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Gestação Gemelar
Monoamniótica
Willian Eduardo Eckert
Especializando em Medicina Fetal do Hospital de
Clínicas da UFPR
Definição
• Forma rara de gemelaridade onde ambos os
fetos ocupam a mesma bolsa amniótica;;
• Ocorre em torno de 1% das gestações
gemelares monozigóticas;
• Divisão do embrião ocorre entre o 9º e o 12º dias
após fecundação;
Gestação Gemelar Monoamniótica
Gestação Gemelar Monoamniótica
Definição
• Alta taxa de mortalidade perinatal;
• Taxas de mortalidade variando entre 10% e
32%, quando diagnosticados no pré-natal;
Gestação Gemelar Monoamniótica
Epidemiologia
• Incidência varia de 1:1650 a 1:93.734, em
diferentes estudos;
• Trigêmeos monoamnióticos são ainda mais
raros;
• Fertilização em vitro aumenta risco de gestações
monocoriônicas;
Gestação Gemelar Monoamniótica
Achados
Ultrassonográficos
• Gestação monocoriônica onde não se visualiza
membrana dividindo os gêmeos;
• Confirmação quando ocorre entrelaçamento dos
cordões de ambos os fetos;
• Precocemente, identificação de 2 embriões em 1
saco gestacional com vesícula vitelínica única
sugere monoamniocidade.
• Ultrassonografia 3D pode ser útil no diagnóstico;
Gestação Gemelar Monoamniótica
Diagnósticos Diferenciais
• Ruptura intrauterina de membrana amniótica –
trauma durante amniocentese, infecções ou
distúrbios no desenvolvimento das membranas;
Gestação Gemelar Monoamniótica
História Natural
Antenatal• Altas taxas de morbidade e mortalidade
intraútero associadas – parto prematuro,
restrição de crescimento, anomalias congênitas,
anastomoses vasculares e entrelaçamento de
cordão;
• Anormalidades anatômicas discordantes podem
ocorrer em até 28% das gestações;
• STFF é rara em gestações monoamnióticas uma
vez que as placentas, nestes casos, tem grande
quantidade de anastomoses;
Gestação Gemelar Monoamniótica
Manejo da Gestação
• Melhor momento para o parto –
CONTROVERSO: 32 – 34 semanas;
• Avaliação diária após 24-26 semanas de
gestação;
• Ultrassonografia seriada a cada 2-3 semanas;
• Corticoterapia;
• Via de parto: de preferência cesariana, porém
não há contraindicação ao parto normal;
Gestação Gemelar Monoamniótica
Intervenção Fetal
• Inibidores da prostaglandina?
• Amniorredução?
• Objetivo de diminuir a quantidade de liquido
amniótico reduzindo, consequentemente, o risco
de acidentes com os cordões umbilicais;
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Gêmeos Monoamnióticos - Willian Eckert

  • 1. Gestação Gemelar Monoamniótica Willian Eduardo Eckert Especializando em Medicina Fetal do Hospital de Clínicas da UFPR
  • 2. Definição • Forma rara de gemelaridade onde ambos os fetos ocupam a mesma bolsa amniótica;; • Ocorre em torno de 1% das gestações gemelares monozigóticas; • Divisão do embrião ocorre entre o 9º e o 12º dias após fecundação; Gestação Gemelar Monoamniótica
  • 4. Definição • Alta taxa de mortalidade perinatal; • Taxas de mortalidade variando entre 10% e 32%, quando diagnosticados no pré-natal; Gestação Gemelar Monoamniótica
  • 5. Epidemiologia • Incidência varia de 1:1650 a 1:93.734, em diferentes estudos; • Trigêmeos monoamnióticos são ainda mais raros; • Fertilização em vitro aumenta risco de gestações monocoriônicas; Gestação Gemelar Monoamniótica
  • 6. Achados Ultrassonográficos • Gestação monocoriônica onde não se visualiza membrana dividindo os gêmeos; • Confirmação quando ocorre entrelaçamento dos cordões de ambos os fetos; • Precocemente, identificação de 2 embriões em 1 saco gestacional com vesícula vitelínica única sugere monoamniocidade. • Ultrassonografia 3D pode ser útil no diagnóstico; Gestação Gemelar Monoamniótica
  • 7. Diagnósticos Diferenciais • Ruptura intrauterina de membrana amniótica – trauma durante amniocentese, infecções ou distúrbios no desenvolvimento das membranas; Gestação Gemelar Monoamniótica
  • 8. História Natural Antenatal• Altas taxas de morbidade e mortalidade intraútero associadas – parto prematuro, restrição de crescimento, anomalias congênitas, anastomoses vasculares e entrelaçamento de cordão; • Anormalidades anatômicas discordantes podem ocorrer em até 28% das gestações; • STFF é rara em gestações monoamnióticas uma vez que as placentas, nestes casos, tem grande quantidade de anastomoses; Gestação Gemelar Monoamniótica
  • 9. Manejo da Gestação • Melhor momento para o parto – CONTROVERSO: 32 – 34 semanas; • Avaliação diária após 24-26 semanas de gestação; • Ultrassonografia seriada a cada 2-3 semanas; • Corticoterapia; • Via de parto: de preferência cesariana, porém não há contraindicação ao parto normal; Gestação Gemelar Monoamniótica
  • 10. Intervenção Fetal • Inibidores da prostaglandina? • Amniorredução? • Objetivo de diminuir a quantidade de liquido amniótico reduzindo, consequentemente, o risco de acidentes com os cordões umbilicais; Gestação Gemelar Monoamniótica