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AFECÇÕES
GASTROINTESTINAIS EM
CÃES E GATOS
Msc. Stephanie de Souza Theodoro
Residência em Nutrição e Nutrição Clínica de Cães e Gatos
Doutoranda em Medicina Veterinária
Laboratório de Pesquisa em Nutrição e Doenças Nutricionais de Cães e Gatos “Prof. Dr. Flávio
Prada” – UNESP Jaboticabal
Clínica das Doenças Carenciais, Endócrinas
e Metabólicas
Ø Introdução TGI
Ø função
Ø TGI
• Absorção
• Digestão
Ø Afecções:
Ø Esôfago
Ø Estômago
Ø Intestino à diarréias
SISTEMA DIGESTÓRIO
Ø FUNÇÕES:
• Motilidade
• Secreção
• Digestão
• Absorção
• Armazenamento
• Barreira seletiva
Ø CONTROLE:
• Nervos
• Secreções endócrinas
DIGESTÃO
Combinação de eventos mecânicos, químicos e
microbiológicos
Degradação de compostos alimentares
Mecânicos:
mastigação
peristaltismo
(involuntário)
redução do tamanho
de partículas
Fluídos ricos em
enzimas (nervos e hormônios)
estômago
pâncreas
intest. delgado
degradação química
Microorganismos
intest. grosso
enzimas + digestão
química
DIGESTÃO
Afecções Gastrointestinais
Prejuízo Sistêmico Prejuízo ao Órgão
• Doença
• Desnutrição
• Quebra das
barreiras de
defesa
• Menor digestão e
absorção
DEFESAS:
• Digestão
• Barreira física
• Tecido linfóide associado ao
intestino (TLAI)
• Microbiota intestinal
Barreira seletiva entre o meio externo e o meio
interno dos animais
Mecanismos Naturais de Defesa
Gastrointestinal
Lymphoid cells
Proliferation
“PRÓPRIO”
..
. Patógenos
REAÇÃO IMUNOLÓGICA
“ESTRANHO”
Intes
tinal
cells
.
Nutrientes
DESENVOLVIMENTO
IMUNOLÓGICO
..
Função Imunológica no Intestino
• O intestino reconhece o conteúdo intestinal como
“PRÓPRIO” x “ESTRANHO”
• Secreção de IgA (anticorpos)
• Estimulação do TLAI permite reações sistêmicas a
patógenos invasores
• O trato GI é altamente sensível a deficiência de
proteínas ou aminoácidos
• Adequados níveis protéicos da dieta ajudam a
promover o desenvolvimento das células do
intestino e de suas funções protetoras
Nutrição do trato digestório
Nutrição do trato digestório
• Elevado turnover celular.
• A cada 4-5 dias ocorre a renovação das células do
intestino delgado
• Energia e nutrientes necessários para ajudar no
crescimento de novas células
• Aproximadamente 50% das proteínas ingeridas
são usadas pelas células do trato digestório
AFECÇÕES DO ESÔFAGO
AFECÇÕES NO ESÔFAGO
MEGAESÔFAGO
• Congênito
• Adquirido
• Sinais clínicos:
• Regurgitação
• Emagrecimento
• Desidratação
• Fraqueza
• Dispnéia
• Tosse
• Alimento e manejo nutricional:
• Múltiplas refeições
• Consistências líquida/pastosa
• Alta densidade energética
• Alta digestibilidade
• Posição bipedal (10-15’ pós-
refeição)
AFECÇÕES NO ESÔFAGO
AFECÇÕES DO ESTÔMAGO
AFECÇÕES NO ESTÔMAGO
• Alterações da motilidade
• Gastrite
• Torção
• Úlceras
• Neoplasia
DIETA
• Múltiplas pequenas refeições (3 ou mais)
• Alimento úmido/umidecido aquecido (reduz osmolalidade e facilita
esvaziamento gástrico)
• Alta digestibilidade
• 10-15% gordura à depende da tolerância do paciente
• Menos de 2,5% fibra
• Controle de matéria mineral (<7,5%) e cálcio (<1,5%) - tampão
AFECÇÕES
EM
INTESTINO
DIARRÉIAS
SÃO TODAS IGUAIS?
Aguda X Crônica Delgado X Grosso
As diarréias são causas frequentes de visitas
ao médico veterinário, porém podem indicar
uma ampla variedade de etiologias.
Etapas do Diagnóstico
Etapa Diagnóstico
1 Obter o histórico e realizar o exame físico
2 Descartar e tratar endoparasitoses
3 Diferenciar as causar primárias e secundárias de diarréia
4 Caracterizar o processo patológico
5 Realizar testes terapêuticos, se não houver contraindicação
6 Efetuar a avaliação histopatológica de biópsias
Histórico
• Vermifugações antecedentes
• Classificação do tipo de diarréia
• Histórico alimentar detalhado
• Terapêutica anterior (ATB)
• Episódios de vômito
• Exame físico
ESCORE DE FEZES
ECF 2
ECF 1
ECF 0
ECF 3 ECF 4 ECF 5
INTESTINO DELGADO X INTESTINO GROSSO
Sinal Intestino delgado Intestino grosso
Frequência Normal a aumento leve
(2-4x/dia)
Aumento evidente
(3-10x/dia)
Volume Normal a aumentado Diminuído
Aspecto Pastoso/aquoso Variável
Muco Raro Frequente
Sangue Melena Hematoquezia
Tenesmo Ausente Frequente
Urgência Ausente Frequente
Vômito Possível Possível
Esteatorréia Possível Ausente
Perda de peso Frequente Raro
DIARRÉIAS
AGUDA CRÔNICA
causas primárias
CRÔNICA
causas secundárias
Endoparasitose Infecciosas – endoparasitas IPE, pancreatite crônica
Imprudência alimentar Inflamatórias – enteropatia
inflamatória idiopática
Hepatopatia – insuficiência
hepática
Corpo estranho Neoplasias – linfoma
intestinal
Nefropatia – doença renal
crônica
Toxinas bacterianas Mecanicas - intussuscepção Adrenopatia -
hipoadrenocorticismo
Gastroenterite
infecciosa
Tóxicas Hiper/hipotireoidismo
Alterações de
motilidade
Doença cardiovascular
DIARRÉIA AGUDA
• Tratamento:
• Descanso gastroentérico à vômito incoercível (muita água),
severamente desidratado, distúrbio hidro-eletrolítico ácido-básico
• 24 horas de jejum no máximo
• Realimentação em pequenas quantidades (4x dia)
o Pouca gordura (10-15%)
o Pouca fibra (<2,5%)
o Não fornecer leite e derivados
o Suplementar com sódio, potássio e cloro (perde entérica)
• Após resolução clínica – reintroduzir o alimento habitual lentamente
SUPORTE!
DIARRÉIA AGUDA
• Tratamento:
• Apenas diarréia aguda:
• Continuar alimentando
• Procedimento recomendado em seres humanos - pediatria
• Redução da morbidade em casos de parvovirose
• Dieta:
• Alta digestibilidade
• Moderada gordura
• Baixa fibra
• Proteína única não habitual ao que o animal está acostumado ou
hidrolisada
DIARRÉIA AGUDA
De forma geral, assim que se controle o vômito
deve-se alimentar o animal evitando-se:
• Atrofia de vilosidades intestinais
• Imunossupressão local no intestino
• Translocação intestinal de bactérias com
septicemia
• Degradação da condição nutricional do
paciente
• Classificação 1:
1. Má digestão
2. Má absorção
• Classificação 2:
1. Doenças intraluminais
2. Doenças da mucosa
3. Doenças pós-mucosa
Diarréias CRÔNICAS
• Abordagem inicial do paciente:
• Hemograma
• Bioquímica sérica
• Proteína total
• Albumina
• Triglicérides
• Colesterol
• Exame de urina
• US
• Exame histopatológico de fragmento
de biópsia
Diarréias CRÔNICAS
Diagnóstico ou Triagem Terapêutica?
• Triagem terapêutica = Diagnóstico
• Proprietário deve estar ciente
• Pacientes relativamente bem e exames não graves
• Pensar na clínica do paciente
• Se não houver sucesso à saber o que excluir e
qual o próximo passo.
DIETA HIPOALERGÊNICA
• Duração mínima de tratamento é de 4 semanas
• Paciente deve estar em condição razoável
DIAGNÓSTICO OU TRIAGEM TERAPÊUTICA?
ENTEROPATIA
CONSTIPAÇÃO
DIARREIA
AGUDA
(<2 semanas)
CRÔNICA
(>2-3 semanas)
DESCARTADAS: causas extraintestinais (alterações hepáticas,
pancreáticas, renais, hipoadrenocorticismo e hipercalcemia),
doenças parasitarias e infecciosas, doenças intestinais de outras
etiologias (obstrução mecânica por intussuscepção, corpo
estranho e tumores intestinais)
CAUSAS: inflamação crônica, disbiose, reações adversas ao
alimento, linfangiectasia, linfoma alimentar, distúrbios
imunológicos.
PROTOCOLO: DIAGNÓSTICO DE ENTEROPATIA CRÔNICA
Importante dosar: Vitamina D,
Vitamina B12 (cobalamina),
Vitamina B9 (folato) e albumina
para fins prognósticos e
terapêuticos
+ Fibra
PACIENTE ESTÁVEL
(com apetite, albumina sérica normal)
PACIENTE INSTÁVEL
(anorexia/hiporexia, albumina sérica baixa)
COMBINAÇÃO
alimento hipoalergênico, ATB,
imunossupressor (tudo junto)
ENTEROPATIA RESPONSIVA
AO ALIMENTO
(alimento hipoalergênico)
ENTEROPATIA RESPONSIVA A
ANTIBIÓTICOS
(oxitetraciclina, tilosina, enrofloxacina)
ENTEROPATIA RESPONSIVA A
IMUNOSSUPRESSORES
(predinisolona, ciclosporina, clorambucil,
azatioprina, micofenolato)
ID: não precisa suplementar com fibra
IG: suplementação com fibra
INICIAR COM:
Alimento hipoalergênico → ATB
→ imunossupressor (um por
vez)
MELHORA
NÃO MELHORA
Se alimento caseiro: acrescentar ingredientes até a dieta se tornar
completa + fornecer dieta balanceada por até 4 sem
Se alimento comercial: fornecer dieta balanceada por até 4 sem
Reavaliar em 2 a 4
sem
NÃO MELHORA
Se o tutor aceitar fazer a DIETA
DE DESAFIO
DIETA DE ELIMINAÇÃO
CHO+proteína+fibra(só IG)+B12 ou alimento comercial
hipoalergênico) - manter por no máximo 8 semanas
Reavaliar em 4 sem
MELHORA
DESCARTA
ERA
Se o tutor não aceitar fazer a
DIETA DE DESAFIO
SUSPEITA DE HA
Mantém dieta
ENTEROPATIA RESPONSIVA AO
ALIMENTO
Importante:
Suplementar B12 (cobalamina)
- especialmente se o animal
apresentar hipocobalaminemia.
Manter: Dieta caseira
hipoalergênica testada ou
comercial hidrolisada
DIETA DE PROVOCAÇÃO
(alimento hipoalergênico comercial ou caseiro +
introdução de ingredientes semanalmente →
+20%kcal/d de alérgeno/sem)
NEGATIVO P/ HA:
(Não alérgico ao ingrediente:
passar dieta com ingredientes
que ele não reagiu)
DIETA DE DESAFIO
(Dieta que o animal estava consumindo
antes da dieta de eliminação)
COM MANIF. CLÍNICAS
SEM MANIF. CLÍNICAS
SEM MANIF. CLÍNICAS
NEGATIVO P/ HA
(Pode ser mantido com
dieta comum)
COM MANIF. CLÍNICAS
POSITIVO P/ HA
ENTEROPATIA RESPONSIVA A
IMUNOSSUPRESSORES
(predinisolona, ciclosporina, clorambucil,
azatioprina, micofenolato)
Curto prazo: prednisolona, budesonida e
ciclosporina.
Longo prazo: budesonida (sem estudo),
prednisolona parece inadequado, ciclosporina
parece útil como agente de resgate em cães que
não respondem à prednisolona (mais estudos)
Não melhorou?
Biópsia?
DII –
Doença
Inflamatória
Intestinal
ENTEROPATIA RESPONSIVA A
ANTIBIÓTICOS
(oxitetraciclina, tilosina, enrofloxacina)
4 a 6 semanas
Biópsia FISH A hibridação
fluorescente in situ - identifica
bactérias escolher
antibiótico
CASO TENHA DESCARTADO ERA,
considerar ERA, ERI ou ENR.
Obs.:
Cães com ERA são mais novos e mais sinais de
IG do que ERI, e maior CCECAI do que ERAt e ERI
Cães com boa reposta a ERAt são mais jovens de
raça grande e pastores Alemães
Quando o termo DII é usado para cães, ele
implica um exame minucioso para excluir
doenças extra-intestinais e doenças
intestinais, como parasitismo, falha em
responder a testes dietéticos e de antibióticos,
com inflamação confirmada em biópsias
i n t e s t i n a i s e n e c e s s i d a d e d e
imunomoduladores. Como algumas dessas
etapas costumam estar ausentes, “enteropatia
crônica” pode ser usada como um termo
genérico alternativo.
ENTEROPATIA NÃO RESPONSIVA
Não melhorou?
Afecções em Intestino Delgado
Verificar a cobalamina (cianocobalamina/vitamina B12) e o
folato (ácido fólico)
B12 – Absorvida no íleo, necessita de fator
específico produzido pelo pâncreas. Valores
abaixo do normal usual em IPE, disbiose
intestinal, doenças afetando porção final do
intestino delgado.
Folato – Absorvido apenas no intestino
delgado proximal. Valores acima do normal
são consistentes com disbiose intestinal.
Valores abaixo do normal com doença de
intestino delgado proximal.
Cobalamina - suplementação
Subcutânea
Gato e cão pequeno - 250µg/dose
Cão – 400 a 1500µg/dose (de acordo com o peso)
Injeções SC semanais, por 6 semanas, E após 30 dias da última aplicação
Dosar cobalamina após 30 dias
Oral
Gato e cão pequeno - 250µg/dose
Cão – 500 a 1000µg/dose (de acordo com o peso)
Administração oral por 12 semanas SID
Dosar cobalamina após 7 dias
Doses:
www.cvm.tamu.edu/gilab/research/cobalamin-information#Therapy
Afecções em Intestino Delgado
Oral
Diariamente por 12
semanas
Aguarda uma
semana
Dosa B12 para ver
necessidade de
continuar
Mais 01
aplicação
Subcutânea
Semanalmente
por 6 semanas
Intervalo de
um mês
Aguarda
um mês
Dosa B12 para ver
necessidade de
continuar
Fonte: https://vetmed.tamu.edu/gilab/research/cobalamin-information/
https://vetmed.tamu.edu/gilab/service/assays/b12folate/
Afecções em Intestino Delgado
Cobalamina - suplementação
Diarréias por Má Digestão
• = Intraluminais à redução na quebra de nutrientes em subprodutos
absorvíveis
• Secreção inadequada de enzimas pancreáticas no
duodeno.
• Principal causa: atrofia acinar pancreática, decorrente
da destruição imunomediada do pâncreas exócrino.
• Cães adultos-jovens à pastor alemão
• Diarréia pastosa, volumosa e de cor amarelada
• Frequência de defecação é aumentada à defecam
tantas vezes quanto comem
• Emagrecimento, distúrbios do apetite e borborigmos
• Normalmente não há alterações nos exames laboratoriais
• Comum: diminuição dos valores de triglicérides e colesterol
• Diagnóstico definitivo: dosagem da imunorreatividade sérica
da tripsina e do tripsinogênio (TLI) à quantidade de
zimógenos no soro
• TLI <4,0µg/L à alta especificidade e sensibilidade
• Tratamento: suplementação de pancreatina
• Misturada à dieta
• Pancreatina à dose varia em função do peso
• 0,25-0,4g/kg/refeição (Enciclopédia Royal Canin)
• 1 colher de chá/10kg de peso corporal/refeição (Fascetti)
• Dieta de alta digestibilidade
• Prognóstico: bom!!
• Caracterizada uma proliferação anormal de bactérias duodenais que
causam má digestão e má absorção de nutrientes.
• Não há teste específico para diagnóstico à ATB
• “Diarréia responsiva a ATB”
• “Disbiose”
• Dosagens de folato (>) e cobalamina (<) à diagnóstico indireto
• Primário ou secundário
• TTO: uso de ATB prolongado (pelo menos 30 dias) – doxiciclina ou
metronidazol
dieta à depende da doença de base
à alta digestibilidade
suplementação de cobalamina parenteral 1x na semana/30dias
Diarréias por Má Absorção
• = Distúrbios da mucosa intestinal
• Conjunto de sequelas nutricionais e metabólicas que acompanham a
ressecção de intestino delgado suficientes para causar má-absorção
e desnutrição.
• Ressecção ≥ 70% do intestino.
• Íleo e válvula ileocólica à ressecção de 50% é considerado muito
importante
• Causas: neoplasia, intussuscepção, corpo estranho linear, trauma,
infarto, torção.
Motilidade alterada
• Compensação pela superfície perdida
• ↑ tempo de esvaziamento gástrico
• ↑ tempo de trânsito intestinal
Perda de área de absorção
• ↓ absorção de água, eletrólitos e outros nutrientes
• Casos leves
• aumento na ingestão
• Casos graves
• vômito, diarreia, perda de peso
• desidratação, desnutrição calórico-proteica e
múltipla deficiência de nutrientes
Ø Não imunológica – intolerância alimentar
Ø Imunológia – alergia alimentar (hipersensibilidade
alimentar)
Ø Sinais clínicos:
• Alteração na pele
• Alteração no TGI à vômito e diarréia
Ø Dietas com ingredientes restritos:
• Comercial com proteína inédita
• Comercial com proteína hidrolisada
• Caseira
Ø Mais de 50% dos cães podem responder a dieta!
Reação
adversa ao
alimento
Qualquer
indivíduo
Farmacológica
Microbiológica
Tóxica
Apenas
suscetíveis
Hipersensibilidade
alimentar
Alergia
alimentar
Não mediada por
IgE
Mediada por IgE
HA não
alérgica
Mecanismo
desconhecido
Anormalidade
metabólica
Aversão/recusa
intolerância
psicológica
• Sinais clínicos dermatológicos ou gastrointestinais:
§ 1-5% dermatoses
§ 10-15% das reações adversas ao alimentos à vômito e/ou diarréia
• Carne Bovina
• Derivados do leite
• Frango
• Trigo
• Cordeiro
• Carne Bovina
• Peixe
• Frango
• Trigo
• Milho
• Derivados do leite
• Cordeiro
Principais
alérgenos:
• Abordagem terapêutica: Nova fonte de proteína
ou
Proteína hidrolisada
o Manifestações clínicas associadas a inflamação da mucosa
do TGI à comprovado por exame minucioso para excluir
doenças extra-intestinais e doenças intestinais, como
parasitismo, falha em responder a testes dietéticos e de
antibióticos, com inflamação confirmada em biópsias
intestinais e necessidade de imunomoduladores.
o Alterações inflamatórias na mucosa do I.D.
o Enterite linfo-plasmocítica
o Enterite eosinofílica
o Exclusão de outras causas de inflamação intestinal
o Correlação entre sinais clínicos e evidência histológica de
inflamação
o Resposta a terapia à corticóide!!
• Paciente onde há suspeita de inflamação intestinal, mas não
realizou-se biópsia
• Não infere qual tratamento será necessário para controlar os
sinais clínicos
• Concentração normal de albumina sérica
• Classificado retrospectivamente pela resposta ao tto:
• Enteropatia responsiva ao alimento
• Enteropatia responsiva ao ATB
• Enteropatia responsiva a imunossupressores
• Enteropatia não responsiva
Distúrbios “Pós-Mucosa”
• Síndrome que se desenvolve em vários estados de doença
de diferentes etiologias e frequentemente envolvendo o
sistema linfático.
• Sinais clínicos: emagrecimento, diarréia de ID, ascite, efusão pleural,
edema periférico, vômito, anorexia, degradação da condição nutricional,
quilotórax, transudato peritoneal...
• Achados laboratoriais: Hipoproteinemia, hipoalbuminemia, colesterol
normal-baixo, cobalamina baixa.
• Secundária a doença inflamatória intestinal,
linfangietasia (anormalidade nos ductos linfáticos),
linfoma…..
PT – cão: 5,8-7,9 g/dL
gato: 2,6-4,0 g/dL
Albumina –
cão: 2,6-4,0 g/dL
gato: 2,6-4,3 g/dL
Distúrbios “Pós-Mucosa”
• Excluir outras causas de perda proteica:
• Sindrome nefrótica
• Doença hepática
• Hipoadrenocorticismo
• Achados laboratoriais compatíveis
• Ultrassonografia
• Biópsias
1. Dieta é terapia adjunta, não curativa
2. Objetivos:
1. Nutrir o animal
2. Reduzir o risco de carga antigênica
3. Reduzir o fluxo de nutrientes para o cólon
MANEJO DIETÉTICO
1. RECUPERAÇÃO DA MUCOSA INTESTINAL
• Nutrição enteral à previne atrofia de vilosidades
intestinais, aumento da permeabilidade da mucosa e
maior translocação bacteriana.
• Recomendado uso de sondas
MANEJO DIETÉTICO
2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO
• Alta digestibilidade à melhor aproveitamento dos nutrientes
• Alta energia à menor volume de alimento
• Emagrecimento e má condição dos pêlos são comuns à
dieta nutricionalmente mais densa, maior quantidade e
maior frequência
• Evitar sobrecarga à controlar a quantidade!!
MANEJO DIETÉTICO
2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO
• Fibras à inicia-se com pouca quantidade = <2,5%
• Pode ser necessário o seu aumento
• Recomendado fibra solúvel e de baixa fermentação à
Psyllium
• Inclusão de prebióticos à auxiliam na saúde e recuperação
da mucosa intestinal
• Carboidratos à adequadamente processado
• Casos de alergia: utilizar uma fonte única à ex. batata
doce
MANEJO DIETÉTICO
2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO
• Gordura: avaliar individualmente cada caso
• Peso normal, intolerância a gordura à baixa gordura (5%)
• Perda de peso, tolerância a gordura à alta gordura (20%)
• Casos “moderados” à gordura “moderada” (10-15%)
• Tolerância dependente da habilidade das bactérias metabolizarem a
gordura
• Bactérias convertem ácidos graxos não absorvidos e bile a ácidos
graxos hidroxilados e ácidos biliares desconjugados agravando sinais
clínicos e diarréia
• Linfangiectasia requer dieta com muito baixa gordura à controle de
efusões pleurais e peritoneais e perda proteica pelas fezes.
• Óleos vegetais, óleos de palma, gordura de frango, óleo de peixe.
MANEJO DIETÉTICO
2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO
• Proteínas
• Alta digestibilidade e valor biológico
• Reação adversa ao alimento ou doença inflamatória intestinal
• Fonte única
• Proteína hidrolisada
• Aumentar a necessidade em casos de perda proteica intestinal (até
30%)
MANEJO DIETÉTICO
INTESTINO GROSSO
FUNÇÕES:
• Absorção de água e eletrólitos
• Degradação/fermentação de compostos
orgânicos que escapam a digestão por
bactérias (Fibras, amidos e proteínas não digeridos)
Case, 2011
• Fermentação microbiana
• Superfície lisa e sem vilos
• criptas de Lieberkuhn
• muco alcalino (bicarbonato): lubrificação, proteção
mucosa (danos mecânicos e químicos) e inativação de
ácidos da fermentação bacteriana
• Tempo de residência médio de 12 horas
• 8% da digestão total ocorre no IG
• 1-4% dietas com alta digestibilidade
• 12-24% dietas com baixa digestibilidade
INTESTINO GROSSO
Proporção relativa dos produtos da fermentação
depende:
• Composição da microbiota
• Interações metabólicas entre bactérias
• Nutrientes disponíveis
• Tempo de trânsito intestinal
• Hospedeiro
– Idade
– Status imune
– Genética
– Doenças
– medicações
Fermentação no IG
P
r
o
d
u
t
o
s
Acetato
Propionato
Butirato
Lactato
CO2
H2
Sulfito hidrogênio
Metano
Amônia
Ácidos graxos de cadeia ramificada
Aminas
Fenóis
Indóis
Ácidos graxos
de cadeia curta
ENERGIA
Determinam
o pH (5,5 a 7,5)
Fermentação no IG
d
a
f
e
r
m
e
n
t
a
ç
ã
o
• BACTÉRIAS à RNAr 16S
• ARCHEA
• FUNGOS
• PROTOZOÁRIOS
• VÍRUS
Função à prevenir a colonização de micróbios
patogênicos, competindo pelos nutrientes disponíveis,
mantendo um ambiente luminal apropriado e produzindo
compostos inibitórios.
Afecções em Intestino Grosso
DOENÇAS DO IG QUE LEVAM A DIARRÉIA
• Reações adversas ao alimento
• Doença inflamatória intestinal
• Síndrome do cólon irritável
• Colite associada ao estresse
• Colite responsiva a fibra
• Colite associada ao Clostridium perfringens
Sinais clínicos: hematoquezia, tenesmo, muco nas fezes, urgência
em defecar, maior número de defecações…
1. DIETA
• Regular distúrbios de motilidade
• Influenciar a composição e atividade metabólica da microbiota
intestinal
• Livre de antígenos (caso estejam envolvidos)
• Empregada por pelo menos 2 a 6 semanas para se avaliar
respostas
MANEJO DIETÉTICO
2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO
• Proteína à boa digestibilidade (digestão no ID)
• Fontes: ovo, peixe, frango, músculo…
• Carboidratos à boa digestibilidade
• Fontes: arroz, milho, batata, trigo à devem ser bem
processados
MANEJO DIETÉTICO
2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO
• Fibras à objetivo de regular a motilidade e a composição e
atividade da microbiota intestinal à pH e AGCC
• Insolúvel não fermentável: fibra de cana, farelo de trigo, farelo
de aveia, celulose
• Efeito regulatório na motilidade e formação de fezes
• Parcialmente solúvel/fermentável: Polpa de beterraba
• Solúvel: cenoura e psyllium
• Efeito no ambiente intestinal e qualidade de fezes
• Teor de inclusão avaliado individualmente:
moderado (3-5% de FB) e elevado (>6% de FB)
MANEJO DIETÉTICO
Afecções em Intestino Grosso
DOENÇAS DO IG QUE LEVAM A CONSTIPAÇÃO
• Obstipação
• Constipação
• Impactação
• Megacólon
Sinais clínicos: defecação infrequente, fezes secas e duras,
esforço para defecar, retenção de fezes…
TTO: dieta com alta digestibilidade
+ fibras solúveis e com baixa fermentação
• Histórico: fezes moles desde filhote, hematoquezia por
quatro anos, e tenesmo e disquezia por seis meses.
• Clinica compatível com DII - submetido a diversos
tratamentos com antibióticos, protetores gástricos,
esteroides e dietas terapêuticas à sem melhora clínica
significativa.
• TTO: cirurgia + quimioterapia + DIETA HIDROLISADA!!
Finalizando…......
Etapa
1 Obter o histórico e realizar o exame físico
2 Descartar e tratar endoparasitoses
3 Diferenciar as causar primárias e secundárias de diarréia
4 Caracterizar o processo patológico
5 Realizar testes terapêuticos, se não houver contraindicação
6 Efetuar a avaliação histopatológica de biópsias
Garantir a conformidade do proprietário explicando o
motivo e a duração do teste!!!
Dúvidas??
OBRIGADA!

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  • 1. AFECÇÕES GASTROINTESTINAIS EM CÃES E GATOS Msc. Stephanie de Souza Theodoro Residência em Nutrição e Nutrição Clínica de Cães e Gatos Doutoranda em Medicina Veterinária Laboratório de Pesquisa em Nutrição e Doenças Nutricionais de Cães e Gatos “Prof. Dr. Flávio Prada” – UNESP Jaboticabal Clínica das Doenças Carenciais, Endócrinas e Metabólicas
  • 2. Ø Introdução TGI Ø função Ø TGI • Absorção • Digestão Ø Afecções: Ø Esôfago Ø Estômago Ø Intestino à diarréias
  • 3. SISTEMA DIGESTÓRIO Ø FUNÇÕES: • Motilidade • Secreção • Digestão • Absorção • Armazenamento • Barreira seletiva Ø CONTROLE: • Nervos • Secreções endócrinas
  • 4.
  • 5. DIGESTÃO Combinação de eventos mecânicos, químicos e microbiológicos Degradação de compostos alimentares Mecânicos: mastigação peristaltismo (involuntário) redução do tamanho de partículas Fluídos ricos em enzimas (nervos e hormônios) estômago pâncreas intest. delgado degradação química Microorganismos intest. grosso enzimas + digestão química
  • 6. DIGESTÃO Afecções Gastrointestinais Prejuízo Sistêmico Prejuízo ao Órgão • Doença • Desnutrição • Quebra das barreiras de defesa • Menor digestão e absorção
  • 7. DEFESAS: • Digestão • Barreira física • Tecido linfóide associado ao intestino (TLAI) • Microbiota intestinal Barreira seletiva entre o meio externo e o meio interno dos animais Mecanismos Naturais de Defesa Gastrointestinal
  • 8. Lymphoid cells Proliferation “PRÓPRIO” .. . Patógenos REAÇÃO IMUNOLÓGICA “ESTRANHO” Intes tinal cells . Nutrientes DESENVOLVIMENTO IMUNOLÓGICO .. Função Imunológica no Intestino • O intestino reconhece o conteúdo intestinal como “PRÓPRIO” x “ESTRANHO” • Secreção de IgA (anticorpos) • Estimulação do TLAI permite reações sistêmicas a patógenos invasores
  • 9. • O trato GI é altamente sensível a deficiência de proteínas ou aminoácidos • Adequados níveis protéicos da dieta ajudam a promover o desenvolvimento das células do intestino e de suas funções protetoras Nutrição do trato digestório
  • 10. Nutrição do trato digestório • Elevado turnover celular. • A cada 4-5 dias ocorre a renovação das células do intestino delgado • Energia e nutrientes necessários para ajudar no crescimento de novas células • Aproximadamente 50% das proteínas ingeridas são usadas pelas células do trato digestório
  • 12. AFECÇÕES NO ESÔFAGO MEGAESÔFAGO • Congênito • Adquirido • Sinais clínicos: • Regurgitação • Emagrecimento • Desidratação • Fraqueza • Dispnéia • Tosse • Alimento e manejo nutricional: • Múltiplas refeições • Consistências líquida/pastosa • Alta densidade energética • Alta digestibilidade • Posição bipedal (10-15’ pós- refeição)
  • 15. AFECÇÕES NO ESTÔMAGO • Alterações da motilidade • Gastrite • Torção • Úlceras • Neoplasia DIETA • Múltiplas pequenas refeições (3 ou mais) • Alimento úmido/umidecido aquecido (reduz osmolalidade e facilita esvaziamento gástrico) • Alta digestibilidade • 10-15% gordura à depende da tolerância do paciente • Menos de 2,5% fibra • Controle de matéria mineral (<7,5%) e cálcio (<1,5%) - tampão
  • 17. DIARRÉIAS SÃO TODAS IGUAIS? Aguda X Crônica Delgado X Grosso As diarréias são causas frequentes de visitas ao médico veterinário, porém podem indicar uma ampla variedade de etiologias.
  • 18. Etapas do Diagnóstico Etapa Diagnóstico 1 Obter o histórico e realizar o exame físico 2 Descartar e tratar endoparasitoses 3 Diferenciar as causar primárias e secundárias de diarréia 4 Caracterizar o processo patológico 5 Realizar testes terapêuticos, se não houver contraindicação 6 Efetuar a avaliação histopatológica de biópsias
  • 19. Histórico • Vermifugações antecedentes • Classificação do tipo de diarréia • Histórico alimentar detalhado • Terapêutica anterior (ATB) • Episódios de vômito • Exame físico
  • 20. ESCORE DE FEZES ECF 2 ECF 1 ECF 0 ECF 3 ECF 4 ECF 5
  • 21. INTESTINO DELGADO X INTESTINO GROSSO Sinal Intestino delgado Intestino grosso Frequência Normal a aumento leve (2-4x/dia) Aumento evidente (3-10x/dia) Volume Normal a aumentado Diminuído Aspecto Pastoso/aquoso Variável Muco Raro Frequente Sangue Melena Hematoquezia Tenesmo Ausente Frequente Urgência Ausente Frequente Vômito Possível Possível Esteatorréia Possível Ausente Perda de peso Frequente Raro
  • 22.
  • 23. DIARRÉIAS AGUDA CRÔNICA causas primárias CRÔNICA causas secundárias Endoparasitose Infecciosas – endoparasitas IPE, pancreatite crônica Imprudência alimentar Inflamatórias – enteropatia inflamatória idiopática Hepatopatia – insuficiência hepática Corpo estranho Neoplasias – linfoma intestinal Nefropatia – doença renal crônica Toxinas bacterianas Mecanicas - intussuscepção Adrenopatia - hipoadrenocorticismo Gastroenterite infecciosa Tóxicas Hiper/hipotireoidismo Alterações de motilidade Doença cardiovascular
  • 24. DIARRÉIA AGUDA • Tratamento: • Descanso gastroentérico à vômito incoercível (muita água), severamente desidratado, distúrbio hidro-eletrolítico ácido-básico • 24 horas de jejum no máximo • Realimentação em pequenas quantidades (4x dia) o Pouca gordura (10-15%) o Pouca fibra (<2,5%) o Não fornecer leite e derivados o Suplementar com sódio, potássio e cloro (perde entérica) • Após resolução clínica – reintroduzir o alimento habitual lentamente SUPORTE!
  • 25. DIARRÉIA AGUDA • Tratamento: • Apenas diarréia aguda: • Continuar alimentando • Procedimento recomendado em seres humanos - pediatria • Redução da morbidade em casos de parvovirose • Dieta: • Alta digestibilidade • Moderada gordura • Baixa fibra • Proteína única não habitual ao que o animal está acostumado ou hidrolisada
  • 26. DIARRÉIA AGUDA De forma geral, assim que se controle o vômito deve-se alimentar o animal evitando-se: • Atrofia de vilosidades intestinais • Imunossupressão local no intestino • Translocação intestinal de bactérias com septicemia • Degradação da condição nutricional do paciente
  • 27. • Classificação 1: 1. Má digestão 2. Má absorção • Classificação 2: 1. Doenças intraluminais 2. Doenças da mucosa 3. Doenças pós-mucosa Diarréias CRÔNICAS
  • 28. • Abordagem inicial do paciente: • Hemograma • Bioquímica sérica • Proteína total • Albumina • Triglicérides • Colesterol • Exame de urina • US • Exame histopatológico de fragmento de biópsia Diarréias CRÔNICAS
  • 29. Diagnóstico ou Triagem Terapêutica? • Triagem terapêutica = Diagnóstico • Proprietário deve estar ciente • Pacientes relativamente bem e exames não graves • Pensar na clínica do paciente • Se não houver sucesso à saber o que excluir e qual o próximo passo.
  • 30. DIETA HIPOALERGÊNICA • Duração mínima de tratamento é de 4 semanas • Paciente deve estar em condição razoável DIAGNÓSTICO OU TRIAGEM TERAPÊUTICA?
  • 31. ENTEROPATIA CONSTIPAÇÃO DIARREIA AGUDA (<2 semanas) CRÔNICA (>2-3 semanas) DESCARTADAS: causas extraintestinais (alterações hepáticas, pancreáticas, renais, hipoadrenocorticismo e hipercalcemia), doenças parasitarias e infecciosas, doenças intestinais de outras etiologias (obstrução mecânica por intussuscepção, corpo estranho e tumores intestinais) CAUSAS: inflamação crônica, disbiose, reações adversas ao alimento, linfangiectasia, linfoma alimentar, distúrbios imunológicos. PROTOCOLO: DIAGNÓSTICO DE ENTEROPATIA CRÔNICA Importante dosar: Vitamina D, Vitamina B12 (cobalamina), Vitamina B9 (folato) e albumina para fins prognósticos e terapêuticos + Fibra
  • 32. PACIENTE ESTÁVEL (com apetite, albumina sérica normal) PACIENTE INSTÁVEL (anorexia/hiporexia, albumina sérica baixa) COMBINAÇÃO alimento hipoalergênico, ATB, imunossupressor (tudo junto) ENTEROPATIA RESPONSIVA AO ALIMENTO (alimento hipoalergênico) ENTEROPATIA RESPONSIVA A ANTIBIÓTICOS (oxitetraciclina, tilosina, enrofloxacina) ENTEROPATIA RESPONSIVA A IMUNOSSUPRESSORES (predinisolona, ciclosporina, clorambucil, azatioprina, micofenolato) ID: não precisa suplementar com fibra IG: suplementação com fibra INICIAR COM: Alimento hipoalergênico → ATB → imunossupressor (um por vez)
  • 33. MELHORA NÃO MELHORA Se alimento caseiro: acrescentar ingredientes até a dieta se tornar completa + fornecer dieta balanceada por até 4 sem Se alimento comercial: fornecer dieta balanceada por até 4 sem Reavaliar em 2 a 4 sem NÃO MELHORA Se o tutor aceitar fazer a DIETA DE DESAFIO DIETA DE ELIMINAÇÃO CHO+proteína+fibra(só IG)+B12 ou alimento comercial hipoalergênico) - manter por no máximo 8 semanas Reavaliar em 4 sem MELHORA DESCARTA ERA Se o tutor não aceitar fazer a DIETA DE DESAFIO SUSPEITA DE HA Mantém dieta ENTEROPATIA RESPONSIVA AO ALIMENTO Importante: Suplementar B12 (cobalamina) - especialmente se o animal apresentar hipocobalaminemia.
  • 34. Manter: Dieta caseira hipoalergênica testada ou comercial hidrolisada DIETA DE PROVOCAÇÃO (alimento hipoalergênico comercial ou caseiro + introdução de ingredientes semanalmente → +20%kcal/d de alérgeno/sem) NEGATIVO P/ HA: (Não alérgico ao ingrediente: passar dieta com ingredientes que ele não reagiu) DIETA DE DESAFIO (Dieta que o animal estava consumindo antes da dieta de eliminação) COM MANIF. CLÍNICAS SEM MANIF. CLÍNICAS SEM MANIF. CLÍNICAS NEGATIVO P/ HA (Pode ser mantido com dieta comum) COM MANIF. CLÍNICAS POSITIVO P/ HA
  • 35. ENTEROPATIA RESPONSIVA A IMUNOSSUPRESSORES (predinisolona, ciclosporina, clorambucil, azatioprina, micofenolato) Curto prazo: prednisolona, budesonida e ciclosporina. Longo prazo: budesonida (sem estudo), prednisolona parece inadequado, ciclosporina parece útil como agente de resgate em cães que não respondem à prednisolona (mais estudos) Não melhorou? Biópsia? DII – Doença Inflamatória Intestinal ENTEROPATIA RESPONSIVA A ANTIBIÓTICOS (oxitetraciclina, tilosina, enrofloxacina) 4 a 6 semanas Biópsia FISH A hibridação fluorescente in situ - identifica bactérias escolher antibiótico CASO TENHA DESCARTADO ERA, considerar ERA, ERI ou ENR. Obs.: Cães com ERA são mais novos e mais sinais de IG do que ERI, e maior CCECAI do que ERAt e ERI Cães com boa reposta a ERAt são mais jovens de raça grande e pastores Alemães Quando o termo DII é usado para cães, ele implica um exame minucioso para excluir doenças extra-intestinais e doenças intestinais, como parasitismo, falha em responder a testes dietéticos e de antibióticos, com inflamação confirmada em biópsias i n t e s t i n a i s e n e c e s s i d a d e d e imunomoduladores. Como algumas dessas etapas costumam estar ausentes, “enteropatia crônica” pode ser usada como um termo genérico alternativo. ENTEROPATIA NÃO RESPONSIVA Não melhorou?
  • 36. Afecções em Intestino Delgado Verificar a cobalamina (cianocobalamina/vitamina B12) e o folato (ácido fólico) B12 – Absorvida no íleo, necessita de fator específico produzido pelo pâncreas. Valores abaixo do normal usual em IPE, disbiose intestinal, doenças afetando porção final do intestino delgado. Folato – Absorvido apenas no intestino delgado proximal. Valores acima do normal são consistentes com disbiose intestinal. Valores abaixo do normal com doença de intestino delgado proximal.
  • 37. Cobalamina - suplementação Subcutânea Gato e cão pequeno - 250µg/dose Cão – 400 a 1500µg/dose (de acordo com o peso) Injeções SC semanais, por 6 semanas, E após 30 dias da última aplicação Dosar cobalamina após 30 dias Oral Gato e cão pequeno - 250µg/dose Cão – 500 a 1000µg/dose (de acordo com o peso) Administração oral por 12 semanas SID Dosar cobalamina após 7 dias Doses: www.cvm.tamu.edu/gilab/research/cobalamin-information#Therapy Afecções em Intestino Delgado
  • 38. Oral Diariamente por 12 semanas Aguarda uma semana Dosa B12 para ver necessidade de continuar Mais 01 aplicação Subcutânea Semanalmente por 6 semanas Intervalo de um mês Aguarda um mês Dosa B12 para ver necessidade de continuar Fonte: https://vetmed.tamu.edu/gilab/research/cobalamin-information/ https://vetmed.tamu.edu/gilab/service/assays/b12folate/ Afecções em Intestino Delgado Cobalamina - suplementação
  • 39. Diarréias por Má Digestão • = Intraluminais à redução na quebra de nutrientes em subprodutos absorvíveis • Secreção inadequada de enzimas pancreáticas no duodeno. • Principal causa: atrofia acinar pancreática, decorrente da destruição imunomediada do pâncreas exócrino. • Cães adultos-jovens à pastor alemão • Diarréia pastosa, volumosa e de cor amarelada • Frequência de defecação é aumentada à defecam tantas vezes quanto comem • Emagrecimento, distúrbios do apetite e borborigmos
  • 40. • Normalmente não há alterações nos exames laboratoriais • Comum: diminuição dos valores de triglicérides e colesterol • Diagnóstico definitivo: dosagem da imunorreatividade sérica da tripsina e do tripsinogênio (TLI) à quantidade de zimógenos no soro • TLI <4,0µg/L à alta especificidade e sensibilidade • Tratamento: suplementação de pancreatina • Misturada à dieta • Pancreatina à dose varia em função do peso • 0,25-0,4g/kg/refeição (Enciclopédia Royal Canin) • 1 colher de chá/10kg de peso corporal/refeição (Fascetti) • Dieta de alta digestibilidade • Prognóstico: bom!!
  • 41.
  • 42. • Caracterizada uma proliferação anormal de bactérias duodenais que causam má digestão e má absorção de nutrientes. • Não há teste específico para diagnóstico à ATB • “Diarréia responsiva a ATB” • “Disbiose” • Dosagens de folato (>) e cobalamina (<) à diagnóstico indireto • Primário ou secundário • TTO: uso de ATB prolongado (pelo menos 30 dias) – doxiciclina ou metronidazol dieta à depende da doença de base à alta digestibilidade suplementação de cobalamina parenteral 1x na semana/30dias
  • 43. Diarréias por Má Absorção • = Distúrbios da mucosa intestinal • Conjunto de sequelas nutricionais e metabólicas que acompanham a ressecção de intestino delgado suficientes para causar má-absorção e desnutrição. • Ressecção ≥ 70% do intestino. • Íleo e válvula ileocólica à ressecção de 50% é considerado muito importante • Causas: neoplasia, intussuscepção, corpo estranho linear, trauma, infarto, torção.
  • 44. Motilidade alterada • Compensação pela superfície perdida • ↑ tempo de esvaziamento gástrico • ↑ tempo de trânsito intestinal Perda de área de absorção • ↓ absorção de água, eletrólitos e outros nutrientes • Casos leves • aumento na ingestão • Casos graves • vômito, diarreia, perda de peso • desidratação, desnutrição calórico-proteica e múltipla deficiência de nutrientes
  • 45. Ø Não imunológica – intolerância alimentar Ø Imunológia – alergia alimentar (hipersensibilidade alimentar) Ø Sinais clínicos: • Alteração na pele • Alteração no TGI à vômito e diarréia Ø Dietas com ingredientes restritos: • Comercial com proteína inédita • Comercial com proteína hidrolisada • Caseira Ø Mais de 50% dos cães podem responder a dieta!
  • 46. Reação adversa ao alimento Qualquer indivíduo Farmacológica Microbiológica Tóxica Apenas suscetíveis Hipersensibilidade alimentar Alergia alimentar Não mediada por IgE Mediada por IgE HA não alérgica Mecanismo desconhecido Anormalidade metabólica Aversão/recusa intolerância psicológica
  • 47. • Sinais clínicos dermatológicos ou gastrointestinais: § 1-5% dermatoses § 10-15% das reações adversas ao alimentos à vômito e/ou diarréia • Carne Bovina • Derivados do leite • Frango • Trigo • Cordeiro • Carne Bovina • Peixe • Frango • Trigo • Milho • Derivados do leite • Cordeiro Principais alérgenos:
  • 48. • Abordagem terapêutica: Nova fonte de proteína ou Proteína hidrolisada
  • 49. o Manifestações clínicas associadas a inflamação da mucosa do TGI à comprovado por exame minucioso para excluir doenças extra-intestinais e doenças intestinais, como parasitismo, falha em responder a testes dietéticos e de antibióticos, com inflamação confirmada em biópsias intestinais e necessidade de imunomoduladores. o Alterações inflamatórias na mucosa do I.D. o Enterite linfo-plasmocítica o Enterite eosinofílica o Exclusão de outras causas de inflamação intestinal o Correlação entre sinais clínicos e evidência histológica de inflamação o Resposta a terapia à corticóide!!
  • 50. • Paciente onde há suspeita de inflamação intestinal, mas não realizou-se biópsia • Não infere qual tratamento será necessário para controlar os sinais clínicos • Concentração normal de albumina sérica • Classificado retrospectivamente pela resposta ao tto: • Enteropatia responsiva ao alimento • Enteropatia responsiva ao ATB • Enteropatia responsiva a imunossupressores • Enteropatia não responsiva
  • 51. Distúrbios “Pós-Mucosa” • Síndrome que se desenvolve em vários estados de doença de diferentes etiologias e frequentemente envolvendo o sistema linfático. • Sinais clínicos: emagrecimento, diarréia de ID, ascite, efusão pleural, edema periférico, vômito, anorexia, degradação da condição nutricional, quilotórax, transudato peritoneal... • Achados laboratoriais: Hipoproteinemia, hipoalbuminemia, colesterol normal-baixo, cobalamina baixa. • Secundária a doença inflamatória intestinal, linfangietasia (anormalidade nos ductos linfáticos), linfoma….. PT – cão: 5,8-7,9 g/dL gato: 2,6-4,0 g/dL Albumina – cão: 2,6-4,0 g/dL gato: 2,6-4,3 g/dL
  • 52. Distúrbios “Pós-Mucosa” • Excluir outras causas de perda proteica: • Sindrome nefrótica • Doença hepática • Hipoadrenocorticismo • Achados laboratoriais compatíveis • Ultrassonografia • Biópsias
  • 53. 1. Dieta é terapia adjunta, não curativa 2. Objetivos: 1. Nutrir o animal 2. Reduzir o risco de carga antigênica 3. Reduzir o fluxo de nutrientes para o cólon MANEJO DIETÉTICO
  • 54. 1. RECUPERAÇÃO DA MUCOSA INTESTINAL • Nutrição enteral à previne atrofia de vilosidades intestinais, aumento da permeabilidade da mucosa e maior translocação bacteriana. • Recomendado uso de sondas MANEJO DIETÉTICO
  • 55. 2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO • Alta digestibilidade à melhor aproveitamento dos nutrientes • Alta energia à menor volume de alimento • Emagrecimento e má condição dos pêlos são comuns à dieta nutricionalmente mais densa, maior quantidade e maior frequência • Evitar sobrecarga à controlar a quantidade!! MANEJO DIETÉTICO
  • 56. 2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO • Fibras à inicia-se com pouca quantidade = <2,5% • Pode ser necessário o seu aumento • Recomendado fibra solúvel e de baixa fermentação à Psyllium • Inclusão de prebióticos à auxiliam na saúde e recuperação da mucosa intestinal • Carboidratos à adequadamente processado • Casos de alergia: utilizar uma fonte única à ex. batata doce MANEJO DIETÉTICO
  • 57. 2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO • Gordura: avaliar individualmente cada caso • Peso normal, intolerância a gordura à baixa gordura (5%) • Perda de peso, tolerância a gordura à alta gordura (20%) • Casos “moderados” à gordura “moderada” (10-15%) • Tolerância dependente da habilidade das bactérias metabolizarem a gordura • Bactérias convertem ácidos graxos não absorvidos e bile a ácidos graxos hidroxilados e ácidos biliares desconjugados agravando sinais clínicos e diarréia • Linfangiectasia requer dieta com muito baixa gordura à controle de efusões pleurais e peritoneais e perda proteica pelas fezes. • Óleos vegetais, óleos de palma, gordura de frango, óleo de peixe. MANEJO DIETÉTICO
  • 58. 2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO • Proteínas • Alta digestibilidade e valor biológico • Reação adversa ao alimento ou doença inflamatória intestinal • Fonte única • Proteína hidrolisada • Aumentar a necessidade em casos de perda proteica intestinal (até 30%) MANEJO DIETÉTICO
  • 59.
  • 60. INTESTINO GROSSO FUNÇÕES: • Absorção de água e eletrólitos • Degradação/fermentação de compostos orgânicos que escapam a digestão por bactérias (Fibras, amidos e proteínas não digeridos) Case, 2011
  • 61. • Fermentação microbiana • Superfície lisa e sem vilos • criptas de Lieberkuhn • muco alcalino (bicarbonato): lubrificação, proteção mucosa (danos mecânicos e químicos) e inativação de ácidos da fermentação bacteriana • Tempo de residência médio de 12 horas • 8% da digestão total ocorre no IG • 1-4% dietas com alta digestibilidade • 12-24% dietas com baixa digestibilidade INTESTINO GROSSO
  • 62. Proporção relativa dos produtos da fermentação depende: • Composição da microbiota • Interações metabólicas entre bactérias • Nutrientes disponíveis • Tempo de trânsito intestinal • Hospedeiro – Idade – Status imune – Genética – Doenças – medicações Fermentação no IG
  • 63. P r o d u t o s Acetato Propionato Butirato Lactato CO2 H2 Sulfito hidrogênio Metano Amônia Ácidos graxos de cadeia ramificada Aminas Fenóis Indóis Ácidos graxos de cadeia curta ENERGIA Determinam o pH (5,5 a 7,5) Fermentação no IG d a f e r m e n t a ç ã o
  • 64. • BACTÉRIAS à RNAr 16S • ARCHEA • FUNGOS • PROTOZOÁRIOS • VÍRUS Função à prevenir a colonização de micróbios patogênicos, competindo pelos nutrientes disponíveis, mantendo um ambiente luminal apropriado e produzindo compostos inibitórios.
  • 65. Afecções em Intestino Grosso DOENÇAS DO IG QUE LEVAM A DIARRÉIA • Reações adversas ao alimento • Doença inflamatória intestinal • Síndrome do cólon irritável • Colite associada ao estresse • Colite responsiva a fibra • Colite associada ao Clostridium perfringens Sinais clínicos: hematoquezia, tenesmo, muco nas fezes, urgência em defecar, maior número de defecações…
  • 66. 1. DIETA • Regular distúrbios de motilidade • Influenciar a composição e atividade metabólica da microbiota intestinal • Livre de antígenos (caso estejam envolvidos) • Empregada por pelo menos 2 a 6 semanas para se avaliar respostas MANEJO DIETÉTICO
  • 67. 2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO • Proteína à boa digestibilidade (digestão no ID) • Fontes: ovo, peixe, frango, músculo… • Carboidratos à boa digestibilidade • Fontes: arroz, milho, batata, trigo à devem ser bem processados MANEJO DIETÉTICO
  • 68. 2. PERFIL NUTRICIONAL DO ALIMENTO • Fibras à objetivo de regular a motilidade e a composição e atividade da microbiota intestinal à pH e AGCC • Insolúvel não fermentável: fibra de cana, farelo de trigo, farelo de aveia, celulose • Efeito regulatório na motilidade e formação de fezes • Parcialmente solúvel/fermentável: Polpa de beterraba • Solúvel: cenoura e psyllium • Efeito no ambiente intestinal e qualidade de fezes • Teor de inclusão avaliado individualmente: moderado (3-5% de FB) e elevado (>6% de FB) MANEJO DIETÉTICO
  • 69. Afecções em Intestino Grosso DOENÇAS DO IG QUE LEVAM A CONSTIPAÇÃO • Obstipação • Constipação • Impactação • Megacólon Sinais clínicos: defecação infrequente, fezes secas e duras, esforço para defecar, retenção de fezes… TTO: dieta com alta digestibilidade + fibras solúveis e com baixa fermentação
  • 70. • Histórico: fezes moles desde filhote, hematoquezia por quatro anos, e tenesmo e disquezia por seis meses. • Clinica compatível com DII - submetido a diversos tratamentos com antibióticos, protetores gástricos, esteroides e dietas terapêuticas à sem melhora clínica significativa. • TTO: cirurgia + quimioterapia + DIETA HIDROLISADA!!
  • 71. Finalizando…...... Etapa 1 Obter o histórico e realizar o exame físico 2 Descartar e tratar endoparasitoses 3 Diferenciar as causar primárias e secundárias de diarréia 4 Caracterizar o processo patológico 5 Realizar testes terapêuticos, se não houver contraindicação 6 Efetuar a avaliação histopatológica de biópsias Garantir a conformidade do proprietário explicando o motivo e a duração do teste!!!