SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
Traumatismo Vertebro Medular
5 Regiões:
Cervical (C1- C8)
Dorsal (D1 – D12)
Lombar (L1-L5)
Sagrada (S1 –S5)
Coccígea
TVM: Lesão na coluna Vertebral e na medula espinhal
- lesão óssea (por sustentação)
- Lesão óssea e medular
Traumatismo vertebro medular ou TVM
Lesão Medular
É uma lesão na medula espinhal que causa interrupção parcial ou total das
funções reflexas e voluntárias num nível abaixa da lesão
• Lesão completa – perda total da sensibilidade e do controle dos músculos abaixo da lesão
• Incompleta – presença parcial de sensibilidade ou movimentos abaixo de, ou no nível da
lesão
Consequências:
• Tetraplegia – Perda total dos movimentos e sensibilidade do tronco, membros superiores
e inferiores
• Paraplegia – Perda total dos movimentos e sensibilidade nos membros inferiores
• Espasticidade Alteração do movimento devido à perda de controle exercido pelo cérebro e
espinhal medula. Caracteriza-se pela presença de movimentos involuntários. Ocorre um
aumento do tónus muscular no momento da contracção. Pode ocorrer devido a um
movimento rápido ou por uma estimulação sensitiva (dor, alteração da temperatura
corporal, ITU, roupa apertada, obstipação, posicionamentos inadequados)
Choque medular
• imediatamente após traumatismo medular agudo
• pode ocorrer em lesões incompletas
• consiste na perda total da atividade reflexa autonómica abaixo da
lesão ( incluindo a perda da função motora e sensorial)
• é indicação de choque medular a ausência de controlo do esfíncter
anal e bulbocavernoso
• Pode durar dias a meses
• Há reativação do sistema nervoso abaixo do nível de lesão – dando
origem a uma atividade reflexa por desconexão dos centros
superiores
Choque medular
• Tratamento:
• Farmacológico ( corticoterapia – facilitação da geração do impulso nervoso da espinal medula ; reforça o fluxo sanguínea na
medula; diminui os radicais livres na membrana neural)
• Cirúrgico: estabilização e/ou descompressão da lesão ( laminectomia; fusão espinal; fixação)
• Tratamento não cirúrgico: quando a lesão é estável; Independentemente do local da lesão ( cervical ou dorso-lombar) – há
necessidade de IMOBILIZAÇÂO ( colar cervical e colete Jewett)
• Complicações:
• Cardiovasculares – hTA postural ( elevação progressiva da cabeceira da cama; de seguida plano inclinado e depois CR); uso de
meias elásticas; Diminuição da FC ( devido a diminuição do retorno venoso e alterações da dinâmica respiratória).
• Disreflexia autonoma – inicio súbito de cafaleia e HTA num doente com lesão medular acima de D6. Pode estar associado a
bradicardia, sudorese, pupilas dilatadas, alterações visuais; pilo-ereção. Os estímulos podem ser vários: dispositivos médicos;
distensão abdominal; vesical…
• TVP e Embolia Pulmonar – devido À IMOBILIDADE.
• Gastrointestinais – dilatação gástrica aguda e ileo-paralitico; fases alternadas de obstipação e diarreia antes do treino
intestinal
• Urinárias: Retenção urinária ( bexiga arreflexica) – algaliação ( assim que possível auto-esvaziamento– quando há previsão de
alta); ITU;
• Respiratórias: (paralisia dos músculos abaixo da lesão; Lesões completas acima de C4 levam à paralisia do diafragma –
necessitam de ventilação mecânica). Infecção Respiratória ( por hipoventilação, aumento das secreções brônquicas e
atelectasias devido à diminuição do reflexo da tosse)
• Sensitivas – ( por incapacidade de sentir dor, desconforto, pressão e temperatura) – Dor ( mais frequente nas lesões em nível
baixo da coluna); queimaduras e UPP
• Motoras: Rigidez articular e espasticidade ( hiperreflexia; hipertonicidade e espasmos musculares); Pé equino
• Psicológicas
Disreflexia Autónoma
• O que desencadeia: Qualquer estímulo incomodativo; causas mais comuns:
distensão intestinal; distensão vesical; alterações da integridade da pele;
infeções; roupa e calçado apertado; dispositivos médicos.
SINAIS:
Cefaleias
Fotofobia
Visão turva
HTA
Bradicardia ou Taquicardia
Rubor na face; pescoço ombros e
palidez abaixo da lesão
Sudorese intensa
Sabor metálico
ATUAÇÃO
- Despistar e remover estímulos (
verificar roupa, adornos e
dispositivos médicos – CVP; Algália e
saco coletor ou realizar esvaziamento
vesical; remover fecalomas; Observar
a pele; esticar roupa cama e procurar
objectos por baixo do doente)
Colar Cervical
• Limita o movimento, estabiliza e alinha a coluna cervical
Constituído por 2 peças:
- Anterior (em que é apoiado o queixo)
- Posterior (em que é apoiada a parte de trás
do crânio (occipital) que tem tiras laterais de
velcro para fixar as 2 peças.
Higiene do doente com colar cervical
• O colar cervical pode ser molhado; Deve ser realizado por 2 pessoas
• Em decúbito dorsal:
• Retirar a parte anterior do colar
• observar a pele, lavar e hidratar
• proteger o queixo com placa de poliuretano
• Lavar a parte anterior do colar com água e sabão e secar
• Recolocar e Fixar a parte anterior do colar
• Em decúbito lateral:
• Utilizar uma almofada que preencha a distancia entre o pescoço e o ombro ( para manter
o alinhamento cervical)
• Fixar a parte anterior do colar com as mãos na zona do queixo
• Abrir a parte posterior do colar
• observar a pele, lavar e hidratar
• proteger a região occipital com placa de poliuretano
• Lavar a parte posterior do colar com água e sabão e secar
• Recolocar e Fixar a parte posterior do colar
• Certificar que o colar cervical está bem colocado
Treino Intestinal
• Após a lesão medular:
• Movimentos mais lentos
• Alterações na sensibilidade do reto ( incapacidade para controlar os esfíncteres – intestino
neurogénico)
• Cuidados:
• Reforço hídrico
• Dieta equilibrada e rica em fibras
• Para facilitar a progressão das fezes:
• Massagem do abdómen ( no sentido dos ponteiros do relógio)
• Estimulo da região anal ( lubrificar os dedos e fazer movimentos circulares)
• Medicação mais usada:
• Emolientes ( para amolecer as fezes e bisacodilo supositório para deslocar e facilitar a saída de fezes)
• Deve ser realizado sempre à mesma hora do dia, em dias alternados ( preferencialmente de
manhã - no internamento às 7H)
• Procedimento:
• Colocar o supositório em decúbito lateral esquerdo
• Aguardar com as pernas fletidas 15 a 30 minutos. Durante o treino é normal ocorrer : sudorese; espasticidade;
cólicas e/ou sensação de desconforto abdominal.
• Se tolerar posição de sentado utilizar sanita ou cadeira higiénica
Posicionamentos
Decúbito Dorsal:
• Garantir que a pessoa fique centrada
na cama;
• Colocar almofadas de apoio na cabeça
e cintura escapular;
• Membros superiores: posicionados ao
longo do corpo em extensão;
antebraços em pronação e ligeira
dorsiflexão do punho
• Membros inferiores: Colocar uma
almofada na região popliteia (rolo); Se
necessário colocar uma almofada na
região aquiliana para elevar os
calcanhares; Posicionar os pés em
angulo reto com almofadas nas
plantas dos pés.
Garantir sempre o alinhamento de todos
os segmentos corporais
Fowler:
• Partindo do decúbito dorsal; elevar a cabeceira
da cama entre 30 a 60º
• Colocar almofadas de apoio na cabeça e cintura
escapular;
• Membros superiores: flexão do cotovelo;
antebraços em pronação e extensão do punho
• Membros inferiores: coxofemoral em flexão e
ligeira abdução; joelhos em flexão. Posicionar
os pés em angulo reto.
Posicionamentos
Garantir sempre o alinhamento de todos
os segmentos corporais
Decúbito Lateral:
• Garantir que a pessoa fique centrada na cama;
• Posicionar a cabeça sobre a almofada que deve ter a mesma altura que a distancia do ombro ao pescoço.
• Membros superiores: o membro superior do lado do decúbito posiciona-se com a escápulo-umeral e
ombro em flexão ( evitar a retração da escápulo-umeral). O membro superior do lado contrario – flexão
da escapulo-umeral fazendo um grau de 90º; apoiado numa almofada com pronação do antebraço.,
punho e dedos em extensão.
• Membros inferiores: Colocar uma almofada de comprimento igual ou superior à dimensão da perna do
lado para onde se vira a pessoa (posicionar o membro inferior ao decúbito sobre a almofada). A
articulação coxofemoral formam um grau de 90º.
Posicionamentos
Posicionamentos
Decúbito semi-dorsal:
• Posicionar a cabeça sobre a almofada
• Membros superiores: o membro superior do lado do decúbito
posiciona-se em ligeira abdução e rotação interna da escapulo-
umeral; a mão apoiada na cama com flexão do cotovelo; o
antebraço em supinação e mão em extensão apoiado na almofada.
Do lado oposto ao decúbito posiciona-se a escápulo-umeral em
ligeira abdução, e apoia-se o membro na almofada. Joelho em
ligeira flexão
• Membros inferiores: Do lado do decúbito coxo-femural e joelho em
ligeira flexão; Do lado oposto, apoiar todo o membro numa
almofada.
Posicionamentos
Decúbito ventral:
• Chegar o doente para a beira da cama (doente vai
virar para o lado inverso)
• Lateralizar a cabeça com ou sem almofada ( baixa)
• Se necessário colocar almofada sobre a região
abominal sobre a região mamária e escroto
• Membros superiores: posicionados em extensão e
adução ou com abdução e rotação externa de
escapulo-umeral.
• Membros inferiores: em extensão e ligeira abdução
coxo-femural; flexão do joelho, pés apoiados em
almofada para osa dedos não tocarem na cama.
Decúbito semi-ventral
•A cabeça posiciona-se para o decúbito ( com
ou sem almofada)
•Membros superiores: do lado do decúbito
extensão da escapulo-umeral, cotovelo, punho
e dedos em extensão apoiados na cama; Do
lado contrario ao decúbito: abdução da
escapulo-umeral, flexão do cotovelo e extensão
do punho e dedos – colocar almofada desde a
escapulo-umeral até à crista ilíaca
•Membros inferiores: do lado do decúbito
extensão da coxo-femural e joelho em contacto
com a cama; do lado contrario membro inferior
apoiado em almofada com coxo-femural a 45º,
flexão do joelho e com o pé suspenso.
Posicionamentos

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Traumatismo Medular: Lesões, Sinais e Cuidados

Procedimentos espinhais guiados por neuroimagem
Procedimentos espinhais guiados por neuroimagemProcedimentos espinhais guiados por neuroimagem
Procedimentos espinhais guiados por neuroimagemDaniel Pimentel
 
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leitoPrimeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leitoCleanto Santos Vieira
 
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pgAula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pgLuiz Otavio Quintino
 
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pgAula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pgKn Expedições
 
Posições Cirúrgicas inenf finalizada.pptx
Posições Cirúrgicas inenf finalizada.pptxPosições Cirúrgicas inenf finalizada.pptx
Posições Cirúrgicas inenf finalizada.pptxRogerioOxum
 
Avaliação mmss apontamentos
Avaliação mmss   apontamentosAvaliação mmss   apontamentos
Avaliação mmss apontamentosRosana
 
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?Como tratar a condropatia patelo-femoral ?
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?Lizandra Nunnes
 
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?
Como tratar a condropatia  patelo-femoral ?Como tratar a condropatia  patelo-femoral ?
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?Fernando Farias
 
Apostila cinesiologia do ombro
Apostila   cinesiologia do ombroApostila   cinesiologia do ombro
Apostila cinesiologia do ombroLeonardo Santos
 
EXAME FISICO DO QUADRIL.pptxasdasdasdasda
EXAME FISICO DO QUADRIL.pptxasdasdasdasdaEXAME FISICO DO QUADRIL.pptxasdasdasdasda
EXAME FISICO DO QUADRIL.pptxasdasdasdasdaLorraineAndrade5
 
4. Semiologia do Cotovelo.pdf
4. Semiologia do Cotovelo.pdf4. Semiologia do Cotovelo.pdf
4. Semiologia do Cotovelo.pdfRomarioRufino1
 
sistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdf
sistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdf
sistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdfAyrttonAnacleto3
 

Semelhante a Traumatismo Medular: Lesões, Sinais e Cuidados (20)

Procedimentos espinhais guiados por neuroimagem
Procedimentos espinhais guiados por neuroimagemProcedimentos espinhais guiados por neuroimagem
Procedimentos espinhais guiados por neuroimagem
 
Hotmail
HotmailHotmail
Hotmail
 
Modulo 17
Modulo 17Modulo 17
Modulo 17
 
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leitoPrimeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
Primeiros Socorros - posição restrição e movimentação no leito
 
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pgAula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
 
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pgAula de anatomia ossea e lesoes  slides 285 pg
Aula de anatomia ossea e lesoes slides 285 pg
 
Coluna Lombar
Coluna LombarColuna Lombar
Coluna Lombar
 
Musculos do tórax
Musculos do tóraxMusculos do tórax
Musculos do tórax
 
Posições Cirúrgicas inenf finalizada.pptx
Posições Cirúrgicas inenf finalizada.pptxPosições Cirúrgicas inenf finalizada.pptx
Posições Cirúrgicas inenf finalizada.pptx
 
Avaliação mmss apontamentos
Avaliação mmss   apontamentosAvaliação mmss   apontamentos
Avaliação mmss apontamentos
 
paletalongamdesen.pptx
paletalongamdesen.pptxpaletalongamdesen.pptx
paletalongamdesen.pptx
 
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?Como tratar a condropatia patelo-femoral ?
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?
 
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?
Como tratar a condropatia  patelo-femoral ?Como tratar a condropatia  patelo-femoral ?
Como tratar a condropatia patelo-femoral ?
 
Apostila cinesiologia do ombro
Apostila   cinesiologia do ombroApostila   cinesiologia do ombro
Apostila cinesiologia do ombro
 
EXAME FISICO DO QUADRIL.pptxasdasdasdasda
EXAME FISICO DO QUADRIL.pptxasdasdasdasdaEXAME FISICO DO QUADRIL.pptxasdasdasdasda
EXAME FISICO DO QUADRIL.pptxasdasdasdasda
 
Coluna Lombar
Coluna LombarColuna Lombar
Coluna Lombar
 
4. Semiologia do Cotovelo.pdf
4. Semiologia do Cotovelo.pdf4. Semiologia do Cotovelo.pdf
4. Semiologia do Cotovelo.pdf
 
Anatomia geral terminologia anatômica - ricardo
Anatomia geral terminologia anatômica  - ricardoAnatomia geral terminologia anatômica  - ricardo
Anatomia geral terminologia anatômica - ricardo
 
sistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdf
sistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdf
sistemamuscular[2696].pdfsistemamuscular[2696].pdf
 
Cinésiologia parte 6
Cinésiologia parte 6Cinésiologia parte 6
Cinésiologia parte 6
 

Traumatismo Medular: Lesões, Sinais e Cuidados

  • 1. Traumatismo Vertebro Medular 5 Regiões: Cervical (C1- C8) Dorsal (D1 – D12) Lombar (L1-L5) Sagrada (S1 –S5) Coccígea TVM: Lesão na coluna Vertebral e na medula espinhal - lesão óssea (por sustentação) - Lesão óssea e medular
  • 2. Traumatismo vertebro medular ou TVM Lesão Medular É uma lesão na medula espinhal que causa interrupção parcial ou total das funções reflexas e voluntárias num nível abaixa da lesão • Lesão completa – perda total da sensibilidade e do controle dos músculos abaixo da lesão • Incompleta – presença parcial de sensibilidade ou movimentos abaixo de, ou no nível da lesão Consequências: • Tetraplegia – Perda total dos movimentos e sensibilidade do tronco, membros superiores e inferiores • Paraplegia – Perda total dos movimentos e sensibilidade nos membros inferiores • Espasticidade Alteração do movimento devido à perda de controle exercido pelo cérebro e espinhal medula. Caracteriza-se pela presença de movimentos involuntários. Ocorre um aumento do tónus muscular no momento da contracção. Pode ocorrer devido a um movimento rápido ou por uma estimulação sensitiva (dor, alteração da temperatura corporal, ITU, roupa apertada, obstipação, posicionamentos inadequados)
  • 3. Choque medular • imediatamente após traumatismo medular agudo • pode ocorrer em lesões incompletas • consiste na perda total da atividade reflexa autonómica abaixo da lesão ( incluindo a perda da função motora e sensorial) • é indicação de choque medular a ausência de controlo do esfíncter anal e bulbocavernoso • Pode durar dias a meses • Há reativação do sistema nervoso abaixo do nível de lesão – dando origem a uma atividade reflexa por desconexão dos centros superiores
  • 4. Choque medular • Tratamento: • Farmacológico ( corticoterapia – facilitação da geração do impulso nervoso da espinal medula ; reforça o fluxo sanguínea na medula; diminui os radicais livres na membrana neural) • Cirúrgico: estabilização e/ou descompressão da lesão ( laminectomia; fusão espinal; fixação) • Tratamento não cirúrgico: quando a lesão é estável; Independentemente do local da lesão ( cervical ou dorso-lombar) – há necessidade de IMOBILIZAÇÂO ( colar cervical e colete Jewett) • Complicações: • Cardiovasculares – hTA postural ( elevação progressiva da cabeceira da cama; de seguida plano inclinado e depois CR); uso de meias elásticas; Diminuição da FC ( devido a diminuição do retorno venoso e alterações da dinâmica respiratória). • Disreflexia autonoma – inicio súbito de cafaleia e HTA num doente com lesão medular acima de D6. Pode estar associado a bradicardia, sudorese, pupilas dilatadas, alterações visuais; pilo-ereção. Os estímulos podem ser vários: dispositivos médicos; distensão abdominal; vesical… • TVP e Embolia Pulmonar – devido À IMOBILIDADE. • Gastrointestinais – dilatação gástrica aguda e ileo-paralitico; fases alternadas de obstipação e diarreia antes do treino intestinal • Urinárias: Retenção urinária ( bexiga arreflexica) – algaliação ( assim que possível auto-esvaziamento– quando há previsão de alta); ITU; • Respiratórias: (paralisia dos músculos abaixo da lesão; Lesões completas acima de C4 levam à paralisia do diafragma – necessitam de ventilação mecânica). Infecção Respiratória ( por hipoventilação, aumento das secreções brônquicas e atelectasias devido à diminuição do reflexo da tosse) • Sensitivas – ( por incapacidade de sentir dor, desconforto, pressão e temperatura) – Dor ( mais frequente nas lesões em nível baixo da coluna); queimaduras e UPP • Motoras: Rigidez articular e espasticidade ( hiperreflexia; hipertonicidade e espasmos musculares); Pé equino • Psicológicas
  • 5. Disreflexia Autónoma • O que desencadeia: Qualquer estímulo incomodativo; causas mais comuns: distensão intestinal; distensão vesical; alterações da integridade da pele; infeções; roupa e calçado apertado; dispositivos médicos. SINAIS: Cefaleias Fotofobia Visão turva HTA Bradicardia ou Taquicardia Rubor na face; pescoço ombros e palidez abaixo da lesão Sudorese intensa Sabor metálico ATUAÇÃO - Despistar e remover estímulos ( verificar roupa, adornos e dispositivos médicos – CVP; Algália e saco coletor ou realizar esvaziamento vesical; remover fecalomas; Observar a pele; esticar roupa cama e procurar objectos por baixo do doente)
  • 6. Colar Cervical • Limita o movimento, estabiliza e alinha a coluna cervical Constituído por 2 peças: - Anterior (em que é apoiado o queixo) - Posterior (em que é apoiada a parte de trás do crânio (occipital) que tem tiras laterais de velcro para fixar as 2 peças.
  • 7. Higiene do doente com colar cervical • O colar cervical pode ser molhado; Deve ser realizado por 2 pessoas • Em decúbito dorsal: • Retirar a parte anterior do colar • observar a pele, lavar e hidratar • proteger o queixo com placa de poliuretano • Lavar a parte anterior do colar com água e sabão e secar • Recolocar e Fixar a parte anterior do colar • Em decúbito lateral: • Utilizar uma almofada que preencha a distancia entre o pescoço e o ombro ( para manter o alinhamento cervical) • Fixar a parte anterior do colar com as mãos na zona do queixo • Abrir a parte posterior do colar • observar a pele, lavar e hidratar • proteger a região occipital com placa de poliuretano • Lavar a parte posterior do colar com água e sabão e secar • Recolocar e Fixar a parte posterior do colar • Certificar que o colar cervical está bem colocado
  • 8. Treino Intestinal • Após a lesão medular: • Movimentos mais lentos • Alterações na sensibilidade do reto ( incapacidade para controlar os esfíncteres – intestino neurogénico) • Cuidados: • Reforço hídrico • Dieta equilibrada e rica em fibras • Para facilitar a progressão das fezes: • Massagem do abdómen ( no sentido dos ponteiros do relógio) • Estimulo da região anal ( lubrificar os dedos e fazer movimentos circulares) • Medicação mais usada: • Emolientes ( para amolecer as fezes e bisacodilo supositório para deslocar e facilitar a saída de fezes) • Deve ser realizado sempre à mesma hora do dia, em dias alternados ( preferencialmente de manhã - no internamento às 7H) • Procedimento: • Colocar o supositório em decúbito lateral esquerdo • Aguardar com as pernas fletidas 15 a 30 minutos. Durante o treino é normal ocorrer : sudorese; espasticidade; cólicas e/ou sensação de desconforto abdominal. • Se tolerar posição de sentado utilizar sanita ou cadeira higiénica
  • 9. Posicionamentos Decúbito Dorsal: • Garantir que a pessoa fique centrada na cama; • Colocar almofadas de apoio na cabeça e cintura escapular; • Membros superiores: posicionados ao longo do corpo em extensão; antebraços em pronação e ligeira dorsiflexão do punho • Membros inferiores: Colocar uma almofada na região popliteia (rolo); Se necessário colocar uma almofada na região aquiliana para elevar os calcanhares; Posicionar os pés em angulo reto com almofadas nas plantas dos pés. Garantir sempre o alinhamento de todos os segmentos corporais
  • 10. Fowler: • Partindo do decúbito dorsal; elevar a cabeceira da cama entre 30 a 60º • Colocar almofadas de apoio na cabeça e cintura escapular; • Membros superiores: flexão do cotovelo; antebraços em pronação e extensão do punho • Membros inferiores: coxofemoral em flexão e ligeira abdução; joelhos em flexão. Posicionar os pés em angulo reto. Posicionamentos Garantir sempre o alinhamento de todos os segmentos corporais
  • 11. Decúbito Lateral: • Garantir que a pessoa fique centrada na cama; • Posicionar a cabeça sobre a almofada que deve ter a mesma altura que a distancia do ombro ao pescoço. • Membros superiores: o membro superior do lado do decúbito posiciona-se com a escápulo-umeral e ombro em flexão ( evitar a retração da escápulo-umeral). O membro superior do lado contrario – flexão da escapulo-umeral fazendo um grau de 90º; apoiado numa almofada com pronação do antebraço., punho e dedos em extensão. • Membros inferiores: Colocar uma almofada de comprimento igual ou superior à dimensão da perna do lado para onde se vira a pessoa (posicionar o membro inferior ao decúbito sobre a almofada). A articulação coxofemoral formam um grau de 90º. Posicionamentos
  • 12. Posicionamentos Decúbito semi-dorsal: • Posicionar a cabeça sobre a almofada • Membros superiores: o membro superior do lado do decúbito posiciona-se em ligeira abdução e rotação interna da escapulo- umeral; a mão apoiada na cama com flexão do cotovelo; o antebraço em supinação e mão em extensão apoiado na almofada. Do lado oposto ao decúbito posiciona-se a escápulo-umeral em ligeira abdução, e apoia-se o membro na almofada. Joelho em ligeira flexão • Membros inferiores: Do lado do decúbito coxo-femural e joelho em ligeira flexão; Do lado oposto, apoiar todo o membro numa almofada.
  • 13. Posicionamentos Decúbito ventral: • Chegar o doente para a beira da cama (doente vai virar para o lado inverso) • Lateralizar a cabeça com ou sem almofada ( baixa) • Se necessário colocar almofada sobre a região abominal sobre a região mamária e escroto • Membros superiores: posicionados em extensão e adução ou com abdução e rotação externa de escapulo-umeral. • Membros inferiores: em extensão e ligeira abdução coxo-femural; flexão do joelho, pés apoiados em almofada para osa dedos não tocarem na cama.
  • 14. Decúbito semi-ventral •A cabeça posiciona-se para o decúbito ( com ou sem almofada) •Membros superiores: do lado do decúbito extensão da escapulo-umeral, cotovelo, punho e dedos em extensão apoiados na cama; Do lado contrario ao decúbito: abdução da escapulo-umeral, flexão do cotovelo e extensão do punho e dedos – colocar almofada desde a escapulo-umeral até à crista ilíaca •Membros inferiores: do lado do decúbito extensão da coxo-femural e joelho em contacto com a cama; do lado contrario membro inferior apoiado em almofada com coxo-femural a 45º, flexão do joelho e com o pé suspenso. Posicionamentos