• 4-7% das fraturas do fêmur, sendo que 8-38% dos casos são expostas
• Lesão do nervo fibular comum em 3-4% casos.
• Acomete 2 grupos principais de pacientes: mulheres > 50 anos (osteoporose / baixa energia) e homens jovens (alta energia).
O número de fraturas cresce exponencialmente com a idade.
-> https://drmarciosilveira.com/fratura-do-femur-distal-supracondiliana/
2. Definição
Fraturas envolvendo 9
(7,5 a 15) cm distais do
fêmur, região que
corresponde à junção da
metáfise com a diáfise
femoral, na qual o canal
medular alarga-se no
plano medio-lateral, as
corticais afinam-se e o
estoque ósseo diminui
Pode ser definida pelo
quadrado epifisário da
AO
3. Epidemiologia
4 a 7% das fraturas do fêmur
Sexo feminino, > 50 anos
Jovens – alta energia
Idosos – osteoporose e baixa energia
50 a 80% de lesões associadas
3% de lesões vasculares (artéria femoral no
canal dos adutores)
1% de lesões nervosas (fibular comum)
20% tem lesão ligamentar (+ cruzado anterior)
4. Anatomia
Côndilos lateral e medial unidos
anteriormente pela tróclea e
posteriormente pela fossa ou
chanfradura intercondiliana
Medialmente: o côndilo
medial(maior, mais baixo e mais
posterior que o lateral) possui uma
saliência óssea (epicôndilo) onde se
insere o ligamento colateral da tíbia.
Imediatamente acima uma outra
proeminência o tubérculo adutor(se
insere o adutor magno)
Lateralmente: o côndilo lateral é
mais largo e menor que o côndilo
medial. No epicôndilo lateral origina-
se o ligamento colateral fibular.
Abaixo do epicôndio encontra-se um
sulco oblíquo onde se insere o
tendão do poplíteo
5. Anatomia
Observando a superfície lat
da diáfise distal e do côndilo
lat do fêmur,nota-se que a
diáfise se alinha com a
metade anterior do côndilo
lateral.
Artéria femoral adentra a
fossa poplítea
aproximadamente 10cm
acima da articulacão do
joelho e passa através do
adutor magno,proximalmente
a sua insercão no tubérculo
do adutor.
6. Anatomia da fratura
Os adutores geralmente causam deformidade
em valgo típica e RE do fragmento proximal
O fragmento distal pode estar fletido pelo
gêmeos e a flexão pode ser aumentada pelo
cavalgamento e encurtamento do fragmento
proximal pelo quadríceps e isquiotibiais
Nas fx intercondilares pode haver rotação dos
côndilos pelas cabeças do gêmeos
7. Mecanismo
Jovens: trauma direto com joelho
flexionado
Idosos: compressão axial combinado
com forças rotacionais e varo ou valgo
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8. Classificação
AO:
A – Extra articular;
B – Intra articular
parcial;
C – Articular
complexa;
9.
10. Classificação
Neer: mais simples, não dá prognóstico
I – desvio mínimo
II – com desvio dos côndilos
a – medial
b – lateral
III – cominutiva com acometimento
supracondilar e diafisário
11.
12. Classificação
Seinsheimer
I – desvio mínimo (<2 mm)
II – acometem a metáfise distal sem acometer região intercondilar
a – em duas partes
b – cominutiva
III – envolvem a fossa intercondilar com acometimento de 1 ou 2
côndilos
a – desvio côndilo medial
b – desvio côndilo lateral
c – desvio dos 2 côndilos
IV – envolvem a superfície articular
a – côndilo medial
b – côndilo lateral
c – cominutiva, complexa envolvendo 1 côndilo e a fossa ou os 2
côndilos
13.
14. Tratamento
Não existe “receita de bolo”
Avaliar “personalidade da fratura”(Tile e
Schatzker)
Objetivos:
Restabelecer comprimento, rotação e alinhamento
metafisiário
Recontruir anatomicamente a superfície articular
Reabilitação precoce (evitar rigidez)
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16. Tratamento Conservador
TTO exceção:
Indicações relativas:
Fx sem desvio o incompletas
Fx impactadas em idosos com osteoporose
severa
Fx com TRM associado
Falta de condições clínicas
Infecção ativa e pré-existente
17. Tratamento Conservador
- fraturas impactadas s/
desvio ou mínimo
deslocamento o tratamento é
feito com imobilizador de
joelho ou gesso seguida após
03 á 06 semanas ( dependerá
da regressão da dor e
edema) o uso do cast-brace(
permite a mobilidade do
joelho).
- O paciente pode andar com
carga parcial até que a fratura
se consolide (por volta de 04
meses).
18. Tratamento Conservador
Pctes c/ fraturas desviadas
porém com outras contra-
indicações: tratados com
tração transesquelética
(corrige o alinhamento e o
comprimento, mas não reduz
anatomicamente a fratura).
Geralmente o vértice
posterior da angulação da
fratura é corrigido na TTE
com aumento da flexão do
joelho ou o uso de uma
almofada sob a coxa distal.
A órtese é usada com 03 á
06 semanas até a formação
de calo ósseo(04 á 05
meses).
19. Tratamento Conservador
Desvios aceitáveis:
< 7° no plano frontal
< 7 a 10° no plano sagital
< 1,5 cm de encurtamento
<2 mm de incongruência articular
20. Tratamento Conservador
Uso prolongado de tração leva a
aderências intraarticulares e retrações
do quadríceps
Primeira semana pós-op: movimentação
ativa pé e tornozelo
Segunda:contração do quadríceps
Final da quarta: flexo-extensão do joelho
21. Tratamento Cirúrgico
O objetivo: restaurar a congruência
articular, comprimento e alinhamento
fornecendo estabilidade na fixação para
permitir a mobilização precoce
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22. Tratamento
Indicações:
Fx unicondilares
Fx expostas
Fx com lesão vascular
Fx com síndrome compartimental
Fx intraarticulares desviadas
Fx da extremidade ipsilateral concomitante
Fx irredutíveis
Fx patológicas
Joelho Flutuante
23. Via de Acesso
Até a última década: redução aberta + fixação
rígida através acesso lateral entre vasto lateral
e bíceps. Se comprometimento articular,
artrotomia
Abordagem biológica: nas frat cominutivas
evita vizualização direta do foco (não
desvasculariza); redução indireta,
minimamente invasiva
p/ frat articular: redução aberta + fix rígida
25. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Placa angulada condilar de 95°:
Particularmente útil nas fx
supracondilares baixas e pode ser usada
nas fx com extensão intercondilar
A superfície larga da lâmina fornece
fixação estável e resiste às força que
atuam no foco de fx nos 3 planos
Mau posicionamento leva ao mau
alinhamento no foco
26. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Após a redução anatômica que pode ser
mantida com fios de Kirschner a lâmina deve
ser inserida 1,5 a 2 cm da superfície articular
distal no 1/3 médio da porção anterior dos
côndilos e após devem ser colocados 2
parafusos de esponjosa 6,5 mm um anterior e
outro posterior atuando como
interfragmentários
Estando os côndilos reduzidos, pode-se
reduzi-los em relação à diáfise e fixá-los nela
através da placa
29. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Parafuso Condilar Dinâmico:
Mais fácil colocação
Mesmo desenho da placa substituindo a
lâmina por um parafuso de compressão
Vantagem de compressão adicional dada
pelo parafuso junto aos côndilos
30. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Placa de suporte condilar:
Função de prevenir deformidade axial como
resultado de cisalhamento ou da flexão e deve
ser aplicado ao córtex que tenha sido fraturado
e que esteja sendo submetido à carga
Deve ser firmemente fixada no fragmento
principal e não necessita fixação com
parafusos no fragmento que está suportando
31. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Indicações:
Fx transcondilares nas quais não é
possível usar a placa angulada ou o DCS
Fx cominutivas ou coronais nas quais a
colocação de um parafuso
interfragmentário impede a inserção do
parafuso DCS ou da lâmina da placa
condilar
Fx cominutivas intraarticulares
32. Frats B: redução
aberta anatômica e
fixação rígida.
Prafusos de tração
e DCS
33. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Hastes intramedulares:
Biomecanicamente superiores às placas,
particularmente quando há falhas ósseas
O canal intramedular mais próximo do
eixo axial do fêmur diminui o braço de
alavanca que atua no implante, sendo
menos provável a falha por fadiga do
implante
34. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Método de escolha para fx em ossos
osteoporóticos e para fx periprotéticas
com espaço suficiente na fossa
intercondilar do componente femoral
Sua facilidade técnica de inserção deve
ser levada em conta nas fx de
politraumatizados e obesos
35. Redução e Fixação com Haste
Intra-Medular
https://traumatologiaeortopedia.com.b
36.
37.
38. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Fixadores Externos:
Indicações:
Fx expostas graves
Fx com lesão de partes moles,
contaminadas e com perda óssea
Pctes instáveis hemodinamicamente
Queimaduras ou cominuição femoral e
tibial extensa ipsilateral e presença de
sepse
39. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Pode ser usado como tratamento
temporário até que a fixação interna
definitiva seja efetuada
Desvantagens:
Infecção nos pinos
rigidez do joelho
Pseudoartrose
Perda de redução após sua remoção
42. Métodos de Tratamento
Cirúrgico
Placas percutâneas:
Após redução anatômica por métodos
indiretos e escorregamento da placa de
distal para proximal
43. Complicações
Rigidez:
Fatores predisponentes:
Redução inaceitável da superfície
articular
Aderências intraarticulares
Contraturas capsulo-ligamentares
Atrito do quadríceps e musculatura
isquiotibial
Artrose pós-trauma
44. Complicações
Pctes submetidos a tto conservador são
mais suscetíveis
Prevenção: fisioterapia pós-operatória
precoce
Tratamento: corrigir deformidades, liberar
aderências intraarticulares e capsulo-
ligamentares e alongar quadríceps
(quadricepsplastia)
45. Complicações
Infecção:
Fatores predisponentes:
Trauma de alta energia com exposição
óssea
Dissecção cirúrgica extensa
Fixação inadequada (falta de
estabilidade)
Inexperiência cirúrgica
46. Complicações
Tratamento:
limpeza cirúrgica, desbridamento,
antibioticoterapia e o material de síntese
NÃO deve ser retirado, salvo em casos
isolados
47. Complicações
Pseudoartrose:
Tto conservador (0 a 22%) X cirúrgico (14 a
19%)
Fatores predisponentes:
Trauma de alta energia com exposição óssea
Grande cominuição
Perda óssea extensa
Infecção estabelecida
48. Complicações
Uma vez estabelecida a pseudoartrose o
joelho torna-se rígido com o tempo e a
mobilidade se dá no foca da
pseudoartrose
Tratamento:
Atróficas: estabilidade + enxerto
Hipertróficas: estabilidade
49. Complicações
Consolidação Viciosa:
Segundo Neer:
Angulação de 10 a 15° u 1,5 a 2 cm de
desvio ou encurtamento
Fx supracondilianas cominutivas
tendência ao varo
Fx submetida à pinagem intramedular
tendência ao valgo
Tratamento: osteotomias corretivas
50. Complicações
Perda de fixação:
Fatores predisponentes:
Grande cominuição
Osteoporose severa
Fx transcondilares baixas
Fx intercondilares muito cominutivas
infecção
51. Complicações
No caso de perda de fixação deve-se
investigar a presença de infecção com
cultura, antibiograma e exames de
imagem ( RX, TC, cintilografia com
leucócitos marcados)
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