O documento descreve os principais aspectos do exame ultrassonográfico da tireóide, incluindo: a sistematização da análise, os achados normais e patológicos mais comuns e a importância do Doppler colorido.
2. Sistematização do exame US
Diagnóstico diferencial dos bócios e
tireoidites
A importância do Doppler
3. Caracterizar alterações difusas da tireóide
Identificar nódulos da tireóide
Caracterizar nódulos com maior ou menor probabilidade
de malignidade (qual receberá PAAF)
Guiar a PAAF
Determinar a extensão do tumor maligno
Rastreamento de recidiva tumoral após tratamento
4. Determinar o volume da tireoide
Verificar se há lesões focais associadas
Descrever a textura do parênquima
Verificar o padrão de vascularização glandular
Verificar as velocidades de fluxo nas artérias tireoideas
inferiores
5. Artéria tireoidea inferior
Ramo do tronco tireo-cervical,
ramo da artéria subclávia
Artéria tireoidea superior
Ramo da carótida externa
Veias tireoideas
Superior
Média
Inferior
6. Não necessita preparo prévio
Decúbito dorsal com hiperextensão cervical
Transdutores
Linear 7 a 15 MHz
Principal
Convexo 3,5 a 5 MHz
Medida do eixo longitudinal em casos difíceis
Endocavitário
Pode ser útil em bócios mergulhantes
9. Modo B
Varreduras longitudinais e transversais
Ecogenicidade: tireóide vs. músculos / tireóide x gl.
submandibulares
Ecotextura: homogênea vs. heterogênea
Rastrear: traves fibróticas, alterações texturais
focais, nódulos, cistos
Regiões adjacentes: linfonodos, cistos, outras
alterações
10. Doppler
Ajustes do equipamento
PRF / Escala de velocidades
Ganho
Filtro de parede
Pressão do transdutor sobre a pele
Camada de gel
Sensibilidade de cada equipamento
11. Parte integrante do exame
Diagnóstico dos bócios e das tireoidites
crônicas
Controle de tratamento
Especialmente importante para ajustar a
dose de radioiodo (radioterapia)
12. Erro mais comum
Diâmetro Longitudinal
Causa
Não incluir os dois pólos da tireóide na imagem a
ser mensurada
Alternativas
Imagem trapezoidal (“convexo virtual”)
Imagem estendida
Composição da imagem
Transdutor convexo ou endocavitário
23. Volume do lobo = D1 x D2 x D3 x 0,523
Volume do ístmo = D1 x D2 x D3 x 0,523
Volume da tireóide = vol. lobo direito + vol. lobo esquerdo + vol. istmo
Há autores que utilizam a constante : 0,479 (OMS).
24. Istmo < 3 mm de espessura
Volume praticamente desprezível
Istmo entre 3 e 6 mm de espessura
Volume próximo a 1,0 cm³
Istmo ≥ 6 mm de espessura
Calcular o volume
26. Crianças
Ao nascimento
0,40 a 1,40 cm³
A cada ano de vida
Aumento de 1,0 a 1,3 cm³ por Kg de peso
Tabelas com valores da normalidade em
função da idade.
29. Modo B
Parênquima homogêneo
Ecogênico
Arquitetura característica
Contornos regulares
30. Doppler Colorido ou Power Doppler
Vasos nos pólos e na periferia
Poucos vasos no parênquima
Ajustes do equipamento
PRF (velocidade)
Ganho
Filtros
Doppler colorido vs. Doppler de amplitude
Estabelecer o padrão de normalidade para a sua
instituição *
* Saleh 2001 J Ultrasound in Med & Biol. 27(8) 1137-41
36. Identificar a tireóide
Medir cada lobo e o istmo.
Calcular o volume da glândula
Observar a ecogenicidade e a ecotextura do parênquima
Identificar nódulos
Atentar para as características dos nódulos
Verificar a vascularidade da glândula ao Doppler
Medir a velocidade de fluxo nas artérias tireoideas
inferiores direita e esquerda
Identificar os padrões de fluxo dos nódulos
Pesquisar linfonodomegalias regionais
Descrever os achados no laudo
37. Bócio é o aumento do volume da tireóide
Independente da causa
39. Hiperplasia difusa
Causas
Déficit de ingestão de iodo (bócio endêmico)
Distúrbios da hormonogênese (formas familiares)
Drogas que interferem na absorção do iodo
(lítio, cobalto, iodatos, fenilbutazona)
Induzido por alimentos
(repolho, soja, amendoim, pêssego, morango, espinafre,
rabanete)
40.
41.
42.
43. Sinônimos
Bócio Difuso Tóxico
Doença de Basedow
Bócio exoftálmico
Etiologia auto-imune
Mais comum em mulheres 5:1 a 10:1
Tireotoxicose
Pode estar associada a exoftalmia
44. Achados Ecográficos
Aumento volumétrico
Textura finamente heterogênea
Aumento difuso da vascularização
(Inferno Tireoideano - Ralls 1988)
Aumento das velocidades de fluxo nas artérias
tireóideas (pode superar 50 cm/s)
45.
46.
47.
48. Tireoidites sem aumento volumétrico da tireóide
Apenas 30-35% das tireoidites provocam aumento do
volume da tireóide
Nódulo(s) em tireóides de volume normal
Relatar as informações clinicamente relevantes
49. Termo genérico
várias entidades
Etiologia
autoimune, infecciosa, traumática, drogas, radiação
ionizante
Predomínio no sexo feminino
9:1
Alguns diagnósticos
Hashimoto, De Quervain, aguda supurativa,
silenciosa, pós-parto, fibrosante de Riedel,
tuberculosa
50. Sinônimos
Tireoidite crônica autoimune
Tireoidite linfocítica crônica
Etiologia autoimune
Mais prevalente nas mulheres: 9:1
Pico de incidência 4ª e 5ª décadas de vida
Leva ao hipotireoidismo
Pode provocar hipertireoidismo
em fases iniciais
52. Achados ecográficos
Áreas de comprometimento focal
(pseudonódulos)
Pode haver linfonodomegalia (15%)
Aumento da vascularidade (início)
Aumento da VPS a. tireóideas (início)
Redução da vascularidade (cronicidade)
Redução da VPS a. tireóideas (cronicidade)
56. Rara
Infecção bacteriana
Staphylococcus aureus
Streptococcus pyogenes
Outras
Crianças
Imunodeprimidos
AIDS
57. Função tireoideana normal
Dor à palpação
Tumoração local
Pode haver febre
Área focal de menor ecogenicidade
Pode evoluir para a abscesso
59. Sinônimo
tireoidite granulomatosa subaguda
Etiologia viral
Autolimitada
Após infecções de vias aéreas superiores
Mães de crianças acometidas por viroses da infância
(caxumba, sarampo)
Dor à palpação
Aumento volumétrico da glândula
Hipertireoidismo leve transitório, que não requer terapia
antitireoideana
Hipotireoidismo transitório (menos frequente)
60. Achados ecográficos
áreas focais hipoecogênicas mal delimitadas
nas regiões subcapsulares
coalescem e podem formar pseudo-nódulos
na região central da glândula
62. Características semelhantes à De
Quervain
Sem dor
Hipertireoidismo, geralmente transitório
Eventualmente necessita tratamento com
drogas antitireoideanas
Fases tardias – sinais de fibrose
Pode evoluir para hipotireoidismo
63. 4 a 7% das puérperas
Provável etiologia autoimune
Redução difusa da ecogenicidade
Focos hipoecogênicos mal delimitados
esparsos
Hiper ou hipotireoidismo transitório
10 a 30% evoluirão para hipotireoidismo
permanente
65. Sinônimo: tireoidite fibrosante
Rara
Tireóide fibrosada e endurecida
Há casos com associação com fibrose
retroperitoneal, mediastinal,pulmonar, colangite
esclerosante, pseudotumor orbitário
Sensação de “aperto” no pescoço, sufocamento
Pode haver disfagia, tosse e dispnéia
Casos severos tem indicação cirúrgica
Ao US: massa hipoecogênica infiltrando a
musculatura adjacente.
67. Muito rara
Formas de acometimento
Miliar
Focal
Difusa
Lesões caseosas
Comum associação com acometimento
linfonodal pela Tb
A forma focal pode simular nódulo maligno
PAAF pode auxiliar no diagnóstico
69. Amiodarona
Antiarrítmico
Derivado benzofurano com estrutura semelhante ao
T3
37% de seu peso molecular constituído por iodo
Quadro de tireotoxicose
70. Tipo 1
Tireóide com nódulo funcionante
Doença de Graves latente - fenômeno de Jod-Basedow
Tratamento:
Metimazol e Perclorato de Potássio
Tipo 2
Tireóide inicialmente normal
Efeito tóxico direto da Amiodarona
Tratamento:
Remoção da Amiodarona e Corticosteróides
71. Diagnóstico diferencial
TIA tipo I
Captação do Iodo radioativo: baixa, normal ou elevada
Interleucina-6 sérica: discretamente elevada
Doppler: Fluxo marcadamente aumentado
Velocidades de fluxo aumentadas nas artérias tireóideas
TIA tipo II
Captação do Iodo radioativo: baixa, suprimida
Interleucina-6 sérica: bastante elevada
Doppler: Fluxo marcadamente reduzido
Baixas velocidades de fluxo nas artérias tireóideas
72. Forma, contornos, dimensões, ecogenicidade,
ecotextura, presença de alterações focais.
Medidas e volume
Padrão de vascularização
Habitual
Globalmente aumentada
Globalmente reduzida
Velocidade de pico sistólico nas artérias tireoideas
inferiores direita e esquerda