O documento discute fraturas do rádio distal, incluindo sua epidemiologia, diagnóstico, classificação, considerações para tratamento, anatomia óssea e ligamentar, e opções de tratamento cirúrgico e conservador. As fraturas do rádio distal são comuns, ocorrendo principalmente em idosos e jovens após trauma de alta energia, e requerem avaliação cuidadosa dos parâmetros anatômicos para guiar a decisão de tratamento.
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Fratura radio distal
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Fraturas do rádio distal
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2. Epidemiologia
• 1/6 das fraturas em Emergências
• 2 grupos : osteoporóticos e trauma de alta
energia em jovens
• 3 picos : 5 a 14 anos, homens abaixo 50a,
mulheres acima 40 a
3. Epidemiologia
• Maioria das fraturas em idosos é extra-
articular - resultado de queda
• Maior incidência de fraturas intra-
articulares é em pacientes mais jovens -
maioria secundária a acidente de veículo e
esporte
4. Diagnóstico
• Exame da função neurovascular e tendínea
completo e da deformidade
• Desvio dorsal com fragmento proximal
proeminente + hematoma pode resultar em
síndrome do túnel do carpo aguda - Dor em
queimação desproporcional ao trauma
• Pode ocorrer STC crônica
5. Diagnóstico
• Encurtamento do rádio relativo à ulna > 5
mm resulta em ruptura dos ligamentos da
ARU distal
• Fratura do rádio distal e cabeça do rádio
pode indicar energia suficiente para causar
lesão de Essex-Lopresti
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6. Diagnóstico
• Fraturas expostas são tipicamente palmar e
ulnar, tendo em vista que rádio desloca
dorsal e extremidade da ulna expõe palmar.
• Extensor longo do polegar pode ser lesado
agudamente pelo tubérculo de Lister ou
sofrer ruptura espontânea tardia
7. Diagnóstico - Rx
• AP + P+ Oblíquas
• AP + P com tração
• Contralateral : avaliar variância ulnar e
ângulo escafolunar
• Alguns autores indicam TC para avaliar
melhor incongruência articular
8. Diagnóstico - Rx
• Importante : fazer perfil com 20º de
angulação radial em direção ao feixe de RX
para avaliar fossa lunar e possível
penetração da superfície articular por
parafuso durante cirurgia
• Esta angulação retira sombra do estilóide
radial
10. Considerações para Tratamento
• Objetivo: movimento livre de dor e
estabilidade para permitir atividades
normais
• Pouca concordância quanto a características
radiográficas que garantem este resultado
11. Incongruência Intra-articular
• Parâmetro mais importante para resultado
funcional e mudanças degenerativas
• Se 2 mm de incongruência - 100% têm
mudanças degenerativas em rx.
• Resultados funcionais da incongruência
continuam a ser debatidos, tendo alguns
autores não correlacionado incongruência
com má função
12. INCLINAÇÃO PALMAR
• Perda da inclinação palmar normal de 11 a
12 º tem efeito significante no resultado
clínico
• Perda da inclinação palmar normal
#McQueen aceita até 12 º de perda
# Porter até 20 º de perda
14. INCLINAÇÃO RADIAL
• Carpo desliza ulnarmente em resposta à
perda da inclinação radial, resultando em
carga na ulna e no complexo da
fibrocartilagem triangular
• Deformidades frequentemente não ocorrem
em isolado, são tridimensionais (
inclinações + rotação). Isto dificulta
avaliação do efeito de cada deformidade
15. Mal-alinhamento carpal
• Algum grau de aumento do ângulo
escafolunar devido a flexão palmar do
escafóide pode ser aceitável
• Parece que semilunar dorsifletido (DISI) é
associado com pior resultado.
16. Parâmetros aceitáveis no RX
Fratura consolidada de radio em
Pacientes Ativos e Saudáveis
• Comprimento radial : 2 a 3 mm do punho
contralateral
• Inclinação palmar : 0 º(neutra)
• Degrau articular : < 2 mm
• Angulação Radial : < 5 º de perda
17. Anatomia Óssea
• Rádio distal
# metáfise: cortical mais fina dorsal e radial.
Colapso das fraturas dorsal e radial
#Faceta escafóide
#Faceta lunar
#Incisura sigmóide
18.
19. Anatomia Óssea
• Estilóide radial roda palmarmente 15º fora
do eixo do rádio, isso dificulta acesso por
abordagem dorsal ao estilóide
• Cortical óssea mais forte palmar e ulnar
• Parâmetros: comprimento radial(12 mm),
angulação radial( 23º) e inclinação palmar
(11 a 12 º)
23. Anatomia Óssea
• NO AP: osso mais forte subjacente à faceta
lunar do rádio
• Inserção dos ligamentos R-U distais
palmares e para o lig radiolunar mais forte
• Deslocamento deste fragmento leva a
restrição da rotação e deslocamento palmar
do carpo
25. Anatomia Ligamentar
• Palmares :lig extrínsecos são oblíquos desde
estilóde radial porém verticais na faceta
lunar
• Desvio ulnar restaura comprimento radial
mas pouco reduz faceta lunar
26.
27. Anatomia Ligamentar
• Difícil conseguir redução a 12º de desvio
palmar usando só distração: ligamentos
dorsais em “Z”(mais horizontais) e mais
finos que palmares, os últimos tornando-se
tensos antes
29. Tratamento Conservador
• Dificuldade é prever posição final após
consolidação
• Fraturas estáveis que alcançam resultados
RXs traçados inicialmente
• Pacientes idosos de baixa demanda
30. Tratamento Conservador
# critérios de instabilidade
1) Cominuição dorsal do rádio que excede 30 %
2) Cominuição metafisária volar
3) Inclinação dorsal maior que 20º
4) Associação de fratura na ulna e encurtamento
excessivo do rádio
5) Afastamento dos fragmentos articulares maior
que 2 mm
31. Tratamento Conservador
• Considerações com relaçaõ ao paciente :
demandas, estado de saúde, estilo de vida,
comorbidades, trabalho.
OBS: faltam estudos randomizados definitivos para
papel do tto conservador.Porém existem alguns
trabalhos demonstrando que resultado clínico tem
pobre correlação com RXs
32. Tratamento Conservador
• Evitar flexão excessiva na tala: > 30º de
flexão eleva risco de sindrome tunel carpo
• Flexão excessiva +hematoma da fratura :
síndrome do tunel do carpo
• Posição de rotação adequada não é definida,
alguns dizem supinação , outros dizem não
ter diferença a longo prazo
36. Tratamento Operatório
Momento
#Depende das partes moles e do procedimento
proposto
#Agudamente ou quando edema diminuiu
suficientemente para prevenir complicações
#Com redução assistida por astroscopia tratamento
deve ser retardado no mínimo 3 a 5 dias : evitar
extravasamento do fluido de irrigação
37. Pinagem e gesso
• Indicado para fraturas extra-articulares e
simples articulares
• 1º estilóide 2º coluna intemediária (fossa
lunar) de dorsal ulnar para proximal radial
3º fragmentos impactados podem ser
suportados por fios subcondrais transversais
38.
39.
40. Pinagem e gesso
• Maior desvantagem: não elimina “doença
da fratura” – edema e rigidez dos dedos
• Infecção superficial dos pinos
• Fixação em diáfise proximal resulta em
orientação oblíqua dos pinos, a qual pouco
previne colapso dos fragmentos
41. Kapandji
• Fios intrafocais radial e dorsal servindo de
suporte
• Original 1 fio dorsal e 1 estilóide
• Modificada: 2 fios dorsais e 1 estilóide
• Tendência a translação do fragmento distal
• Efetivo para fraturas extra-articulares
42.
43.
44. Fixação externa
• Em relação a gesso e pinagem neutralizaria
forças axiais dos flexores e extensores
• Fixador externo sozinho pode não ser
suficiente para prevenir algum grau de
colapso e perda da inclinação palmar
• Está se introduzindo fixadores que incluem
fragmento distal do rádio, sem fazer ponte
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45. Fixação externa + Enxerto
• Visam à remoção precoce do fixador
externo para reabilitação( cerca de 3
semanas) sem colapso ósseo
• Existem alguns estudos demonstrando bons
resultados utilizando osso esponjoso
autólogo, allograft ou cimento ósseo
46.
47. Fixação externa + Pinagem
• Aumenta estabilidade e previne perda de
redução com relação ao FE isolado
• Maior complicação é lesão do nervo radial
superficial
• Fazer incisão de 5 mm e utilizar
hemostática para liberar trajeto
51. Fixador Externo
Overdistraction
• Distração Excessiva (DE) leva a piores
resultados funcionais, menor mobilidade,
menor força e maior dor
• Distração não reduz fragmentos afundados
que não tem ligamentos inseridos
• Fixador externo isolado não restaura 12º
palmar em frat extraarticular
52. Fixador Externo
Overdistraction
• DE + palmar flexão resultam em
encurtamento relativo dos extensores, o
qual limita flexão e pode levar a rigidez
• Suspeitar de DE quando gap na mediocarpal
na fluoroscopia ou quando há dificuldade
em conseguir mobilidade passiva completa
dos dedos
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53. Fixador Externo
Lesão nervosa cutânea
• 16 a 20 % casos
• Disestesias tendem a resolver em 6 meses
• Pode precipitar complexo regional de dor
• Colocar pinos com minincisão diminui
riscos, além de mais dorsal
56. Fixador Externo
Infecção de pinos
• Fio de Kirschner : 6 a 33%
• Pinos da fixador externo : 1 a 8 %
• Não se sabe se pré broquear aumenta ou não
risco de infecçao
57. Fixação Externa
+ Redução aberta e fixação
interna
• Cominuição dorsal e volar de alta energia,
fragmentos não permitindo fixação interna
somente
• Varias coortes com sucesso
• Evita abordagem dupla dorsal e volar
59. Fixador externo
+ Redução assistida por
artroscopia
• Alguns trabalhos demonstram vantagens
clínicas, outros não (a redução seria perdida
de qualquer maneira a posteriori)
61. Fixação interna - Placa dorsal
• Vantagens:
• abordagem evita estruturas neurovasculares
palmares
• apoio é no local de compressão da maioria
das fraturas
62. Fixação interna - Placa dorsal
• Desvantagens:
• tendinite extensores ou ruptura,
particularmente no tubérculo de Lister
• parafusos distais tem de ser orientados
palmar e proximal, isto permite
deslocamento palmar de fragmentos -
incongruência ARUD e mais proeminência
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65. Fixação interna - Placa volar
• Devido às complicações antes citadas,
muitos autores têm indicado fixação das
fraturas dorsalmente deslocadas através de
abordagem palmar - não dá apoio contra
dorsal deslocamento
• cuidar último parafuso para não penetrar
articulação
66. Fixação interna - Placa volar
• Não pode haver cominuição dorsal
• Abordagens
# entre flexor radial do carpo e artéria radial
– melhor exposição para coluna
radial(estilóide)
#entre flexores e feixe ulnar – acessa coluna
intemediária(fossa lunar)
72. Fratura Articular Palmar
Cisalhamento
• Redução anatômica articular e compressão
através da fratura
• Placa de apoio palmar é ideal
• Cuidar: placa deve apoiar fossa lunar e se
fratura dorso radial a placa submoldada
pode deslocar dorsalmente o fragmento
distal
74. A,B Tração não reduziu córtex palmar C,D Placa
volar com cominuição estilóide radial residual E,F
placa de coluna radial utilizada( pode ser Fio K)
75.
76.
77. Fraturas do estilóide ulnar
• 60 a 70 % das fraturas de radio distal
• 5 mm ou mais de encurtamento radial
teoricamente significa fratura estilóide ulnar
ou ruptura TFCC
• Indicações cirúrgicas estão em evolução
78. Fraturas do estilóide ulnar
• Fratura da base do estilóide ulnar com
deslocamento significativo e/ou translação
palmar grosseira do rádio relativo à ulna
representa indicação para tratamento
• Manter punho em supinação durante reparo