SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 45
CEFALÉIAS NA 
INFÂNCIA E 
ADOLESCÊNCIA 
R3 Ludmila Inácio de Lima 
Uchôa
CEFALÉIA NA INFÂNCIA 
o Elevada prevalência; 
o Estudo na Suécia: de 8993 escolares entre 7 e 15 
anos, relato de 1 episódio de cefaléia em 40% das 
crianças aos 7 anos e 75% dos adolescentes aos 15 
anos; 
o Taxa de prevalência de 40,75 % a 82,9%; 
o Brasil: estudo de Barea et al: 538 estudantes entre 
10 e 18 anos: 82,9% de cefaléia no ultimo ano, 
31,4% na última semana e 8,9% nas últimas horas, 
sendo 72,8% cefaléia tensional e 9,9% a migrânea; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
CEFALÉIA NA INFÂNCIA 
o Causas mais freqüentes de cefaléia crônica na 
infância: cefaléia do tipo tensional e migrânea; 
o Raramente observamos cefaléia em salvas, 
hemicrania paroxistísca crônica e a cefaléia 
primária em facada; 
o Cefaléias secundárias: rara causa de cefaléia 
crônica na infância; 
o Principais causas de cefaléia secundária na 
infância: traumatismos cranianos, distúrbios 
vasculares intracranianos, neoplasias 
intracranianas, hipotensão liquórica e as infecções 
intracranianas; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
CEFALÉIA NA INFÂNCIA 
o Arruda identificou 0,7 5 de tumor cerebral como 
causa de cefaléia em crianças com cefaléia crônica 
recorrente do ambulatório de cefaléia; 
o Erros de refração representam causa rara de 
cefaléia; 
o Lembrar que o diagnóstico depende das 
informações colhidos de quem sofre a dor e quanto 
menor a criança mais difícil ele se torna; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 
edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o É a dor mais comumente reportada na infância 
após dores musculoesqueléticas e dores 
abdominais; 
o É freqüentemente subestimada e 
subdiagnosticada; 
o Grande estudo e 1959, Bille com 9000 
escolares: até os 7 anos 40% já haviam sentido 
cefaléia; 
o Aumento da freqüência com a idade; 
o Incidência similar para ambos sexos na idade 
escAorrluadar, ;M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
Classificação das Cefaléias(ICH2004)
I. Cefaléias primárias 
1. Migrânea 
 Migrânea sem aura 
 Migrânea com aura 
 Síndromes periódicas da infância, comumente precursora da migrânea; 
• Vômitos cíclicos 
• Migrânea abdominal 
• Vertigem paroxística benigna da infância 
2. Cefaléia tipo tensional 
3. Cefaléia em salvas e outras cefaléias trigêmino-autonômicas 
 Cefaléia em salvas 
 Hemicrania paroxística 
 SUNCT 
4. Outras cefaléias 
II. Cefaléias Secundárias 
5. Cefaléia atribuída a trauma cefálico e/ou cervical 
6. Cefaléia atribuída à doença vascular craniana ou cervical 
7. Cefaléia atribuída a transtorno craniano não vascular 
8. Cefaléia atribuída a uma substância ou sua retirada 
 Cefaléia por uso excesssivo de medicação 
9. Cefaléia atribuída à infecção 
10. Cefaléia atribuída a transtorno da homeostase 
11. Cefaléia ou dor facial atribuída a transtorno do crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios da face, 
dentes, boca ou outras 
estruturas faciais ou cranianas 
12. Cefaléia atribuída a transtornos psiquiátricos 
III. Neuralgias cranianas, dor facial primária ou central 
13. Neuralgias cranianas e causas centrais de dor facial 
14. Outras cefaléias, neuralgias cranianas e dor facial primária ou central
EPIDEMIOLOGIA
MIGRÂNEA 
o É a principal cefaléia crônica primária, devido à 
severidade de suas crises; 
o Sua prevalência aumenta ao longo da adolescência e 
em adultos jovens; 
o Até os 12 anos não há predomínio de sexo; 
o Entre os 7 e 15 anos, ocorre em 4 a 11%; 
o Novos casos em meninos são incomuns após 20 
anos; 
o Migrânea sem aura é mais prevalente; 
o Migrânea sem aura tem início + precoce; 
o A taxa de incidência em estudantes de 7 anos foi de 
114,4 novos casos/1000 crianças-ano; 
o Ocorre remissão na adolescência e adulto jovens; 
o Tem evolução favorável; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o ICHD II: Síndromes Periódicas: 
Vômitos cíclicos 
Migrânea Abdominal 
 Vertigem paroxística benigna da Infância 
o Mais freqüentes no sexo feminino; 
o Vômitos cíclicos: 
 Crises recorrentes de vômitos, 4 e 10 anos 
 Estima-se de 1,9% de prevalência na infância 
 2/3 deixam de ter crises durante a 
adolescência ou antes da puberdade; 
 1/3 substituem os vômitos por migrânea 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o Migrânea Abdominal 
 Dores de moderada a forte intensidade; 
 Localizam geralmente, na linha média do abdome; 
 Sintomas desaparecem durante a crise; 
 Sintomas podem acontecer em qualquer idade 
após 1 ano de vida 
 Prevalência 2,4 a 4,1%; 
 Apresenta-se associada à presença de migrânea e 
com história familiar de migrânea em parentes de 1° 
grau; 
 Prognóstico benigno; 
 Remissão espontânea na adolescência; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o Vertigem Paroxística Benigna da Infância 
 Vertigem intensa associada à nistagmo ou vômitos, 
em crianças neurologicamente normais; 
 Crises duram, geralmente, de minutos a horas, 
com resolução espontânea; 
 Início das crises: 2 e 4 anos; 
 Prevalência de 2 a 2,6%; 
 Evolução favorável; 
 Com remissão espontânea completa das crises; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o Cefaléia do tipo Tensional 
 Cefaléia primária mais comum; 
 Rara na população infanto-juvenil: 1,55% 
 mais prevalente no sexo feminino; 
 De início juvenil: alta tendência à remissão; 
 Pode desenvolver migrânea e vice-versa; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o Cefaléia em salvas 
 Mais prevalente em homens; 
 Idade de início entre 20 e 40 anos; 
 Cefaléia primária incomum; 
 Infreqüente na população infanto-juvenil; 
 Poucas séries de casos; 
 Prevalência estimada em 0,1%; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o Hemicrania Paroxística 
 Rara cefaléia primária; 
 Prevalência de 0,021% na população geral; 
 Início geralmente aos 30 anos; 
 Mais comum nas mulheres; 
 Responde muito bem à indometacina; 
 5 casos relatados em adolescentes; 
 Não há estudos populacionais avaliando a sua 
epidemiologia; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o SUNCT (cefaléia de curta duração, unilateral, 
neuralgiforme, com hiperemia conjuntival e 
lacrimejamento) 
 Idade de início entre 35 e 65 anos; 
 São raros casos relatados na infância e referem a 
casos de SUNCT “ sintomáticos”; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EPIDEMIOLOGIA 
o Outras cefaléias primárias 
 Cefaléia primária em facada; 
 Cefaléia primária da tosse; 
 Cefaléia primária do esforço físico; 
 Cefaléia primária associada à atividade sexual; 
 Cefaléia hípnica; 
 Cefaléia em trovoada primária; 
 Hemicrania contínua; 
 Cefaléia persistente e diária desde o início 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
oPADRÃO TEMPORAL DAS CRISES: 
 Cefaléias agudas ou crônicas 
Contínuas ou recorrentes 
Progressivas e Não-Progressivas 
o Cefaléia aguda: abrupta ou gradual; contínua ou recorrente; 
progressiva ou não-progressiva. 
Se for abrupta, rápida sem progressão: cefaléia primária tipo em 
facada, trovoada, malformação vascular não rota, feocromocitoma, 
hidrocefalia obstrutiva intermitente ou neuralgias cranianas. 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o Cefaléia aguda, contínua e progressiva: Sinusites 
agudas, secundárias às infecções do SNC; 
o Cefaléia crônica recorrente não-progressiva: 
migrânea; 
*Estado migranoso: > 72h 
o Cefaléia crônica recorrente não-progressiva, por 
definição freqüência< 15 dias/mês: tensional episódica 
e >15 dias tensional crônica; 
o Cefaléia crônica recorrente: cefaléia em salvas, 
hemicrania paroxística e SUNCT; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o IDADE DE INÍCIO 
 Maioria das cefaléias primárias tem início na 
infância, adolescência ou meia idade; 
 Terceira idade: cefaléias secundárias: 
neuralgia trigeminal e arterite temporal; 
 Migrânea: inicia na infância ou 
adolescência; mais da metade inicia aos 7 
anos e 1/3 antes dos 5 anos; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
oTEMPO DE EVOLUÇÃO 
 < 6 meses de início: reavaliações freqüentes; 
 Cefaléia secundária a tumor: raramente tem evolução 
superior a 1 ano em crianças abaixo de 5 anos; 
o HORÁRIO PREFERENCIAL DAS CRISES 
 Migrânea: quando existe: fatores desencadeantes 
(ingestão de certos alimentos, jejum prolongado, 
esforço físico, reação de abstinência à cafeína ou 
analgésicos, fobia escolar, esforço visual, etc 
 Cefaléia em salvas e cefaléia secundária a HIC: 
noturnas, despertando a criança; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
oFREQUÊNCIA DAS CRISES 
 Auxilia no diagnóstico diferencial de cefaléias em 
salvas, hemicrania paroxística, neuralgias e SUNCT; 
 Cefaléia em salvas: 1x/dia até 8x/dia; 
 Hemicrania paroxística: 5 ou + vezes/dia; 
 Neuralgias e SUNCT: muitas vezes/dia; 
 Cefaléia em facadas: várias/dia e dura segundos; 
 Migrânea e tensional: variável 
o* Se há aumento progressivo da freqüência: investigação 
complementar 
“Uma vez que ter cefaléia primária não 
torna o paciente imune a uma cefaléia
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
oDURAÇÃO DAS CRISES 
 Cefaléia tipo tensional: 30 min a 7 dias; 
 Cefaléia em salvas: 15 a 180 min; 
 Hemicrania paroxística: 2 a 30 min; 
 Neuralgia trigeminal: poucos segundos a 2 
min; 
 Cefaléia primária em facada: segundos; 
 SUNCT: 5 a 240 segundos; 
 Migrânea: 4 a 72h, raramente > 12h 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o LOCALIZAÇÃO DA DOR 
A lateralidade da dor é muito importante; 
 A IHS(1988,2004) não caracterizam como obrigatória 
aunilateralidade da cefaléia na migrânea, nem a 
bilateralidade na cefaléia tipo tensional 
 Obrigatória a unilateralidade: cefaléias em salvas, na 
hemicrania paroxística, hemicrania contínua, SUNCT, 
cefaléia atribuída a procedimentos endovasculares 
intracranianos e ahemicrania epiléptica; 
 Bilateralidade é critério não obrigatório: cefaléia 
persistente e diária desde o início, cefaléias por 
hipertensão liquórica, uso de substâncias ou sua 
supressão e transtorno da homeostase; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o LOCALIZAÇÃO DA DOR 
 Unilateralidade é critério não obrigatório: migr6anea, 
pós-endarterectomia, uso excessivo de triptano e atribuída 
a empiema subdural; 
 Cefaléia em salvas, hemicrania paroxística e SUNCT: 
obrigatória a localização da dor em região orbitária, supra-orbitária 
ou temporal; 
 Cefaléias do glaucoma agudo, das inflamações oculares 
e erros de refração: dor no próprio olho 
 Cefaléia do estrabismo: região frontal; 
 Cefaléia das rinossinusites: região frontal, face, orelhas e 
até nos dentes; 
 Neuralgias cranianas: dor no território de inervação do 
nervo em questão; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o QUALIDADE DA DOR 
 Dor pulsátil ou latejante (martelada ou batidas), sincrônica 
aos batimentos cardíacos é um critério não-obrigatório: 
migrânea, SUNCT, cefaléia da hipertensão arterial e da maioria 
das cefaléias atribuídas a uma substância ou sua supressão; 
cefaléia pela febre e por tumores angiomatosos do SNC; 
 Mas é obrigatória: cefaléia primária do esforço físico; 
 Dor em pressão ou em aperto: característica da cefaléia tipo 
tensional; 
 Dor em peso: cefaléia pré-orgásmica e cefaléia hipnica; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o INTENSIDADE DA DOR 
 Fraca: não interfere nas atividades da vida diária. Criança 
continua a brincar e pular; 
 Moderada: inibe, mas não proíbe as atividades da vida 
diária.A criança brinca e pára de correr e pular; 
 Forte: proíbe as atividades da vida diária. A criança pára 
de brincar, deita-se e pode chorar; 
 Escala de Faces de Wong-Baker: 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
 Forte intensidade: ruptura de aneurisma, meningites, 
febre, cefaléia da HAS, migrânea, cefaléia orgástica, 
hemicrania paroxística, neuralgia trigeminal e cefaléia em 
salvas; 
 + intensa”cefaléia suicida”: cefaléia em salvas; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o SINTOMAS PREMONITÓRIOS 
 São sintomas que precedem e prenunciam uma crise de 
migrânea em 2 a 48 horas; 
 Ocorre antes da aura e antes do início da dor na migrânea 
sem aura; 
 Mais comuns; fadiga, euforia, depressão, fome excessiva, 
avidez por determinados alimentos; 
 Fatores de risco; migrânea com aura e crises de grande 
intensidade 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o AURA 
 IHS: complexo de sintomas neurológicos focais, completamente 
reversíveis, desenvolvem de 5 a 20 min, menos de 60 min, podendo 
preceder ou acompanhar a cefaléia da crise migranosa 
 Os sintomas podem indicar a topografia: córtex ou tronco cerebral; 
 Aura visual: fosfenos( pontos de luminosidade intermitente), 
escotomas (pontos cegos centrais ou paracentrais), teicopsias 
(ameias de muralha de antigas fortificações), amaurose transitória, 
distorções dos objetos semelhantes às de Alice no País das 
maravilhas, distorções no tamanho dos objetos, sensação de que os 
objetos deslocam e diplopias; 
 Outros sintomas: 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o AURA 
 Outros sintomas: déficit motor, parestesias, hipoestesias, distúrbios 
de linguagem e de fala, distúrbios estetoacústicos, vertigem, ataxias, 
alterações da consciência, alucinações olfativas, deja vu, jamais vu. 
 + Freqüente: aura visual 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o SINAIS E SINTOMAS ACOMPANHANTES DA DOR 
 Migrânea: náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal, foto e 
fonofobia, osmofobia, palidez (+ frequente), sudorese e outros; 
 Cefaléia da hipertensão intracraniana: noite ou madrugada, provoca 
despertar, vômitos incoercíveis; 
 Cefaléia em salvas: lacrimejamento, congestão nasal, rinorréia, 
edema bipalpebral, sudorese facial e frontal, miose, e ptose ipsilateral 
à dor 
 SUNCT: hiperemia conjuntival e lacrimejamento ipsilaterais; 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o FATORES DESENCADEANTES 
 Cefaléia por compressão externa: chapéu, boné, óculos de natação, 
tiaras; 
 Cedaléia pelo frio; 
 Cefaléia primária da tosse, esforço físico e da atividade sexual; 
 Cefaléia pós-traumatismo craniano; 
 Cefaléia induzida por uso ou abuso de substâncias; 
 Cefaléia da homeostase: hipóxia, diálise, hipercapnia, HAS, jejum; 
 Migrânea: privação ou excesso de sono; emoções positivas e 
negativas, exposição ao sol, barulho, odores, menstruação, jejum, 
alimentos( chocolate, queijos, embutidos, cítricos,leite e derivados, 
frituras, etc; 
 Cefaléia por hipotensão liquórica: piora ao sentar e/ou levantar; 
 Cefaléia ou dor facial: movimentos mandibulares ou mastigação de 
alimentos duros ou resistentes; 
 Esforço visual prolongado>> cefaléia em pessoas com erro de 
refração Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o FATORES DE ALÍVIO E AGRAVAMENTO 
 Cefaléia da HAS: redução da PA; 
 Hipotensão liquórica: decúbito dorsal; 
 Cefaléia cervicogência: bloqueio anestésico; 
 Cefaléia pelo jejum: ingestão de alimentos; 
 Cefaléia em salvas: inalação de oxigênio a 100%; 
 Cefaléia tipo tensional: relaxamento 
 Migrânea: compressão da artéria temporal, compressas quentes ou 
frias sobre as têmporas, repouso em locais escuros e silenciosos, 
sono, etc; 
 Piora com esforço físico: Cefaléia da HIC, má-formação de Chiari 
tipo I, atribuídas à substância, de grandes altitudes, HAS,etc; Na 
infância: migrânea 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
ANAMNESE DA CRIANÇA COM 
CEFALÉIA 
o INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR 
 Importante checar exames realizados, interconsultas e tratamentos 
prévios; 
 Antecedentes pessoais: comportamento, escolaridade e hábitos da 
criança, abuso de analgésicos e de caféina; 
 Antecedentes familiares: hereditariedade da migrânea; 
 Diário de cefaléia: diagnóstico e terapêutica 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EXAME FÍSICO DA CRIANÇA 
COM CEFALÉIA 
o EXAME FÍSICO GERAL E DOS DIVERSOS 
APARELHOS 
 Inspeção da pele e anexos: manchas café-com-leite, angiomas, 
tumorações, manchas hipocrômicas; 
 Doença de Sturge Weber: nevo vinhoso na face, epilepsia, 
retardo mental, glaucoma, sd deficitária motora contralateral: 
cefaléia vascular; 
 Palidez, mucosas hipocoradas, púrpura, pletora: hemopatias 
que podem cursar com cefaléia secundária; 
 Aferir temperatura; cefaléia na febre; 
 Avaliar estado de hidratação; 
Palpação dos pulsos : Doença de Takayasu; 
 Tônus adrenérgico: crise da migrânea; 
 Aferir PA: GNDA, feocromocitoma; 
 Ausculta cardíaca: associação de migrânea com prolapso de 
valva mitral; 
 Ausculta pulmonar: asma>hipóxia> cefaléia; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EXAME FÍSICO DA CRIANÇA 
COM CEFALÉIA 
o EXAME NEUROLÓGICO 
 Buscar sinais localizatórios que indiquem cefaléia secundária; 
 Alterações do estado mental, sinais meningorradiculares e 
pailedema: infecções meníngeas, HSAI; 
 Algias craniofaciais que podem cursar com alteração de nervos 
cranianos: 
Neuralgia Trigeminal Sintomática 
Síndrome Paratrigeminal de Raeder 
Síndrome de Tolosa-Hunt 
Síndrome de Gradenigo 
Neuralgia do Nervo Intermediário de Wrisberg 
Síndrome de Ramsay-Hunt 
Neuralgia do Glossofaríngeo 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
EXAME FÍSICO DA CRIANÇA 
COM CEFALÉIA 
o EXAME CEFALIÁTRICO 
Crânio: alterações da forma e tamanho do crânio: sinais de 
trauma; 
 PC: se aumentado: neuroimagem; 
 Palpação das suturas: HIC se disjunção; 
 Palpação do couro cabeludo: pontos dolorosos; 
 Artérias: identificar sopros (malformações arteriovenosas e 
aneurismas; 
 Nervos: Compressão para provocar dor ou simular a dor que o 
paciente queixa 
 Músculos: crânio e pescoço; 
 Coluna cervical: palpação do processo espinhoso de C2 a C7; 
 Seios da face: Compressão digital dos seios frontal e maxilar; 
 Globos oculares: compressão : dado indireto e grosseiro da 
pressão intra-ocular 
 Orelhas: procura de vesículas 
 Cavidade oral: procurar sinais de infecção, estado dentário, 
avaliar oclusão dentária; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
INVESTIGAÇÃO 
COMPLEMENTAR NA CEFALÉIA 
o 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
MIGRÂNEA 
o 
Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoBruna Cesário
 
Convulsões na infância ufop
Convulsões na infância ufopConvulsões na infância ufop
Convulsões na infância ufopLeonardo Savassi
 
Epilepsia e crise convulsiva
Epilepsia e crise convulsivaEpilepsia e crise convulsiva
Epilepsia e crise convulsivaLucy França
 
Anemias carenciais na infância
Anemias carenciais na infânciaAnemias carenciais na infância
Anemias carenciais na infânciaHenrique Fiorillo
 
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011Alexandre Naime Barbosa
 
Praxia dispraxia apraxia gnosia agnosia
Praxia dispraxia apraxia gnosia agnosiaPraxia dispraxia apraxia gnosia agnosia
Praxia dispraxia apraxia gnosia agnosiaMarceloJota30
 
OTITES & AMIGDALITES
OTITES & AMIGDALITESOTITES & AMIGDALITES
OTITES & AMIGDALITESBrenda Lahlou
 
Anemia ferropriva diagnostico e tratamento
Anemia ferropriva diagnostico e tratamentoAnemia ferropriva diagnostico e tratamento
Anemia ferropriva diagnostico e tratamentoGiovanni Oliveira
 
Semiologia 06 neurologia - semiologia neurológica pdf
Semiologia 06   neurologia - semiologia neurológica pdfSemiologia 06   neurologia - semiologia neurológica pdf
Semiologia 06 neurologia - semiologia neurológica pdfJucie Vasconcelos
 
Exame Neurológico: Síndrome Extrapiramidal
Exame Neurológico: Síndrome ExtrapiramidalExame Neurológico: Síndrome Extrapiramidal
Exame Neurológico: Síndrome ExtrapiramidalDr. Rafael Higashi
 
Anemia Ferropriva
Anemia FerroprivaAnemia Ferropriva
Anemia Ferroprivablogped1
 
Paralisia Cerebral Atetóide – Revisão de Artigo
Paralisia Cerebral Atetóide – Revisão de ArtigoParalisia Cerebral Atetóide – Revisão de Artigo
Paralisia Cerebral Atetóide – Revisão de ArtigoFisioterapeuta
 
Exame Físico em Pediatria
Exame Físico em PediatriaExame Físico em Pediatria
Exame Físico em PediatriaLaped Ufrn
 

Mais procurados (20)

Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
 
Diagnóstico clínico
Diagnóstico clínicoDiagnóstico clínico
Diagnóstico clínico
 
Convulsões na infância ufop
Convulsões na infância ufopConvulsões na infância ufop
Convulsões na infância ufop
 
Síndromes neurológicas
Síndromes neurológicasSíndromes neurológicas
Síndromes neurológicas
 
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWYDEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
 
Epilepsia e crise convulsiva
Epilepsia e crise convulsivaEpilepsia e crise convulsiva
Epilepsia e crise convulsiva
 
Anafilaxia na Infância: Apresentação Clínica e Manejo
Anafilaxia na Infância: Apresentação Clínica e ManejoAnafilaxia na Infância: Apresentação Clínica e Manejo
Anafilaxia na Infância: Apresentação Clínica e Manejo
 
Anemias carenciais na infância
Anemias carenciais na infânciaAnemias carenciais na infância
Anemias carenciais na infância
 
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
Profilaxia Raiva Ministerio Saude Brasil 2011
 
Slides Vc Epilepsia Sintomas ,Causas E Condutas
Slides Vc Epilepsia Sintomas ,Causas E CondutasSlides Vc Epilepsia Sintomas ,Causas E Condutas
Slides Vc Epilepsia Sintomas ,Causas E Condutas
 
Praxia dispraxia apraxia gnosia agnosia
Praxia dispraxia apraxia gnosia agnosiaPraxia dispraxia apraxia gnosia agnosia
Praxia dispraxia apraxia gnosia agnosia
 
OTITES & AMIGDALITES
OTITES & AMIGDALITESOTITES & AMIGDALITES
OTITES & AMIGDALITES
 
Anemia ferropriva diagnostico e tratamento
Anemia ferropriva diagnostico e tratamentoAnemia ferropriva diagnostico e tratamento
Anemia ferropriva diagnostico e tratamento
 
Semiologia 06 neurologia - semiologia neurológica pdf
Semiologia 06   neurologia - semiologia neurológica pdfSemiologia 06   neurologia - semiologia neurológica pdf
Semiologia 06 neurologia - semiologia neurológica pdf
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Exame Neurológico: Síndrome Extrapiramidal
Exame Neurológico: Síndrome ExtrapiramidalExame Neurológico: Síndrome Extrapiramidal
Exame Neurológico: Síndrome Extrapiramidal
 
Anemia Ferropriva
Anemia FerroprivaAnemia Ferropriva
Anemia Ferropriva
 
Paralisia Cerebral Atetóide – Revisão de Artigo
Paralisia Cerebral Atetóide – Revisão de ArtigoParalisia Cerebral Atetóide – Revisão de Artigo
Paralisia Cerebral Atetóide – Revisão de Artigo
 
Exame Físico em Pediatria
Exame Físico em PediatriaExame Físico em Pediatria
Exame Físico em Pediatria
 
Doença de Alzheimer
Doença de AlzheimerDoença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
 

Destaque (11)

Propedêutica das cefaléias
Propedêutica das cefaléias Propedêutica das cefaléias
Propedêutica das cefaléias
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Cefaleias - Enxaqueca/Migrânea
Cefaleias - Enxaqueca/MigrâneaCefaleias - Enxaqueca/Migrânea
Cefaleias - Enxaqueca/Migrânea
 
Cefaleia medicina
Cefaleia medicinaCefaleia medicina
Cefaleia medicina
 
Anamnese e exame físico pediatrico
Anamnese e exame físico pediatricoAnamnese e exame físico pediatrico
Anamnese e exame físico pediatrico
 
Abordagem da cefaléia no ps
Abordagem da cefaléia no psAbordagem da cefaléia no ps
Abordagem da cefaléia no ps
 
Apresentação cefaleia
Apresentação cefaleiaApresentação cefaleia
Apresentação cefaleia
 
Cefaleias Primárias
Cefaleias PrimáriasCefaleias Primárias
Cefaleias Primárias
 
Introdução ao Estudo da Cefaléias
Introdução ao Estudo da CefaléiasIntrodução ao Estudo da Cefaléias
Introdução ao Estudo da Cefaléias
 
Neurofisiologia cefaleia
Neurofisiologia   cefaleiaNeurofisiologia   cefaleia
Neurofisiologia cefaleia
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
 

Semelhante a Cefaléias na Infância e Adolescência

SAÚDE DA CRIANÇA E A SAÚDE DA FAMÍLIA DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA
SAÚDE DA CRIANÇA E A SAÚDE DA FAMÍLIA DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIASAÚDE DA CRIANÇA E A SAÚDE DA FAMÍLIA DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA
SAÚDE DA CRIANÇA E A SAÚDE DA FAMÍLIA DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIACentro Universitário Ages
 
1.aidpi tosse e diarréia
1.aidpi  tosse e diarréia1.aidpi  tosse e diarréia
1.aidpi tosse e diarréiaMickael Gomes
 
Apresentação.grupo01.pdf
Apresentação.grupo01.pdfApresentação.grupo01.pdf
Apresentação.grupo01.pdfCarolina68640
 
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNCCâncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNCLaped Ufrn
 
Paralisia Facial
Paralisia FacialParalisia Facial
Paralisia Facialblogped1
 
Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas.
Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas.Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas.
Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas.Cleiton Ribeiro Alves
 
3_revisao_constipacao_intestinal_crianca
3_revisao_constipacao_intestinal_crianca3_revisao_constipacao_intestinal_crianca
3_revisao_constipacao_intestinal_criancadocanto
 
Tuberculose infantil pdf
Tuberculose infantil pdfTuberculose infantil pdf
Tuberculose infantil pdfJuliana Ledur
 
Espasmos do choro na criança em idade pre-escolar
Espasmos do choro na criança em idade pre-escolarEspasmos do choro na criança em idade pre-escolar
Espasmos do choro na criança em idade pre-escolarsalgadokk
 
Sindrome de edward
Sindrome de edwardSindrome de edward
Sindrome de edwardMarina Carla
 
Doenças geneticas sindromes
Doenças geneticas sindromesDoenças geneticas sindromes
Doenças geneticas sindromesElda Aguiar Gama
 

Semelhante a Cefaléias na Infância e Adolescência (20)

Cefaléia jornade de neurologia - ricardo
Cefaléia   jornade de neurologia - ricardoCefaléia   jornade de neurologia - ricardo
Cefaléia jornade de neurologia - ricardo
 
SAÚDE DA CRIANÇA E A SAÚDE DA FAMÍLIA DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA
SAÚDE DA CRIANÇA E A SAÚDE DA FAMÍLIA DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIASAÚDE DA CRIANÇA E A SAÚDE DA FAMÍLIA DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA
SAÚDE DA CRIANÇA E A SAÚDE DA FAMÍLIA DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA
 
1.aidpi tosse e diarréia
1.aidpi  tosse e diarréia1.aidpi  tosse e diarréia
1.aidpi tosse e diarréia
 
Apresentação.grupo01.pdf
Apresentação.grupo01.pdfApresentação.grupo01.pdf
Apresentação.grupo01.pdf
 
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNCCâncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
Câncer na infância e adolescência: Tumores de SNC
 
Doença de Huntington
Doença de HuntingtonDoença de Huntington
Doença de Huntington
 
Paralisia Facial
Paralisia FacialParalisia Facial
Paralisia Facial
 
Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas.
Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas.Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas.
Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas.
 
3_revisao_constipacao_intestinal_crianca
3_revisao_constipacao_intestinal_crianca3_revisao_constipacao_intestinal_crianca
3_revisao_constipacao_intestinal_crianca
 
Tuberculose infantil pdf
Tuberculose infantil pdfTuberculose infantil pdf
Tuberculose infantil pdf
 
3.asma (27jan2015)
3.asma (27jan2015)3.asma (27jan2015)
3.asma (27jan2015)
 
Semana da enfermagem unimed
Semana da enfermagem unimedSemana da enfermagem unimed
Semana da enfermagem unimed
 
Especial npc
Especial npcEspecial npc
Especial npc
 
Espasmos do choro na criança em idade pre-escolar
Espasmos do choro na criança em idade pre-escolarEspasmos do choro na criança em idade pre-escolar
Espasmos do choro na criança em idade pre-escolar
 
Cefaleia na criança
Cefaleia na criançaCefaleia na criança
Cefaleia na criança
 
SÍNDROME DE PRADER-WILLI.pptx
SÍNDROME DE PRADER-WILLI.pptxSÍNDROME DE PRADER-WILLI.pptx
SÍNDROME DE PRADER-WILLI.pptx
 
Rubéola
RubéolaRubéola
Rubéola
 
Sindrome de edward
Sindrome de edwardSindrome de edward
Sindrome de edward
 
Fenômeno de Raynaud - Documento Científico da SBP
Fenômeno de Raynaud - Documento Científico da SBP Fenômeno de Raynaud - Documento Científico da SBP
Fenômeno de Raynaud - Documento Científico da SBP
 
Doenças geneticas sindromes
Doenças geneticas sindromesDoenças geneticas sindromes
Doenças geneticas sindromes
 

Mais de Marcus César Petindá Fonseca

Mais de Marcus César Petindá Fonseca (20)

Nervos cranianos paralisias associadas
Nervos cranianos  paralisias associadasNervos cranianos  paralisias associadas
Nervos cranianos paralisias associadas
 
Nervos cranianos
Nervos cranianosNervos cranianos
Nervos cranianos
 
Receptores musculares
Receptores muscularesReceptores musculares
Receptores musculares
 
Receptores musculares
Receptores muscularesReceptores musculares
Receptores musculares
 
Retardo mental
Retardo mentalRetardo mental
Retardo mental
 
Semiologia das lesões periféricas e centrais
Semiologia das lesões periféricas e centraisSemiologia das lesões periféricas e centrais
Semiologia das lesões periféricas e centrais
 
Síndrome de dandy walker
Síndrome de dandy walkerSíndrome de dandy walker
Síndrome de dandy walker
 
Síndrome de doose
Síndrome de dooseSíndrome de doose
Síndrome de doose
 
Síndrome de dravet
Síndrome de dravetSíndrome de dravet
Síndrome de dravet
 
Síndrome de lennox gastaut
Síndrome de lennox gastautSíndrome de lennox gastaut
Síndrome de lennox gastaut
 
Síndrome de west
Síndrome de westSíndrome de west
Síndrome de west
 
Síndromes medulares
Síndromes medularesSíndromes medulares
Síndromes medulares
 
Síndromes neurocutâneas fabio
Síndromes neurocutâneas fabioSíndromes neurocutâneas fabio
Síndromes neurocutâneas fabio
 
Síndromes neurovegetativas
Síndromes neurovegetativasSíndromes neurovegetativas
Síndromes neurovegetativas
 
Tronco encefálico
Tronco encefálicoTronco encefálico
Tronco encefálico
 
Tumores espinhais
Tumores espinhaisTumores espinhais
Tumores espinhais
 
Tumores intracranianos
Tumores intracranianosTumores intracranianos
Tumores intracranianos
 
Veia galeno
Veia galenoVeia galeno
Veia galeno
 
Meninges
MeningesMeninges
Meninges
 
Líquor
LíquorLíquor
Líquor
 

Último

88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 

Último (9)

88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 

Cefaléias na Infância e Adolescência

  • 1. CEFALÉIAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA R3 Ludmila Inácio de Lima Uchôa
  • 2. CEFALÉIA NA INFÂNCIA o Elevada prevalência; o Estudo na Suécia: de 8993 escolares entre 7 e 15 anos, relato de 1 episódio de cefaléia em 40% das crianças aos 7 anos e 75% dos adolescentes aos 15 anos; o Taxa de prevalência de 40,75 % a 82,9%; o Brasil: estudo de Barea et al: 538 estudantes entre 10 e 18 anos: 82,9% de cefaléia no ultimo ano, 31,4% na última semana e 8,9% nas últimas horas, sendo 72,8% cefaléia tensional e 9,9% a migrânea; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 3. CEFALÉIA NA INFÂNCIA o Causas mais freqüentes de cefaléia crônica na infância: cefaléia do tipo tensional e migrânea; o Raramente observamos cefaléia em salvas, hemicrania paroxistísca crônica e a cefaléia primária em facada; o Cefaléias secundárias: rara causa de cefaléia crônica na infância; o Principais causas de cefaléia secundária na infância: traumatismos cranianos, distúrbios vasculares intracranianos, neoplasias intracranianas, hipotensão liquórica e as infecções intracranianas; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 4. CEFALÉIA NA INFÂNCIA o Arruda identificou 0,7 5 de tumor cerebral como causa de cefaléia em crianças com cefaléia crônica recorrente do ambulatório de cefaléia; o Erros de refração representam causa rara de cefaléia; o Lembrar que o diagnóstico depende das informações colhidos de quem sofre a dor e quanto menor a criança mais difícil ele se torna; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 5. EPIDEMIOLOGIA o É a dor mais comumente reportada na infância após dores musculoesqueléticas e dores abdominais; o É freqüentemente subestimada e subdiagnosticada; o Grande estudo e 1959, Bille com 9000 escolares: até os 7 anos 40% já haviam sentido cefaléia; o Aumento da freqüência com a idade; o Incidência similar para ambos sexos na idade escAorrluadar, ;M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 7. I. Cefaléias primárias 1. Migrânea  Migrânea sem aura  Migrânea com aura  Síndromes periódicas da infância, comumente precursora da migrânea; • Vômitos cíclicos • Migrânea abdominal • Vertigem paroxística benigna da infância 2. Cefaléia tipo tensional 3. Cefaléia em salvas e outras cefaléias trigêmino-autonômicas  Cefaléia em salvas  Hemicrania paroxística  SUNCT 4. Outras cefaléias II. Cefaléias Secundárias 5. Cefaléia atribuída a trauma cefálico e/ou cervical 6. Cefaléia atribuída à doença vascular craniana ou cervical 7. Cefaléia atribuída a transtorno craniano não vascular 8. Cefaléia atribuída a uma substância ou sua retirada  Cefaléia por uso excesssivo de medicação 9. Cefaléia atribuída à infecção 10. Cefaléia atribuída a transtorno da homeostase 11. Cefaléia ou dor facial atribuída a transtorno do crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, boca ou outras estruturas faciais ou cranianas 12. Cefaléia atribuída a transtornos psiquiátricos III. Neuralgias cranianas, dor facial primária ou central 13. Neuralgias cranianas e causas centrais de dor facial 14. Outras cefaléias, neuralgias cranianas e dor facial primária ou central
  • 9. MIGRÂNEA o É a principal cefaléia crônica primária, devido à severidade de suas crises; o Sua prevalência aumenta ao longo da adolescência e em adultos jovens; o Até os 12 anos não há predomínio de sexo; o Entre os 7 e 15 anos, ocorre em 4 a 11%; o Novos casos em meninos são incomuns após 20 anos; o Migrânea sem aura é mais prevalente; o Migrânea sem aura tem início + precoce; o A taxa de incidência em estudantes de 7 anos foi de 114,4 novos casos/1000 crianças-ano; o Ocorre remissão na adolescência e adulto jovens; o Tem evolução favorável; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 10. EPIDEMIOLOGIA o ICHD II: Síndromes Periódicas: Vômitos cíclicos Migrânea Abdominal  Vertigem paroxística benigna da Infância o Mais freqüentes no sexo feminino; o Vômitos cíclicos:  Crises recorrentes de vômitos, 4 e 10 anos  Estima-se de 1,9% de prevalência na infância  2/3 deixam de ter crises durante a adolescência ou antes da puberdade;  1/3 substituem os vômitos por migrânea Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 11. EPIDEMIOLOGIA o Migrânea Abdominal  Dores de moderada a forte intensidade;  Localizam geralmente, na linha média do abdome;  Sintomas desaparecem durante a crise;  Sintomas podem acontecer em qualquer idade após 1 ano de vida  Prevalência 2,4 a 4,1%;  Apresenta-se associada à presença de migrânea e com história familiar de migrânea em parentes de 1° grau;  Prognóstico benigno;  Remissão espontânea na adolescência; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 12. EPIDEMIOLOGIA o Vertigem Paroxística Benigna da Infância  Vertigem intensa associada à nistagmo ou vômitos, em crianças neurologicamente normais;  Crises duram, geralmente, de minutos a horas, com resolução espontânea;  Início das crises: 2 e 4 anos;  Prevalência de 2 a 2,6%;  Evolução favorável;  Com remissão espontânea completa das crises; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 13. EPIDEMIOLOGIA o Cefaléia do tipo Tensional  Cefaléia primária mais comum;  Rara na população infanto-juvenil: 1,55%  mais prevalente no sexo feminino;  De início juvenil: alta tendência à remissão;  Pode desenvolver migrânea e vice-versa; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 14. EPIDEMIOLOGIA o Cefaléia em salvas  Mais prevalente em homens;  Idade de início entre 20 e 40 anos;  Cefaléia primária incomum;  Infreqüente na população infanto-juvenil;  Poucas séries de casos;  Prevalência estimada em 0,1%; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 15. EPIDEMIOLOGIA o Hemicrania Paroxística  Rara cefaléia primária;  Prevalência de 0,021% na população geral;  Início geralmente aos 30 anos;  Mais comum nas mulheres;  Responde muito bem à indometacina;  5 casos relatados em adolescentes;  Não há estudos populacionais avaliando a sua epidemiologia; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 16. EPIDEMIOLOGIA o SUNCT (cefaléia de curta duração, unilateral, neuralgiforme, com hiperemia conjuntival e lacrimejamento)  Idade de início entre 35 e 65 anos;  São raros casos relatados na infância e referem a casos de SUNCT “ sintomáticos”; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 17. EPIDEMIOLOGIA o Outras cefaléias primárias  Cefaléia primária em facada;  Cefaléia primária da tosse;  Cefaléia primária do esforço físico;  Cefaléia primária associada à atividade sexual;  Cefaléia hípnica;  Cefaléia em trovoada primária;  Hemicrania contínua;  Cefaléia persistente e diária desde o início Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 18. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA oPADRÃO TEMPORAL DAS CRISES:  Cefaléias agudas ou crônicas Contínuas ou recorrentes Progressivas e Não-Progressivas o Cefaléia aguda: abrupta ou gradual; contínua ou recorrente; progressiva ou não-progressiva. Se for abrupta, rápida sem progressão: cefaléia primária tipo em facada, trovoada, malformação vascular não rota, feocromocitoma, hidrocefalia obstrutiva intermitente ou neuralgias cranianas. Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 19. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o Cefaléia aguda, contínua e progressiva: Sinusites agudas, secundárias às infecções do SNC; o Cefaléia crônica recorrente não-progressiva: migrânea; *Estado migranoso: > 72h o Cefaléia crônica recorrente não-progressiva, por definição freqüência< 15 dias/mês: tensional episódica e >15 dias tensional crônica; o Cefaléia crônica recorrente: cefaléia em salvas, hemicrania paroxística e SUNCT; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 20. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 21. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o IDADE DE INÍCIO  Maioria das cefaléias primárias tem início na infância, adolescência ou meia idade;  Terceira idade: cefaléias secundárias: neuralgia trigeminal e arterite temporal;  Migrânea: inicia na infância ou adolescência; mais da metade inicia aos 7 anos e 1/3 antes dos 5 anos; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 22. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA oTEMPO DE EVOLUÇÃO  < 6 meses de início: reavaliações freqüentes;  Cefaléia secundária a tumor: raramente tem evolução superior a 1 ano em crianças abaixo de 5 anos; o HORÁRIO PREFERENCIAL DAS CRISES  Migrânea: quando existe: fatores desencadeantes (ingestão de certos alimentos, jejum prolongado, esforço físico, reação de abstinência à cafeína ou analgésicos, fobia escolar, esforço visual, etc  Cefaléia em salvas e cefaléia secundária a HIC: noturnas, despertando a criança; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 23. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA oFREQUÊNCIA DAS CRISES  Auxilia no diagnóstico diferencial de cefaléias em salvas, hemicrania paroxística, neuralgias e SUNCT;  Cefaléia em salvas: 1x/dia até 8x/dia;  Hemicrania paroxística: 5 ou + vezes/dia;  Neuralgias e SUNCT: muitas vezes/dia;  Cefaléia em facadas: várias/dia e dura segundos;  Migrânea e tensional: variável o* Se há aumento progressivo da freqüência: investigação complementar “Uma vez que ter cefaléia primária não torna o paciente imune a uma cefaléia
  • 24. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA oDURAÇÃO DAS CRISES  Cefaléia tipo tensional: 30 min a 7 dias;  Cefaléia em salvas: 15 a 180 min;  Hemicrania paroxística: 2 a 30 min;  Neuralgia trigeminal: poucos segundos a 2 min;  Cefaléia primária em facada: segundos;  SUNCT: 5 a 240 segundos;  Migrânea: 4 a 72h, raramente > 12h Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 25. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o LOCALIZAÇÃO DA DOR A lateralidade da dor é muito importante;  A IHS(1988,2004) não caracterizam como obrigatória aunilateralidade da cefaléia na migrânea, nem a bilateralidade na cefaléia tipo tensional  Obrigatória a unilateralidade: cefaléias em salvas, na hemicrania paroxística, hemicrania contínua, SUNCT, cefaléia atribuída a procedimentos endovasculares intracranianos e ahemicrania epiléptica;  Bilateralidade é critério não obrigatório: cefaléia persistente e diária desde o início, cefaléias por hipertensão liquórica, uso de substâncias ou sua supressão e transtorno da homeostase; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 26. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o LOCALIZAÇÃO DA DOR  Unilateralidade é critério não obrigatório: migr6anea, pós-endarterectomia, uso excessivo de triptano e atribuída a empiema subdural;  Cefaléia em salvas, hemicrania paroxística e SUNCT: obrigatória a localização da dor em região orbitária, supra-orbitária ou temporal;  Cefaléias do glaucoma agudo, das inflamações oculares e erros de refração: dor no próprio olho  Cefaléia do estrabismo: região frontal;  Cefaléia das rinossinusites: região frontal, face, orelhas e até nos dentes;  Neuralgias cranianas: dor no território de inervação do nervo em questão; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 27. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o QUALIDADE DA DOR  Dor pulsátil ou latejante (martelada ou batidas), sincrônica aos batimentos cardíacos é um critério não-obrigatório: migrânea, SUNCT, cefaléia da hipertensão arterial e da maioria das cefaléias atribuídas a uma substância ou sua supressão; cefaléia pela febre e por tumores angiomatosos do SNC;  Mas é obrigatória: cefaléia primária do esforço físico;  Dor em pressão ou em aperto: característica da cefaléia tipo tensional;  Dor em peso: cefaléia pré-orgásmica e cefaléia hipnica; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 28. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o INTENSIDADE DA DOR  Fraca: não interfere nas atividades da vida diária. Criança continua a brincar e pular;  Moderada: inibe, mas não proíbe as atividades da vida diária.A criança brinca e pára de correr e pular;  Forte: proíbe as atividades da vida diária. A criança pára de brincar, deita-se e pode chorar;  Escala de Faces de Wong-Baker: Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 29. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA  Forte intensidade: ruptura de aneurisma, meningites, febre, cefaléia da HAS, migrânea, cefaléia orgástica, hemicrania paroxística, neuralgia trigeminal e cefaléia em salvas;  + intensa”cefaléia suicida”: cefaléia em salvas; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 30. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o SINTOMAS PREMONITÓRIOS  São sintomas que precedem e prenunciam uma crise de migrânea em 2 a 48 horas;  Ocorre antes da aura e antes do início da dor na migrânea sem aura;  Mais comuns; fadiga, euforia, depressão, fome excessiva, avidez por determinados alimentos;  Fatores de risco; migrânea com aura e crises de grande intensidade Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 31. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o AURA  IHS: complexo de sintomas neurológicos focais, completamente reversíveis, desenvolvem de 5 a 20 min, menos de 60 min, podendo preceder ou acompanhar a cefaléia da crise migranosa  Os sintomas podem indicar a topografia: córtex ou tronco cerebral;  Aura visual: fosfenos( pontos de luminosidade intermitente), escotomas (pontos cegos centrais ou paracentrais), teicopsias (ameias de muralha de antigas fortificações), amaurose transitória, distorções dos objetos semelhantes às de Alice no País das maravilhas, distorções no tamanho dos objetos, sensação de que os objetos deslocam e diplopias;  Outros sintomas: Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 32. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o AURA  Outros sintomas: déficit motor, parestesias, hipoestesias, distúrbios de linguagem e de fala, distúrbios estetoacústicos, vertigem, ataxias, alterações da consciência, alucinações olfativas, deja vu, jamais vu.  + Freqüente: aura visual Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 33. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o SINAIS E SINTOMAS ACOMPANHANTES DA DOR  Migrânea: náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal, foto e fonofobia, osmofobia, palidez (+ frequente), sudorese e outros;  Cefaléia da hipertensão intracraniana: noite ou madrugada, provoca despertar, vômitos incoercíveis;  Cefaléia em salvas: lacrimejamento, congestão nasal, rinorréia, edema bipalpebral, sudorese facial e frontal, miose, e ptose ipsilateral à dor  SUNCT: hiperemia conjuntival e lacrimejamento ipsilaterais; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 34. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o FATORES DESENCADEANTES  Cefaléia por compressão externa: chapéu, boné, óculos de natação, tiaras;  Cedaléia pelo frio;  Cefaléia primária da tosse, esforço físico e da atividade sexual;  Cefaléia pós-traumatismo craniano;  Cefaléia induzida por uso ou abuso de substâncias;  Cefaléia da homeostase: hipóxia, diálise, hipercapnia, HAS, jejum;  Migrânea: privação ou excesso de sono; emoções positivas e negativas, exposição ao sol, barulho, odores, menstruação, jejum, alimentos( chocolate, queijos, embutidos, cítricos,leite e derivados, frituras, etc;  Cefaléia por hipotensão liquórica: piora ao sentar e/ou levantar;  Cefaléia ou dor facial: movimentos mandibulares ou mastigação de alimentos duros ou resistentes;  Esforço visual prolongado>> cefaléia em pessoas com erro de refração Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 35. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o FATORES DE ALÍVIO E AGRAVAMENTO  Cefaléia da HAS: redução da PA;  Hipotensão liquórica: decúbito dorsal;  Cefaléia cervicogência: bloqueio anestésico;  Cefaléia pelo jejum: ingestão de alimentos;  Cefaléia em salvas: inalação de oxigênio a 100%;  Cefaléia tipo tensional: relaxamento  Migrânea: compressão da artéria temporal, compressas quentes ou frias sobre as têmporas, repouso em locais escuros e silenciosos, sono, etc;  Piora com esforço físico: Cefaléia da HIC, má-formação de Chiari tipo I, atribuídas à substância, de grandes altitudes, HAS,etc; Na infância: migrânea Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 36. ANAMNESE DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR  Importante checar exames realizados, interconsultas e tratamentos prévios;  Antecedentes pessoais: comportamento, escolaridade e hábitos da criança, abuso de analgésicos e de caféina;  Antecedentes familiares: hereditariedade da migrânea;  Diário de cefaléia: diagnóstico e terapêutica Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 37. Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 38. EXAME FÍSICO DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o EXAME FÍSICO GERAL E DOS DIVERSOS APARELHOS  Inspeção da pele e anexos: manchas café-com-leite, angiomas, tumorações, manchas hipocrômicas;  Doença de Sturge Weber: nevo vinhoso na face, epilepsia, retardo mental, glaucoma, sd deficitária motora contralateral: cefaléia vascular;  Palidez, mucosas hipocoradas, púrpura, pletora: hemopatias que podem cursar com cefaléia secundária;  Aferir temperatura; cefaléia na febre;  Avaliar estado de hidratação; Palpação dos pulsos : Doença de Takayasu;  Tônus adrenérgico: crise da migrânea;  Aferir PA: GNDA, feocromocitoma;  Ausculta cardíaca: associação de migrânea com prolapso de valva mitral;  Ausculta pulmonar: asma>hipóxia> cefaléia; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 39. EXAME FÍSICO DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o EXAME NEUROLÓGICO  Buscar sinais localizatórios que indiquem cefaléia secundária;  Alterações do estado mental, sinais meningorradiculares e pailedema: infecções meníngeas, HSAI;  Algias craniofaciais que podem cursar com alteração de nervos cranianos: Neuralgia Trigeminal Sintomática Síndrome Paratrigeminal de Raeder Síndrome de Tolosa-Hunt Síndrome de Gradenigo Neuralgia do Nervo Intermediário de Wrisberg Síndrome de Ramsay-Hunt Neuralgia do Glossofaríngeo Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 40. EXAME FÍSICO DA CRIANÇA COM CEFALÉIA o EXAME CEFALIÁTRICO Crânio: alterações da forma e tamanho do crânio: sinais de trauma;  PC: se aumentado: neuroimagem;  Palpação das suturas: HIC se disjunção;  Palpação do couro cabeludo: pontos dolorosos;  Artérias: identificar sopros (malformações arteriovenosas e aneurismas;  Nervos: Compressão para provocar dor ou simular a dor que o paciente queixa  Músculos: crânio e pescoço;  Coluna cervical: palpação do processo espinhoso de C2 a C7;  Seios da face: Compressão digital dos seios frontal e maxilar;  Globos oculares: compressão : dado indireto e grosseiro da pressão intra-ocular  Orelhas: procura de vesículas  Cavidade oral: procurar sinais de infecção, estado dentário, avaliar oclusão dentária; Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 41.
  • 42.
  • 43.
  • 44. INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR NA CEFALÉIA o Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007
  • 45. MIGRÂNEA o Arruda, M.A., Guidetti, V. Cefaléias na Infância e Adolescência.Instituto Glia, Ribeirão Preto, 1 edição, 2007

Notas do Editor

  1. Quanto + precoce pior a evolução
  2. Quanto + precoce pior a evolução
  3. Avaliar a dor em momentos diferentes de crise, durante o repouso e com o esforço físico
  4. 1 e 2: leve 3 moderado 4 e 5: forte
  5. Cefaléia por alimentos
  6. Esclerose tuberosa e neurofibromatose; tumores, HIC e cefaleia
  7. Esclerose tuberosa e neurofibromatose; tumores, HIC e cefaleia
  8. HIC: dilataçao de veias cefalicas e cervicais
  9. HIC: dilataçao de veias cefalicas e cervicais
  10. HIC: dilataçao de veias cefalicas e cervicais