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MENÍNGES E LÍQUOR 
O tecido do SNC é muito delicado. Por esse motivo, apresenta um elaborado sistema de proteção que consiste 
de quatro estruturas: crânio, menínges, líquido cerebrospinhal (líquor) e barreira hematoencefálica. Nesta 
página, abordarei as menínges e o líquido cerebroespinhal, estruturas que envolvem o SNC e são de extrema 
importância para a defesa do nosso corpo. 
Meninges: o sistema nervoso é envolto por membranas conjuntivas denominadas meninges que são 
classificadas como três: dura-máter, aracnóide e pia-máter. A aracnóide e a pia-máter, que no embrião 
constituem um só folheto, são às vezes consideradas como uma só formação conhecida como a leptomeninge 
e a dura-máter que é mais espessa é conhecida como paquimeninge. 
Dura-máter: é a meninge mais superficial, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico fibras colágenas, contendo nervos e vasos. É formada por dois folhetos: um externo e um interno. O folheto 
externo adere intimamente aos ossos do crânio e se comporta como um periósteo destes ossos, mas sem 
capacidade osteogênica (nas fraturas cranianas dificulta a formação de um calo ósseo). Em virtude da 
aderência da dura-máter aos ossos do crânio, não existe, no crânio, um espaço epidural como na medula. encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria meníngea média, ramo da artéria maxilar. 
Folhetos da Dura-máter
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o encéfalo não possui 
terminações nervosas sensitivas, toda ou qualquer sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter, que responsável pela maioria das dores de cabeça. 
Pregas da dura-máter: em algumas áreas o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar 
pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. As principais 
pregas são: 
Foice do cérebro: é um septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, 
separando os dois hemisférios. 
Tenda do cerebelo: projeta-se para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o 
cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana 
em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial. A borda anterior livre tenda do cerebelo, denominada incisura da tenda, ajusta-se ao mesencéfalo. 
Foice do cerebelo: pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo entre os dois 
hemisférios cerebelares. 
Diafragma da sela: pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas 
um orifício de passagem para a haste hipofisiára.
Cavidades da dura-máter: em determinada área, os dois folhetos da dura-máter do encéfalo separam-se 
delimitando cavidades. Uma delas é o cavo trigeminal, que contém o gânglio trigeminal. Outras cavidades revestidas de endotélio e contém sangue, constituído os seios da dura-máter, que se dispõem principalmente 
ao longo da inserção das pregas da dura-máter. Os seios da dura-máter foram estudados no sistema 
cardiovascular junto com o sistema venoso. 
Aracnóide: é uma membrana muito delgada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço 
virtual, o espaço subdural, contendo uma pequena quantidade de líquido necessário á lubrificação das 
superfícies de contato das membranas. A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que 
contem líquor, havendo grande comunicação entre os espaços subaracnóideos do encéfalo e da medula. 
Considera-se também como pertencendo à aracnóide, as delicadas trabéculas que atravessam o espaço para 
ligar à pia-máter, e que são denominados de trabéculas aracnóides. Estas trabéculas lembram, um aspecto teias de aranha donde vem o nome aracnóide. 
Dura-máter e Aracnóide
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
Cisternas subaracnóideas: a aracnóide justapõe-se à dura-máter e ambas acompanham apenas 
grosseiramente o encéfalo e a sua superfície. A pia-máter adere intimamente a esta superfície que acompanha 
os giros, os sulcos e depressões. Deste modo, a distância entre as duas membranas, ou seja, a profundidade 
do espaço subaracnóideo é muito variável, sendo muito pequena nos giros e grande nas áreas onde parte encéfalo se afasta da parede craniana. Forma-se assim nestas áreas, dilatações do espaço subaracnóideo, cisternas subaracnóideas, que contém uma grande quantidade de líquor. As cisternas mais importantes são seguintes: 
Cisterna magna: ocupa o espaço entre a face inferior do cerebelo e a face dorsal do bulbo e do tecto ventrículo. Continua caudalmente com o espaço subaracnóideo da medula e liga-se ao IV ventrículo através abertura mediana. A cisterna magna é a maior e mais importante, sendo às vezes utilizada para obtenção líquor através de punções. 
Cisterna pontina: situada ventralmente a ponte. 
Cisterna interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular. 
Cisterna quiasmática: situada diante o quiasma óptico. 
Cisterna superior: situada dorsalmente ao tecto mesencefálico, entre o cerebelo e o esplênio do corpo 
caloso. A cisterna superior corresponde, pelo menos em parte, à cisterna ambiens, termo usado pelos clínicos. 
Cisterna da fossa lateral do cérebro: corresponde à depressão formada pelo sulco lateral de cada 
hemisfério. 
Cisternas e a Circulação do Líquor
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
Granulações aracnóides: em alguns pontos da aracnóide, formam-se pequenos tufos que penetram no interior 
dos seios da dura-máter, constituindo as granulações aracnóideas, mais abundantes no seio sagital superior. 
As granulações aracnóideas levam pequenos prolongamentos do espaço subaracnóideo, verdadeiros 
divertículos deste espaço, nos quais o líquor está separado do sangue apenas pelo endotélio do seio e uma 
delgada camada de aracnóide. São estruturas admiravelmente adaptadas à absorção do líquor, que neste 
ponto, vai para o sangue. 
Granulações Aracnóides
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
Pia-máter: é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula, cujos 
relevos e depressões acompanham até o fundo dos sulcos cerebrais. Sua porção mais profunda recebe 
numerosos prolongamentos dos astrócitos do tecido nervoso, constituindo assim a membrana pio-glial. A dá resistência aos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de consistência muito mole. A pia-máter 
acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede 
externa dos espaços perivasculares. Neste espaço existem prolongamentos do espaço subaracnóideo, contendo 
líquor, que forma um manguito protetor em torno dos vasos, muito importante para amortecer o efeito da 
pulsação das artérias sobre o tecido circunvizinho. Verificou-se que os espaços perivasculares acompanham vasos mais calibrosos até uma pequena distância e terminam por fusão da pia com a adventícia do vaso. pequenas arteríolas são envolvidas até o nível capilar por pré-vasculares dos astrócitos do tecido nervoso.
Espaço entre as menínges: 
O espaço extradural ou epidural normalmente não é um espaço real mas apenas um espaço potencial entre ossos do crânio e a camada periosteal externa da dura-máter. Torna-se um espaço real apenas 
patologicamente, por exemplo, no hematoma extradural. 
Líquor: 
É um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A são função 
primordial é proteção mecânica do sistema nervoso central. 
Cavidades Ventrículares
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
Formação, absorção e circulação do líquor: sabe-se hoje em dia que o líquor é produzido nos plexos corióides 
dos ventrículos e também que uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes 
ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Existem plexos corióides nos ventrículos, como já vimos 
anteriormente, e os ventrículos laterais contribuem com maior contingente líquorico, que passa ao III 
ventrículo através dos forames interventriculares e daí para o IV ventrículo através do aqueduto cerebral. 
Ventrículos Laterais e Prexo Corióide
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, o líquor passa para o espaço subaracnóideo, sendo 
reabsorvido principalmente pelas granulações aracnóideas que se projetam para o interior da dura-máter. 
Como essas granulações predominam no eixo sagital superior, a circulação do líquor se faz de baixo para devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnóideo da medula, 
o líquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas 
granulações aracnóideas existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos 
espinhais. 
Circulação do Líquor
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
A circulação do líquor é extremamente lenta e são ainda discutidos os fatores que a determinam. Sem dúvida, 
a produção do líquor em uma extremidade e a sua absorção em outra já são o suficiente para causar sua 
movimentação. Um outro fator é a pulsação das artérias intracranianas, que, cada sístole, aumenta a pressão 
líquorica, possivelmente contribuindo para empurrar o líquor através das granulações aracnóideas. 
Esquema - Circulação do Líquor
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Meninges

  • 1. MENÍNGES E LÍQUOR O tecido do SNC é muito delicado. Por esse motivo, apresenta um elaborado sistema de proteção que consiste de quatro estruturas: crânio, menínges, líquido cerebrospinhal (líquor) e barreira hematoencefálica. Nesta página, abordarei as menínges e o líquido cerebroespinhal, estruturas que envolvem o SNC e são de extrema importância para a defesa do nosso corpo. Meninges: o sistema nervoso é envolto por membranas conjuntivas denominadas meninges que são classificadas como três: dura-máter, aracnóide e pia-máter. A aracnóide e a pia-máter, que no embrião constituem um só folheto, são às vezes consideradas como uma só formação conhecida como a leptomeninge e a dura-máter que é mais espessa é conhecida como paquimeninge. Dura-máter: é a meninge mais superficial, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico fibras colágenas, contendo nervos e vasos. É formada por dois folhetos: um externo e um interno. O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e se comporta como um periósteo destes ossos, mas sem capacidade osteogênica (nas fraturas cranianas dificulta a formação de um calo ósseo). Em virtude da aderência da dura-máter aos ossos do crânio, não existe, no crânio, um espaço epidural como na medula. encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria meníngea média, ramo da artéria maxilar. Folhetos da Dura-máter
  • 2. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda ou qualquer sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter, que responsável pela maioria das dores de cabeça. Pregas da dura-máter: em algumas áreas o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. As principais pregas são: Foice do cérebro: é um septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios. Tenda do cerebelo: projeta-se para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial. A borda anterior livre tenda do cerebelo, denominada incisura da tenda, ajusta-se ao mesencéfalo. Foice do cerebelo: pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo entre os dois hemisférios cerebelares. Diafragma da sela: pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas um orifício de passagem para a haste hipofisiára.
  • 3. Cavidades da dura-máter: em determinada área, os dois folhetos da dura-máter do encéfalo separam-se delimitando cavidades. Uma delas é o cavo trigeminal, que contém o gânglio trigeminal. Outras cavidades revestidas de endotélio e contém sangue, constituído os seios da dura-máter, que se dispõem principalmente ao longo da inserção das pregas da dura-máter. Os seios da dura-máter foram estudados no sistema cardiovascular junto com o sistema venoso. Aracnóide: é uma membrana muito delgada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo uma pequena quantidade de líquido necessário á lubrificação das superfícies de contato das membranas. A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que contem líquor, havendo grande comunicação entre os espaços subaracnóideos do encéfalo e da medula. Considera-se também como pertencendo à aracnóide, as delicadas trabéculas que atravessam o espaço para ligar à pia-máter, e que são denominados de trabéculas aracnóides. Estas trabéculas lembram, um aspecto teias de aranha donde vem o nome aracnóide. Dura-máter e Aracnóide
  • 4. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Cisternas subaracnóideas: a aracnóide justapõe-se à dura-máter e ambas acompanham apenas grosseiramente o encéfalo e a sua superfície. A pia-máter adere intimamente a esta superfície que acompanha os giros, os sulcos e depressões. Deste modo, a distância entre as duas membranas, ou seja, a profundidade do espaço subaracnóideo é muito variável, sendo muito pequena nos giros e grande nas áreas onde parte encéfalo se afasta da parede craniana. Forma-se assim nestas áreas, dilatações do espaço subaracnóideo, cisternas subaracnóideas, que contém uma grande quantidade de líquor. As cisternas mais importantes são seguintes: Cisterna magna: ocupa o espaço entre a face inferior do cerebelo e a face dorsal do bulbo e do tecto ventrículo. Continua caudalmente com o espaço subaracnóideo da medula e liga-se ao IV ventrículo através abertura mediana. A cisterna magna é a maior e mais importante, sendo às vezes utilizada para obtenção líquor através de punções. Cisterna pontina: situada ventralmente a ponte. Cisterna interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular. Cisterna quiasmática: situada diante o quiasma óptico. Cisterna superior: situada dorsalmente ao tecto mesencefálico, entre o cerebelo e o esplênio do corpo caloso. A cisterna superior corresponde, pelo menos em parte, à cisterna ambiens, termo usado pelos clínicos. Cisterna da fossa lateral do cérebro: corresponde à depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério. Cisternas e a Circulação do Líquor
  • 5. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Granulações aracnóides: em alguns pontos da aracnóide, formam-se pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter, constituindo as granulações aracnóideas, mais abundantes no seio sagital superior. As granulações aracnóideas levam pequenos prolongamentos do espaço subaracnóideo, verdadeiros divertículos deste espaço, nos quais o líquor está separado do sangue apenas pelo endotélio do seio e uma delgada camada de aracnóide. São estruturas admiravelmente adaptadas à absorção do líquor, que neste ponto, vai para o sangue. Granulações Aracnóides
  • 6. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Pia-máter: é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula, cujos relevos e depressões acompanham até o fundo dos sulcos cerebrais. Sua porção mais profunda recebe numerosos prolongamentos dos astrócitos do tecido nervoso, constituindo assim a membrana pio-glial. A dá resistência aos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de consistência muito mole. A pia-máter acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso a partir do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos espaços perivasculares. Neste espaço existem prolongamentos do espaço subaracnóideo, contendo líquor, que forma um manguito protetor em torno dos vasos, muito importante para amortecer o efeito da pulsação das artérias sobre o tecido circunvizinho. Verificou-se que os espaços perivasculares acompanham vasos mais calibrosos até uma pequena distância e terminam por fusão da pia com a adventícia do vaso. pequenas arteríolas são envolvidas até o nível capilar por pré-vasculares dos astrócitos do tecido nervoso.
  • 7. Espaço entre as menínges: O espaço extradural ou epidural normalmente não é um espaço real mas apenas um espaço potencial entre ossos do crânio e a camada periosteal externa da dura-máter. Torna-se um espaço real apenas patologicamente, por exemplo, no hematoma extradural. Líquor: É um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A são função primordial é proteção mecânica do sistema nervoso central. Cavidades Ventrículares
  • 8. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Formação, absorção e circulação do líquor: sabe-se hoje em dia que o líquor é produzido nos plexos corióides dos ventrículos e também que uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Existem plexos corióides nos ventrículos, como já vimos anteriormente, e os ventrículos laterais contribuem com maior contingente líquorico, que passa ao III ventrículo através dos forames interventriculares e daí para o IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Ventrículos Laterais e Prexo Corióide
  • 9. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Através das aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, o líquor passa para o espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido principalmente pelas granulações aracnóideas que se projetam para o interior da dura-máter. Como essas granulações predominam no eixo sagital superior, a circulação do líquor se faz de baixo para devendo atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnóideo da medula, o líquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois reabsorção liquórica ocorre nas pequenas granulações aracnóideas existentes nos prolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais. Circulação do Líquor
  • 10. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. A circulação do líquor é extremamente lenta e são ainda discutidos os fatores que a determinam. Sem dúvida, a produção do líquor em uma extremidade e a sua absorção em outra já são o suficiente para causar sua movimentação. Um outro fator é a pulsação das artérias intracranianas, que, cada sístole, aumenta a pressão líquorica, possivelmente contribuindo para empurrar o líquor através das granulações aracnóideas. Esquema - Circulação do Líquor
  • 11. voltar Copyright by Aula de Anatomia®.::.Todos os Direitos Reservados Designed by Jonas Edison Wecker.::.jonas@auladeanatomia.com