1) A retórica segundo Aristóteles é o estudo do método da persuasão, ou seja, dos meios de obter a adesão dos outros aos nossos pontos de vista.
2) As três técnicas de persuasão referidas por Aristóteles são o ethos (caráter do orador), logos (argumentação) e pathos (estado emocional do auditório).
3) O logos apela à razão lógica através de argumentos, o ethos inspira confiança no orador e o pathos suscita emoções no auditório
A lógica faz parte do nosso cotidiano. Na família, no trabalho, no lazer, nos encontros entre amigos, na política, sempre que nos dispomos a conversar com as pessoas usamos argumentos para expor e defender nossos pontos de vista. Os pais discutem com seus filhos adolescentes sobre o que podem ou não fazer, e estes rebatem com outros argumentos.
Argumentação e retórica-filosofia 11º ano
resumo geral da matéria acerca da unidade. Caso encontre algum erro ou queira acrescentar alguma informação não hesite em contactar-me
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Livro de conscientização acerca do autismo, através de uma experiência pessoal.
O autismo não limita as pessoas. Mas o preconceito sim, ele limita a forma com que as vemos e o que achamos que elas são capazes. - Letícia Butterfield.
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Projeto de articulação curricular:
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Ficha de Revisões 2º teste 11º ano
1.Verifique a validade dos silogismos categóricos seguintes:
a) Certas (Algumas) boas pessoas são simpáticas. Nenhum egoísta é boa pessoa. Logo, nenhum egoísta
é simpático.
O silogismo é inválido porque não respeita duas regras, uma quanto aos termos e outra quanto às
proposições. Quanto aos termos, infringe a regra que diz que o termo maior não pode aumentar de
extensão na conclusão, ou seja se está distribuído na premissa onde ocorre também tem de estar
distribuído na conclusão. Ora o termo maior (simpático) é universal na conclusão (predicado de uma
proposição negativa – Tipo E) e é particular na premissa maior (predicado de uma proposição
afirmativa – Tipo I). Também não respeita a regra que diz “ a conclusão segue a parte mais fraca”, ou
seja, de uma premissa particular, segue-se uma conclusão particular. Ora temos a premissa maior
particular (Tipo I) e uma conclusão universal (Tipo E).
b) Todos os mamíferos são vertebrados. Alguns animais não são mamíferos. Logo, todos os animais são
vertebrados.
O silogismo é inválido porque não respeita três regras, uma quanto aos termos e duas quanto às
proposições.
Quanto aos termos, infringe a regra que diz que o termo menor não pode aumentar de extensão na
conclusão, ou seja se está distribuído na premissa onde ocorre também tem de estar distribuído na
conclusão. Ora o termo menor (animais) é universal na conclusão (sujeito de uma proposição universal
– Tipo A) e é particular na premissa menor (sujeito de uma proposição particular – Tipo O). Também
não respeita a regra que diz “ a conclusão segue a parte mais fraca”, ou seja, de uma premissa particular,
segue-se uma conclusão particular. Ora temos a premissa menor particular (Tipo O) e uma conclusão
universal (Tipo A). Também não respeita a regra que diz que de uma premissa negativa, segue-se uma
conclusão negativa, pois temos a premissa menor negativa e a conclusão é afirmativa (Tipo A).
2. Identifique as falácias cometidas nos silogismos seguintes:
a) Todas as máquinas são computadores. Nenhum organismo é máquina Logo, nenhum organismo é
computador.
O silogismo comete a falácia da ilícita maior pois o termo maior (computador) está distribuído
(universal) na conclusão (predicado de uma proposição negativa – Tipo E) e é particular na premissa
onde ocorre (predicado de uma proposição afirmativa – Tipo A).
b) Alguns artistas são críticos. Alguns artistas são acéfalos. Logo, nenhum acéfalo é crítico
Comete as falácias formais do termo não distribuído, da ilícita menor e da ilícita maior.
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O termo médio (artistas) não se encontra distribuído em pelo menos uma premissa, isto é, é particular
nas duas premissas (sujeito de proposições particulares – Tipo I) – Falácia do termo médio não
distribuído.
O silogismo comete a falácia da ilícita maior pois o termo maior (crítico) está distribuído (universal)
na conclusão (predicado de uma proposição negativa – Tipo E) e é particular na premissa onde ocorre
(predicado de uma proposição afirmativa – Tipo I). Comete ainda a falácia ilícita menor pois o termo
maior (crítico) está distribuído (universal) na conclusão (sujeito de uma proposição universal – Tipo E)
e é particular na premissa onde ocorre (predicado de uma proposição afirmativa – Tipo I).
3. Identifique e avalie os argumentos informais seguintes:
a) As crianças são como os cachorros. As crianças e os cachorros gostam de ser mimados. As crianças
aprendem a falar. Logo, os cachorros aprendem a falar.
Argumento por analogia, pois estabelece uma comparação entre as crianças e os cachorros. Os
argumentos por analogia são argumentos que concluem que coisas diferentes (cachorros e crianças),
por serem semelhantes em certos aspetos, sê-lo-ão também noutros.
O argumento não é válido (Falsa Analogia). Para um argumento por analogia ser válido, ou forte,
é necessário que as semelhanças entre as coisas comparadas sejam numerosas e relevantes. O
que não é manifestamente o caso, pois ela baseia-se numa única e irrelevante semelhança (gostam de
ser mimados), pelo que a probabilidade de a conclusão ser falsa apesar das premissas serem
verdadeiras é elevada.
b) Até agora o sol nasceu todos os dias. Assim, o sol nascerá amanhã.
Argumento indutivo porque é um argumento cuja validade depende de outros fatores (contexto
e conteúdo) que não simplesmente a sua forma lógica. Neste caso, a amostra é ampla e
representativa. Logo, o argumento é válido ou forte porque dada a verdade das premissas é muito
improvável que a conclusão seja falsa, isto é, a verdade da premissa dá-nos boas razões para considerar
mais provável do que improvável a verdade da conclusão.
c) Todas as pessoas que conheci até hoje (10 pessoas) gostam de animais. Logo, a próxima pessoa que
vier a conhecer gosta de animais.
Previsão indutiva porque é um argumento cujas premissas se baseiam no passado e cuja conclusão se
refere ao que acontecerá no futuro – no próximo ou nos próximos casos. Se em várias ocasiões sucedeu
algo conclui-se que na próxima (ou próximas) ocasião sucederá o mesmo.
Tal como sucede com a generalização, quanto mais numerosos e representativos forem os casos
considerados mais provavelmente verdadeira é a conclusão da previsão. Neste caso não respeita essas
regras, pois a amostra não é ampla nem representativa – previsão inadequada. Trata-se, portanto, de
uma má previsão, já que a verdade da premissa não é suficiente para garantir que a conclusão seja muito
provavelmente verdadeira.
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4. Distinga argumentação de demonstração.
No caso da demonstração, as premissas são verdadeiras e a partir delas só podemos deduzir uma
conclusão verdadeira. Exemplo: Todos os mamíferos têm pulmões. Todas as baleias são mamíferos.
Logo, todas as baleias têm pulmões.
As premissas que partimos são verdadeiras e também inquestionáveis. A conclusão só pode ser uma.
Negá-la seria entrar em contradição.
No caso da argumentação as premissas são mais ou menos prováveis. A conclusão está longe de gerar
uma unanimidade. Tem por objetivo a adesão a adesão a uma determinada proposição partindo de
premissas plausíveis e com diferentes graus de aceitação.
5. Identifique as falácias cometidas nos argumentos seguintes:
a) Ninguém conseguiu encontrar as causas naturais da recuperação do doente. Por isso, foi um milagre
que o curou.
Apelo falacioso à Ignorância (ad verecundiam) ocorre quando se considera verdadeiro o que não se
provou ser falso e vice-versa. A conclusão (foi um milagre que o curou) não é aceitável porque
transformamos a ausência de prova (ninguém conseguiu ….) em justificação.
b) A filosofia de Nietzsche não vale o papel que se gastou a imprimi-la. Ele era um imoralista que antes
de morrer ficou completamente louco.
Argumento contra o homem (ad hominem) ou ataque falacioso à pessoa porque se ataca a pessoa
(imoralista, louco) e não o que ela defende.
c)
Neste cartaz existe um argumento escondido: Como qualquer outra pessoa queres ser feliz e ter
uma família feliz. Este refrigerante ajuda as pessoas e as suas famílias a serem felizes. Por isso, deves
comprá-lo e bebê-lo com a tua família.
Falácia do Apelo ao Povo (argumentum ad populum) porque sustenta-se que uma proposição é
verdadeira por ser aceite como verdadeira por algum sector representativo da população. É um
argumento que procura manipular as pessoas e não as persuadir racionalmente.
4. 4
d)
Falsa Analogia. Para um argumento por analogia ser válido, ou forte, é necessário que as semelhanças
entre as coisas comparadas sejam numerosas e relevantes. O que não é manifestamente o caso, pois ela
baseia-se numa única e irrelevante semelhança. A rapariga não diz que todos os 348 namorados
anteriores usavam aqueles ténis, mas mesmo que dissesse estaria a raciocinar mal. Num argumento por
analogia o decisivo não é o número de coisas comparadas, mas sim o número e a relevância das suas
semelhanças.
e)” - Pai, temos de ter cuidado com a Bertília. Hoje na escola deu um abraço ao Aniceto.
- Mas que mal tem isso?
- Oh pai, ela só tem 12 anos. Se hoje deu um abraço amanhã dará um beijo na cara e para a semana um
beijo na boca…
- Estás a exagerar.
- Claro que não. Se não intervirmos, daqui a uns meses vai para a cama com um rapazinho qualquer.”
Falácia da derrapagem ou bola de neve porque para mostrar que uma proposição (deu um abraço ao
Aniceto) é inaceitável, extraem-se consequências dela e consequências das consequências cada vez mais
inaceitáveis (beijo na cara, beijo na boca, vai para a cama …).
f) O António morreu depois de ter dito “obrigado”. Por isso, nunca diga “obrigado”, a não ser que queira
morrer.
Falácia da Falsa Causa - Depois disso, por causa disso (post hoc ergo propter hoc)
O autor comete a falácia quando pressupõe que, por uma coisa se seguir a outra, então aquela (morrer)
teve de ser causada por esta (ter dito obrigado).
g)
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Petição de princípio porque se tenta provar uma conclusão com base em premissas que a pressupõem
como verdadeira. Dito por outras palavras: a ideia que precisa de ser justificada é usada como meio de
justificação, a ideia que está em causa é dada como adquirida. Trata-se, portanto, de um argumento
circular: não leio esses textos teístas porque são cheios de falácias e sabe que estão cheios de falácias
porque são teístas.
h) Ou gostas de mim ou me odeias. Não gostas de mim. Logo, odeias-me.
Falácia do Falso Dilema porque é dado um limitado número de opções (gostar de mim ou odiar-me),
quando de facto há mais (ser indiferente, etc).
6. Leia o seguinte texto de Aristóteles:
a) Esclareça o conceito de Retórica segundo Aristóteles.
Aristóteles entende a retórica como estudo do método da persuasão, isto é, dos meios ou instrumentos
que permitem em diversas situações obter a adesão dos outros aos nossos pontos de vista.
b) Identifique e esclareça as técnicas de persuasão referidas por Aristóteles.
Ethos
(carácter
do orador)
A persuasão é obtida quando o discurso é proferido de maneira a deixar no auditório a
impressão de que o carácter do orador o torna digno de fé.
O apelo ao ethos é persuasivo se o orador:
inspirar confiança ao dar a ideia de ser alguém que sabe do que fala;
e dar a impressão de que é uma pessoa honesta, virtuosa e íntegra.
Dispositivos que tornam credíveis os seus argumentos:
Argumento de autoridade – apresentar-se como especialista no assunto e/ou apoiar-se
na autoridade de outros, para mostrar que especialistas estão de acordo com ele.
A evitar: Falácia do argumento contra o homem (ataques pessoais) e o apelo falacioso à
autoridade (os especialistas podem estar em desacordo).
Exemplo: «Se ainda têm dúvidas quanto à pessoa que deve aconselhar-vos, tenham em
conta que me doutorei em universidades reputadas e que o meu trabalho nesta área fala
por si.»
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Logos
(argumentação)
A persuasão é obtida quando se mostra pelo discurso a verdade ou o que parece ser
verdade. É a prova retórica por excelência.
Apela-se à razão lógica, visando apresentar argumentos de forma organizada e
compreensível.
Dispositivos a utilizar:
Argumentos dedutivos, indutivos, argumentos por analogia;
O entimema (argumentos dedutivos com uma premissa omitida) facilmente
acompanhados prelo auditório;
O exemplo (uma espécie de regra ou modelo de algo). 0s exemplos podem ser
parábolas ou fábulas (lições de moral).
Exemplo: “O fator mais importante do sistema de ensino é o professor. Há muitos
professores que ganham mais no ensino público do que no privado. Se pagarmos o
mesmo ou mais do que ganham no ensino público, então é provável que os melhores
troquem o público pelo privado. Logo, devemos aumentar os salários que pagamos aos
professores neste colégio para elevar a qualidade do nosso ensino”.
Pathos
(estado emocional do
auditório)
A persuasão é obtida quando o auditório é levado pelo discurso a sentir emoções. O
orador deve procurar suscitar sentimentos e emoções no auditório que o predisponha de
forma favorável para a tese que defende.
As pessoas deixam-se persuadir porque o orador associa emoções positivas ao que
defende e negativas ao que ataca.
O entusiasmo, o fervor e o empenho com que se defende uma ideia podem criar no
auditório uma convicção semelhante à que o orador quer transmitir.
Dispositivos a usar para suscitar emoções:
Apelo ao povo (popularidade) e apelo às emoções (ira, compaixão, etc).
Figuras de estilo: anáfora, etc.
Exemplo: «Têm feito tudo para destruir o que tanto nos custou a construir e não se
incomodam nem um pouco com quem vai sofrer por causa das suas ações. Não se iludam!
Eles são o inimigo e não vão parar enquanto não nos dominarem por completo.»