Este documento discute as particularidades da medicina felina comparada à medicina canina e humana. Destaca que gatos precisam de doses menores de medicamentos devido a diferenças no metabolismo e circulação sanguínea. Também explica que a fluidoterapia em gatos requer atenção à temperatura corporal para evitar hipotermia e sobrecarga hídrica. Apresenta ainda cuidados no uso de analgésicos comuns como dipirona e tramadol em felinos.
1. Medicina Veterinária
UFPR
Residencia em clínica
médica de pequenos
animais UTP
Especialização em
clínica médica de
felinos Qualittas
Mestrado em ciências
veterinárias UFPR
Gatos NÃO são cães!
4. Particularidades felinas - Terapêutica
• Cão= 90ml sangue/kg X Gato = 45ml sangue/kg
• leito vascular reduzido para distribuição de fármacos
= Fármaco mais concentrado ! ! !
• Muito mais fácil de LAVAR!
5. Particularidades felinas - Fluidoterapia X temperatura
• A reidratação deve ocorrer junto com
esforços de reaquecimento.
• Gatos não fazem vasoconstrição mesmo
que estejam hipotensos se estiverem
hipotérmicos
• Quando a temperatura volta, volta também
a resposta de vasoconstrição e há
sobrecarga hídrica.
6. Particularidades felinas - Fluidoterapia
• Maior probabilidade de efusão do que edema
• Drenagem venosa pulmonar diferente dos
demais
“Um clínico perspicaz observará taquipneia ou
estertores à ausculta, já que a efusão pleural ou
o edema pulmonar se desenvolvem antes do
inicio da dispneia franca. “ (O gato, Little S.)
7. Particularidades felinas - Terapêutica
• Albumina
• Fármaco pode acumular no sangue na forma ativa
• Anorexia e /ou hepatopatia e /ou perda renal/intestinal
8. Lipossolúvel
Hidrossolúvel
Fase 1
Deficiência no sistema citocromo P450
(funciona lentamente)
• Metabolização:
• Lenta
• Deficiente
• Meia-vida
mais longa
Oxidação Redução Hidrólise
Fase 2
Glicorunidação = Enzima glucoronil transferase
(deficiência na enzima e em metabólitos)
Acetil e
sulfatos
Glicina
Taurina
Ac. Glicurônico
Glutationa
9. Particularidades felinas - Terapêutica - Dipirona
Utiliza sist. citocromo P-450 e glicuronidação
2019 CONCLUSÕES: A administração de 25 mg /kg de dipirona uma, duas ou
três vezes ao dia, associada a tramadol, durante 5 dias, promove analgesia
eficaz para cirurgias que causem dor leve a moderada
• Seu uso é seguro e não promoveu alterações hematológicas, bioquímicas e
oxidativas
10. Particularidades felinas - Terapêutica - Dipirona
• Pode ou não pode?
• Excelente analgésico para felinos
• Pode causar hipotermia e /ou hipotensão
• Não fazer se 37,7°C
• Não fazer se abaixo 100mmHg
• Dose = 12,5 a 25mg /kg SID ou BID
11. Particularidades felinas - Terapêutica - Tramadol
• Utiliza enz. Glicuroniltransferase - Metabolização e excreção lenta
• Menores doses!!!
Até 2mg /kg (2 a 5 mg /kg cão)
Mais que isso só efeitos colaterais e não controle de dor
Se precisa de mais = associar medicações !!!
14. Particularidades felinas - Terapêutica - Lesões oxidativas
• Paracetamol
• Cebola e Alho
• Analgésicos e anestésicos de vias urinarias
• Fenazopiridina (pyridium) = Urina e fezes laranjas
• 5 dias após o uso = anemia
• Azul de metileno (sepurin) = Azul
• 2-15 dias após o uso = anemia
• Benzocaina (ex.: Crema 6A)
15. Particularidades felinas - Escopolamina (Buscopan)
• Taquiarritmia por ativação
do SNS em carnívoros =
morte súbita!!!
• Excitação e alterações de
comportamento
A albumina é o carrinho que leva os fármacos pela circulação e faz o transporte até o fígado para que fármacos lipossolúveis sejam transformados em hidrossolúveis e possam ser eliminados na sua forma menos ativa e com mais segurança...
Quando há falta de albumina mais droga fica disponível e disponível a droga está em sua forma ativa, e sendo assim pode causar mais danos colaterais, pois está mais concentrada e livre para se ligar onde quiser e causar problemas...
Quando não há albumina as doses devem ser corrigidas para a menor dose possível para evitar danos colaterais... É importante lembrar disso em pacientes com anorexia já que a albumina vem principalmente da alimentação... E tbm em doenças hepáticas em q ela pode estar sendo pouco produzida...
A metabolização hepática dos felinos apresenta algumas particularidades em relação a outras espécies. Apesar de serem capazes de metabolizar alguns substratos em comum com cães e humanos, a atividade das isozimas do complexo citocromo P450 é mais lenta nos gatos, sugerindo que as doses utilizadas por cães não devam ser extrapoladas para felinos, sob risco de hepatotoxicidade (Van Beusekom et al. 2010). Esta última espécie, ainda, expressa apenas duas isoformas da enzima uridina difosfato glucuronosiltransferase, principais catalisadoras da glicuronidação, etapa necessária a biotransformação de inúmeras drogas, toxinas e compostos endógenos (Court 2013), contribuindo para o lento metabolismo de fármacos e toxicidade. Soma-se a isso a peculiaridade de os eritrócitos dos felinos apresentarem 8 sulfidrilas (6 a mais do que os demais mamíferos), o que torna suas células mais instáveis e suscetíveis à oxidaçãoe, consequentemente, àdesnaturação proteica e àformação de corpúsculos de Heinz (Harvey et al. 2008)
Medicações são levadas ao fígado para serem transformadas de lipossolúveis em hidrossolúveis para que possam ficar menos reativas e tbm para poderem ser excretadas pela urina
No fígado a medicação vai passar por duas fases, a primeira ocorre no rediculo endoplasmático do hepatócito e vai precisar que o sistema citocromo 450 funcione para que haja oxidação, redução ou hidrolise dessas substancias... Mas no gato esse sistema carece de metabolitos e é deficiente, então ele até consegue fazer, mas é muito lento e enquanto isso a susbstancia fica “engarrafada” esperando no sangue e ativa, e isso faz a meia vida dessas medicações serem mais longas no gato e há maior chance de efeitos colaterais.
Se td der certo a substancia vai para a fase 2 onde vai ser necessária a ajuda da enzima glucoronil transferase que no gato é bem deficiente... E além disso são necessários outros metabolitos para que as reações funcionem... Então de novo esse sistema é lento ou ineficiente...
Um dos principais metabolitos é a glutationa q há em pouca quantidade, mas que exerce um papel importante na proteção dos hepatócitos e de outras células contra lesões toxicas, mas quando é gasto demaisss no fígado para essas reações pode faltar na circulação deixando as hemácias suscetíveis a danos oxidativos.
Tentando resolver esse problema as pessoas tentam administrar metionina aos gatos querendo gerar mais metabolitos, mas pioram ainda mais o quadro pq ela tbm se acumula no fígado esperando reações para criar metabolitos, pq ela tbm necessidade de uma enzima para a sua conversão e que tbm é deficiente no gato... Então ela só piora os quadros...
Quem realmente ajuda muito é o SAME pq ele vai servir como metabolito e ainda como antioxidante...
Após administração, a dipirona é hidrolisada a 4 metil-amino-antipirina (MMA) e, convertida a outros metabólitos, como 4-formil-amina-antipirina (FAA) e 4-amino-antipirina (AA), a partir de processo enzimático envolvendo o sistema citocromo P-450, incluindo, portanto, metabolização hepática.Ainda, posterior formação de metabólitos glicuronídeosjá foi identificada, reforçando a glicuronidação como parte do processo de metabolização deste fármaco.A excreção é renal (FANTONI, DENISE T.; GAROFALO, 2012).
Ainda que amplamente utilizada em cães e gatos, sugere-se cautela ou até mesmo a não utilização desta medicação na última espécie, uma vez que faltam estudos acerca da toxicidade da dipirona em gatos. Por essa razão, autores recomendama utilização de, no máximo, 25 mg/kg aplicados até 2 vezes ao dia(GAYNOR; MUIR, 2014). Da mesma forma, não há estudos que avaliem a eficácia analgésica deste fármacoem gatos. O uso de dipirona em felinos é, portanto, mais empírico, promovendo dúvidas nos médicos veterinários quanto à segurança e à eficácia de seu uso nesta espécie
Acredita-se que a dipirona, necessite de conjugação com glicuronídeos previamente à excreção renal. Uma vez que gatos expressamapenas duas isoformas da enzima uridina difosfato glucuronosiltransferase, principal catalisadora da glicuronidação(COURT,2013), espera-se umaumento no tempo de excreção e uma potencial exposição dos eritrócitos desses animais à ação de metabólitos capazes de induzir a lesões oxidativas nessas células(ANDRESS; DAY; DAY, 1995). Dessa maneira,haveriarisco de maiores efeitos adversos com a administração de dipirona em gatos do que em cães. Além disso, um fator importante para o desencadeamento dessas lesões é a peculiaridade de os eritrócitos dos felinos apresentarem 8 sulfidrilas (6 a mais do que os demais mamíferos), o que torna suas células mais instáveis e suscetíveis à oxidação. Adesnaturação proteica da membrana celular dos eritrócitos decorrente deste processo é evidenciadapela formação de corpúsculos de Heinze subsequente hemólise(HARVEY et al.,2008).
Embora a ocorrência de agranulocitose, anemia hemolítica e aplásica em decorrência da utilização de dipironajá tenham sido descritos emraríssimos casos em seres humanos (NIKOLOVA et al., 2013),nenhum efeito adverso ou analgésico foi demonstrado em gatos
ONCLUSÕESOs resultados deste estudo mostram que a administração de 25 mg/kg de dipirona uma, duas ou três vezes ao dia, associada a tramadol, durante 5 dias, promove analgesia eficaz para cirurgias que causem dor leve a moderada e que seu uso é seguroe não promoveu alterações hematológicas, bioquímicas e oxidativas
O tramadoléum derivado opioideque promove analgesia pela interação com receptores opioides e pela ativação de vias inibitórias descendentes(PYPENDOP; ILKIW, 2007)através da ação de seu principal metabólito, o O-desmetil-tramadol ou M1. Ainda, atua inibindo a receptação neuronal de adrenalina e aumentando a liberação de serotonina. Em medicina veterinária, este fármaco é bastante utilizado na promoção da analgesia pós-operatória, combinado ou não a outros medicamentos, como AINES. A metabolização do tramadol a M1 também é dependente de glicuronidaçãoe desmetilação, que ocorre em diferentes taxas nas variadas espécies, sendo a felina a espécie que apresenta a menor taxa de metabolização (VAN BEUSEKOM; FINK-GREMMELS; SCHRICKX, 2014). Tal fato é evidenciado por estudos que demonstraram a menor atividade das isozimas do citocromo P450 de gatos em relação aoutras espécies e aincapacidade dos felinos em metabolizaradequadamente alguns fármacos, como a morfina (VAN BEUSEKOM; FINK-GREMMELS; SCHRICKX, 2014).De acordo com CAGNARDI et al., (2011), gatos apresentam maior razão M1:tramadol do que cães (1 versus0,3para gatos e cães, respectivamente) devido a uma eliminação mais lenta deste metabólito
toxicityParacetamol is rapidly absorbed from the gastrointestinal tract and widely distributedthroughout the body. As in EG intoxication, itis not the paracetamol itself that is responsiblefor the toxic effects, but its metabolite, N-acetyl-p-benzoquinoneimine (NAPQI). Afterabsorption of paracetamol, the majority (90%)is excreted as non-toxic metabolites followingglucuronidation or sulfation. As cats have alow level of the enzyme glucuronyl trans-ferase, the glucuronidation pathway is soonsaturated and any remaining paracetamol isprocessed within the P450 system, producingthe toxic NAPQI. As a free radical, NAPQI can lead to substantial oxidative cell damage. Initially, the effects of NAPQI can be limited by its conjugation with endogenous glutathione.How ever, as glutathione stores becomedepleted, toxicity occurs and methaemoglobi-naemia can develop. Heinz body formationmay also occur as the ferrous group of thehaem molecule is oxidised to a ferric group.These oxidised haem-sulfhydryl groups formdisulfide bonds between globin chains leading to a structural deformation and poten-tially denaturation of these globins. Their subsequent precipitation is responsible for the increased formation of Heinz bodies
Cats are particularly susceptible to red celloxidative damage as they have eightsulfhydryl groups per haemoglobin tetramer,compared with the four found in humans anddogs. Additionally, the different structuralanatomy of the feline spleen is partiallyresponsible for a decreased ability to recog-nise and remove red blood cells with Heinzbodies, thus increasing the circulation time ofthese dysfunctional cells
tropina, escopolamina o la isopropamida que impiden la emesis estimulando/bloqueando las vías aferentes colinérgicas desde el tracto gastrointestinal y el sistema vestibular. Están indicados para el tratamiento del espasmo abdominal agudo asociado con nauseas, vómitos y diarrea. En gatos producen excitación