O documento descreve flagelados que infectam as vias digestivas e geniturinárias, incluindo Giardia lamblia e Trichomonas vaginalis. Detalha os sintomas, ciclo de vida, diagnóstico e tratamento destes parasitas, assim como medidas de controle e prevenção de infecções.
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Flagelados das vias digestivas e geniturinárias
Vias digestivas
Giardia lamblia
Pentatrichomonas hominis (IG)
Trichomonas tenax (boca)
Vias urinárias:
Trichomonas vaginalis.
Giardíase
• Agente etiológico Giardia lamblia,
Protozoário flagelado forma de: cisto e trofozoíto.
O cisto é a forma infectante encontrada no ambiente.
Patogenia e sintomatologia
• Diarréia: aguda e autolimitada crônica e persistente
• Má absorção
• Cólicas abdominais
• Perda de peso
• Náuseas e vômitos
• Fraqueza
• Distribuição mundial comum em clima temperado;
• Adultos e crianças;
• Porção superior do intestino delgado;
• Infecção assintomática;
• Sintomática:
– Diarréia, acompanhada de dor abdominal.
– Dejeções amolecidas, com aspecto gorduroso,
– Acompanhada de fadiga;
– Anorexia, associada com má absorção, pode ocasionar perda de peso e anemia;
– Flatulência e distensão abdominal.
– Não há invasão intestinal.
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• Reservatório
– O homem e animais domésticos ou selvagens, com:
• Cães, gatos, castor.
• Modo de transmissão :
Fecal - oral.
• Direta: pela contaminação das mãos e conseqüente ingestão de cistos existentes em dejetos de
pessoa infectada; ou
• Indireta: através de ingestão de água ou alimento contaminado
C I C L O B I O L Ó G I C O
Ingestão de cistos maduros através de água e alimentos contaminados ou transmissão direta pelas mãos (fecal-oral)
desencistamento
Colonização de trofozoítos na mucosa do Int. delgado (duodeno)
Divisão binária
encistamento
Eliminação de cistos nas fezes
• Período de incubação
• De 1 a 4 semanas, com média de 7 a 10 dias.
• Período de transmissibilidade
• Enquanto persistir a infecção.
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• Diagnóstico:
Identificação de cistos ou trofozoítos no exame direto de fezes ou
Identificação de trofozoítos no fluido duodenal, obtido através aspiração.
A detecção de antígenos pode ser realizada através do ELISA, com confirmação diagnóstica.
Em raras ocasiões, poderá ser realizada biópsia duodenal, com identificação de trofozoítos.
• Diagnóstico diferencial:
Enterites causadas por protozoários, bactérias ou outros agentes infecciosos.
•Diagnóstico Imunológico:
Detecção de antígenos (testes disponíveis comercialmente):
ELISA, Imunofluorescência e Imunocromatográficos (testes rápidos) Alta sensibilidade e especificidade
Detecção de anticorpos: Imunofluorescência indireta, ELISA e western blot baixa sensibilidade.
Diagnóstico por PCR
• Características epidemiológicas:
É doença de distribuição mundial.
Epidemias em instituições fechadas que atendam crianças, de 8 meses 10 a 12 anos.
"Diarréia dos viajantes" em zonas endêmicas.
Os cistos podem resistir até dois meses no meio exterior (água) e são resistentes ao processo de cloração da água.
Também é descrita a transmissão envolvendo atividades sexuais resultante do contato oro - anal.
• Objetivos da vigilância epidemiológica
Diagnosticar e tratar os casos para impedir a transmissão direta ou indireta da infecção.
Medidas de controle:
a) Geral:
Construir instalações sanitárias adequadas;
Enfatizar medidas de higiene pessoal. Educação sanitária, em particular desenvolvimento de hábitos de higiene c/ lavar
as mãos após uso do banheiro;
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Filtração da água potável.
Saneamento básico;
b) Específicas:
Pessoa(s) com giardíase; deve ser afastada do cuidado de crianças.
Com pacientes internados, devem ser adotadas precauções entéricas através de medidas de desinfecção para fezes e
material contaminado.
Controle de cura, que é feito com o exame parasitológico de fezes, negativo no 7º, 14º e 21º dias após o término do
tratamento.
• Tratamento
Derivados Nitroimidazólicos:
• Metronidazol (® Flagil)
• Tinidazol (® Fasigyn)
• Ornidazol (® Giarlam)
Observação - Não usar bebidas alcoólicas durante ou até 4 dias após o tratamento. Contra-indicados em gestantes.
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Flagelados das vias urinárias
Agente etiológico: Trichomonas vaginalis
Morfologia
• Formas vivas: Elipsóides ou ovais e algumas vezes esféricos formam pseudópodos.
• Preparações fixadas e coradas: tipicamente elipsóide; piriforme ou oval; mede 9,7 mm x 7,0 mm (as formas vivas são
maiores).
• Não tem forma cística; somente trofozoítos.
• 4 Flagelos livres
• Membrana ondulante
• (flagelo aderente)
• Axóstilo (microtúbulos)
• Núcleo
• Não possui mitocôndrias
Biologia
• Habitat: trato geniturinário do homem e da mulher
• Mecanismos de transmissão:
Relação sexual + freqüente
Durante o parto (tricomoníase neonatal)
Outras formas de transmissão: via não sexual (roupa íntima ou de cama, instalações sanitárias).
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• Fatores que favorecem o desenvolvimento do parasita na vagina:
Modificações da flora bacteriana vaginal (fatores hormonais, inflamação, etc.).
Diminuição da acidez local (pH>5) - Bacilo de Doderlein.
Diminuição do glicogênio nas células do epitélio.
Acentuada descamação epitelial.
Ciclo biológico
Patogenia e Sintomatologia
• Na mulher
Assintomática: 25 a 50% dos casos
Vaginite aguda:
• Corrimento vaginal fluido abundante de cor amarela - esverdeada e de odor fétido.
• Prurido ou irritação vulvovaginal.
• Dor durante as relações sexuais.
• Dor ao urinar (disúria) e freqüência miccional.
Vaginite crônica: sintomas leves
• No homem:
Assintomática (a maioria)
Uretrite aguda: corrimento abundante
Sintomatologia leve: escasso corrimento, disúria, prurido.
Complicações (raras): epididimite, infertilidade e prostatite.
★ A Tricomoníase tem sido associada à:
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Transmissão do HIV;
Doença inflamatória pélvica;
Câncer cervical;
Infertilidade (adesão e oclusão tubária);
Parto prematuro;
Baixo peso de bebês nascidos de mães infectadas;
Epidemiologia
A tricomoníase é uma das DST mais prevalentes no mundo
(170 milhões de casos/ano – OMS, 1998);
A tricomoníase é mais comum em mulheres;
Incide de preferência no grupo etário de 16 a 35 anos;
O trofozoíto é suscetível à dessecação, mas pode viver fora do seu “habitat” por algumas horas sob condições de umidade.
Diagnóstico laboratorial
• Coleta da amostra Homem
Materiais: secreção uretral urina primeiro jato, esperma, secreção prostática e material subprepucial.
• Orientações:
Preferencialmente não estar em uso de medicação antiparasitária sistêmica ou tópica.
Estar pelo menos há 2 horas sem urinar.
Coleta da amostra Mulher
• Material: secreção vaginal;
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• Orientações:
Preferencialmente não estar em uso de medicação antiparasitária sistêmica ou tópica;
Sem higiene vaginal durante um período de 18 às 24h anterior à coleta.
Não estar menstruada.
• Preservação da amostra
Temporária (Meios de transporte):
Solução salina isotônica (0,15M) glicosada a 0,2%;
Meios de Stuart e Amies.
Permanente: Fixador álcool polivinílico
Diagnóstico laboratorial
• Diagnóstico imunológico: ELISA.
• Diagnóstico por PCR: alta sensibilidade e especificidade.
• Não são rotineiramente utilizados
Tratamento:
Derivados Nitroimidazólicos:
Metronidazol;
Não é indicado para o tratamento de mulheres que estejam no primeiro trimestre de gravidez.
Já foram descritas linhagens de parasitas resistentes na Europa.
Tinidazol;
Ornidazol;
Nimorazol.