas de Terapia Gestáltica;
Técnicas Psicodramáticas.
93. Distanciar, comparando ou contrastando
com exemplos;
Desenvolver novos padrões para
comparação e avaliação;
Metáforas;
Estórias e Fábulas;
Álbum de retratos;
Experimentos Comportamentais.
94. Continuum Cognitivo;
Revisão da História de Vida;
Reestruturar memórias antigas;
Evidências que contrariam as crenças em
cada ano da vida;
Evidências que contrariem as crenças no dia
a dia;
Evidências que dão suporte às novas
crenças realistas.
95. Crenças que possuem componente pictórico
(imagens, memórias vívidas de acontecimentos
da infância):
• Modificar interpretações distorcidas sobre estes
eventos.
• Reestruturar o significado das memórias visuais.
• Reviver o passado de modo mais saudável
(Controlando e modificando as imagens de uma
maneira que o paciente não conseguiria fazer quando
os eventos aconteceram).
• Exemplo das técnicas de Lazarus e Young.
96. Orientações gerais para trabalhar com imagens:
• Focalizar acontecimentos do passado identificados como
críticos ou traumáticos.
• Focalizar acontecimentos atuais que trouxeram grande
emoção e relacioná-los com os acontecimentos do
passado.
• Focalizar tema com grande carga afetiva e relacioná-lo
com acontecimentos semelhantes de fora da sessão.
97. Focalizar atenção nas emoções e
sensações físicas.
Perguntar sobre quando teve esta
sensação pela primeira vez.
Elaborar pensamentos e emoções vividos
pela “criança”:
• O que estava pensando?
• O que estava sentindo?
98. Elaborar pensamentos e emoções vividos
pela “criança”:
• O que ela achava que estava acontecendo?
• O que ela esperava do futuro?
• O que passou a pensar sobre si mesmo?
• O que passou a pensar sobre os outros?
• Que crenças e regras estava construindo?
• Quais as interpretações sobre sua capacidade de
ser amada, competência, etc.
99. Resumir o significado pessoal associado à
memória.
Avaliar o pensamento do adulto:
• Você acredita que esta crença é verdade?
Colocar a posição adulta:
• Exercícios dramáticos.
• Discutir racionalmente com o paciente adulto.
100. Modificar as crenças da criança:
• Trazer o adulto para a imagem
• Trazer pessoa de confiança ou protetora
Com quem você gostaria de conversar?
O que você gostaria de ouvir?
101. Modificar as imagens de modo que a
criança sinta controle e bem estar:
• O que você quer que aconteça?
• Modificar os acontecimentos dos outros na
imagem.
• Modificar o comportamento da criança.
• Modificar as consequências.
Avaliar os pensamentos e sentimentos
após o exercício.
102. Esquemas ativados por acontecimentos
não verbais: Temperatura, odores,
sensações físicas, postura, tom de voz,
velocidade do discurso, etc.
Passos para modificação desses
esquemas:
• Identificação: Avaliação cuidadosa de situações
desencadeantes, investigando modalidades
sensoriais e procurando um padrão.
103. Passos para modificação desses
esquemas:
• Desafiar o conteúdo dos esquemas através de
métodos verbais, com imagens ou físicos.
• Colocar em palavras os esquemas evocados.
• Ativar os esquemas deliberadamente usando os
estímulos apropriados.
104. Bandura, Albert e col. – TEORIA SOCIAL
COGNITIVA: Conceitos básicos, Artmed,
2008.
Barlow, David (Org.) – “MANUAL CLÍNICO
DOS TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS”,
Artes Médicas, 1999;
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