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Luxação escápulo-umeral
aguda e inveterada
http://traumatologiaeortopedia.com.br/
Generalidades
 Papiro Edwin Smith (3000 – 2500 a.C.);
 Hussein: tumba de Apivai(escultor de Ramsés II);
 Hipócrates (460a.C.): descrição mais detalhada.
Generalidades
 Ombro: articulação com maior mobilidade dentre
todas do sistema esquelético;
 Conceito antigo de luxação: perda da relação
anatômica entre a glenóide e a cabeça do úmero.
Anatomia funcional
 Articulação escápulo-umeral:
mais instável do corpo
humano, pequeno contato
de superfície articular entre a
glenóide (rasa e pequena) e
cabeça do úmero;
 Labrum – aumenta
concavidade da glenóide
criando maior estabilidade
articulação gleno-umeral.
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Biomecânica
 Passivos:
 Labrum;
 cápsula articular;
 ligamentos
GUS/GUM/GUI;
 ligamento córaco-
acromial
 pressão negativa intra
articular;
 adesão / coesão.
Ativos:
Manguito rotador;
Cabeça longa do bíceps;
Deltóide, peitoral maior,
trapézio.
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Biomecânica
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Classificação
 A instabilidade da articulação glenoumeral pode ser classificada
de acordo com:
 Grau de instabilidade;
 Cronologia da lesão;
 O fato dela ter sido iniciada ou não por uma força
considerável(traumática ou atramaumática);
 Contribuição ou não do paciente para a instabilidade
do ombro(voluntária ou involuntária);
 Direção na qual a cabeça do úmero se desloca em
relação à cavidade glenoidal.
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Cronologia da lesão
 Congênita: decorrente das anomalias do úmero
proximal ou da cavidade glenoidal(retroversão
excessiva da cabeça umeral ou a má formação da
cavidade glenoidal);
 Aguda: quando percebida no mesmo dia ou um a
dois dias após a ocorrência;
 Crônica.
Fatores predisponentes
 Traumáticas:
 Impacto direto(força violenta sobre
articulação G-U);
 Associada geralmente a lesão de Bankart;
 Geralmente apresentam lesão cápsulo-
labial e habitualmente, necessitarão de
cirurgia para corrigir o problema.
Fatores predisponentes
 Atraumática:
 Instabilidade
multidirecional,
bilateralidade(boas
respostas aos
programas de
fisioterapia);
 Artroressonância:
conjunto capsular
hipermóvel;
 Hipermobilidade de
outras
articulações(polegar,
joelho e cotovelo).
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Fatores predisponentes
 Voluntária/Involuntária;
 Neuromusculares: lesões obstétricas do
plexo braquial.
 Recidivante:
 Ocorre 80% dos casos de luxação traumática
primária;
 Depende de alguns fatores:
 idade: + cedo + chances de novas
luxações;
 trauma inicial: extensão da lesão.
 Tempo de imobilização: Velpeau 3 semanas;
 Reabilitação funcional: reforço muscular.
Fatores predisponentes
Direção da instabilidade
 Anterior:
 85% dos casos;
 tipos: subcoracóide (mais comum), subglenóide,
subclavicular, intratorácico;
 queda ao solo com mov. Rot. Com membro em
abdução e rot. Externa;
 trauma póstero-anterior;
 ruptura do labrum;
 lesão de Bankart;
 lesão de Hill-Sachs.
Luxação anterior
 Posterior:
 Geralmente associada c/ choque elétrico ou
quadro epléptico, musculatura dos rotatores
internos se contraem com maior intensidade;
 Trauma direto anterior p/ posterior;
 Clínica precária, pcte consegue realizar alguns
movimentos;
 Sem uma incidência radiográfica axilar a lesão
pode passar despercebida: até 60% dos casos.
Direção da instabilidade
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Luxação posterior
Direção da instabilidade
 Inferior:
 Braço em abdução
entre 110° e 160°;
 Paciente chega à
emergência
segurando o braço
em posição elevada.
Direção da instabilidade
 Superior:
 Associada à fratura
do acrômio e
provável lesão do m.
rotador, fratura da
clavícula e
tubérculos, lesão
acrômio-clavicular;
 Trauma: direção
anterior e superior
com o membro
superior aduzido.
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Mecanismos das lesões
 Ombros constitucionalmente frouxos: lesões
mínimas;
 Musculatura do ombro: responsável pela
estabilidade
dinâmica(afrouxamentoinstabilidademenor
utilizaçãomaior disfunção do ombromais
instabilidade).
Mecanismos das lesões
 Traumatismos:
 Traumatismo direto: impacto direcionado
ao úmero proximal;
 Traumatismo indireto: causa mais
freqüente das entorses, subluxações ou
luxações do ombro;
 Luxação anterior: combinação de forças de
abdução, extensão e rotação
externas(transmissão de forças para a
cápsula e ligamentos anteriores).
Mecanismos das lesões
 Luxação posterior:
carga axial imposta ao
braço aduzido e girado
internamente. A força
combinada dos
músculos rotadores
internos(latíssimo do
dorso, peitoral maior e
subescapular) oprime
os rotadores
externos(infra-espinal
e redondo menor);
Exame físico
 Luxação anterior:
 Dor intensa,
espasticidade
muscular, cabeça
palpável anterior e
espaço vazio
posterior e braço em
atitude de ligeira
abdução e rotação
externa;
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Exame físico
 Sinal de Dragona:
luxação
anterior(proeminência
do acrômio);
 Exame
vascular(palpação da
artéria radial);
 Exame neurológico:
nervos axilar,
musculocutâneo,
radial, ulnar, mediano.
Exame físico
 Luxação posterior:
 Ausência de
deformidade
perceptível do
ombro(ocasional),
atitude de adução e
rotação interna.
 Achados clássicos:
 rotação externa
diminuída do
ombro(menos de
0°),
 elevação do
braço
diminuída(menor
que 90°).
Luxação posterior
 Proeminência
posterior e
arredondamento
do ombro
comparado com
o normal,
 Aplainamento da
face anterior do
ombro,
proeminência do
processo
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lado luxado.
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 Luxação inferior:
 Membro superior abduzido entre 110º e
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 Rotação interna;
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Exames radiográficos
 Radiografias:
 AP;
 Perfil;
 Perfil Axilar.
Exames radiográficos
Exames radiográficos
 Tomografia
computadorizada:
 Investigação de
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associadas:
glenóide e cabeça
do úmero.
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Complicações da lesão
 Alterações ligamentares e capsulares;
 Fraturas e alterações ósseas;
 Luxações do manguito;
 Lesões vásculo–nervosas: axilar;
 Recorrência da luxação.
Tratamento não-cirúrgico
 Luxações traumáticas agudas:
 Estudo radiográfico adequado;
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 Princípios: tração e alavancagem;
 Manobras utilizadas:
 Tração e contra-tração;
 Tração e contra-tração lateral;
 Técnicas: Stimson, Milch, Kocher e Hipócrates.
Manobras de redução
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Manobras de redução
Cuidados posteriores à redução
 Repetir as radiografias AP no plano da escápula;
 Verificar novamente se existe alguma fratura na
cavidade glenoidal e do úmero proximal;
 Condições neurológicas do paciente(funções
sensitivas e motoras do membro acometido);
 Condições vasculares(qualidade de pulso ou
presença de hematomas em expansão);
 Integridade do manguito rotador(força da abdução e
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 Imobilização:
 Posição de adução e rotação interna(relaxamento das
estruturas anteriores lesadas);
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imobilização não precisará ser absoluta;
 Tempo de imobilização:
 Pacientes jovens: 3 semanas;
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 Reabilitação importante;
 Índice de recidiva: até 95% em pacientes
jovens(reparação via artroscópica).
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Redução fechada de luxações
posteriores
 Decúbito dorsal: tração
deverá ser aplicada ao
braço aduzido, na linha
de deformidade,
simultaneamente com o
levantamento da
cabeça do úmero(não
forçar o braço em
rotação externa);
 Impacção na cavidade
glenoidal posterior:
tração distal do braço
conjugada com tração
lateral.http://traumatologiaeortopedia.com/
Cuidados posteriores à redução
 Ombro estável(pós-
redução):
 Tipóia e
enfaixamento;
 Ombro
instável(tendência a
luxação e/ou
subluxação):
 Imobilização
gessada tóraco-
braquial;
Luxações crônicas
anteriores(traumáticas)
 Mais freqüente: idosos e com alterações
mentais;
 Tratamento:
 Difícil resolução;
 Avaliação do paciente;
 Redução fechada(mínima tração);
 Redução cirúrgica.
http://traumatologiaeortopedia.com/
Tratamento
cirúrgico(indicações)
 Impossibilidade de redução fechada;
 Interposição de tecidos moles(manguito rotador,
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 Fratura deslocada do tubérculo maior(deslocamento
maior do que 5 mm após redução);
 Fratura da borda da cavidade glenoidal(fragmentos
maiores do que 25% da glenóide ou deslocamento
maior do que 20 mm).
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Anatomia cirúrgica
Tratamento cirúrgico
 Redução cirúrgica:
 Subescapular e cápsula anterior(incisados
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 Rotação externa e tração lateral(desimpacção do
úmero contra a glenóide)rotação interna e
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Fratura de patela
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Luxação escápulo-umeral aguda e inveterada

  • 1. Luxação escápulo-umeral aguda e inveterada http://traumatologiaeortopedia.com.br/
  • 2. Generalidades  Papiro Edwin Smith (3000 – 2500 a.C.);  Hussein: tumba de Apivai(escultor de Ramsés II);  Hipócrates (460a.C.): descrição mais detalhada.
  • 3. Generalidades  Ombro: articulação com maior mobilidade dentre todas do sistema esquelético;  Conceito antigo de luxação: perda da relação anatômica entre a glenóide e a cabeça do úmero.
  • 4. Anatomia funcional  Articulação escápulo-umeral: mais instável do corpo humano, pequeno contato de superfície articular entre a glenóide (rasa e pequena) e cabeça do úmero;  Labrum – aumenta concavidade da glenóide criando maior estabilidade articulação gleno-umeral. http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 5. Biomecânica  Passivos:  Labrum;  cápsula articular;  ligamentos GUS/GUM/GUI;  ligamento córaco- acromial  pressão negativa intra articular;  adesão / coesão. Ativos: Manguito rotador; Cabeça longa do bíceps; Deltóide, peitoral maior, trapézio. http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 7. Classificação  A instabilidade da articulação glenoumeral pode ser classificada de acordo com:  Grau de instabilidade;  Cronologia da lesão;  O fato dela ter sido iniciada ou não por uma força considerável(traumática ou atramaumática);  Contribuição ou não do paciente para a instabilidade do ombro(voluntária ou involuntária);  Direção na qual a cabeça do úmero se desloca em relação à cavidade glenoidal. http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 8. Cronologia da lesão  Congênita: decorrente das anomalias do úmero proximal ou da cavidade glenoidal(retroversão excessiva da cabeça umeral ou a má formação da cavidade glenoidal);  Aguda: quando percebida no mesmo dia ou um a dois dias após a ocorrência;  Crônica.
  • 9. Fatores predisponentes  Traumáticas:  Impacto direto(força violenta sobre articulação G-U);  Associada geralmente a lesão de Bankart;  Geralmente apresentam lesão cápsulo- labial e habitualmente, necessitarão de cirurgia para corrigir o problema.
  • 10. Fatores predisponentes  Atraumática:  Instabilidade multidirecional, bilateralidade(boas respostas aos programas de fisioterapia);  Artroressonância: conjunto capsular hipermóvel;  Hipermobilidade de outras articulações(polegar, joelho e cotovelo). http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 11. Fatores predisponentes  Voluntária/Involuntária;  Neuromusculares: lesões obstétricas do plexo braquial.
  • 12.  Recidivante:  Ocorre 80% dos casos de luxação traumática primária;  Depende de alguns fatores:  idade: + cedo + chances de novas luxações;  trauma inicial: extensão da lesão.  Tempo de imobilização: Velpeau 3 semanas;  Reabilitação funcional: reforço muscular. Fatores predisponentes
  • 13. Direção da instabilidade  Anterior:  85% dos casos;  tipos: subcoracóide (mais comum), subglenóide, subclavicular, intratorácico;  queda ao solo com mov. Rot. Com membro em abdução e rot. Externa;  trauma póstero-anterior;  ruptura do labrum;  lesão de Bankart;  lesão de Hill-Sachs.
  • 15.  Posterior:  Geralmente associada c/ choque elétrico ou quadro epléptico, musculatura dos rotatores internos se contraem com maior intensidade;  Trauma direto anterior p/ posterior;  Clínica precária, pcte consegue realizar alguns movimentos;  Sem uma incidência radiográfica axilar a lesão pode passar despercebida: até 60% dos casos. Direção da instabilidade http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 17. Direção da instabilidade  Inferior:  Braço em abdução entre 110° e 160°;  Paciente chega à emergência segurando o braço em posição elevada.
  • 18. Direção da instabilidade  Superior:  Associada à fratura do acrômio e provável lesão do m. rotador, fratura da clavícula e tubérculos, lesão acrômio-clavicular;  Trauma: direção anterior e superior com o membro superior aduzido. http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 19. Mecanismos das lesões  Ombros constitucionalmente frouxos: lesões mínimas;  Musculatura do ombro: responsável pela estabilidade dinâmica(afrouxamentoinstabilidademenor utilizaçãomaior disfunção do ombromais instabilidade).
  • 20. Mecanismos das lesões  Traumatismos:  Traumatismo direto: impacto direcionado ao úmero proximal;  Traumatismo indireto: causa mais freqüente das entorses, subluxações ou luxações do ombro;  Luxação anterior: combinação de forças de abdução, extensão e rotação externas(transmissão de forças para a cápsula e ligamentos anteriores).
  • 21. Mecanismos das lesões  Luxação posterior: carga axial imposta ao braço aduzido e girado internamente. A força combinada dos músculos rotadores internos(latíssimo do dorso, peitoral maior e subescapular) oprime os rotadores externos(infra-espinal e redondo menor);
  • 22. Exame físico  Luxação anterior:  Dor intensa, espasticidade muscular, cabeça palpável anterior e espaço vazio posterior e braço em atitude de ligeira abdução e rotação externa; http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 23. Exame físico  Sinal de Dragona: luxação anterior(proeminência do acrômio);  Exame vascular(palpação da artéria radial);  Exame neurológico: nervos axilar, musculocutâneo, radial, ulnar, mediano.
  • 24. Exame físico  Luxação posterior:  Ausência de deformidade perceptível do ombro(ocasional), atitude de adução e rotação interna.  Achados clássicos:  rotação externa diminuída do ombro(menos de 0°),  elevação do braço diminuída(menor que 90°).
  • 25. Luxação posterior  Proeminência posterior e arredondamento do ombro comparado com o normal,  Aplainamento da face anterior do ombro, proeminência do processo coracóide no lado luxado.
  • 26. Exame físico  Luxação inferior:  Membro superior abduzido entre 110º e 160º;  Rotação interna;  Encurtamento. http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 27. Exames radiográficos  Radiografias:  AP;  Perfil;  Perfil Axilar.
  • 29. Exames radiográficos  Tomografia computadorizada:  Investigação de fraturas associadas: glenóide e cabeça do úmero. http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 30. Complicações da lesão  Alterações ligamentares e capsulares;  Fraturas e alterações ósseas;  Luxações do manguito;  Lesões vásculo–nervosas: axilar;  Recorrência da luxação.
  • 31. Tratamento não-cirúrgico  Luxações traumáticas agudas:  Estudo radiográfico adequado;  Redução precoce;  Nível de anestesia;  Princípios: tração e alavancagem;  Manobras utilizadas:  Tração e contra-tração;  Tração e contra-tração lateral;  Técnicas: Stimson, Milch, Kocher e Hipócrates.
  • 34. Cuidados posteriores à redução  Repetir as radiografias AP no plano da escápula;  Verificar novamente se existe alguma fratura na cavidade glenoidal e do úmero proximal;  Condições neurológicas do paciente(funções sensitivas e motoras do membro acometido);  Condições vasculares(qualidade de pulso ou presença de hematomas em expansão);  Integridade do manguito rotador(força da abdução e rotação externa em teste isométrico).
  • 35. Cuidados posteriores à redução  Imobilização:  Posição de adução e rotação interna(relaxamento das estruturas anteriores lesadas);  Não é necessário enfaixar apertadamente e a imobilização não precisará ser absoluta;  Tempo de imobilização:  Pacientes jovens: 3 semanas;  Adulto: 2 semanas.  Reabilitação importante;  Índice de recidiva: até 95% em pacientes jovens(reparação via artroscópica). http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 36. Redução fechada de luxações posteriores  Decúbito dorsal: tração deverá ser aplicada ao braço aduzido, na linha de deformidade, simultaneamente com o levantamento da cabeça do úmero(não forçar o braço em rotação externa);  Impacção na cavidade glenoidal posterior: tração distal do braço conjugada com tração lateral.http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 37. Cuidados posteriores à redução  Ombro estável(pós- redução):  Tipóia e enfaixamento;  Ombro instável(tendência a luxação e/ou subluxação):  Imobilização gessada tóraco- braquial;
  • 38. Luxações crônicas anteriores(traumáticas)  Mais freqüente: idosos e com alterações mentais;  Tratamento:  Difícil resolução;  Avaliação do paciente;  Redução fechada(mínima tração);  Redução cirúrgica. http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 39. Tratamento cirúrgico(indicações)  Impossibilidade de redução fechada;  Interposição de tecidos moles(manguito rotador, cápsula ou tendão do bíceps);  Fratura deslocada do tubérculo maior(deslocamento maior do que 5 mm após redução);  Fratura da borda da cavidade glenoidal(fragmentos maiores do que 25% da glenóide ou deslocamento maior do que 20 mm). http://traumatologiaeortopedia.com/
  • 41. Tratamento cirúrgico  Redução cirúrgica:  Subescapular e cápsula anterior(incisados próximos a inserção);  Rotação externa e tração lateral(desimpacção do úmero contra a glenóide)rotação interna e tração lateral simultânea;  Falha póstero-lateral da cabeça e/ou fragmentação: prótese. http://traumatologiaeortopedia.com.br/