O documento discute toxoplasmose congênita, uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii transmitido por fezes de gatos. A infecção na gestante pode causar complicações no feto, como coriorretinite e hidrocefalia. O diagnóstico é feito por sorologia e tratamento precoce é necessário para evitar danos ao feto.
2. Toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida,
causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii(um
dos parasitas mais comuns do mundo), encontrado nas fezes
dos gatos e outros felinos.
Homens e outros animais também podem hospedar o parasita.
Toxoplasma gondii
3. • A gestante pode adquirir a toxoplasmose devido:
• a ingestão de oocistos em água e alimentos contaminados(
vegetais e frutas);
• cistos em carnes mal passadas;
• locais onde eventualmente possa haver fezes de felinos (terra,
areia), que são os únicos hospedeiros definitivos de T. gondii
(BRASIL, 2012)
4.
5. • O risco de infecção fetal esta relacionado a idade gestacional
em que ocorreu a doença, sendo maior no terceiro trimestre e
no período periparto (ate 80%).
• Entretanto, o risco de lesões fetais graves e maior nas infecções
maternas precoces, se a soroconversao ocorreu no primeiro
trimestre gestacional, ha 75% de chance da criança apresentar
manifestações clinicas ate os três primeiros anos de vida.
(FEBRASGO, 2011)
6. As alterações mais encontradas em recém-nascidos
com toxoplasmose congênita são:
• Coriorretinite
• Hepatoesplenomegalia
• Linfadenopatia
• Icterícia
• Anemia
• Estabrismo
• Crises convulsivas
(MINISTERIO DA SAUDE, 2011).
• Erupção cutânea
• Hidrocefalia
• Calcificações cerebrais
• Macro ou microcefalia
• Restrição do crescimento intra-
uterino
• Prematuridade
• Crises convulsivas
7. Figura 1: Lactente com toxoplasmose congênita apresentando
microcefalia e ptose palpebral a esquerda. A mãe não foi tratada durante a
gestação
Figura 2: Mesmo paciente apresentando icterícia hepatomegalia e
esplenomegalia
Linfadenopatia
8. Sintomas da toxoplasmose na grávida
• Na maior parte das mulheres a toxoplasmose adquirida na
gravidez não causa nenhum sintoma.
• Mas alguns podem surgir como:
• Febre;
• Calafrios;
• Gânglios Linfáticos;
• Cefaléia;
• Dor nos músculos e nas articulações.
9. Diagnóstico da infecção materna
• O diagnóstico e feito pela sorologia IgM e IgG.
• IgG (Imunoglobulina G) e IgM (Imunoglobulina
M) são anticorpos que o organismo produz quando entra em
contato com algum tipo de micro-organismo invasor.
• A diferença entre eles é que o IgM é produzido na fase aguda
da infecção, enquanto que o IgG, que também surge na fase
aguda, é mais específico e serve para proteger a pessoa de
futuras infecções, permanecendo por toda a vida.
10. • A gestante que apresentar infecção por T. gondii, por meio da
pesquisa de anticorpos IgM reagentes, em qualquer trimestre
gestacional, devera ser iniciado o tratamento na Atenção
Primaria e simultaneamente ser encaminhada para Referencia
de Alto Risco, mantendo o acompanhamento concomitante na
Unidade de Atenção Primaria a Saúde.
11.
12. Tratamento na mãe
• O tratamento devera ser instituído tão precoce quanto
possível, assim que houver comprovação laboratorial da
toxoplasmose adquirida na gestação.
• A terapêutica envolve droga de ação parasitostatica
(Espiramicina) que atua sobre a infecção placentária e uma
associação de parasiticidas (Sulfadiazina e Pirimetamina com
Acido Folinico) que eliminam os agentes que atravessaram a
barreira placentária e que atingiram o liquido amniótico e/ou o
feto.
13. Diagnóstico no recém nascido
• São critérios diagnósticos para confirmação de toxoplasmose
congênita:
1- Presença de IgM positiva após o 5º dia de vida;
2- IgA positiva nos primeiros 6 meses de vida;
3- IgG específica persistentemente positiva após o 12º mês de
vida;
4- Alterações sugestivas de infecção congênita associadas à
presença de IgM e/ou IgG específica em títulos ascendentes;
5- PCR para T. gondii positivo em sangue periférico.
14. • Deverá ser realizado os seguintes exames no recém-nascido
para avaliar o comprometimento do mesmo:
• Hemograma com plaquetas;
• Bioquímica;
• Radiografia de crânio;
• US transfontanela e/ou tomografia computadorizada do crânio
(TCC);
• Exame Oftalmológico;
• Líquor (líquido da espinha);
• Exame audiológico: para avaliar perda auditiva.
15. Tratamento na criança
• Iniciar precocemente e estender até um ano de idade (mesmo
nos casos de infecção subclínica).
• Controle:
• hemograma e plaquetas a cada 15 a 30 dias (durante o uso de
sulfadiazina e pirimetamina).
16. Prevenção
• Cozinhar bem a carne;
• Usar luvas quando mexer no jardim;
• Lavar todas as frutas e vegetais;
• Lavar bem as mãos após manusear com carne crua, frutas e vegetais;
• Não mexer ou limpar as fezes dos gatos.