A terapia do esquema tem como seu enfoque mescla elementos das escolas cognitivo-comportamentais, da teoria do apego, da gestalt, de relações objetais, construtivista e psicanalítica em um modelo conceitual e de tratamento rico e unificador.
2. Temas Abordados
• Tipos de Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais;
• Terapia do Esquema – O que é?
• Definição de Esquema;
• Enfoque da Terapia do Esquema;
• Características da Terapia do Esquema;
• Conceitos: Esquemas Desadaptativos Remotos (EDR)
ou Precoces;
• Domínios de Esquema;
• Estilos Desadaptativos de Enfrentamento;
• Tratamento;
• Bibliografia
4. Terapia do Esquema
O que é?
• A Terapia do Esquema é uma proposta de terapia
inovadora e integradora desenvolvida por Jeffrey
Young(1994), que amplia significativamente os
tratamentos e conceitos cognitivo-comportamentais
tradicionais;
• A proposta da Terapia do Esquema (TE) de Jeffrey
Young é justamente aperfeiçoar a terapia, a
Psicodinâmica, conceitos da teoria do apego além, é
claro, da própria teoria cognitiva tradicional proposta por
Aaron Beck e seguidores.
5. Definição do termo
“Esquema”
• Esquema, em termos gerais, é uma estrutura, uma
armação ou uma conformação;
• Em Kant, esquema é uma concepção comum a todos os
membros de uma classe;
• Na Psicologia Cognitiva, esquema é qualquer princípio
organizativo amplo que um indivíduo use para entender
a própria experiência de vida.
6. Enfoque da Terapia do
Esquema
• Seu enfoque mescla elementos das escolas cognitivo-
comportamentais, da teoria do apego, da gestalt, de
relações objetais, construtivista e psicanalítica em um
modelo conceitual e de tratamento rico e unificador.
• Enquanto que a terapia cognitivo-comportamental
tradicional seria orientada para o aqui e o agora,
incluindo o estabelecimento de metas e tarefas e
atingindo níveis mais superficiais da estrutura da
personalidade do indivíduo, a Terapia do Esquema, teria
um foco no desenvolvimento e na manutenção dos
esquemas, especialmente os formados na primeira
infância.
7. Características da Terapia
do Esquema
• Pode ser breve, de médio ou longo prazo;
• Enfatiza a investigação das origens infantis e
adolescentes dos problemas psicológicos, as técnicas
emotivas, a relação terapeuta-paciente e aos estilos
desadaptativos de enfrentamento;
• Trata muitos transtornos dos Eixos 1 e 2;
• Pode ser aplicada em conjunto com outras modalidades
de terapia e medicação psicotrópica;
• Através da “recuperação parental limitada”, o terapeuta
fornece a muitos pacientes um antídoto parcial das
necessidades que não foram atendidas adequadamente
na infância.
8. Conceitos: Esquemas
Desadaptativos Remotos(EDR) ou
Precoces
• Desde o nascimento, possuímos necessidades
emocionais precoces(vínculos seguros, base estável,
previsibilidade, amor, carinho, atenção, aceitação,
elogio, empatia e limites realistas) para que se
desenvolva e estabeleça relações saudáveis;
• Uma combinação de fatores de temperamento e de
necessidades emocionais não satisfeitas levam ao
estabelecimento dos esquemas desadaptados;
• Os EDR ou precoces são padrões emocionais e
cognitivos autoderrotistas, iniciados em nosso
desenvolvimento desde cedo e repetidos ao longo da
vida.
9. Domínios de Esquema
• Os 18 Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs)
descritos por Young (2003) agrupam-se em cinco
categorias amplas, chamadas por ele de Domínios de
Esquema e que correspondem às necessidades não
atendidas da criança em seu período de
desenvolvimento. São eles:
1. Desconexão e rejeição;
2. Autonomia e desempenho prejudicados:
3. Limites prejudicados:
4. Orientação para o outro:
5. Supervigilância e inibição.
10. Desconexão e Rejeição
• Ligado às falhas de vinculação segura com o outro, de
carinho, de estabilidade, da maternagem em geral;
• Forte dificuldade no estabelecimento de relações
afetivas saudáveis;
• Os esquemas ligados a este domínio são os de
abandono/instabilidade, desconfiança/abuso, privação
emocional, vergonha, isolamento social/ alienação;
• Em função de seu desenvolvimento precoce, esses
esquemas são bastante difíceis de ser acessados.
11. Autonomia e Desempenho
prejudicados
• Os indivíduos não conseguem desenvolver um senso de
confiança, de se estabelecer no mundo por si mesmo,
possuindo geralmente famílias superprotetoras que, na
tentativa de proteger a criança, acabam não reforçando
a sua autonomia;
• Os esquemas aqui envolvidos são os de dependência /
incompetência, vulnerabilidade, emaranhamento / self
subdesenvolvido, fracasso.
12. Limites prejudicados
• Ligado às falhas na aplicação de limites realistas, na
capacidade de seguir regras e normas, de respeitar os
direitos de terceiros e de cumprir as próprias metas
pessoais.
• O egoísmo é a principal característica desses indivíduos,
sendo a família geralmente permissiva.
• Dentro desse domínio estão merecimento/grandiosidade
e autocontrole/autodisciplina insuficiente.
13. Orientação para o outro
• Com o objetivo de ganhar aprovação e evitar retaliação,
os pacientes nesse domínio têm uma ênfase excessiva
no atendimento dos desejos e necessidades do outro,
às custas das suas próprias necessidades;
• A família de origem geralmente estabelece uma relação
de amor condicional, ou seja, a criança só recebe
atenção e aprovação se ela suprime sua livre expressão
e se comporta da maneira desejada;
• Os esquemas aqui envolvidos são os de subjugação,
auto-sacrifício, busca de aprovação/reconhecimento.
14. Supervigilância e Inibição
• Em função de uma educação rígida, repressora, na qual
não houve possibilidade de expressar suas emoções de
maneira livre, os indivíduos com esquemas ligados a
esse domínio são geralmente tristes e introvertidos, com
regras internalizadas excessivamente rígidas,
autocontrole e pessimismo exagerados e uma
hipervigilância pra possíveis eventos negativos;
• Os esquemas que aqui se apresentam são:
negativismo/pessimismo, inibição emocional, padrões
inflexíveis, caráter punitivo.
15. Estilos Desadaptativos de
Enfrentamento
• A ativação de um esquema é ameaçadora, uma vez que
provoca frustração de necessidades emocionais não
atingidas;
• Sendo assim, o indivíduo irá utilizar estilos de
enfrentamento que, embora funcionais na infância, são
desadaptativos na vida adulta e contribuem para
perpetuar o esquema;
• Ou seja, esses estilos correspondem a padrões de
comportamento utilizados na tentativa de atingir as
próprias necessidades emocionais;
• Os estilos de enfrentamento são: hipercompensação,
evitação e resignação.
16. Estilos Desadaptativos de
Enfrentamento
• Resignação ao Esquema
1. O indivíduo assume o esquema e não luta contra ele.
Mesmo enfrentando sofrimento emocional, age de modo
a confirmá-lo.
Exemplo: Uma pessoa com esquema
Abandono/Instabilidade irá selecionar pares
inconstantes, que não tem interesse em formar vínculos;
já um indivíduo com esquema de
Defectividade/Vergonha, buscará amigos e pares e
pares críticos e rejeitadores.(Young, 2003).
17. Estilos Desadaptativos de
Enfrentamento
• Evitação
1. O indivíduo procura impedir que o esquema seja
ativado, bloqueando pensamentos e imagens, usando
distração quando estes surgem, sempre com o objetivo
de não sentir o esquema;
Exemplos: Uma pessoa com esquema de
Defectividade/Vergonha evita deixar que os outros se
aproximem; outra com esquema de Fracasso evitará
desafios profissionais ou adiará tarefas.
18. Estilos Desadaptativos de
Enfrentamento
• Hipercompensação
1. O indivíduo pensa, sente, comporta-se e se relaciona de
maneira oposta ao esquema, na tentativa de ser
diferente daquela criança que foi no passado;
Exemplos: Se foi subjugada na infância, age de forma
desafiadora; se foi abusada, torna-se abusadora.
Embora demonstre uma aparente autoconfiança, no
íntimo sente-se ameaçada pela ativação do esquema.
19. Tratamento
• O objetivo amplo da terapia do esquema é o de ajudar
os pacientes a obter as suas necessidades básicas
atendidas, de uma maneira adaptativa, através da
mudança dos esquemas desadaptativos e dos estilos de
enfrentamento.
• 1ª Fase – Avaliação e Educação.
• 2ª Fase – Intervenções Cognitivas, Vivenciais e
Comportamentais.
20. 1ª Fase – Avaliação e
Educação
• Examinar os padrões disfuncionais que impedem o
paciente de atingir suas necessidades emocionais
básicas;
• A história de vida também constitui pista para a
identificação dos ciclos perpetuadores;
• A avaliação do temperamento do paciente;
• Formulários e inventários entregues ao cliente já nas
primeiras sessões para serem preenchidos em casa
constituem recursos complementares às entrevistas.
(Vide pg. 56)+
21. 1ª Fase – Avaliação e
Educação
• As informações obtidas permitem que o terapeuta
formule algumas hipóteses, compartilhando-as com o
cliente, que deve ser educado de forma a aprender a
identificar em que momentos os seus EDR’s são
disparados e que estilos de enfrentamento costuma
utilizar;
• A última etapa da fase de avaliação, consiste na
ativação dos EDR’s através de técnicas de imagens
mentais, as quais produzem reações emocionais,
facilitando a identificação dos esquemas mais
relevantes. (Exemplo de Roberto na pág. 57).
22. 2ª Fase - Intervenções
Cognitivas
• Testar a validade dos esquemas;
• Relativizar as evidências que sustentam o
esquema;
• Avaliar as vantagens e desvantagens dos
estilos de enfrentamento;
• Diálogos entre o lado do esquema e o lado
saudável;
• Cartões-lembretes de esquemas;
• Diários de esquemas.
23. 2ª Fase – Técnicas
Vivenciais
• Diálogos nas imagens mentais;
• Reparação parental por imagens;
• Imagens de memórias traumáticas;
• Escrever cartas aos pais ou cuidadores;
• Imagens para romper padrões.
24. 2ª Fase - Intervenções
Comportamentais
• Identificação dos padrões comportamentais a serem
modificados, em relação a seus esquemas relevantes;
• Priorizar os comportamentos como alvo de mudança
dos padrões;
• Explorar os comportamentos saudáveis alternativos;
• Construção de motivação para a mudança
comportamental;
• Ensaio do comportamento saudável;
• Tarefa de casa.