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Atualizações em Gastrosquise
Beatriz Santiago Vargas
Especializanda em Medicina Materno-Fetal 2017
Introdução
• Defeito de parede abdominal
periumbilical geralmente
associado à evisceração do intestino.
• Patogênese:
• Defeito na formação ou interrupção do
fechamento da parede corporal no período
embrionário.
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017.
Atualizações em Gastrosquise
Incidência e Epidemiologia
• Gastrosquise e onfalocele: defeitos de parede
abdominal mais comuns
• Prevalência: 3 a
4 por 10000 nascidos vivos/mortes
fetais/natimortos/interrupções gestacionais
• Masculino igual feminino
• Mulheres brancas
• Mulheres jovens (cigarro, drogas, baixo peso)
• Aumento da incidência nos últimos anos
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Diagnóstico
• Defeito na parede abdominal < 4 cm, geralmente
do lado direito da inserção do cordão umbilical
• Herniação visceral que carece de membrana de
cobertura, livre no LA (couve-flor)
• Inserção do cordão é adjacente e separada do
defeito da parede abdominal
• Estômago é geralmente malposicionado
• Raramente, pode haver herniação de estômago
e fígado
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Diagnóstico
• Aumento de alfa feto proteína em até 9 MoM
(assim como em outras malformações fetais)
• Gastrosquise complexa:
• associação com outros problemas
intestinais (má rotação, atresia,
estenose, perfuração, necrose, volvo)
• até 25% dos casos
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Achados Associados
• Anomalias extraintestinais não são comuns
• Oligodramnia (pode haver também polidramnia)
• Não há aumento de aneuploidias em
gastrosquises isoladas
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Manejo Obstétrico
• Controverso (falta de evidência de qualidade
para guiar a prática clínica)
• Avaliação inicial:
• Investigação genética fetal
somente se anormalidades não GI associadas
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Manejo Obstétrico
• Seguimento:
• Complicações mais comuns: RCIU (30 a 60%),
OFIU (3 a 6%), TPP (30%), dilatação de alças
e espessamento da parede intestinal
• US a cada 3 semanas - avaliação do
crescimento fetal, LA e alterações intestinais
• Doppler umbilical se RCIU ou oligodramnia
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Seguimento
• Biometria: fórmula utilizando BPD, OFD e FL
• RCIU: 1/3 a 2/3 dos fetos com gastrosquise
(perda de proteína e fluidos pela exposição
intestinal)
• RCIU é preditivo de desfecho neonatal adverso
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Seguimento
• Dilatação gástrica, dilatação intestinal e
espessamento da parede intestinal:
• considerados sinais de mau prognóstico por
vários pesquisadores, enquanto outros não as
consideram suficientemente preditivas para
influenciar o manejo clínico
• limiar para dilatação preditiva de desfecho
adverso varia entre os estudos. Alguns estudos
não observaram efeitos adversos.
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Seguimento
• Se alterações intestinais < 34 sem  CTC
Porém não se intervém apenas com base nas
alterações intestinais
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Seguimento
• Gastrosquise pode estar associada à morte
fetal no final do terceiro trimestre
• CTG e PBF - para todos acima de 32
semanas ou após diagnóstico de
RCIU/oligodrâmnio
• CTG e ILA é realizado 2/semana ou um
PBF semanalmente
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Risco de Morte Fetal
• Estudos com e sem um plano de parto eletivo
precoce não tiveram diferença significativa na
morte fetal
• No entanto, este achado pode estar
relacionado às práticas de monitoramento pré-
natal
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Parto
• Risco aumentado de TPP: 50% nascem antes das 37
semanas.
• Gastrosquise isolada não é uma indicação de interrupção
prematura ou parto cesariano.
• Decisão do momento do parto - combinação de fatores:
• IG (maturidade pulmonar)
• resultados de US (crescimento, ILA, aparência do intestino fetal)
• resultados de testes fetais (CTG, PBF, Doppler umbilical se RCIU)
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Parto
• Na prática dos autores:
• crescimento normal e teste fetal tranquilizador 
interromper com 37 sem. (após amniocentese
para maturidade pulmonar) ou 38 sem. (sem
amniocentese)
• Para minimizar morbidade neonatal
• Não há evidência de alta qualidade para avaliar o
momento ideal do parto.
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Parto
• Estudos que avaliaram risco aumentado de OFIU no 3º
trimestre e possível aumento de alterações inflamatórias
intestinais pela exposição contínua ao LA: sugeria-se
interrupção com 33 semanas.
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importante de desfecho adverso
• Se crescimento fetal, ILA e testes fetais forem normais:
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morte fetal é injustificado
STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017
Atualizações em Gastrosquise
Parto
• Via de parto: não existe evidência de que a
cesariana melhore o desfecho da gastrosquise
não complicada.
• Parto cesáreo tem indicação se houver
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Atualizações em Gastrosquise

  • 1. Atualizações em Gastrosquise Beatriz Santiago Vargas Especializanda em Medicina Materno-Fetal 2017
  • 2. Introdução • Defeito de parede abdominal periumbilical geralmente associado à evisceração do intestino. • Patogênese: • Defeito na formação ou interrupção do fechamento da parede corporal no período embrionário. STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017. Atualizações em Gastrosquise
  • 3. Incidência e Epidemiologia • Gastrosquise e onfalocele: defeitos de parede abdominal mais comuns • Prevalência: 3 a 4 por 10000 nascidos vivos/mortes fetais/natimortos/interrupções gestacionais • Masculino igual feminino • Mulheres brancas • Mulheres jovens (cigarro, drogas, baixo peso) • Aumento da incidência nos últimos anos STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 4. Diagnóstico • Defeito na parede abdominal < 4 cm, geralmente do lado direito da inserção do cordão umbilical • Herniação visceral que carece de membrana de cobertura, livre no LA (couve-flor) • Inserção do cordão é adjacente e separada do defeito da parede abdominal • Estômago é geralmente malposicionado • Raramente, pode haver herniação de estômago e fígado STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 5. Diagnóstico • Aumento de alfa feto proteína em até 9 MoM (assim como em outras malformações fetais) • Gastrosquise complexa: • associação com outros problemas intestinais (má rotação, atresia, estenose, perfuração, necrose, volvo) • até 25% dos casos STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 6. Achados Associados • Anomalias extraintestinais não são comuns • Oligodramnia (pode haver também polidramnia) • Não há aumento de aneuploidias em gastrosquises isoladas STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 7. Manejo Obstétrico • Controverso (falta de evidência de qualidade para guiar a prática clínica) • Avaliação inicial: • Investigação genética fetal somente se anormalidades não GI associadas STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 8. Manejo Obstétrico • Seguimento: • Complicações mais comuns: RCIU (30 a 60%), OFIU (3 a 6%), TPP (30%), dilatação de alças e espessamento da parede intestinal • US a cada 3 semanas - avaliação do crescimento fetal, LA e alterações intestinais • Doppler umbilical se RCIU ou oligodramnia STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 9. Seguimento • Biometria: fórmula utilizando BPD, OFD e FL • RCIU: 1/3 a 2/3 dos fetos com gastrosquise (perda de proteína e fluidos pela exposição intestinal) • RCIU é preditivo de desfecho neonatal adverso STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 10. Seguimento • Dilatação gástrica, dilatação intestinal e espessamento da parede intestinal: • considerados sinais de mau prognóstico por vários pesquisadores, enquanto outros não as consideram suficientemente preditivas para influenciar o manejo clínico • limiar para dilatação preditiva de desfecho adverso varia entre os estudos. Alguns estudos não observaram efeitos adversos. STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 11. Seguimento • Se alterações intestinais < 34 sem  CTC Porém não se intervém apenas com base nas alterações intestinais STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 12. Seguimento • Gastrosquise pode estar associada à morte fetal no final do terceiro trimestre • CTG e PBF - para todos acima de 32 semanas ou após diagnóstico de RCIU/oligodrâmnio • CTG e ILA é realizado 2/semana ou um PBF semanalmente STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 13. Risco de Morte Fetal • Estudos com e sem um plano de parto eletivo precoce não tiveram diferença significativa na morte fetal • No entanto, este achado pode estar relacionado às práticas de monitoramento pré- natal STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 14. Parto • Risco aumentado de TPP: 50% nascem antes das 37 semanas. • Gastrosquise isolada não é uma indicação de interrupção prematura ou parto cesariano. • Decisão do momento do parto - combinação de fatores: • IG (maturidade pulmonar) • resultados de US (crescimento, ILA, aparência do intestino fetal) • resultados de testes fetais (CTG, PBF, Doppler umbilical se RCIU) STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 15. Parto • Na prática dos autores: • crescimento normal e teste fetal tranquilizador  interromper com 37 sem. (após amniocentese para maturidade pulmonar) ou 38 sem. (sem amniocentese) • Para minimizar morbidade neonatal • Não há evidência de alta qualidade para avaliar o momento ideal do parto. STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 16. Parto • Estudos que avaliaram risco aumentado de OFIU no 3º trimestre e possível aumento de alterações inflamatórias intestinais pela exposição contínua ao LA: sugeria-se interrupção com 33 semanas. • Estudos contemporâneos: prematuridade é o preditor mais importante de desfecho adverso • Se crescimento fetal, ILA e testes fetais forem normais: • risco de OFIU antes do termo parece ser mínimo • parto em menos de 37 semanas para reduzir o risco de morte fetal é injustificado STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise
  • 17. Parto • Via de parto: não existe evidência de que a cesariana melhore o desfecho da gastrosquise não complicada. • Parto cesáreo tem indicação se houver herniação do fígado. STEPHENSON, Courtney D, et al. Gastroschisis. UpToDate. 2017 Atualizações em Gastrosquise

Notas do Editor

  1. RCIU ocorre em 1/3 a 2/3 dos fetos com gastrosquise, provavelmente pela deficiência de proteína causada pela exposição intestinal.
  2. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.
  3. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.
  4. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.
  5. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.
  6. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.
  7. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.
  8. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.
  9. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.
  10. As fórmulas de biometria mais comuns utilizam a medida da circunferência abdominal, e podem subestimar o peso do feto.