Seja bem-vindo! Dia 29 de Novembro de 2018 a partir das 20H00 nosso Papo Vet é com o(s) Professor(es) Dr. Guilherme De Caro Martins, sobre Abordagem Em Cães Com Dermatopatias Crônicas. Caso haja alguma dúvida, envie as perguntas ao vivo pelo nosso facebook.
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Abordagem de dermatopatias crônicas em cães
1.
2. Abordagem de dermatopatias
crônicas em cães
• MV, MSc, PhD Guilherme De Caro Martins
• Residência I e II em Clínica Médico Veterinária UFMG
• Pós-graduado em dermatologia veterinária pela ANHEMBI
MORUMBI/SP
• Professor de dermatologia do Instituto Qualittas de pós graduação
3. O que significa cronicidade?
1. Tempo
1. Acima de 3 meses...
2. Características inflamatórias
1. Infiltrado macrofágico, linfocitário
Diversidade etiológica
§ Dermatopatias alérgicas
§ Dermatopatias autoimunes
§ Dermatopatias endócrinas
§ Dermatopatias seborréicas
§ Dermatopatias por ácaros
§ Dermatopatias fúngicas
§ Dermatopatias neoplásicas
4. • Cronicidade pode ser vista por
hiperpigmentaçao e hiperqueratose
• Geralmente cursa com prurido no
momento da abordagem
Guilherme De Caro Martins
Guilherme De Caro Martins
Pele com características de cronicidade
5. Cenário clínico
- Coceira há muito tempo
- Alterações crônicas na pele
- Diversas medicações
Corticoide
Antibióticos
6. 1- Identifique e
trate as infecções
2- Elucide a causa base
3- Trate e monitore a causa de base
Infecção
torna-se
recorrente
Dermatopatias crônicas
Como atuar?
Após a exclusão de demodicidose e
dermatofitose...
7. 1- TRATE A INFECÇÃO
ü As infecções são secundárias e por si só podem ocasionar em coceira
intensa
• As infecções ocorrem geralmente por alterações no
microambiente cutâneo ou falhas na defesa do hospedeiro
• Geralmente são por Staphylococcus pseudointermedius e
Malassezia pachydermatis
10. 1- TRATE A INFECÇÃO
Como elucida-las?
https://giphy.com/gifs/system-immune-staphylococcus-10J03NWquceLKg
11. Guilherme De Caro Martins
• Citologia
a. Aposição (“imprint”)
b. Fita adesiva
c. Swab seco ou úmido
Coloração com panótico rápido
1- TRATE A INFECÇÃO
Como elucida-las?
Sempre prefiram a coleta de material em
lesões primárias!!!
13. • Sempre que possível realizar terapia tópica
como monoterapia
• Utilizar antibióticos na dose e tempos
corretos. Ex: cefalexina 30mg/kg/BID/21-30d
• Evitar antibióticos de longo espectro
• Evitar uso de antibióticos sistêmicos para
profilaxia
1- TRATE A INFECÇÃO
15. PRIMEIRA ESCOLHA SEGUNDA ESCOLHA TERCEIRA ESCOLHA
Cefalexina ou
Cefadroxil 15- 30mg/kg/p.o
BID
Doxiciclina ou Minociclina 5-
10mg/kg/p.o SID/BID
Linesolida
Amoxicilina + ácido
clavulânico 12,5-
25,0mg/kg/p.o/BID
Aminoglicosídeos (Amicacina 15-
30mg/kg/i.v, s.c, i.m/ SID)
Teicoplanina
Clindamicina 5,5-10mg/kg
p.o BID
Fluoroquinolonas (Enrofloxacino
5-20mg/kg/ p.o SID;
Ciprofloxacino
25mg/kg/p.o/SID)
Vancomicina
Lincomicina 15-25mg/kg p.o
BID
Cloranfenicol 40-50mg/kg/p.o
TID
Hiller et al. Guidelines for the diagnosis and antimicrobial therapy of canine superficial bacterial folliculitis (Antimicrobial Guidelines Working
group of the international Society for companion animal infectious diseases. Vet Dermatol, v. 25, p. 163-e45, 2014.
1- TRATE A INFECÇÃO
16. 1- TRATE A INFECÇÃO
üAs infecções não costumam ser o principal problema do
animal, a não ser que.....
Infecções multirresistentes
17. • 5 pontos importantes para considerar resistência bacteriana
i. < 50% de redução das lesões após 2 semanas de terapia antimicrobiana
ii. Aparecimento de novas lesões (pápulas, pústulas, colarinhos epidérmicos)
após 2 semanas do início do antimicrobiano
iii. Presença de lesões residuais após 6 semanas de antimicrobiano e bactérias
na citologia
iv. Histórico de infecção multirresistentes no próprio animal ou em
contactantes
v. Presença de bactéria bastonete intracelular na citologia
Hiller et al. Guidelinesfor thediagnosisandantimicrobial therapyof caninesuperficial bacterial folliculitis(Antimicrobial Guidelines
Workinggroupof theinternational Societyfor companionanimal infectiousdiseases. Vet Dermatol, v. 25, p. 163-e45, 2014.
Bactérias multirresistentes
18. Bactérias
multirresistentes
• Resistência in vitro à pelo menos três classes de antimicrobianos.
– MRSP= Staphylococcus pseudointermedius resistente à meticilina
Mecanismo de resistência
Gene MecA
Codifica uma proteína
que tem baixa afinidade
pela penicilina (PBP2a)
Transferência de material genético entre as
bactérias
1-Transdução
2-Transformação
3-Conjugação
19. Bactérias
MRSP_ O que isso significa?
• Nenhum fármaco beta-lactâmico será efetivo.
– Cefalosporinas
– Penicilinas e amoxicilina (potencializada ou não)
– Carbapenêmicos
ü Comumente co-expressão de resistência à outras classes
de antibióticos, como fluoroquinolonas, macrolídeos,
tetraciclinas e aminoglicosídeos.
20. Bactérias
MRSP_ Como avaliar?
• A forma da avaliação de resistência in
vitro é a utilização de sua resistência
ante o antimicrobiano oxacilina.
Sempre pedir na cultura e
antibiograma para testar oxacilina
OXACILINA= METICILINA
24. 2- Elucide a causa primária
üA coceira continua ou não após acabar a infecção???
SIM
Doenças alérgicasDoenças endócrinas
Dermatite seborréica
NÃO
Provavelmente
Lembre-se de verificar sinais de inflamação
25. ü Exames hormonais
§ Geralmente hipotireoidismo
§ Muitas vezes os pacientes se beneficiam com shampoos desengordurantes
2- Elucide a causa primária
Endocrinopatias e seborréia
29. Critically appraised topic on adverse food
reactions of companion animals
1. Quanto tempo de dieta para o diagnóstico? (Olivry et al., 2015)
2. Quais são os alérgenos alimentares mais comuns? (Mueller et al.,
2016)
3. Qual a prevalência em cães e gatos? (Olivry e Mueller, 2017)
4. Há outros métodos diagnósticos? (Mueller e Olivry, 2017)
5. Há erros de rotulagem das dietas comerciais? (Olivry e Mueller, 2018)
...
30. 60dias0
dias
Dieta
+
Fármaco rápida ação
Dieta
Suspender o
medicamento
20-
30dias
2- Elucide a causa primária
Dermatopatias alérgicas
Reexposição
3-10
dias
ü Tempo de dieta: 2 meses
ü Dieta comercial ou caseira?
ü Único método capaz de diferenciar animais com hipersensibilidade
alimentar daqueles com dermatite atópica
31. 2- Elucide a causa primária
Dermatopatias alérgicas
ü A dieta foi realizada e não foram observados
benefícios clínicos
- Continua prurido
- Continua inflamação
- Animal com pouca qualidade de vida
Diagnóstico clínico de dermatite atópica
canina, realizado por exclusão
32. ATOPIA
FÁRMACOS SISTÊMICOS
IMUNOMODULADORES
• Glicocorticóides
• Inibidores de calcineurina
• Imunoterapia alérgeno-específica
• Inibidores de JAK específico
• Anticorpo monoclonal
CONTROLE DE INFECÇÕES
SECUNDÁRIAS
MEDICAMENTOS QUE
MELHORAM A QUALIDADE
CUTÂNEA
CONTROLE DE
ECTOPARASITAS
Uso crônico!!!!
• Hidratação cutânea
3- Trate e monitore a causa de base
33. • Quanto mais amplo o tratamento, maior
possibilidade de sucesso, porém maior
possibilidade de efeitos colaterais.
Glicocorticóide
Ciclosporina
oclacitinib
Anticorpo monoclonal
Eficácia Efeitos
colaterais
34. Como trabalhar com essas
medicações?
Corticoterapia oral
üPrednisona/Prednisolona
0,5-1,0mg/kg
üDeflazacort
0,3mg/kg/48-72h
Inicialmente
TERAPIA REATIVA
Até quando?
35. Após o controle rápido
da inflamação.... Terapias mais específicas
TERAPIA PROATIVA
Como trabalhar com essas
medicações?
1. Oclacitinib
• 0,4-0,6mg/kg/12h por 14 dias e após
0,4-0,6mg/kg/24h uso contínuo
2. Ciclosporina
• 5mg/kg/24h uso contínuo
3. Imunoterapia alérgeno-específica
4. Anticorpos monoclonais
36. üTratamento 2 dias consecutivos por semana
1. Grupo placebo, n= 20 cães: 33 dias de controle
2. Grupo tratado, n= 21 cães: 115 dias de controle
41. Considerações finais
üControle as infecções de forma eficaz
üO controle das infecções pode ser dificultado caso
tenhamos microorganismos multirresistentes
üDefinir a causa de base
üO tratamento da causa de base é fundamental para
controle da inflamação ou das alterações cutâneas e
evita recidiva das infecções