SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 37
Ricardo Krause, MD
Neurologista do Centro de Memória de Curitiba - CMC
Chefe do Setor de Demências do Instituto de
Neurologia de Curitiba - INC
Neurologista do Ambulatório de Demência do HCPR
DEMÊNCIA COM
CORPOS DE LEWY
CONFLICTS OF INTEREST
 speaker, sponsorship
 Apsen, Aché, Torrent, Novartis, Lundbeck
Nothing to disclose in
relation to this presentation
Resolução CFM no. 1.595/2000 e RDC ANVISA 96/2008
SUMÁRIO
NOVOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: O QUE MUDOU?
TRAMENTO
NEUROIMAGEM
BREVE REVISÃO: EPIDEMIOLOGIA E PATOLOGIA
 A demência com Corpos de Lewy (DCL) é a segunda causa mais comum de
demência neurodegenerativa.
INTRODUÇÃO
 A DCL é considerada uma SINUCLEINOPATIA, quando ocorre uma falha “NO
SISTEMA DE CONTROLE DE QUALIDADE” (Chaperona) uma proteína
conhecida como α-sinucleína, acaba se depositando no citoplasma e nos
prolongamentos dos neurônios, formando os Corpos de Lewy e neuritos de
Lewy, a marca registrada, da DCL.
 Caracteriza-se por uma tétrade clínica: alucinações visuais, flutuação cognitiva,
parkinsonismo idiopático e distúrbio comportamental do sono REM.
PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES NA COMPREENSÃO DA
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
Arnaoutoglou, et al., (2018). Nature Reviews Neurology
PATOLOGIA
Neurofilaments
Ubiquitin
αβ-Crystallinα-sinucleína normal
Native protein
Molecular
chaperones
Estresse oxidativo
Distúrbio do transporte axonal
Sequestro de proteínas
Disfunção mitocondrial
Disfunção sináptica
Inibição do sistema proteosoma/ubiquitina
 Doença de Parkinson
 Demência com Corpos de Lewy
 Atrofia de Múltiplos Sistemas
SPECTRUM
Perda neuronal na DP e DDP
Dopamina
Lewy body dementia
Dopamina
Normal
Substância negra
Corpos de Lewy Concentração de α-Syn no
neocórtex e sistema límbico (CA2/3)
β- amiloide
tau
DDP e DCL em relação à DPPerda colinérgicaNúcleo tegmental
pedunculopontino DDP
Receptor 5-HT1A No córtex DCL
DEMÊNCIA COM
CORPOS DE LEWY
DOENÇA DE
PARKINSON
Demência com Corpos de Lewy> <
DCL: carga no córtex e no striatumDDP
>
><
DCL: Carga no córtex e no striatum>DDP <
>
>DDP <
Na DCL a demência deve ocorrer antes ou até
1 ano dos sintomas de parkinsonismo
DOENÇA DE
CORPOS DE
LEWY
DDP DA
Savica R, et al., JAMA Neurol ( 2013)
EPIDEMIOLOGIA
<
(2,2 vs 4,8 )
Idade media
76,3 anos
76
Mas pode variar
de 2 a 20 anos
2 a 20
Tipicamente a expectativa de
vida é em média: 5 a 7 anos
5 a 7
 Causa esporádica
Fatores de Risco
 Aumenta com idade
 ApoE ε4
 História familiar de DCL
DA
DCL
A DCL é a segunda causa
mais comum de demência
neurodegenerativa
Metade de todos os casos
de DCL são diagnosticados
incorretamente. (2)
50%
20%
DCL: 15% a 20% dos casos de
demência submetidos à estudos
neuropatológicos. (1)
REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE (2014).(3)
 Prevalência: 4,2 % na comunidade, com aumento significativo para 7,5% em
serviços de atenção secundária.
 Incidência: 3,8%.
1. McKeitith et al,. (2004); 2. Riso, G.et al. (2017); 3. Vann Jones and O’Brien. (2014)
DDP
4. Herrera et al., (2002); 5. Souza et al., Einstein – SP. (2019) (In Print)
 Estudo epidemiológico realizado na cidade de Catanduva, a DCL foi diagnosticada
em 1,7% dos casos de demência.(4)
 Estudo epidemiológico realizado em um hospital terciário em Curitiba em um
ambulatório de demência a prevalência de DCL foi de 5%, entre todas as causas
de demência e a segunda causa de demência degenerativa.(5)
Critério nuclear - mandatórioDEMÊNCIA
Esta descrição pode
ser um pouco
maior, sem
problemas.McKeith et al. Neurology (2017)
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CENTRAIS
BIOMARCADORES INDICATIVOS
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE SUPORTE
BIOMARCADORES DE SUPORTE
Sem especificidade
diagnóstica
Especificidade
diagnóstica
Características Sugestivas Excluída do 4º consenso
CRITÉRIO NUCLEARDEMÊNCIA
Esta descrição pode
ser um pouco
maior, sem
problemas.McKeith et al. Neurology (2017)
 Declínio cognitivo progressivo que interfere com o
funcionamento social ou ocupacional, ou com as atividades
da vida diária.
 Tipicamente do tipo subcortical.
 Avaliação neuropsicológica é de grande importância.
 Não há nenhuma bateria cognitiva específica para avaliar
DCL.
AVALIAÇÃO
COGNITIVA BREVE
Montreal Cognitive Assessment
Exame Cognitivo de Addenbrooke
Teste do Desenho de Relógio Mini Exame do Estado Mental
Esta descrição pode
ser um pouco
maior, sem
problemas.
RECOMENDAÇÃO DE TESTES COGNITIVOS NA AVALIAÇÃO DA DCL
 Os domínios que estão mais comprometidos: apatia e bradifrenia,
atenção, função executiva e visuoespacial.
ATENÇÃO E
FUNÇÃO EXECUTIVA
 Testes de velocidade de processamento e de atenção (teste de
“Stroop”, teste das trilhas – B).
 Função executiva: fluência verbal fonêmica; memória
operacional (digito span inverso); tomada de decisão - Iowa
Gambling Task (IGT); bateria de avaliação frontal (FAB).
Walker et al. Lancet. (2015)
MEMÓRIA  Lista de palavras; Teste de aprendizagem auditivo-verbal de
Rey; Teste de cópia e de reprodução de memória de figuras
geométricas complexas.
A memória está relativamente preservada na fase inicial
Doença de Alzheimer > DCL
Esta descrição pode
ser um pouco
maior, sem
problemas.
DISTÚRBIO
COMPORTAMENTAL
DO SONO REM
VISUOESPACIAL  Copias de figuras (pentágono, cubo, figuras complexas); TDR;
Teste de julgamento de linhas; Subteste Cubos (WAIS-III);
Pareidolia.
Walker et al. Lancet. (2015)
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CENTRAIS
Esta descrição pode
ser um pouco
maior, sem
problemas.
FLUTUAÇÕES COGNITIVAS
McKeith et al. Fourth consensus. Neurology (2017)
PARKINSONISMO
DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL
DO SONO REM “RBD”
ALUCINAÇÕES
Texto de descrição
do item
Esta descrição pode
ser um pouco
maior, sem
problemas.
 Se caracteriza por variações no estado de alerta, na atenção e no
estado cognitivo.
 No mesmo dia pode oscilar entre estado de confusão e normalidade.
 Ocorrem espontaneamente, sem fator desencadeante.
 Pode variar de períodos de confusão a lucidez e períodos de
sonolência excessiva sem motivo.
 Pode ocorrer lapsos caracterizados por inconsciência parcial ou
desatenção.
 DCL: até (90%) dos pacientes; DV: (35% a 50%) e DA: (20%).
FLUTUAÇÕES
COGNITIVAS
“DELIRIUM-LIKE”
Walker et al. Lancet. (2015)
Quatro características principais (Ferman et al., 2004)
1. Letargia diurna
2. Cochilos por duas ou mais horas
3. Olhar para o vazio
4. Episódios desorganizados da fala
Texto de descrição
do item
Esta descrição pode
ser um pouco
maior, sem
problemas.
 Tipicamente são bem estruturadas e recorrentes.
 Envolve: crianças, pessoas pequenas que andam pela casa, animais,
familiares já falecidos que ficam deitado ao lado da cama, bicicletas
penduradas nas árvores do quintal...
 Na primeira consulta: 44% dos pacientes.
 Durante a evolução da doença: pode estar presente em até 80%.
ALUCINAÇÕES (McKeith, et al.,2017; Hershey. 2019)
DISTÚRBIO
COMPORTAMENTAL DO
SONO REM – “RBD”
 Caracteriza-se: sonhos vívidos, movimentos de pernas e braços,
vocalizações anormais, “lutas”, cair da cama...
 Polissonografia: perda intermitente da atonia na eletromiografia.
 Aproximadamente 75% dos pacientes com RBD idiopático
desenvolvem DCL ou DP dentro de 10 anos.
Armstrong M.J. Continnum (2019)
Houve melhora na sensibilidade sem prejudicar a especificidade.
SUGESTIVA (3º. Consenso) => CENTRAL (4º. Consenso)
Texto de descrição
do item
PARKINSONISMO
 Parkinsonismo pode ocorre em 85% dos casos.
 Na DCL a presença de somente UM sintoma da tríade clássica da doença
Parkinson é suficiente (BRADICINESIA, tremor de repouso, ou rigidez).
 Os sintomas geralmente são simétricos.
 Predomínio: rígido-acinético.
 Há casos de DCL que nunca desenvolvem parkinsonismo
Walker et al. Lancet. (2015)
BIOMARCADORES INDICATIVOS
SPECT OU PET COM TRODAT
CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA
POLISSONOGRAFIA
No 3º consenso, era classificado como critério
SUGESTIVO e atualmente foi agrupado nos
BIOMARCADORES INDICATIVO.
No 3º consenso era um critério de SUPORTE e
no 4º consenso, foi modificado para um
BIOMARCADOR INDICATIVO.
A polissonografia foi incluída no 4º consórcio
como BIOMARCARDOR INDICATIVO. Não era
considerado como critério do 3º consenso.
Na DCL há redução da captação dos transportadores da dopamina (DAT)
nos núcleos da base, tanto no PET como SPECT.
Apresenta uma elevada sensibilidade (78%) e especificidade (90%) em
diferenciar DCL com a DA.
NEUROIMAGEM SPECT ou PET - Biomarcador Indicativo
O SPECT ou PET com TRODAT não auxilia no
diferencial com outros parkinsonismo atípico.
Era um critério
sugestivo no 3º
consenso, e passou a
ser agrupado nos
biomarcadores
indicativo.
CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA COM 123I-MIBG Biomarcador Indicativo
 Cintilografia miocárdica com iodo-123 metaiodobenzilguanidina (123I-MIBG)
 O 123I-MIBG é um análogo da noradrenalina que quantifica a integridade da
inervação cardíaca simpática pós-ganglionar.
 Sensibilidade de (69%) e
especificidade de (87%) para
diferenciar DCL provável de
DA provável.
 Em casos mais leve
(MEEM>21) pode elevar
para 77% e 94%.
No 3º consenso era um
critério de SUPORTE e no 4º
consenso, foi modificado
para um BIOMARCADOR
INDICATIVO.
B) SETA VERMELHA
 Ausência de atonia no
sono REM.
 Típico do transtorno
comportamental do
sono REM.
POLISSONOGRAFIA Biomarcador Indicativo
McKeith, et al.,(2017)
A polissonografia foi incluída no 4º consorcio
como BIOMARCARDOR INDICATIVO. Não
constava no critério anterior.
A) SETA VERDE
 Sono REM normal.
DEMÊNCIA
ProvávelPossível
≥ 2 características clínicas centrais
1 característica clínica central e
≥ 1 biomarcador indicativo
1 características clínica central
≥ 1 biomarcador indicativo
CLASSIFICAÇÃO:
DCL: CRITÉRIO DIAGNÓSTICO DO QUARTO CONSÓRCIO
 Sensibilidade aos neurolépticos (Deixou de ser uma característica
SUGESTIVA).
 Instabilidade postural, quedas repetidas, síncope ou episódios
transitórios e inexplicáveis de perda da consciência.
 Disautonomia (constipação, hipotensão ortostática, incontinência
urinaria).
 Hipersonia.
 Hiposmia.
 Alucinações em outras modalidades.
 Delusões sistematizadas.
 Depressão, apatia e ansiedade.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE SUPORTE
(McKeith, et al., 2017)
BIOMARCADORES DE SUPORTE
1. Preservação relativa das estruturas do lobo temporal medial no exame de
tomografia/ ressonância magnética.
2. Captação diminuída generalizada no SPECT (perfusão) / PET (metabolismo) com
atividade occipital reduzida; com ou sem a presença do sinal da ilha do cíngulo na
imagem de PET-FDG.
3. EEG: atividades de ondas lentas posteriores mesclando com atividades periódicas
na faixa pré alfa e theta. (FOI INTRODUZIDO NOS NOVOS CRITÉRIOS)
RM coronal: preservação das estruturas mesial do lobo temporal na DCL
 PET 18F-FDG: sensibilidade de 85% e
especificidade de 90% para diferenciar
demência versus controle.
 SPECT: sensibilidade de 71% e
especificidade de 70% para diferenciar
demência versus controle.
 Sinal da ilha do giro do cíngulo:
(flecha vermelha).
 DA: Hipometabolismo nas regiões
temporais mesiais (flecha branca).
 DCL: Hipometabolismo na região
occipital (asterisco).
BIOMARCADORES DE SUPORTE
O’Brien et al., The Journal of Nuclear Medicine. (2014)
 O tratamento é sintomático.
 O tratamento é complexo e multifacetado e deve incluir:
 Abordagem não farmacológica, com equipe multiprofissional.
 Intervenções farmacológicas que contemple uma variedade de
sintomas: demência, sintomas neuropsiquiátricos, alucinações visuais,
RBD, parkinsonismo, disautonomia e outros distúrbios do sono.
TRATAMENTO
 Atualmente há vários medicamentos em fase experimental.
Redutores da α-Syn
Imunoterapia Ac. para alfa-sinucleína
 A maioria estão sendo testados em modelos animais e fase 2 - ensaios clínicos.
 A maior parte dos ensaios clínicos são voltados para a DP.
TERAPIA MODIFICADORA DA DOENÇA
 Há significativa degeneração de
neurônios colinérgicos no
prosencéfalo basal na DCL.
TRATAMENTO SINTOMAS COGNITIVOS
 O estudo demonstrou que os IAChE foi significativo na função cognitiva em
todos estágios da doença, enquanto a memantina apresentou discreta
melhora na cognição global.
 Foram bem tolerados e seguros.
 Existe o risco dos IAChE piorar o parkinsonismo (Shea et al., 1998). Mas não foi
confirmado em diversos outros estudos.
 Conclusão: ambas as classes podem ser utilizadas, tanto em monoterapia
como em associação.
INIBIDORES DA COLINESTERASE
Hershey et al., (2019); Wang et al., (2015); Armstrong M.J. Continnum (2019).
MEMANTINA
TRATAMENTO
Aarsland et al., (2009) Emre et al., (2010)
 O uso de memantina na DCL é justificado pelo reconhecimento de que
ocorrem alterações na transmissão glutamatérgica no cérebro dos
pacientes com DCL.
 Existe menos evidência de eficácia da memantina na demência com
corpo de Lewy, mas é bem tolerada e pode ser usada como terapia
isolada ou em associação com os IAChE.
SINTOMAS COGNITIVOS
 Os IAChE podem melhorar significativamente os delírios, alucinações, apatia e
ansiedade (1).
TRATAMENTO
INIBIDORES DA COLINESTERASE
1) Wild et al. Cochrane Database Syst Rev. (2003)
 Revisão sistemática realizada pelo Cochrane demonstrou que o ácido valpróico
ou divalproato não parece ser tão útil para o controle da agitação nos
pacientes como monoterapia.
 Entretanto, demonstrou ser eficaz no controle da agitação quando associado a
doses baixas de neurolépticos.
AGITAÇÃO
SINTOMAS COMPORTAMENTAIS
 Um estudo mais recentemente demonstrou que o ácido valpróico foi eficaz no
controle da agitação e delírio. Hershey et al., (2019)
TRATAMENTO
 Considerar IAChE para tratar as alucinações antes dos neurolépticos.
 SE possível evitar neurolépticos. MAS quando necessário:
QUETIAPINA
CLOZAPINA
Hershey et al., (2019); Armstrong M.J. Continnum (2019).
EVER: LOW INITIAL DOSE
AND GRADUAL INCREASE
PIMAVANSERINA - Neuroléptico agonista inverso do receptor (5-HT2A).
 Efeito mínimo nos receptores da dopamina e da histamina.
 Aprovado pelo FDA para o tratamento da psicose na DP.
 Atualmente, está em curso um ensaio clínico fase 3 para psicose relacionada
à demência (DCL, DDP e outras demências). Data estimada para término do
estudo 2020.
(https://clinicaltrial.gov)
SINTOMAS PSICÓTICOS
TRATAMENTO
LEVODOPA
 Pode melhorar os sintomas rígido-acinéticos - resposta razoável.
 Considerar a menor dose possível.
 Dose > 400 mg/dia – podem agravar os sintomas cognitivos e
comportamentais.
AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS
 Não são recomendados, podem piorar as alucinações e a sonolência.
 Exemplo: Pramipexol, Rotigotina.
Hershey et al., (2019); Armstrong M.J. Continnum (2019).
SINTOMAS MOTORES
TRATAMENTO
Hershey et al., (2019); Armstrong M.J. Continnum (2019).
ZONISAMIDA - Anticonvulsivante
 Mecanismo: bloqueia os canais de sódio do tipo T; Inibidor da anidrase
carbônica e da liberação de glutamato.
 Aprovado no Japão para o tratamento dos sintomas motores da DP.
Estudo: fase 2
 Avaliar a segurança e a eficácia da zonisamida associada à Levodopa no
tratamento do parkinsonismo da DCL.
 Conclusão: benefício motor significativo. Não piorou a cognição e os sintomas
comportamentais. Foi bem tolerado.
Trial fase 3 está pendente.
SINTOMAS MOTORES
TRATAMENTO
 Exposição à luz ambiente durante o dia.
 Iluminação de baixa intensidade de cor azulada durante o dia.
 Alguns pacientes com baixas doses de quetiapina, podem se beneficiar
no controle da agitação e evitar as flutuações cognitivas.
Introdução de fármacos:
 Opióides, anticolinérgicos, benzodiazepínicos,
tricíclicos
Condições clínicas:
 Infeção, anemia, apneia, insuficiência cardíaca
congestiva, insuficiência renal
FLUTUAÇÃO COGNITIVA EM PACIENTE COM DCL ESTÁVEL
(Hershey; Drugs & Aging 2019)
FLUTUAÇÕES E AGITAÇÃO
TRATAMENTO DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL DO SONO REM – “RBD”
Hershey et al., (2019); Armstrong M.J. Continnum (2019).
CLONAZEPAM – Benzodiazepínico de ação prolongada
 Doses baixas (0,5 a 1 mg) a noite, reduz o risco lesões relacionados ao “RBD”.
 PRECAUÇÕES: risco de quedas, piora da cognição e apneia do sono não tratada.
MELATONINA
 Dose entre 3 a 12 mg/dia, demonstrou eficácia na frequência e gravidade dos
sintomas da “RBD”
 Ensaio clínicos maiores são necessários.
MEMANTINA OU IACHE - Melhora o “RBD” em alguns casos.
RECOMENDAÇÕES:
 Dormir em quarto separados pode prevenir lesões no parceiro.
(Walker et al. Lancet. 2015)
TRATAMENTO
SONOLÊNCIA EXCESSIVA DIURNA
 Modafinila
INSÔNIA
 Melatonina
 Mirtazapina
DEPRESSÃO, ANSIEDADE E APATIA
 Antidepressivos com menor efeito anticolinérgico
 ISRS: evitar os com maior potencial efeito colinérgico
 IRSN: Venlafaxina
 Mirtazapina
OUTROS SINTOMAS
TRATAMENTO
DISFUNÇÃO AUTONÔMICA
 Medidas não farmacológicas
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA
 Fludrocortisona
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
 Ponderar o número de medicamentos nos idosos com ação
anticolinérgica.
Hershey et al., (2019)Walker et al. Lancet. (2015)
OUTROS SINTOMAS
CONCLUSÕES
 Os IAChE são recomendados para o manejo de pacientes em todas as fases
da DCL, em monoterapia ou em associação com a memantina, pois
melhoram a função cognitiva global, reduzem as alucinações visuais e
outros sintomas comportamentais.
 O distúrbio comportamental do sono REM, foi considerado como
CARACTERÍSTICA CLÍNICA CENTRAL (melhorando a sensibilidade do
diagnóstico).
 A sensibilidade aos neurolépticos deixou de fazer parte dos critérios
diagnósticos e foi considerada como característica diagnóstica de SUPORTE.
 A cintilografia miocárdica com (123I-MIBG) e a polissonografia agora são:
BIOMARCADORES INDICATIVOS.
 Nem todos pacientes com DCL desenvolvem parkinsonismo.
 O quarto consenso melhorou a capacidade diagnóstica, mas o impacto
dos novos critérios ainda não é conhecido.
Instituto de Neurologia de Curitiba
Hospital de Clínicas - UFPR
Centro de Memória de Curitiba - CMC
VENHA CONHECER NOSSO TRABALHO
Redes sociais
facebook.com/DrRicardoKrause
Instagram.com/dr.ricardo.krause
Dr. Ricardo Krause
Endereço
R. Marechal Deodoro, 2152
Alto da Rua XV - CEP: 80045-235
Curitiba - Paraná
Fone, e-Mail e Site
(41) 3264 1020
ricardo.neurologia@gmail.com
www.centrodememeoriadecuritiba
Contato

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCCíntia Costa
 
Doença de Parkinson
Doença de ParkinsonDoença de Parkinson
Doença de ParkinsonLaenca Unirg
 
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonAula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonMauro Cunha Xavier Pinto
 
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozSemiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozRilva Lopes de Sousa Muñoz
 
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e SimpatolíticosAula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e SimpatolíticosMauro Cunha Xavier Pinto
 
Mecanismo das Sinapses
Mecanismo das SinapsesMecanismo das Sinapses
Mecanismo das SinapsesJose Carlos
 
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoBruna Cesário
 
Doença de parkinson
Doença de parkinsonDoença de parkinson
Doença de parkinsonCaioUrsine
 

Mais procurados (20)

Aula - SNC - Anticonvulsivantes
Aula -  SNC - AnticonvulsivantesAula -  SNC - Anticonvulsivantes
Aula - SNC - Anticonvulsivantes
 
Parkinson
ParkinsonParkinson
Parkinson
 
Exame neurológico
Exame neurológicoExame neurológico
Exame neurológico
 
Doença de Alzheimer
Doença de AlzheimerDoença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
 
Doença de Parkinson
Doença de ParkinsonDoença de Parkinson
Doença de Parkinson
 
Traumatismo craniano
Traumatismo cranianoTraumatismo craniano
Traumatismo craniano
 
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonAula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
 
Acidente Vascular Encefálico
Acidente Vascular EncefálicoAcidente Vascular Encefálico
Acidente Vascular Encefálico
 
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva MuñozSemiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
Semiologia Neurológica: Sintomatologia - Profa. Rilva Muñoz
 
Neurointensivismo
NeurointensivismoNeurointensivismo
Neurointensivismo
 
Coma
ComaComa
Coma
 
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e SimpatolíticosAula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
Aula - SNA - Farmacologia Adrenérgica - Simpatomiméticos e Simpatolíticos
 
Diagnósticos desafiadores - COMA
Diagnósticos desafiadores - COMADiagnósticos desafiadores - COMA
Diagnósticos desafiadores - COMA
 
Mecanismo das Sinapses
Mecanismo das SinapsesMecanismo das Sinapses
Mecanismo das Sinapses
 
exame neurologico blog nona
exame neurologico blog nonaexame neurologico blog nona
exame neurologico blog nona
 
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
 
Síndromes neurológicas
Síndromes neurológicasSíndromes neurológicas
Síndromes neurológicas
 
Sensibilidade 14
Sensibilidade 14Sensibilidade 14
Sensibilidade 14
 
Doença de parkinson
Doença de parkinsonDoença de parkinson
Doença de parkinson
 

Semelhante a DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY

Medicina Nuclear - Cérebro (Graduação)
Medicina Nuclear - Cérebro (Graduação)Medicina Nuclear - Cérebro (Graduação)
Medicina Nuclear - Cérebro (Graduação)caduanselmi
 
Seminário alzheimer.
Seminário alzheimer.Seminário alzheimer.
Seminário alzheimer.Solange Leite
 
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo LongitudinalLinfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo LongitudinalUnidade de Neuropsicologia HEM|CHLO
 
Perfil Clínico de Anatomopatológico dos Indivíduos com Doença de Parkinon do ...
Perfil Clínico de Anatomopatológico dos Indivíduos com Doença de Parkinon do ...Perfil Clínico de Anatomopatológico dos Indivíduos com Doença de Parkinon do ...
Perfil Clínico de Anatomopatológico dos Indivíduos com Doença de Parkinon do ...fhonjo
 
diagnostico-diferencial-das-demencias
diagnostico-diferencial-das-demenciasdiagnostico-diferencial-das-demencias
diagnostico-diferencial-das-demenciasv1c7or1n0
 
Consulta das Doenças da Cognição - Protocolo de Avaliação e Dados Preliminares
Consulta das Doenças da Cognição - Protocolo de Avaliação e Dados PreliminaresConsulta das Doenças da Cognição - Protocolo de Avaliação e Dados Preliminares
Consulta das Doenças da Cognição - Protocolo de Avaliação e Dados PreliminaresUnidade de Neuropsicologia HEM|CHLO
 
ISOLAMENTO SOCIAL ANTECIPA A INSTALAÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM MOD...
ISOLAMENTO SOCIAL ANTECIPA A INSTALAÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM MOD...ISOLAMENTO SOCIAL ANTECIPA A INSTALAÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM MOD...
ISOLAMENTO SOCIAL ANTECIPA A INSTALAÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM MOD...Amanda de Oliveira Ferreira Leite
 
Seminario - Transtorno do déficit de Atenção.pptx
Seminario - Transtorno do déficit de Atenção.pptxSeminario - Transtorno do déficit de Atenção.pptx
Seminario - Transtorno do déficit de Atenção.pptxGuilhermeLusLeonanAn
 

Semelhante a DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY (20)

Medicina Nuclear - Cérebro (Graduação)
Medicina Nuclear - Cérebro (Graduação)Medicina Nuclear - Cérebro (Graduação)
Medicina Nuclear - Cérebro (Graduação)
 
Seminário alzheimer.
Seminário alzheimer.Seminário alzheimer.
Seminário alzheimer.
 
I curso neuroimagem demencias.st
I curso neuroimagem demencias.stI curso neuroimagem demencias.st
I curso neuroimagem demencias.st
 
I curso neuroimagem demencias.st
I curso neuroimagem demencias.stI curso neuroimagem demencias.st
I curso neuroimagem demencias.st
 
Hpn dx demencias.completo.st
Hpn dx demencias.completo.stHpn dx demencias.completo.st
Hpn dx demencias.completo.st
 
Demência
DemênciaDemência
Demência
 
Delirium no Paciente Idoso: Características Descritas na Literatura Brasileira
Delirium no Paciente Idoso: Características Descritas na Literatura BrasileiraDelirium no Paciente Idoso: Características Descritas na Literatura Brasileira
Delirium no Paciente Idoso: Características Descritas na Literatura Brasileira
 
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo LongitudinalLinfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
Linfomas do SNC - Protocolo de Avaliação para Estudo Longitudinal
 
dst
dstdst
dst
 
Perfil Clínico de Anatomopatológico dos Indivíduos com Doença de Parkinon do ...
Perfil Clínico de Anatomopatológico dos Indivíduos com Doença de Parkinon do ...Perfil Clínico de Anatomopatológico dos Indivíduos com Doença de Parkinon do ...
Perfil Clínico de Anatomopatológico dos Indivíduos com Doença de Parkinon do ...
 
Delirium em idosos
Delirium em idososDelirium em idosos
Delirium em idosos
 
diagnostico-diferencial-das-demencias
diagnostico-diferencial-das-demenciasdiagnostico-diferencial-das-demencias
diagnostico-diferencial-das-demencias
 
Consulta das Doenças da Cognição - Protocolo de Avaliação e Dados Preliminares
Consulta das Doenças da Cognição - Protocolo de Avaliação e Dados PreliminaresConsulta das Doenças da Cognição - Protocolo de Avaliação e Dados Preliminares
Consulta das Doenças da Cognição - Protocolo de Avaliação e Dados Preliminares
 
Demência no parkinson
Demência no parkinsonDemência no parkinson
Demência no parkinson
 
Demências
DemênciasDemências
Demências
 
ISOLAMENTO SOCIAL ANTECIPA A INSTALAÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM MOD...
ISOLAMENTO SOCIAL ANTECIPA A INSTALAÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM MOD...ISOLAMENTO SOCIAL ANTECIPA A INSTALAÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM MOD...
ISOLAMENTO SOCIAL ANTECIPA A INSTALAÇÃO DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM MOD...
 
Seminario - Transtorno do déficit de Atenção.pptx
Seminario - Transtorno do déficit de Atenção.pptxSeminario - Transtorno do déficit de Atenção.pptx
Seminario - Transtorno do déficit de Atenção.pptx
 
Doenças mitocondriais
Doenças mitocondriaisDoenças mitocondriais
Doenças mitocondriais
 
Alzheimer
AlzheimerAlzheimer
Alzheimer
 
Do Processamento Auditivo a Demência
Do Processamento Auditivo a DemênciaDo Processamento Auditivo a Demência
Do Processamento Auditivo a Demência
 

DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY

  • 1. Ricardo Krause, MD Neurologista do Centro de Memória de Curitiba - CMC Chefe do Setor de Demências do Instituto de Neurologia de Curitiba - INC Neurologista do Ambulatório de Demência do HCPR DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
  • 2. CONFLICTS OF INTEREST  speaker, sponsorship  Apsen, Aché, Torrent, Novartis, Lundbeck Nothing to disclose in relation to this presentation Resolução CFM no. 1.595/2000 e RDC ANVISA 96/2008
  • 3. SUMÁRIO NOVOS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: O QUE MUDOU? TRAMENTO NEUROIMAGEM BREVE REVISÃO: EPIDEMIOLOGIA E PATOLOGIA
  • 4.  A demência com Corpos de Lewy (DCL) é a segunda causa mais comum de demência neurodegenerativa. INTRODUÇÃO  A DCL é considerada uma SINUCLEINOPATIA, quando ocorre uma falha “NO SISTEMA DE CONTROLE DE QUALIDADE” (Chaperona) uma proteína conhecida como α-sinucleína, acaba se depositando no citoplasma e nos prolongamentos dos neurônios, formando os Corpos de Lewy e neuritos de Lewy, a marca registrada, da DCL.  Caracteriza-se por uma tétrade clínica: alucinações visuais, flutuação cognitiva, parkinsonismo idiopático e distúrbio comportamental do sono REM.
  • 5. PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES NA COMPREENSÃO DA DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY Arnaoutoglou, et al., (2018). Nature Reviews Neurology
  • 6. PATOLOGIA Neurofilaments Ubiquitin αβ-Crystallinα-sinucleína normal Native protein Molecular chaperones Estresse oxidativo Distúrbio do transporte axonal Sequestro de proteínas Disfunção mitocondrial Disfunção sináptica Inibição do sistema proteosoma/ubiquitina  Doença de Parkinson  Demência com Corpos de Lewy  Atrofia de Múltiplos Sistemas
  • 7. SPECTRUM Perda neuronal na DP e DDP Dopamina Lewy body dementia Dopamina Normal Substância negra Corpos de Lewy Concentração de α-Syn no neocórtex e sistema límbico (CA2/3) β- amiloide tau DDP e DCL em relação à DPPerda colinérgicaNúcleo tegmental pedunculopontino DDP Receptor 5-HT1A No córtex DCL DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY DOENÇA DE PARKINSON Demência com Corpos de Lewy> < DCL: carga no córtex e no striatumDDP > >< DCL: Carga no córtex e no striatum>DDP < > >DDP < Na DCL a demência deve ocorrer antes ou até 1 ano dos sintomas de parkinsonismo DOENÇA DE CORPOS DE LEWY DDP DA
  • 8. Savica R, et al., JAMA Neurol ( 2013) EPIDEMIOLOGIA < (2,2 vs 4,8 ) Idade media 76,3 anos 76 Mas pode variar de 2 a 20 anos 2 a 20 Tipicamente a expectativa de vida é em média: 5 a 7 anos 5 a 7  Causa esporádica Fatores de Risco  Aumenta com idade  ApoE ε4  História familiar de DCL
  • 9. DA DCL A DCL é a segunda causa mais comum de demência neurodegenerativa Metade de todos os casos de DCL são diagnosticados incorretamente. (2) 50% 20% DCL: 15% a 20% dos casos de demência submetidos à estudos neuropatológicos. (1) REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE (2014).(3)  Prevalência: 4,2 % na comunidade, com aumento significativo para 7,5% em serviços de atenção secundária.  Incidência: 3,8%. 1. McKeitith et al,. (2004); 2. Riso, G.et al. (2017); 3. Vann Jones and O’Brien. (2014) DDP 4. Herrera et al., (2002); 5. Souza et al., Einstein – SP. (2019) (In Print)  Estudo epidemiológico realizado na cidade de Catanduva, a DCL foi diagnosticada em 1,7% dos casos de demência.(4)  Estudo epidemiológico realizado em um hospital terciário em Curitiba em um ambulatório de demência a prevalência de DCL foi de 5%, entre todas as causas de demência e a segunda causa de demência degenerativa.(5)
  • 10. Critério nuclear - mandatórioDEMÊNCIA Esta descrição pode ser um pouco maior, sem problemas.McKeith et al. Neurology (2017) CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CENTRAIS BIOMARCADORES INDICATIVOS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE SUPORTE BIOMARCADORES DE SUPORTE Sem especificidade diagnóstica Especificidade diagnóstica Características Sugestivas Excluída do 4º consenso
  • 11. CRITÉRIO NUCLEARDEMÊNCIA Esta descrição pode ser um pouco maior, sem problemas.McKeith et al. Neurology (2017)  Declínio cognitivo progressivo que interfere com o funcionamento social ou ocupacional, ou com as atividades da vida diária.  Tipicamente do tipo subcortical.  Avaliação neuropsicológica é de grande importância.  Não há nenhuma bateria cognitiva específica para avaliar DCL. AVALIAÇÃO COGNITIVA BREVE Montreal Cognitive Assessment Exame Cognitivo de Addenbrooke Teste do Desenho de Relógio Mini Exame do Estado Mental
  • 12. Esta descrição pode ser um pouco maior, sem problemas. RECOMENDAÇÃO DE TESTES COGNITIVOS NA AVALIAÇÃO DA DCL  Os domínios que estão mais comprometidos: apatia e bradifrenia, atenção, função executiva e visuoespacial. ATENÇÃO E FUNÇÃO EXECUTIVA  Testes de velocidade de processamento e de atenção (teste de “Stroop”, teste das trilhas – B).  Função executiva: fluência verbal fonêmica; memória operacional (digito span inverso); tomada de decisão - Iowa Gambling Task (IGT); bateria de avaliação frontal (FAB). Walker et al. Lancet. (2015) MEMÓRIA  Lista de palavras; Teste de aprendizagem auditivo-verbal de Rey; Teste de cópia e de reprodução de memória de figuras geométricas complexas. A memória está relativamente preservada na fase inicial Doença de Alzheimer > DCL
  • 13. Esta descrição pode ser um pouco maior, sem problemas. DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL DO SONO REM VISUOESPACIAL  Copias de figuras (pentágono, cubo, figuras complexas); TDR; Teste de julgamento de linhas; Subteste Cubos (WAIS-III); Pareidolia. Walker et al. Lancet. (2015)
  • 14. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CENTRAIS Esta descrição pode ser um pouco maior, sem problemas. FLUTUAÇÕES COGNITIVAS McKeith et al. Fourth consensus. Neurology (2017) PARKINSONISMO DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL DO SONO REM “RBD” ALUCINAÇÕES
  • 15. Texto de descrição do item Esta descrição pode ser um pouco maior, sem problemas.  Se caracteriza por variações no estado de alerta, na atenção e no estado cognitivo.  No mesmo dia pode oscilar entre estado de confusão e normalidade.  Ocorrem espontaneamente, sem fator desencadeante.  Pode variar de períodos de confusão a lucidez e períodos de sonolência excessiva sem motivo.  Pode ocorrer lapsos caracterizados por inconsciência parcial ou desatenção.  DCL: até (90%) dos pacientes; DV: (35% a 50%) e DA: (20%). FLUTUAÇÕES COGNITIVAS “DELIRIUM-LIKE” Walker et al. Lancet. (2015) Quatro características principais (Ferman et al., 2004) 1. Letargia diurna 2. Cochilos por duas ou mais horas 3. Olhar para o vazio 4. Episódios desorganizados da fala
  • 16. Texto de descrição do item Esta descrição pode ser um pouco maior, sem problemas.  Tipicamente são bem estruturadas e recorrentes.  Envolve: crianças, pessoas pequenas que andam pela casa, animais, familiares já falecidos que ficam deitado ao lado da cama, bicicletas penduradas nas árvores do quintal...  Na primeira consulta: 44% dos pacientes.  Durante a evolução da doença: pode estar presente em até 80%. ALUCINAÇÕES (McKeith, et al.,2017; Hershey. 2019) DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL DO SONO REM – “RBD”  Caracteriza-se: sonhos vívidos, movimentos de pernas e braços, vocalizações anormais, “lutas”, cair da cama...  Polissonografia: perda intermitente da atonia na eletromiografia.  Aproximadamente 75% dos pacientes com RBD idiopático desenvolvem DCL ou DP dentro de 10 anos. Armstrong M.J. Continnum (2019) Houve melhora na sensibilidade sem prejudicar a especificidade. SUGESTIVA (3º. Consenso) => CENTRAL (4º. Consenso)
  • 17. Texto de descrição do item PARKINSONISMO  Parkinsonismo pode ocorre em 85% dos casos.  Na DCL a presença de somente UM sintoma da tríade clássica da doença Parkinson é suficiente (BRADICINESIA, tremor de repouso, ou rigidez).  Os sintomas geralmente são simétricos.  Predomínio: rígido-acinético.  Há casos de DCL que nunca desenvolvem parkinsonismo Walker et al. Lancet. (2015) BIOMARCADORES INDICATIVOS SPECT OU PET COM TRODAT CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA POLISSONOGRAFIA No 3º consenso, era classificado como critério SUGESTIVO e atualmente foi agrupado nos BIOMARCADORES INDICATIVO. No 3º consenso era um critério de SUPORTE e no 4º consenso, foi modificado para um BIOMARCADOR INDICATIVO. A polissonografia foi incluída no 4º consórcio como BIOMARCARDOR INDICATIVO. Não era considerado como critério do 3º consenso.
  • 18. Na DCL há redução da captação dos transportadores da dopamina (DAT) nos núcleos da base, tanto no PET como SPECT. Apresenta uma elevada sensibilidade (78%) e especificidade (90%) em diferenciar DCL com a DA. NEUROIMAGEM SPECT ou PET - Biomarcador Indicativo O SPECT ou PET com TRODAT não auxilia no diferencial com outros parkinsonismo atípico. Era um critério sugestivo no 3º consenso, e passou a ser agrupado nos biomarcadores indicativo.
  • 19. CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA COM 123I-MIBG Biomarcador Indicativo  Cintilografia miocárdica com iodo-123 metaiodobenzilguanidina (123I-MIBG)  O 123I-MIBG é um análogo da noradrenalina que quantifica a integridade da inervação cardíaca simpática pós-ganglionar.  Sensibilidade de (69%) e especificidade de (87%) para diferenciar DCL provável de DA provável.  Em casos mais leve (MEEM>21) pode elevar para 77% e 94%. No 3º consenso era um critério de SUPORTE e no 4º consenso, foi modificado para um BIOMARCADOR INDICATIVO.
  • 20. B) SETA VERMELHA  Ausência de atonia no sono REM.  Típico do transtorno comportamental do sono REM. POLISSONOGRAFIA Biomarcador Indicativo McKeith, et al.,(2017) A polissonografia foi incluída no 4º consorcio como BIOMARCARDOR INDICATIVO. Não constava no critério anterior. A) SETA VERDE  Sono REM normal.
  • 21. DEMÊNCIA ProvávelPossível ≥ 2 características clínicas centrais 1 característica clínica central e ≥ 1 biomarcador indicativo 1 características clínica central ≥ 1 biomarcador indicativo CLASSIFICAÇÃO: DCL: CRITÉRIO DIAGNÓSTICO DO QUARTO CONSÓRCIO
  • 22.  Sensibilidade aos neurolépticos (Deixou de ser uma característica SUGESTIVA).  Instabilidade postural, quedas repetidas, síncope ou episódios transitórios e inexplicáveis de perda da consciência.  Disautonomia (constipação, hipotensão ortostática, incontinência urinaria).  Hipersonia.  Hiposmia.  Alucinações em outras modalidades.  Delusões sistematizadas.  Depressão, apatia e ansiedade. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE SUPORTE (McKeith, et al., 2017)
  • 23. BIOMARCADORES DE SUPORTE 1. Preservação relativa das estruturas do lobo temporal medial no exame de tomografia/ ressonância magnética. 2. Captação diminuída generalizada no SPECT (perfusão) / PET (metabolismo) com atividade occipital reduzida; com ou sem a presença do sinal da ilha do cíngulo na imagem de PET-FDG. 3. EEG: atividades de ondas lentas posteriores mesclando com atividades periódicas na faixa pré alfa e theta. (FOI INTRODUZIDO NOS NOVOS CRITÉRIOS) RM coronal: preservação das estruturas mesial do lobo temporal na DCL
  • 24.  PET 18F-FDG: sensibilidade de 85% e especificidade de 90% para diferenciar demência versus controle.  SPECT: sensibilidade de 71% e especificidade de 70% para diferenciar demência versus controle.  Sinal da ilha do giro do cíngulo: (flecha vermelha).  DA: Hipometabolismo nas regiões temporais mesiais (flecha branca).  DCL: Hipometabolismo na região occipital (asterisco). BIOMARCADORES DE SUPORTE O’Brien et al., The Journal of Nuclear Medicine. (2014)
  • 25.  O tratamento é sintomático.  O tratamento é complexo e multifacetado e deve incluir:  Abordagem não farmacológica, com equipe multiprofissional.  Intervenções farmacológicas que contemple uma variedade de sintomas: demência, sintomas neuropsiquiátricos, alucinações visuais, RBD, parkinsonismo, disautonomia e outros distúrbios do sono. TRATAMENTO  Atualmente há vários medicamentos em fase experimental. Redutores da α-Syn Imunoterapia Ac. para alfa-sinucleína  A maioria estão sendo testados em modelos animais e fase 2 - ensaios clínicos.  A maior parte dos ensaios clínicos são voltados para a DP. TERAPIA MODIFICADORA DA DOENÇA
  • 26.  Há significativa degeneração de neurônios colinérgicos no prosencéfalo basal na DCL. TRATAMENTO SINTOMAS COGNITIVOS  O estudo demonstrou que os IAChE foi significativo na função cognitiva em todos estágios da doença, enquanto a memantina apresentou discreta melhora na cognição global.  Foram bem tolerados e seguros.  Existe o risco dos IAChE piorar o parkinsonismo (Shea et al., 1998). Mas não foi confirmado em diversos outros estudos.  Conclusão: ambas as classes podem ser utilizadas, tanto em monoterapia como em associação. INIBIDORES DA COLINESTERASE Hershey et al., (2019); Wang et al., (2015); Armstrong M.J. Continnum (2019).
  • 27. MEMANTINA TRATAMENTO Aarsland et al., (2009) Emre et al., (2010)  O uso de memantina na DCL é justificado pelo reconhecimento de que ocorrem alterações na transmissão glutamatérgica no cérebro dos pacientes com DCL.  Existe menos evidência de eficácia da memantina na demência com corpo de Lewy, mas é bem tolerada e pode ser usada como terapia isolada ou em associação com os IAChE. SINTOMAS COGNITIVOS
  • 28.  Os IAChE podem melhorar significativamente os delírios, alucinações, apatia e ansiedade (1). TRATAMENTO INIBIDORES DA COLINESTERASE 1) Wild et al. Cochrane Database Syst Rev. (2003)  Revisão sistemática realizada pelo Cochrane demonstrou que o ácido valpróico ou divalproato não parece ser tão útil para o controle da agitação nos pacientes como monoterapia.  Entretanto, demonstrou ser eficaz no controle da agitação quando associado a doses baixas de neurolépticos. AGITAÇÃO SINTOMAS COMPORTAMENTAIS  Um estudo mais recentemente demonstrou que o ácido valpróico foi eficaz no controle da agitação e delírio. Hershey et al., (2019)
  • 29. TRATAMENTO  Considerar IAChE para tratar as alucinações antes dos neurolépticos.  SE possível evitar neurolépticos. MAS quando necessário: QUETIAPINA CLOZAPINA Hershey et al., (2019); Armstrong M.J. Continnum (2019). EVER: LOW INITIAL DOSE AND GRADUAL INCREASE PIMAVANSERINA - Neuroléptico agonista inverso do receptor (5-HT2A).  Efeito mínimo nos receptores da dopamina e da histamina.  Aprovado pelo FDA para o tratamento da psicose na DP.  Atualmente, está em curso um ensaio clínico fase 3 para psicose relacionada à demência (DCL, DDP e outras demências). Data estimada para término do estudo 2020. (https://clinicaltrial.gov) SINTOMAS PSICÓTICOS
  • 30. TRATAMENTO LEVODOPA  Pode melhorar os sintomas rígido-acinéticos - resposta razoável.  Considerar a menor dose possível.  Dose > 400 mg/dia – podem agravar os sintomas cognitivos e comportamentais. AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS  Não são recomendados, podem piorar as alucinações e a sonolência.  Exemplo: Pramipexol, Rotigotina. Hershey et al., (2019); Armstrong M.J. Continnum (2019). SINTOMAS MOTORES
  • 31. TRATAMENTO Hershey et al., (2019); Armstrong M.J. Continnum (2019). ZONISAMIDA - Anticonvulsivante  Mecanismo: bloqueia os canais de sódio do tipo T; Inibidor da anidrase carbônica e da liberação de glutamato.  Aprovado no Japão para o tratamento dos sintomas motores da DP. Estudo: fase 2  Avaliar a segurança e a eficácia da zonisamida associada à Levodopa no tratamento do parkinsonismo da DCL.  Conclusão: benefício motor significativo. Não piorou a cognição e os sintomas comportamentais. Foi bem tolerado. Trial fase 3 está pendente. SINTOMAS MOTORES
  • 32. TRATAMENTO  Exposição à luz ambiente durante o dia.  Iluminação de baixa intensidade de cor azulada durante o dia.  Alguns pacientes com baixas doses de quetiapina, podem se beneficiar no controle da agitação e evitar as flutuações cognitivas. Introdução de fármacos:  Opióides, anticolinérgicos, benzodiazepínicos, tricíclicos Condições clínicas:  Infeção, anemia, apneia, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal FLUTUAÇÃO COGNITIVA EM PACIENTE COM DCL ESTÁVEL (Hershey; Drugs & Aging 2019) FLUTUAÇÕES E AGITAÇÃO
  • 33. TRATAMENTO DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL DO SONO REM – “RBD” Hershey et al., (2019); Armstrong M.J. Continnum (2019). CLONAZEPAM – Benzodiazepínico de ação prolongada  Doses baixas (0,5 a 1 mg) a noite, reduz o risco lesões relacionados ao “RBD”.  PRECAUÇÕES: risco de quedas, piora da cognição e apneia do sono não tratada. MELATONINA  Dose entre 3 a 12 mg/dia, demonstrou eficácia na frequência e gravidade dos sintomas da “RBD”  Ensaio clínicos maiores são necessários. MEMANTINA OU IACHE - Melhora o “RBD” em alguns casos. RECOMENDAÇÕES:  Dormir em quarto separados pode prevenir lesões no parceiro. (Walker et al. Lancet. 2015)
  • 34. TRATAMENTO SONOLÊNCIA EXCESSIVA DIURNA  Modafinila INSÔNIA  Melatonina  Mirtazapina DEPRESSÃO, ANSIEDADE E APATIA  Antidepressivos com menor efeito anticolinérgico  ISRS: evitar os com maior potencial efeito colinérgico  IRSN: Venlafaxina  Mirtazapina OUTROS SINTOMAS
  • 35. TRATAMENTO DISFUNÇÃO AUTONÔMICA  Medidas não farmacológicas HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA  Fludrocortisona INCONTINÊNCIA URINÁRIA  Ponderar o número de medicamentos nos idosos com ação anticolinérgica. Hershey et al., (2019)Walker et al. Lancet. (2015) OUTROS SINTOMAS
  • 36. CONCLUSÕES  Os IAChE são recomendados para o manejo de pacientes em todas as fases da DCL, em monoterapia ou em associação com a memantina, pois melhoram a função cognitiva global, reduzem as alucinações visuais e outros sintomas comportamentais.  O distúrbio comportamental do sono REM, foi considerado como CARACTERÍSTICA CLÍNICA CENTRAL (melhorando a sensibilidade do diagnóstico).  A sensibilidade aos neurolépticos deixou de fazer parte dos critérios diagnósticos e foi considerada como característica diagnóstica de SUPORTE.  A cintilografia miocárdica com (123I-MIBG) e a polissonografia agora são: BIOMARCADORES INDICATIVOS.  Nem todos pacientes com DCL desenvolvem parkinsonismo.  O quarto consenso melhorou a capacidade diagnóstica, mas o impacto dos novos critérios ainda não é conhecido.
  • 37. Instituto de Neurologia de Curitiba Hospital de Clínicas - UFPR Centro de Memória de Curitiba - CMC VENHA CONHECER NOSSO TRABALHO Redes sociais facebook.com/DrRicardoKrause Instagram.com/dr.ricardo.krause Dr. Ricardo Krause Endereço R. Marechal Deodoro, 2152 Alto da Rua XV - CEP: 80045-235 Curitiba - Paraná Fone, e-Mail e Site (41) 3264 1020 ricardo.neurologia@gmail.com www.centrodememeoriadecuritiba Contato