O documento discute luxação escápulo-umeral, resumindo sua história, anatomia, biomecânica, classificação, fatores de risco, exames, tratamentos cirúrgico e não-cirúrgico. A luxação pode ocorrer de forma aguda ou crônica e em diferentes direções, e exige redução e eventual cirurgia para corrigir lesões ósseas ou ligamentares.
2. Generalidades
Papiro Edwin Smith (3000 – 2500 a.C.);
Hussein: tumba de Apivai(escultor de Ramsés II);
Hipócrates (460a.C.): descrição mais detalhada.
3. Generalidades
Ombro: articulação com maior mobilidade dentre
todas do sistema esquelético;
Conceito antigo de luxação: perda da relação
anatômica entre a glenóide e a cabeça do úmero.
4. Anatomia funcional
Articulação escápulo-umeral:
mais instável do corpo
humano, pequeno contato
de superfície articular entre a
glenóide (rasa e pequena) e
cabeça do úmero;
Labrum – aumenta
concavidade da glenóide
criando maior estabilidade
articulação gleno-umeral.
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7. Classificação
A instabilidade da articulação glenoumeral pode ser classificada
de acordo com:
Grau de instabilidade;
Cronologia da lesão;
O fato dela ter sido iniciada ou não por uma força
considerável(traumática ou atramaumática);
Contribuição ou não do paciente para a instabilidade
do ombro(voluntária ou involuntária);
Direção na qual a cabeça do úmero se desloca em
relação à cavidade glenoidal.
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8. Cronologia da lesão
Congênita: decorrente das anomalias do úmero
proximal ou da cavidade glenoidal(retroversão
excessiva da cabeça umeral ou a má formação da
cavidade glenoidal);
Aguda: quando percebida no mesmo dia ou um a
dois dias após a ocorrência;
Crônica.
9. Fatores predisponentes
Traumáticas:
Impacto direto(força violenta sobre
articulação G-U);
Associada geralmente a lesão de Bankart;
Geralmente apresentam lesão cápsulo-
labial e habitualmente, necessitarão de
cirurgia para corrigir o problema.
10. Fatores predisponentes
Atraumática:
Instabilidade
multidirecional,
bilateralidade(boas
respostas aos
programas de
fisioterapia);
Artroressonância:
conjunto capsular
hipermóvel;
Hipermobilidade de
outras
articulações(polegar,
joelho e cotovelo).
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12. Recidivante:
Ocorre 80% dos casos de luxação traumática
primária;
Depende de alguns fatores:
idade: + cedo + chances de novas
luxações;
trauma inicial: extensão da lesão.
Tempo de imobilização: Velpeau 3 semanas;
Reabilitação funcional: reforço muscular.
Fatores predisponentes
13. Direção da instabilidade
Anterior:
85% dos casos;
tipos: subcoracóide (mais comum), subglenóide,
subclavicular, intratorácico;
queda ao solo com mov. Rot. Com membro em
abdução e rot. Externa;
trauma póstero-anterior;
ruptura do labrum;
lesão de Bankart;
lesão de Hill-Sachs.
15. Posterior:
Geralmente associada c/ choque elétrico ou
quadro epléptico, musculatura dos rotatores
internos se contraem com maior intensidade;
Trauma direto anterior p/ posterior;
Clínica precária, pcte consegue realizar alguns
movimentos;
Sem uma incidência radiográfica axilar a lesão
pode passar despercebida: até 60% dos casos.
Direção da instabilidade
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17. Direção da instabilidade
Inferior:
Braço em abdução
entre 110° e 160°;
Paciente chega à
emergência
segurando o braço
em posição elevada.
18. Direção da instabilidade
Superior:
Associada à fratura
do acrômio e
provável lesão do m.
rotador, fratura da
clavícula e
tubérculos, lesão
acrômio-clavicular;
Trauma: direção
anterior e superior
com o membro
superior aduzido.
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19. Mecanismos das lesões
Ombros constitucionalmente frouxos: lesões
mínimas;
Musculatura do ombro: responsável pela
estabilidade
dinâmica(afrouxamentoinstabilidademenor
utilizaçãomaior disfunção do ombromais
instabilidade).
20. Mecanismos das lesões
Traumatismos:
Traumatismo direto: impacto direcionado
ao úmero proximal;
Traumatismo indireto: causa mais
freqüente das entorses, subluxações ou
luxações do ombro;
Luxação anterior: combinação de forças de
abdução, extensão e rotação
externas(transmissão de forças para a
cápsula e ligamentos anteriores).
21. Mecanismos das lesões
Luxação posterior:
carga axial imposta ao
braço aduzido e girado
internamente. A força
combinada dos
músculos rotadores
internos(latíssimo do
dorso, peitoral maior e
subescapular) oprime
os rotadores
externos(infra-espinal
e redondo menor);
22. Exame físico
Luxação anterior:
Dor intensa,
espasticidade
muscular, cabeça
palpável anterior e
espaço vazio
posterior e braço em
atitude de ligeira
abdução e rotação
externa;
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23. Exame físico
Sinal de Dragona:
luxação
anterior(proeminência
do acrômio);
Exame
vascular(palpação da
artéria radial);
Exame neurológico:
nervos axilar,
musculocutâneo,
radial, ulnar, mediano.
24. Exame físico
Luxação posterior:
Ausência de
deformidade
perceptível do
ombro(ocasional),
atitude de adução e
rotação interna.
Achados clássicos:
rotação externa
diminuída do
ombro(menos de
0°),
elevação do
braço
diminuída(menor
que 90°).
25. Luxação posterior
Proeminência
posterior e
arredondamento
do ombro
comparado com
o normal,
Aplainamento da
face anterior do
ombro,
proeminência do
processo
coracóide no
lado luxado.
26. Exame físico
Luxação inferior:
Membro superior abduzido entre 110º e
160º;
Rotação interna;
Encurtamento.
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34. Cuidados posteriores à redução
Repetir as radiografias AP no plano da escápula;
Verificar novamente se existe alguma fratura na
cavidade glenoidal e do úmero proximal;
Condições neurológicas do paciente(funções
sensitivas e motoras do membro acometido);
Condições vasculares(qualidade de pulso ou
presença de hematomas em expansão);
Integridade do manguito rotador(força da abdução e
rotação externa em teste isométrico).
35. Cuidados posteriores à redução
Imobilização:
Posição de adução e rotação interna(relaxamento das
estruturas anteriores lesadas);
Não é necessário enfaixar apertadamente e a
imobilização não precisará ser absoluta;
Tempo de imobilização:
Pacientes jovens: 3 semanas;
Adulto: 2 semanas.
Reabilitação importante;
Índice de recidiva: até 95% em pacientes
jovens(reparação via artroscópica).
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36. Redução fechada de luxações
posteriores
Decúbito dorsal: tração
deverá ser aplicada ao
braço aduzido, na linha
de deformidade,
simultaneamente com o
levantamento da
cabeça do úmero(não
forçar o braço em
rotação externa);
Impacção na cavidade
glenoidal posterior:
tração distal do braço
conjugada com tração
lateral.http://traumatologiaeortopedia.com/
37. Cuidados posteriores à redução
Ombro estável(pós-
redução):
Tipóia e
enfaixamento;
Ombro
instável(tendência a
luxação e/ou
subluxação):
Imobilização
gessada tóraco-
braquial;
38. Luxações crônicas
anteriores(traumáticas)
Mais freqüente: idosos e com alterações
mentais;
Tratamento:
Difícil resolução;
Avaliação do paciente;
Redução fechada(mínima tração);
Redução cirúrgica.
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39. Tratamento
cirúrgico(indicações)
Impossibilidade de redução fechada;
Interposição de tecidos moles(manguito rotador,
cápsula ou tendão do bíceps);
Fratura deslocada do tubérculo maior(deslocamento
maior do que 5 mm após redução);
Fratura da borda da cavidade glenoidal(fragmentos
maiores do que 25% da glenóide ou deslocamento
maior do que 20 mm).
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41. Tratamento cirúrgico
Redução cirúrgica:
Subescapular e cápsula anterior(incisados
próximos a inserção);
Rotação externa e tração lateral(desimpacção do
úmero contra a glenóide)rotação interna e
tração lateral simultânea;
Falha póstero-lateral da cabeça e/ou
fragmentação: prótese.
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