2. Definição Comportamental
• O acompanhante terapêutico é solicitado para
uma intervenção terapêutica de caráter
intensivo, em grande parte dos casos, nos locais
nos quais o cliente vive e atua. Tem como
principais objetivos a reinserção social e o
desenvolvimento de repertórios
comportamentais necessários para uma
interação mais satisfatória com o ambiente físico
e social, por meio da aplicação em ambiente
extra-consultório de estratégias terapêuticas
propostas pela equipe. (Núcleo Paradigma)
3. Funções do AT
(Mauer & Resnizky, 1982)
1. Conter o paciente.
2. Oferecer modelo de identificação.
3. Emprestar o Eu.
4. Detectar, reforçar e desenvolver a capacidade
criativa do paciente.
5. Informar sobre o mundo objetivo do paciente.
6. Representar o paciente.
7. Atualizar como agente ressocializador.
8. Servir de agente catalisador das relações
familiares.
4. Um definição do AT
• “O AT, segundo Vianna e Sampaio, surge,
portanto, como um modelo de atuação
assistencial mais diretivo, personalizado e
intensivo para com os pacientes,
intervindo no ambiente natural,
diretamente, onde o comportamento
problema ocorre”. (Vianna e Ignácio,
2006)
5. Fatores positivos do uso do AT
• Causa menor impacto do que a internação e
promove a socialização; e podem também,
abreviar o processo de internação.
• Modificação eficiente do ambiente para alterações
comportamentais significativas do paciente.
• Controle dos elementos aversivos e patológicos
da família, que ajudaram a desenvolver o
problema, bem como, o sustentam.
• Promove modelos apropriados para o paciente e
sua família sobre: habilidades sociais,
assertividade, controle do stress e resolução de
problemas.
6. Pré-requisitos para ser um AT
• Conhecimento de quadros clínicos e suas
características diagnósticas.
• Saber executar uma análise funcional do
comportamento.
• Treino para observação.
• Técnicas de controle e manejo comportamental.
• Capacidade desenvolvida para entrevista
psicológica.
• Noções de psicofarmacologia.
• Técnicas cognitivas de confrontação.
7. Com o que trabalha o AT?
Excessos Comportamentais
• Esta classe de comportamentos ocorre e
é descrita como problemática pelo
paciente ou pelo seu informante porque
excessos em frequência, intensidade,
duração ou ocorrência sob dadas
condições.
8. Onde encontrar sobre o que falamos…
• Capítulos para leitura:
• Dois – avaliação
cognitivo
comportamental
completa;
• Oito (Fairburn) –
terapia da bulimia.
• Doze – resolução de
problemas e terapia
breve em TCC
10. Anorexia Bulimia TCAP Obesidade
Controle
Perfeccionismo
Rigidez
Psicoticismo
Sensação de sucesso
Descontrole
Procrastinação
Inconstância
Neuroticismo
Falha ou derrota
12. Transtornos Alimentares: o que
está no DSM V e no CID 10?
• Anorexia Nervosa.
• Bulimia Nervosa.
• Transtorno de Compulsão Alimentar
Periódica.
• Ortorexia.
• Vigorexia.
• Obesidade.
13. CID 10
• F50.0 Anorexia nervosa
• F50.1 Anorexia nervosa atípica
• F50.2 Bulimia nervosa
• F50.3 Bulimia nervosa atípica
• F50.4 Hiperfagia associada a outros distúrbios
psicológicos
• F50.5 Vômitos associados a outros distúrbios
psicológicos
• F50.8 Outros transtornos da alimentação
• F50.9 Transtorno de alimentação não especificado
42. Perfeccionismo
• Ainda muito perto do pensamento de
Tudo-ou-Nada, o perfeccionismo tem a
crença de que quando o indivíduo não se
comporta perfeitamente, ele se
envergonhará, estará desgraçado e/ou
arruinado.
• Há dois problemas básicos: a pessoa
pode acabar não fazendo nada por não se
achar apto (atingir a perfeição), ou deixar
toda a tarefa desgastante e sem prazer,
pela “tirania” da perfeição.
43. Pensamento de Tudo ou Nada
• Este pensamento apregoa que quando a
pessoa não tem o que quer totalmente,
não tem nada. É dicotômico o
pensamento: “entre oito e oitenta”, preto
e branco – de extremos.
• Se eu não fiz isto antes, não vou fazê-lo
nunca!
• Se não consegui este cargo, eu sou um
incompetente!
44. Dimensões dos TAs
Psicoticismo Neuroticismo
Anorexia
Bulimia
Alexitimia
Falta de crítica
Isolamento
Labilidade afetiva
Depressão
Perfeccionismo
Procrastinação
45. Qual é a tríade cognitiva para os
Transtornos Alimentares?
Ambiente Futuro
Eu
DEPRESSÃO
Avaliação
negativa de:
• si - mesmo,
• ambiente e
• do futuro.
ANSIEDADE
Avaliação
catastrófica de:
• si – mesmo
como sem
estratégias,
• ambiente é
perigoso e
• do futuro como
incerto.
48. Como lidar?
• Problemas egodistônicos e
egossintônicos em psicoterapia?
• Problemas de neuroticismo ou de
psicoticismo?
51. Psicopatologia Geral
• Variedade de sintomas depressivos e de
ansiedade.
• Características obsessivas (especialmente em
AN).
• Concentração deficiente.
• Desempenho social comprometido.
53. Modelos impróprios
• Facebook.
• Instagram.
• Blogs.
• Sites: Pró-Ana e Pró-Mia.
• Tumblr, Pinterest, etc..
• Snapchat.
• Preferencialmente, ferramentas que é possível
ficar mais “invisível” para um grupo maior.
57. A chave do tratamento
• Aumento e estimulação do
comportamento social e seus reforços
intrínsecos.
• Variação comportamental.
• Diminuição da esquiva e fuga na vida do
paciente.
59. Encontro acidental…
• “Esse incidente constituiu a minha primeira surpresa, ao
mesmo tempo que me pareceu ser uma anomalia. Se o
paciente realmente relatava tudo o que lhe passava pela
cabeça, como pôde ter um fluxo constante de associações e
não relatá-lo?” (*)
• “Mais ainda, como essas duas correntes de ideias puderam
produzir-se simultaneamente? A resposta a essa pergunta
contém um princípio importante. Pode haver mais de uma
corrente de ideias a se desenrolar paralelamente no fluxo de
consciência do paciente. A primeira corrente, bem expressa
na associação livre, representava o componente mais
consciente. A segunda, que se situava mais para a periferia
da consciência e em geral não era relatada, correspondia
provavelmente ao que Freud descrevera como ‘pré-
consciente’. A formulação que fiz dessa observação foi que
os pensamentos autocríticos de M. constituíam uma variável
intermediária (...)”
Meyer, C. (2011). O livro negro da psicanálise.
61. Processamentos paralelos
• Na verdade, existem pelo menos dois sistemas de
pensamento: — Um é voltado para os outros
e, quando expresso com liberdade, compõe-se
de sentimentos e pensamentos que
comumente é possível comunicar aos outros.
Esse modo de pensar e comunicar-se constitui o
“modo conversacional” ou “interativo”. (*)
• O segundo modo de pensamento é,
aparentemente, o “modo auto referencial”.
Consiste em auto monitoria, auto instruções e
autorregulação. Inclui também interpretações
rápidas, automáticas, de fatos, auto avaliações e
previsões. A sua função é a comunicação
consigo mesmo, mais do que com os outros.
(*)
62. Metáfora da Terapia Cognitiva
sobre a “mente”
Aaron T. Beck (1962)
S PA R
Situação (estímulo) Pensamento Automático Resposta
63. A grande sacada:
• “Como descobri em seguida, o sistema de
comunicação interna era fonte de muitos
problemas dos pacientes e, ao me dispor a
escutá-los, pude compreender melhor as
suas dificuldades e ajudá-los a resolvê-las”.
(*)
• “Fui capaz de reconhecer os erros da
maneira como os pacientes interpretavam as
suas experiências, faziam previsões e
formulavam planos de ação”. (*)
64. Lógica ou sistemática das
interpretações do paciente
• “Quando juntei os sonhos, os
pensamentos automáticos e as imagens,
fui capaz de identificar num dado paciente
o significado específico dos
acontecimentos da sua vida”. (*)
65. Síntese sobre a Psicanálise
• Os relatos retrospectivos dos pacientes sobre o
que acreditavam ter aprendido com a terapia
psicanalítica: “O que me disseram pode ser
resumido da seguinte maneira. Diziam ter
aprendido:
– a não acreditar nos seus pensamentos à primeira
vista;
– a "refletir", ou seja, a não tirar conclusões apressadas
demais: refletir antes de agir e sopesar as
consequências dos seus atos;
– a admitir o fato de que exageravam o significado dos
acontecimentos; as coisas não eram tão catastróficas
quanto pareciam;
– e que era frequente interpretarem erradamente os
motivos dos outros, em gerai dos cônjuges”. (*)
66. “Novas” metas para psicoterapia
• “Ao convencer os pacientes a examinarem e
verificarem a validade dos seus pensamentos
automáticos (interpretações negativas), pude
fazer com que o seu modo absoluto de pensar
(‘as minhas conclusões são absolutamente
corretas’) mudasse para um modo questionador
(‘serão corretas?’)”. (*)
• A abordagem global do trabalho com os pacientes
era de "empirismo colaborativo". Esse princípio
diminuía o meu papel de autoridade e levava os
pacientes a trabalharem em colaboração comigo.
(*)
67. Homework Assignments
• São características dessa nova
abordagem:
– ter um plano de ação no início da seção;
– dar feedback ao paciente em intervalos
específicos, durante e no final da sessão;
– passar o "dever de casa": ler textos sobre a
terapia cognitiva, realizar tarefas cotidianas e
fazer o balanço dos pensamentos
disfuncionais. (*)
68. Foco sobre
• Crenças fundamentais (por exemplo, "sou
estúpido");
• Crenças condicionais (por exemplo, "se
todos conhecerem o meu verdadeiro eu,
vão me rejeitar");
• Estratégias compensatórias ("se eu for
engraçado e divertido, todos me
aceitarão"). (*)
69. Postura Eutímica
• a organização cognitiva não deprimida
mostra tendência positiva;
– quando evolui para a depressão, a tendência
cognitiva positiva é neutralizada;
– quando a depressão se desenvolve, a
tendência negativa passa a funcionar;
– nos casos bipolares, quando a fase maníaca
se desenvolve há reversão pronunciada para
a tendência positiva exagerada. (*)
70. Início da técnica
• acabei descobrindo que as ideias autocríticas
podiam levar a sentimentos de culpa ou tristeza
• essa dupla corrente de pensamentos: os relatados
e os não relatados. No entanto a maioria deles
não estava plenamente consciente da segunda
corrente, a que chamei de "pensamentos
automáticos". (*)
• Para preparar os meus pacientes a tomar
consciência desses pensamentos automáticos,
pedi-lhes que anotassem os pensamentos que
surgiam imediatamente antes de vivenciarem um
sentimento específico (tristeza, alegria, loucura
etc.). (*)
71. Foco sobre os pensamentos
disfuncionais
• treinei os pacientes para observar e expor
a corrente de pensamentos não relatados
e pude assim obter uma primeira base de
dados para a nova abordagem da
psicopatologia e da psicoterapia. (*)
72. O preço dos pensamentos
disfuncionais
• A negatividade da depressão impregnava a conversa
interna dos pacientes, como na auto avaliação, nas
atribuições, nas expectativas, nas deduções e na
memória, e manifestava-se numa autoestima fraca, na
responsabilização e na crítica de si mesmo, em
previsões negativas, interpretações negativas de
experiências e lembranças desagradáveis. (*)
• Não só ampliavam as próprias experiências
desagradáveis como também eclipsavam ou
rotulavam de negativas experiências que outras
pessoas considerariam positivas. (*)
• tendiam a prever resultados negativos específicos
para tarefas específicas que podiam realizar e em
geral só esperavam da vida resultados negativos em
longo prazo (*)
73. Um círculo vicioso
• Em geral, tendiam a perceber-se como
"perdedores" em todos os sentidos da
palavra: perdiam alguma coisa de grande
valor, eram derrotados, deficientes ou, de
algum modo, afastados da sociedade. (*)
74. Crenças Centrais
• Os pensamentos automáticos negativos dos pacientes constituíam
uma distorção negativa da realidade; os sonhos também.
• Ao examinar as descrições que os pacientes faziam do que
pensavam quando acordados, percebi que parecia haver uma
coerência certeira entre o conteúdo destes dois fenômenos: sonhos
e pensamentos automáticos.
• Na vida em vigília, o indivíduo reagia a um fato específico com um
pensamento: "Sou solitário" (e me sinto mal). No sonho, esse
conceito era dramatizado de forma explícita totalmente sozinho.
• Em seus pensamentos automáticos, as pessoas têm ideias como:
"Ninguém me ama", "Não sirvo pra nada", "Perdi tudo", "Nunca me
acontece nada de bom". Esses pensamentos combinavam com o
conteúdo do sonho.
• Nesse momento tive pela primeira vez a convicção de que entrava
em contato com o mundo privado dos pacientes — vendo as coisas,
de certo modo, pelos seus olhos. Eles não eram plenamente
conscientes dessa visão negativa até ficarem profundamente
deprimidos.
75. Mudança do foco
• Ocorreu-me a ideia de que a reconstrução
das experiências da infância e a
interpretação dos conflitos inconscientes
não eram necessárias. Talvez fosse bem
mais eficaz enfrentar diretamente as
distorções dos pacientes e mostrar-lhes
como submetê-las à prova da realidade.
76. Metas da Terapia Cognitiva
1. Atrair o interesse dos pacientes para que vejam as suas
interpretações negativas não como realidade mas como
pensamentos ou hipóteses que podem ser:
a. avaliadas em termos de indícios positivos e negativos, de
deduções lógicas a partir dos indícios e de explicações
alternativas; ou
b. sujeitas à comprovação empírica
2. Em seguida (caso parecesse que ela interpretara alguns
fatos de modo errado), pediríamos que verificasse as suas
conclusões em interações posteriores (buscar indícios a
favor e contra a hipótese, determinar critérios, aplicar a
análise lógica aos dados).
3. Ajudar os pacientes a dominarem os seus sentimentos de
falta de energia, anedonia e desejo de ficar inerte.
Em meados da década de 1960, conheci melhor a terapia
comportamental e acrescentei-lhe numerosos princípios.
77. Outras metas
• Apliquei o conceito de solução de problemas
a todas as dificuldades dos pacientes
• "atribuição de tarefa gradual"
• ênfase à conceituação de cada caso do que
às técnicas cognitivas ou comportamentais
específicas
• formular corretamente o caso
• individualizar as técnicas as necessidades do
paciente
78. Ampliação Teórica e Técnica
• Tentei mostrar como as crenças fundamentais modelavam as
reações dos pacientes às situações e deixavam-nos
vulneráveis a tipos específicos de estresse.
• Dos pacientes submetidos à terapia cognitiva, 78,9%
apresentaram sinais de melhora ou remissão completa no
final da terapia, enquanto somente 20% dos que usaram
farmacoterapia obtiveram o mesmo nível de resposta. Os
dois tratamentos obtiveram, como resultado, redução
importante nos relatórios subjetivos e nas avaliações com
base em entrevistas.
• pacientes que davam grande valor a proximidade, intimidade
e dependência e tinham crenças aferentes (do tipo "se eu
não for amado, jamais serei feliz") eram hipersensíveis a
todos os acontecimentos que parecessem representar falta
de afeição ou de apoio, sugeri que a congruência entre fatos
externos e tipos específicos de personalidade poderia
produzir a depressão.
79. O que está passando
pela sua cabeça
neste momento?
81. Crenças Centrais
Esquemas disfuncionais
(regras, atitudes, suposições)
Situação → Pensamentos automáticos → Reações
Eu sou incompetente.
Se eu não entendo algo perfeitamente, então eu sou burro.
Ler um Livro Isso é difícil demais.
Eu jamais entenderia isso.
Emocional: Tristeza.
Comportamental:
fechar o livro.
Fisiológica: peso no
abdômen.
→ →