Saber:
Que critério nos permite
dizer que uma ação é
correta ou incorreta?
Qual é o bem último?
Em que consiste o
problema da
fundamentação da moral?
A necessidade de
fundamentar a moral é a
necessidade de encontrar
um critério, uma forma
de distinguir o que é
certo (ação correta) do
que é moralmente errado
(ação incorreta).
ÉTICA DEONTOLÓGICA
Critério: Intenção ou motivo
Há deveres absolutos que não podem em
circunstância alguma ser violados.
Uma ação é boa quando é realizada com a
intenção de cumprir absolutamente o dever. Kant (1724-
1804)
ÉTICA TELEOLÓGICA OU
CONSEQUENCIALISTA
Critério: consequências da ação
O valor moral de uma ação depende das
suas consequências ou resultados.
Se as consequências são boas, a ação é boa;
se as consequências são más, a ação é má
(moralmente errada).
Stuart-Mill
(1806-1873)
No dia 6 de agosto de 1945, os Estados
Unidos lançaram uma bomba atómica
sobre Hiroxima.
O hoje esquecido relatório do representante
da Cruz Vermelha, Marcel Junot, descreve
assim aquele dia: «Ao fim da tarde, o fogo
começou a baixar, e não tardou a extinguir-
se. Nada mais havia a queimar. Hiroxima
tinha deixado de existir». Morreram
imediatamente 140 000 pessoas. A maioria
dos mortos eram civis. Vários milhares
viriam a morrer posteriormente em virtude
das radiações atómicas.
Como explicar a decisão do
Presidente Harry S.
Truman?
Tentemos perceber o que ditou tão cruel decisão. Harry
Truman, sucessor de Franklin Roosevelt, tinha noção da
importância dos números. Apesar dos triunfos americanos
no Pacífico, o preço em número de vidas perdidas, dada a
mentalidade japonesa de preferir a morte à rendição, tinha
sido terrível. Um estudo do seu gabinete estimara que uma
guerra convencional poderia durar até 1946, ano de eleições
para o Congresso. E quanto mais a guerra durasse mais
americanos morreriam e maior o descontentamento popular.
Pediu às altas patentes do exército um plano de invasão do
Japão acompanhado por uma estimativa das previsíveis
baixas. Previsão: 220 000 soldados mortos e 150 mil feridos.
Houve quem previsse 500 000 mortos. Os japoneses lutavam
encarniçadamente até ao último homem, e a rendição era
para os altos comandos militares uma vergonha inadmissível.
A esperança de Truman era a de que o uso de tão terrível
arma pudesse finalmente convencer o Alto-Comando
japonês a pedir o cessar-fogo. Já sob pesado bombardeio e
bloqueio naval há quase um ano, o Japão recusava
teimosamente a aceitar a derrota. Depois de uma segunda
bomba atómica lançada sobre Nagasáqui, o Japão rendeu-
se sem condições.