1) Nódulos de tireóide podem ser causados por adenomas, cistos, carcinomas ou outras condições como bócio multinodular ou tireoidites.
2) A ecografia é o exame de imagem mais importante para caracterizar nódulos tireoidianos e a punção aspirativa por agulha fina é o melhor método para distinguir lesões benignas de malignas.
3) Os principais tipos de câncer de tireóide são o carcinoma papilar e o carcinoma folicular, sendo o papilar o mais comum, enquanto o carcinoma
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
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1. Nódulos e
Neoplasias de Tireóide
ULBRA/2007
CURSO DE MEDICINA
CLÍNICA MÉDICA III – ENDOCRINOLOGIA
Prof. Adriana Fornari e Jocely Vieira da Costa
2. Nódulo de tireóide
• Prevalência:
• 4 a 7%♀ e 1% ♂
• ecografia = 19 a 67%
• Malignidade: 5 a 10% dos casos
• Aumenta linearmente com a idade
• 50% das tireóides “normais” à palpação têm 1
ou + nódulos em autópsia
3. Nódulo de tireóide
• Causas:
• Adenoma
• Cisto
• Carcinoma
• Bócio multinodular
• Tireoidite de Hashimoto
• Tireoidite subaguda
• Hemiagenesia de tireóide
• Metástase
• Adenoma ou cisto de paratireóide
• Cisto tireoglosso
4. Nódulo de tireóide
• Patogênese:
• Mecanismo pobremente entendido
• TSH como fator de crescimento nodular
apresenta papel controverso
• Vários outros fatores foram identificados,
causando mutações que determinam o
desenvolvimento de nódulos tireoidianos
(imunes, genéticos, fatores extrínsecos)
5. Nódulo de tireóide
• Diagnóstico
• Anamnese (fatores de risco)
• Sexo: risco 2-3 xx maior no sexo ♂
• Idade: risco > idosos e crianças
• História familiar +
• História prévia de irradiação
• Patologias associadas (NEM,
tireotoxicose)
• Geralmente assintomáticos
6. Nódulo de tireóide
• Exame físico
•Palpação:
• tamanho
• número
• dolorimento
• consistência
• mobilidade à deglutição
• presença de adenopatias
7. Nódulo de tireóide
Risco de malignidade em pacientes c/ DNT
Crescimento rápido do nódulo
Fixação a estruturas adjacentes (disfagia, dor)
Nódulo muito endurecido
Paralisia de corda vocal ipsilateral ao nódulo
(rouquidão)
Adenomegalia regional ipsilateral
História de irradiação de cabeça e/ou pescoço
História familiar de Ca de tireóide ou NEM
8. Nódulo de tireóide
• Exames laboratoriais
• TSH, T3 e T4
• AAM ou anti-TPO
• Calcitonina e tireoglobulina?
9. Nódulo de tireóide
• Exames de imagem
• ecografia:
• detecta nódulos não palpáveis
• delimita o tamanho dos nódulos
• caracteriza-os como sólidos, císticos ou
mistos, identifica linfadenopatia cervical
• serve de guia para procedimentos
diagnósticos e terapêuticos
10. Nódulo de tireóide
• Exames de imagem
• ecografia: achados sugestivos de malignidade:
• nódulos sólidos
• hipoecóicos
• contornos imprecisos
• calcificações finas
• vascularização central
• cistos > 3cm
• crescimento ou presença de adenomegalias
ESSES ACHADOS
GUIAM A CONDUTA EM
INCIDENTALOMAS OU
BMN, POIS NÓDULO
ÚNICO = PAAF!!!
11. Nódulo de tireóide
• Exames de imagem
• cintilografia: indicada em patologia nodular
associada a hipertireoidismo
• nódulos quentes: risco 1-2%
• nódulos mornos: 5 a 10% são malignos
• nódulos frios: 10 a 20% são malignos
• 90% das lesões malignas são hipo ou
normocaptantes
13. Nódulo de tireóide
• PAAF: punção aspirativa por agulha fina
• indicado p/ nódulos > 1 cm
•melhor método para discriminar lesões
benignas de malignas!
• sensível e específico (2% falso + e 4% falso -)
• falso -: geralmente amostra inadequada ou
erro de interpretação
• erros mais comuns : lesões > 4cm ou < 1cm
ou nódulos císticos
14. Nódulo de tireóide
• PAAF: punção aspirativa por agulha
fina guiada por ecografia
↓ 35 A 75% O NÚMERO DE CIRURGIAS
↑ 2 A 3xx A MALIGNIDADE DOS CASOS CIRÚRGICOS
↓ 25% CUSTOS NO MANUSEIO DE NT
15. Nódulo de tireóide
• PAAF: resultados
• satisfatório:
•benigno: bócio colóide, T. Hashimoto, T.
subaguda, cistos colóides
• suspeitos: neoplasias foliculares, neoplasia
de células de Hürthle, atipia celular
• malignos: CA papilífero
• insatisfatório: conteúdo cístico ou muito
vascularizado
16. Nódulo de tireóide
NT
H, EF, TSH, ecografia
TSH suprimido TSH não-suprimido > 1 cm ou
≤ 1 cm suspeito
Cintilografia
Quente Frio Morno PAAF
T4 e T3
Tto
18. Outras condutas em nódulos benignos:
Supressão do TSH c/ levotiroxina: em desuso
Alcoolização: controverso
I 131???
Fotocoagulação com laser ???
Nódulo de tireóide
19. Carcinoma de tireóide
Incidência: 1/13.000 pacientes ao ano;
0,4% de todas as mortes por câncer nos
USA;
Prevalência de carcinoma oculto em
autópsias varia de 4 a 28%, conforme a
população.
20. Classificação
Tumores epiteliais primários
Tumores de células foliculares
Benigno: adenoma
Maligno: carcinoma
Diferenciado: papilar ou folicular
Pobremente diferenciado: insular, outros
Indiferenciado: anaplásico
Tumores de células C (CA medular)
Tumores de células C e foliculares (CA misto)
22. Adenoma Folicular
Neoplasia mais comum de tireóide;
Tumor benigno, encapsulado, geralmente solitário;
Histologia semelhante ao tecido tireoidiano;
Arquitetura uniforme, poucas mitoses;
Sem invasão de cápsula ou vaso
Crescimento lento;
Tamanho variável (geralmente 1-3 cm);
Geralmente assintomático;
70% são hipofuncionantes (“frios”).
23. Adenoma Folicular
• Citopatológico:
• Citoplasma granular,
eosinofílico;
• Células ricas em
mitocôndrias;
• Pleomorfismo nuclear
c/ nucléolos distintos;
• Anatomopatológico:
• Ausência de invasão
de cápsula.
Variante histológica mais importante: células de Hürthle
24. Carcinoma Papilar
Tumor maligno de células foliculares mais comum de
tireóide (50-90% dos tumores diferenciados);
Caracterizado por formação de papilas;
Núcleo das células + papilas = distintivos através da
PAAF;
Mais comuns 4ª e 5ª décadas de vida;
♀: ♂ = 2,5 :1;
Patogênese molecular: quebra cromossômica→ fusão
de genes, resultando em um oncogem chamado
RET/PTC 1.
Microcarcinoma: < ou = 1cm diâmetro (50% das
autópsias).
26. Carcinoma Papilar
Geralmente nódulo solitário, de longa evolução;
Diagnóstico por PAAF;
Invasão de tecidos adjacentes está presente
em ± 15 % dos casos na cirurgia;
Tendem a metastatizar localmente e para
gânglios: ± 1/3 dos pacientes apresentam
linfadenopatia ao diagnóstico;
±1-7% dos casos: metástases à distância
(pulmões);
Geralmente captam I 131;
Podem ser mistos.
27. Carcinoma Papilar
Prognóstico: maioria não morre desta
patologia!
Variantes mais agressivas: folicular, células
altas, insular,...
Microcarcinoma (achado incidental?)
CA papilar agressivo c/ metástases em
linfonodos.
28. Carcinoma Papilar
Fatores de mau prognóstico:
Idade (pior em < 20 ou > 45 anos);
Tamanho do tumor primário (pior >3 cm);
Presença de invasão dos tecidos moles ou
metástases à distância (traquéia, esôfago,...);
Multicentricidade;
Envolvimento de linfonodos bilaterais ou
mediastinais;
Sexo ♂;
Atraso na cirurgia > 1 ano após detecção
do nódulo.
30. Carcinoma Folicular
Tumor maligno com células foliculares sem os
achados do CA papilar;
Seu diagnóstico requer invasão de cápsula, vasos
ou tecidos adjacentes;
Microscopia: varia de folículos bem formados até
padrões atípicos;
Variantes: células claras (acúmulo de glicogênio),
células de Hürthle.
Patogênese molecular: mutação ou translocação do
oncogem RAS.
32. Carcinoma Folicular
Ocorre em pessoas mais idosas (geralmente > 50
anos);
♀:♂ = 2:1;
Nódulo indolor;
Tamanhos maiores que papilar;
Raramente há linfadenopatia à apresentação;
5-20% apresentam metástases à distância à
apresentação (pulmão e osso);
Metástases nodais são raras;
Mais letal que papilar.
34. Estadiamento
Não há consenso;
Sobrevivência média em 10 anos: 98% CA
papilar, 92% CA folicular, 13% CA
anaplásico.
TNM (tamanho, linfonodos, metástases);
AMES (idade, metástases, extensão, tamanho);
AGES (idade, grau histológico, extensão,
tamanho);
Universidade de Chicago (classes I, II, III e IV);
Universidade do Estado de Ohio,...
35. Tratamento
CIRURGIA:
Tireoidectomia total;
Dissecção de linfonodos;
Dissecção de tecidos moles adjacentes.
Complicações:
Lesão de nervo laríngeo recorrente;
Hipoparatireoidismo.
36. Tratamento
RADIOIODO (I 131 ):
100-200 mCi
Ablação de tecido tireoidiano residual;
Tratamento de doença metastática ou residual.
Complicações: dependem da dose
Sialoadenite;
Leucemia mielocítica
Oligospermia e falência ovariana.
37. Tratamento
RADIOTERAPIA
Terapia primária para tumores irressecáveis;
Terapia adjuvante após cirurgia;
Terapia paliativa para doença recorrente.
QUIMIOTERAPIA:
Tumores pouco diferenciados;
Variantes mais agressivas.
38. Tratamento
SUPRESSÃO COM HORMÔNIO
TIREOIDIANO:
Minimizar potencial estimulação do TSH ao
crescimento tumoral;
Dose de levotiroxina: a necessária para manter
TSH :
Baixo risco : 0,5 a 2,0
Médio risco: ≤ 0,1 6-12 meses
Alto risco: ≤ 0,1 até 5 anos de intervalo livre de
doença.
39. Seguimento
Maioria das recorrências: primeiros 5 anos
após o diagnóstico;
Exame físico;
Pesquisa de corpo inteiro com iodo a cada ano
até 2 consecutivos negativos;
US, TC, RMN, RX esqueleto quando necessário;
Tireoglobulina e anticorpos anti-tireoglobulina de
6/6 meses durante 3 anos após o diagnóstico
(após, anualmente).
40. Carcinoma Anaplásico
Muito raro;
Tumor não diferenciado do epitélio folicular;
Muito agressivos (mortalidade quase 100%);
Mais comum após os 65 anos de idade e em
♀;
20-30% têm CA diferenciado coexistente
(geralmente papilar) → transformação?
41. Carcinoma Anaplásico
Apresentação: massa tireoidiana de
crescimento rápido, endurecida;
Compressão ou invasão do trato
aerodigestivo superior;
90% dos casos: extensão local ou à distância
ao diagnóstico (pulmões, ossos, cérebro);
Diagnóstico: PAAF ou biópsia;
Imagens: planejar terapia, monitorar resposta
ao tratamento.
44. Carcinoma Anaplásico
Prognóstico: rapidamente letal (6 a 12
meses);
Melhor prognóstico: tumor unilateral, < 5cm,
sem invasão extratireoidiana ou
envolvimento de linfonodos;
Tratamento quando possível: cirurgia ou
QTX;
Morte por sufocação ou combinação de
complicações locais e distantes.
45. Carcinoma Medular
2 a 4 % dos carcinomas de tireóide;
Originado das células C ou parafoliculares;
70 % ocorre isoladamente e 30% como parte de
MEN
MEN II ou 2A: feocromocitoma, adenoma de
paratireóide
MEN III ou 2B: feocromocitoma, neuromas
mucosos, ganglioneuromas;
Secreta calcitonina, ACE, serotonina, ACTH, etc;
Curso clínico semelhante ao carcinoma folicular.
46. Linfoma de Tireóide
30 a 40 % associado a tireoidite de
Hashimoto;
Massa cervical de evolução rápida em
adulto;
Invasão local para gânglios.