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Vamos Escolher Outro Nome Para RH
1. VAMOS ESCOLHER OUTRO NOME PARA RH?
Tenho combatido há muitos anos o nome RECURSOS HUMANOS. Lá
pelos idos de 1994 foi publicada uma matéria do repórter Luciano
Rodrigues, de um jornal, no qual ele me entrevistava sobre o assunto.
No entanto, me parece, não existe até hoje disposição da maioria
dos gestores de mudar. Será o medo da mudança ? Ou será que o
nome já está tão encruado no inconsciente coletivo da cultura
empresarial brasileira, que já considera o humano como recurso
mesmo. Isto certamente pode estar acontecendo porque o nome é
proveniente do inglês, “human resources”, criado no final da década
de 40, na época em que os recursos eram físicos, financeiros,
humanos e tecnológicos, como se não houvesse diferença entre suas
importâncias. E os humanos eram considerados pelos gerentões
americanos daquela época como recurso mesmo ( qualquer dúvida é
só ler “As artes gerenciais japonesas, um best-seller de dois
professores americanos, Pascale e Athos). Porque eu disse
certamente? Me antecipo ao resultado de uma pesquisa que se
poderia fazer perguntando aos executivos brasileiros: qual o mais
importante recurso da sua empresa? Dou um doce se não
responderem que são os financeiros, os tecnológicos e os físicos,
nesta ordem. Poderia se acrescentar na pesquisa : Quanto a empresa
discutiu, para o alcance de seus objetivos estratégicos, da
importância do treinamento e desenvolvimento das pessoas?
2. Especificamente na capacitação intelectual , psicológica e espiritual
das seus empregados.
Pelas respostas vamos saber ao certo se nós somos considerados
recursos, no sentido que o Claudio Cercachim, do Grupo Pedagogia
Empresarial&Educação Corporativa, traduziu do latim ou se é a
continuação do significado dado pela cultura americana.
Finalmente, não é possível que nós, da área humana, aceitemos
passivamente que o ser humano seja considerado um recurso para
ser “usado” na empresa. Esta é uma denominação inadequada, como
dito, proveniente de um país altamente industrializado, nos quais os
gestores tinham o pensamento mecanicista que predominava na
década de 40/50 do século XX. Nós somos a razão de ser da empresa
e temos que ser considerados como pérolas, preciosidades das
empresas. As pessoas é que fazem a empresa funcionar e elas é que
devem usar os recursos da empresa para seu benefício. E por isso, a
empresa tem que desenvolver as pessoas enquanto um ser
consciente e não usa-las com um fim utilitarista. A principal missão
de uma empresa deve ser “Desenvolver as pessoas”, que nela
trabalham. Hoje em dia os utilitaristas traduzem “desenvolver” como
somente treinar habilidades, principalmente aquelas que trazem
maior produtividade no trabalho. Também é necessário, mas não é o
principal. Antes, é necessário conhecer os potenciais latentes das
pessoas, seus anseios e seus desejos, e acompanhar seu
3. desenvolvimento emocional/racional no enfrentamento dos novos
desafios. Somente conhecendo os motivos que atendam às
necessidades do ser humano no trabalho poderá a empresa ter
pessoas que construirão “um ótimo lugar para se trabalhar”. E aí,
como consequência, certamente, a empresa terá objetivos
otimizados.
Deixo aos participantes dos Grupos o debate para alcançarmos uma
nova denominação para esta área. Vamos lutar para introduzir esta
mudança que não é fácil, mas necessária. Também as associações de
classe precisarão ser flexíveis para realizar esta mudança.
Peço a todos que opinem sobre uma nova denominação, que serão
bem vindas. Que tal:
- Desenvolvimento humano,
- Gestão de pessoas,
- Gestão do fator humano nas empresas,
- Desenvolvimento do ser humano,
- Desenvolvimento e gestão de pessoas,
- Desenvolvimento de pessoas,
- Capital humano,
- Gestão e desenvolvimento humano, etc.
Vamos opinar. Vamos votar?
4. Temos que mudar! Neste ponto todos concordamos, certo?
Parabéns para todas as empresas, firmas de treinamento e
desenvolvimento, consultorias/es que já aboliram “Recursos” de sua
razão social e de suas áreas especializadas. E são muitas!
José Affonso