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M
uitas perguntas aparecem para nós,
professoras, no momento de orga
nizar e planejar o trabalho, a ação
pedagógica: para que serve a escola? Qual é
o seu papel social? O que fazer para que as
crianças aprendam mais e melhor?
E as crianças? Será que também surgem per-
guntas para elas? Como é a escola? O que
acontece lá dentro? Como acontece? O que
podemos fazer lá e o que não podemos? O que
vamos aprender?
Nosso diálogo neste texto trata da organiza-
ção do trabalho pedagógico nos anos/séries
iniciais do ensino fundamental de nove anos,
considerando que a cada ano recomeçamos
nossa ação educativa com novas crianças e
adolescentes num mundo em constante mu-
dança. Daí a necessidade de estudo contínuo,
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
PEDAGÓGICO: ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO COMO EIXOS
ORIENTADORES
Cecília Goulart1
Foi aí que nasci: Nasci na sala do 3o
ano, sendo
professora D. Emerenciana Barbosa, que Deus
tenha. Até então, era analfabeto e despretensioso.
Lembro-me: nesse dia de julho, o sol que descia da
serra era bravo e parado. A aula era de Geografia,
e a professora traçava no quadro-negro nomes de
países distantes. As cidades vinham surgindo na
ponte dos nomes, e Paris era uma torre ao lado de
uma ponte e de um rio, a Inglaterra não se enxergava
bem no nevoeiro, um esquimó, um condor surgiam
misteriosamente, trazendo países inteiros. Então,
nasci. De repente nasci, isto é, senti vontade de
escrever. Nunca pensara no que podia sair do papel
e do lápis, a não ser bonecos sem pescoço, com cinco
riscos representando as mãos. Nesse momento, porém,
minha mão avançou para a carteira à procura de um
objeto, achou-o, apertou-o irresistivelmente, escreveu
alguma coisa parecida com a narração de uma
viagem de Turmalinas ao Pólo Norte.
Carlos Drummond de Andrade
1
Doutora em Letras – Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF).
36082-Ensino Fundamental de 9 an85 8536082-Ensino Fundamental de 9 an85 85 14/08/07 19:0314/08/07 19:03
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demandando, assim, atualização e revisão de
nossas práticas.
A forma como organizamos o trabalho peda-
gógico está ligada ao sentido que atribuímos à
escola e à sua função social; aos modos como
entendemos a criança; aos sentidos que damos
à infância e à adolescência e aos processos de
ensino-aprendizagem. Está ligado do mesmo
modo a outras instâncias, relacionadas aos
bairros em que as escolas estão localizadas; ao
espaço físico da própria escola e às atividades
que aí ocorrem; às características individuais
do(a)s professore(a)s e às peculiaridades de
suas formações profissionais e histórias de vida
– muitos fatores então condicionam a orga-
nização do trabalho pedagógico. Em síntese,
está ligado à nossa concepção de educação:
educar para quê? Como? Liga-se em conse-
qüência à construção de sujeitos cidadãos que
cada vez mais adentram os espaços sociais,
participando e atuando no sentido da sua
transformação.
E nós, professores e professoras, nos pergun-
tamos: como se constrói a educação como
prática de liberdade, no sentido de Paulo
Freire? Educar para que as crianças e os ado-
lescentes possam cada vez mais compreender
o mundo em que vivem por meio do trabalho
pedagógico com os conhecimentos que têm e
com aqueles conhecimentos de que vão, aos
poucos, se apropriando pelo sentido vivo que
possuem e pelos interesses e desejos que geram.
Nessa perspectiva, nossas crianças e jovens vão
se sentindo cada vez mais livres para transitar
socialmente porque entendem melhor a com-
plexidade do mundo. Ao mesmo tempo, vão
se sentindo cada vez mais integrados e fortale-
cidos pela dimensão de cidadania que a prática
detrabalhoorganizadoecolaborativoabrepara
todos. As experiências pedagógicas coletivas
de que participam sinalizam a partilha e a
construção cooperativa de ações comuns – e
o valor de todos e de cada um se revela.
Dúvidas, apreensões e desejos mobilizam todos
os que se envolvem em novas experiências.
E nós, professores/professoras, a cada ano vi-
vemos novas experiências e novos modos de
viver a prática pedagógica porque trabalhamos
com pessoas, com crianças - trabalhamos então
com sujeitos vivos e pulsantes, e com conhe-
cimentos em constante ampliação, revisão e
transformação. Que diferença de uma fábrica,
onde o que se almeja é a homogeneidade, o
padrão! Na fábrica, um produto de uma mesma
sériedeveserrigorosamenteigualaooutropara
que passe pelo controle de qualidade!
Na escola e na vida, encontramos a multipli-
cidade de sujeitos e de modos de viver, pensar
e ser. Mas encontramos também caracte-
rísticas e marcas que nos identificam como
seres humanos, pertencentes a um período
histórico, a uma região geográfica e a tantos
outros agrupamentos que se entrelaçam. E por
que isso acontece? Porque somos sujeitos cul-
turais, não somos sujeitos errantes: criamos
vínculos, sentimentos, mundos, literatura,
teorias, moda, receitas culinárias, filosofia,
brincadeiras, jogos, arte, máquinas – tudo nos
enreda e nos diz que, mesmo sem caminhos
traçados, como de modo geral acontece com
os animais, construímos história e histórias,
cultura e culturas que nos enraízam, nos en-
volvem e nos identificam.
E a escola faz parte dessas criações humanas.
É a instituição, o lugar de nos fortalecermos,
de nos entranharmos nessa história com cada
uma de nossas histórias, de nos fazermos fortes
porque nos integramos socialmente, compre-
endendo a força e a capacidade criadora do ser
humano. Compreendendo também a vida e a
luta dos homens através dos tempos, os conhe-
cimentos produzidos e os modos de produção,
as desigualdades criadas e as diferenças.
E nós sabemos bem disso porque convivemos
diariamente com crianças e adolescentes
que trazem experiências e histórias que não
são encantadas, são vividas concretamente,
36082-Ensino Fundamental de 9 an86 8636082-Ensino Fundamental de 9 an86 86 24/08/07 15:2824/08/07 15:28
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Às vezes,
preocupadas em
demasia com os
conteúdos de en-
sino, não paramos
para conhecer
nossos alunos.
muitas vezes dramaticamente. Às
vezes, preocupadas em demasia
com os conteúdos de ensino,
não paramos para conhecer
nossos alunos, para ouvir os
conteúdos tão significativos
de suas vidas. E aprendiza-
gem envolve sensibilidade e
mudança! Como diz Barbosa
(1990), aprendizagem envolve
risco, e não nos dispomos a cor-
rer ricos com qualquer pessoa – se
não conseguimos desenvolver relações de
confiança e afeto com os alunos, dificilmente
construímos uma relação de ensino-aprendi-
zagem.
A escola é, então, lugar de encontro de muitas
pessoas; lugar de partilha de conhecimentos,
idéias, crenças, sentimentos, lugar de conflitos,
portanto, uma vez que acolhe pessoas dife-
rentes, com valores e saberes diferentes. É na
tensão viva e dinâmica desse movimento que
organizamos a principal função social da esco-
la: ensinar e aprender – professoras, crianças,
funcionários, famílias e todas as demais pessoas
que fazem parte da comunidade escolar.
Nossoobjetivoéconvidaro(a)professor(a)para
conversar sobre princípios e questões relevantes
para a organização do trabalho pedagógico no
ensino fundamental de nove anos, conside-
rando as primeiras séries ou anos iniciais desse
nível de ensino, com ênfase no trabalho com
as crianças de seis anos. Sua experiência pro-
fissional é fundamental para esta conversa.
A ênfase na criança de seis anos
Parafraseando Vinícius de Moraes, a criança
de seis anos está naquela “idade inquieta”
em que já não é uma pequena criança, e não
é ainda uma criança grande. Do ponto de
vista escolar, espera-se que a criança de seis
anos possa ser iniciada no processo formal
de alfabetização, visto que possui condições
de compreender e sistematizar determi-
nados conhecimentos. Espera-se,
também, que tenha condições,
por exemplo, de permanecer
mais tempo concentrada em
uma atividade, além de ter
certa autonomia em relação
à satisfação de necessidades
básicas e à convivência social.
É importante observar que
essas respostas variam de criança
para criança e a escola deve lidar de
modo atento com essas e muitas outras
diferenças.
Nossa experiência na escola mostra-nos que a
criança de seis anos encontra-se no espaço de
interseção da educação infantil com o ensino
fundamental. Sendo assim, o planejamento
de ensino deve prever aquelas diferenças e
também atividades que alternem movimentos,
tempos e espaços.
É importante que não haja rupturas na pas-
sagem da educação infantil para o ensino
fundamental, mas que haja continuidade
dos processos de aprendizagem. Em relação
às crianças que não freqüentaram espaços
educativos de educação infantil, habituadas,
portanto, às atividades do cotidiano de suas
casas e espaços próximos, também aprendendo
e dando sentidos à realidade viva do mundo
que as cerca, o mesmo cuidado deve ser to-
mado. É essencial que elas possam sentir a
escola como um espaço diferente de seus lares,
visto que aquele se organiza como um espaço
público e não privado como a casa, mas se
sintam acolhidas e também possam continuar
aprendendo criativamente.
A escola potencializa, desse modo, a vivên-
cia da infância pelas crianças, etapa essa tão
importante da vida, em que se aprende tanto.
Assim, considerando a participação ativa das
crianças de seis a dez anos de idade na escola,
em espaços e tempos adequados à singularidade
36082-Ensino Fundamental de 9 an87 8736082-Ensino Fundamental de 9 an87 87 14/08/07 19:0314/08/07 19:03
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dessafasedavida,aexperiênciadeaprender ga-
nha significado social na perspectiva da cons-
tituição da autonomia e da cidadania, como
mencionamos anteriormente. Na interação
com seus pares e com os professores, por meio
de variadas e dinâmicas atividades, as crianças
vivenciam os processos de aprender e também
de ensinar, com empenho, responsabilidade e
alegria.
Assim, a escola pode ser (sempre) um lugar de
afirmação do que as crianças e os adolescentes
jásãoesabem,aomesmotempoemqueosleva
a mudanças significativas, a novos conheci-
mentos, por meio da aprendizagem, em relação
à compreensão do grupo a que pertencem na
escola e à compreensão de novas possibilidades
de vida, de modo geral.
A escola como espaço social
pedagogicamente organizado
A organização do trabalho pedagógico carac-
teriza-se como uma dimensão muito impor-
tante para o desenvolvimento do projeto
político-pedagógico da escola como
um todo. O projeto político-
pedagógico, como sabemos,
é um instrumento que nos
dá direções, nos aponta
caminhos, prevendo, de
forma flexível, modos
de caminhar. O projeto
é um eixo organizador
da ação de todos que
fazem parte da comuni-
dade escolar. Apresenta
quem somos e nossos papéis,
nossos valores e modos de pensar
os processos de ensino-aprendiza-
gem, além do que desejamos com o trabalho
pedagógico. Um projeto político-pedagógico
é como uma radiografia do movimento que
a escola realiza e pretende realizar para al-
cançar seu objetivo mais importante: educar,
promovendo a produção de conhecimentos e
a formação de pessoas íntegras e integradas à
sociedade por meio da participação cidadã, de
forma autônoma e crítica.
A escola como instituição está marcada pela
organização político-pedagógica que envolve
os conhecimentos que ali são trabalhados para
que as crianças aprendam. Isso acontece de tal
modo que tem um valor estruturante na for-
maçãosocialdaspessoas,dando-lhesidentidade
tambémpelaaprendizagemdemodosdeaçãoe
interação que são socialmente valorizados. Ou
seja, o processo de escolarização marca-nos no
sentido de ampliar a compreensão da dinâmica
social,dasvariadasforçaseconhecimentosque
disputam poder na sociedade, das diferentes
interpretações de conteúdos, fatos, objetos,
fenômenos e comportamentos sociais. Nossa
responsabilidade política de educadores leva-
nos a investir cada vez mais na qualidade de
nossa atuação profissional.
Os critérios de organização das crianças em
classes/turmas/grupos e de arrumação das
carteiras, dos grupos e dos mate-
riais nas salas de aula; o pla-
nejamento do tempo para
brincadeiras livres e da
hora da refeição; a pro-
gramação de atividades
e os modos como elas
são propostas e desen-
volvidas – tudo isso in-
fluencia na forma como
o projeto pedagógico
se desenrola. Trabalhos
coletivos constroem-se
coletivamente; espaços de-
mocráticos reorganizam-se com
a participação de todos, inclusive
decidindo normas, limites, horários, distribui-
ção de tarefas... Se as crianças participarem,
desde o início dessa organização, terão a
oportunidade de desenvolver o sentimento de
A organização do
trabalho pedagógico
caracteriza-se como
uma dimensão muito
importante para o
desenvolvimento
do projeto político-
pedagógico da escola.
36082-Ensino Fundamental de 9 an88 8836082-Ensino Fundamental de 9 an88 88 14/08/07 19:0314/08/07 19:03
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Ensinar-
aprender
envolve certa
intimidade.
pertencimento ao grupo e de responsabilidade
pelas decisões tomadas.
Todos aqueles que integram a comunidade
escolar precisam participar da organi-
zação do trabalho pedagógico. Todos
podem agir para que o trabalho
pedagógico de ensinar e aprender
aconteça; todos se beneficiam dele
e se comprometem com ele. Dessa
forma, a partir da definição de objeti-
vos a ser alcançados na série, ou no ano,
ou no ciclo escolar, estabelecem-se rotinas de
atividades a ser realizadas; definem-se os mate-
riais necessários; e atitudes a ser desenvolvidas
para o bom andamento dos processos de ensi-
no-aprendizagem. A integração família-escola
desempenha papel de destaque nesse processo.
É certo que nem todas as famílias participam,
ou podem participar, da mesma maneira, mas
vale a pena incluí-las no planejamento escolar,
por meio de solicitações sobre seus modos de
funcionamento, seus gostos, suas histórias,
profissões, tudo isso está ligado às histórias de
vida das crianças.
Na mesma direção anteriormente delineada,
os professores, também coletivamente, or-
ganizam-se para estudar e planejar, além de
avaliar os caminhos traçados e os resultados
alcançados – avaliar a organização do trabalho
como um todo. O movimento do conjunto de
professores e dos demais participantes da vida
escolar indica a disposição de, continuamen-
te, rever posições, metodologias, modos de
enfrentar surpresas e dificuldades.
Ensinar-aprender envolve certa intimidade.
O(a)s professore(a)s também devem se expor
como pessoas que são, narrando fatos de suas
histórias. Aprendemos com os outros: histórias
puxam histórias e envolvem-nos, gerando,
assim, relações de confiança e cumplicidade,
básicas para consistentes relações de ensino-
aprendizagem.
Descobrir e refletir sobre o que as crianças e
os adolescentes já sabem, sobre suas histórias
e seus processos, e também sobre o que dese-
jamos que aprendam, fazem parte de processos
organizativos. Organizar por quê? Para quê?
Como? O que é necessário?
A organização do trabalho pedagógico,
então, deve ser pensada em função
do que as crianças sabem, dos seus
universos de conhecimentos, em re-
lação aos conhecimentos e conteúdos
que consideramos importantes que
elas aprendam. No caso das séries/anos
iniciais do ensino fundamental, a aprendi-
zagem da língua escrita; o desenvolvimento
do raciocínio matemático e a sua expressão
em linguagem matemática; a ampliação de
experiências com temáticas ligadas a muitas
áreas do conhecimento; a compreensão de as-
pectos da realidade com a utilização de diversas
formas de expressão e registro – tudo deve ser
trabalhado de forma que as crianças possam,
ludicamente, ir construindo outros modos de
entender a realidade, estabelecendo novas
condições de vida e de ação.
Os planejamentos de ensino, os planos de
aula e os projetos de trabalho são, portanto,
frutos de reflexões coletivas e individuais cujo
objetivo é a aprendizagem das crianças. Por
isso, devem ser pensados a longo, médio e
curto prazos, abrindo espaço para alterações,
substituições e para novas e inesperadas situa-
ções que acontecem nas salas de aula e no
entorno delas, que podem trazer significativas
contribuições para a reflexão das crianças,
gerando novos temas de interesse, novos co-
nhecimentos e novas formas de interpretar a
realidade.
A organização discursiva da
escola e suas implicações: a
importância do reconhecimento
de diferentes modos de falar
Somos profissionais formados para educar
crianças e adolescentes e temos competên-
cia para isso. Ao provocarmos situações
36082-Ensino Fundamental de 9 an89 8936082-Ensino Fundamental de 9 an89 89 14/08/07 19:0314/08/07 19:03

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Ensino fundamental de 9 anos

  • 1. 85 M uitas perguntas aparecem para nós, professoras, no momento de orga nizar e planejar o trabalho, a ação pedagógica: para que serve a escola? Qual é o seu papel social? O que fazer para que as crianças aprendam mais e melhor? E as crianças? Será que também surgem per- guntas para elas? Como é a escola? O que acontece lá dentro? Como acontece? O que podemos fazer lá e o que não podemos? O que vamos aprender? Nosso diálogo neste texto trata da organiza- ção do trabalho pedagógico nos anos/séries iniciais do ensino fundamental de nove anos, considerando que a cada ano recomeçamos nossa ação educativa com novas crianças e adolescentes num mundo em constante mu- dança. Daí a necessidade de estudo contínuo, A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO COMO EIXOS ORIENTADORES Cecília Goulart1 Foi aí que nasci: Nasci na sala do 3o ano, sendo professora D. Emerenciana Barbosa, que Deus tenha. Até então, era analfabeto e despretensioso. Lembro-me: nesse dia de julho, o sol que descia da serra era bravo e parado. A aula era de Geografia, e a professora traçava no quadro-negro nomes de países distantes. As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes, e Paris era uma torre ao lado de uma ponte e de um rio, a Inglaterra não se enxergava bem no nevoeiro, um esquimó, um condor surgiam misteriosamente, trazendo países inteiros. Então, nasci. De repente nasci, isto é, senti vontade de escrever. Nunca pensara no que podia sair do papel e do lápis, a não ser bonecos sem pescoço, com cinco riscos representando as mãos. Nesse momento, porém, minha mão avançou para a carteira à procura de um objeto, achou-o, apertou-o irresistivelmente, escreveu alguma coisa parecida com a narração de uma viagem de Turmalinas ao Pólo Norte. Carlos Drummond de Andrade 1 Doutora em Letras – Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF). 36082-Ensino Fundamental de 9 an85 8536082-Ensino Fundamental de 9 an85 85 14/08/07 19:0314/08/07 19:03
  • 2. 86 demandando, assim, atualização e revisão de nossas práticas. A forma como organizamos o trabalho peda- gógico está ligada ao sentido que atribuímos à escola e à sua função social; aos modos como entendemos a criança; aos sentidos que damos à infância e à adolescência e aos processos de ensino-aprendizagem. Está ligado do mesmo modo a outras instâncias, relacionadas aos bairros em que as escolas estão localizadas; ao espaço físico da própria escola e às atividades que aí ocorrem; às características individuais do(a)s professore(a)s e às peculiaridades de suas formações profissionais e histórias de vida – muitos fatores então condicionam a orga- nização do trabalho pedagógico. Em síntese, está ligado à nossa concepção de educação: educar para quê? Como? Liga-se em conse- qüência à construção de sujeitos cidadãos que cada vez mais adentram os espaços sociais, participando e atuando no sentido da sua transformação. E nós, professores e professoras, nos pergun- tamos: como se constrói a educação como prática de liberdade, no sentido de Paulo Freire? Educar para que as crianças e os ado- lescentes possam cada vez mais compreender o mundo em que vivem por meio do trabalho pedagógico com os conhecimentos que têm e com aqueles conhecimentos de que vão, aos poucos, se apropriando pelo sentido vivo que possuem e pelos interesses e desejos que geram. Nessa perspectiva, nossas crianças e jovens vão se sentindo cada vez mais livres para transitar socialmente porque entendem melhor a com- plexidade do mundo. Ao mesmo tempo, vão se sentindo cada vez mais integrados e fortale- cidos pela dimensão de cidadania que a prática detrabalhoorganizadoecolaborativoabrepara todos. As experiências pedagógicas coletivas de que participam sinalizam a partilha e a construção cooperativa de ações comuns – e o valor de todos e de cada um se revela. Dúvidas, apreensões e desejos mobilizam todos os que se envolvem em novas experiências. E nós, professores/professoras, a cada ano vi- vemos novas experiências e novos modos de viver a prática pedagógica porque trabalhamos com pessoas, com crianças - trabalhamos então com sujeitos vivos e pulsantes, e com conhe- cimentos em constante ampliação, revisão e transformação. Que diferença de uma fábrica, onde o que se almeja é a homogeneidade, o padrão! Na fábrica, um produto de uma mesma sériedeveserrigorosamenteigualaooutropara que passe pelo controle de qualidade! Na escola e na vida, encontramos a multipli- cidade de sujeitos e de modos de viver, pensar e ser. Mas encontramos também caracte- rísticas e marcas que nos identificam como seres humanos, pertencentes a um período histórico, a uma região geográfica e a tantos outros agrupamentos que se entrelaçam. E por que isso acontece? Porque somos sujeitos cul- turais, não somos sujeitos errantes: criamos vínculos, sentimentos, mundos, literatura, teorias, moda, receitas culinárias, filosofia, brincadeiras, jogos, arte, máquinas – tudo nos enreda e nos diz que, mesmo sem caminhos traçados, como de modo geral acontece com os animais, construímos história e histórias, cultura e culturas que nos enraízam, nos en- volvem e nos identificam. E a escola faz parte dessas criações humanas. É a instituição, o lugar de nos fortalecermos, de nos entranharmos nessa história com cada uma de nossas histórias, de nos fazermos fortes porque nos integramos socialmente, compre- endendo a força e a capacidade criadora do ser humano. Compreendendo também a vida e a luta dos homens através dos tempos, os conhe- cimentos produzidos e os modos de produção, as desigualdades criadas e as diferenças. E nós sabemos bem disso porque convivemos diariamente com crianças e adolescentes que trazem experiências e histórias que não são encantadas, são vividas concretamente, 36082-Ensino Fundamental de 9 an86 8636082-Ensino Fundamental de 9 an86 86 24/08/07 15:2824/08/07 15:28
  • 3. 87 Às vezes, preocupadas em demasia com os conteúdos de en- sino, não paramos para conhecer nossos alunos. muitas vezes dramaticamente. Às vezes, preocupadas em demasia com os conteúdos de ensino, não paramos para conhecer nossos alunos, para ouvir os conteúdos tão significativos de suas vidas. E aprendiza- gem envolve sensibilidade e mudança! Como diz Barbosa (1990), aprendizagem envolve risco, e não nos dispomos a cor- rer ricos com qualquer pessoa – se não conseguimos desenvolver relações de confiança e afeto com os alunos, dificilmente construímos uma relação de ensino-aprendi- zagem. A escola é, então, lugar de encontro de muitas pessoas; lugar de partilha de conhecimentos, idéias, crenças, sentimentos, lugar de conflitos, portanto, uma vez que acolhe pessoas dife- rentes, com valores e saberes diferentes. É na tensão viva e dinâmica desse movimento que organizamos a principal função social da esco- la: ensinar e aprender – professoras, crianças, funcionários, famílias e todas as demais pessoas que fazem parte da comunidade escolar. Nossoobjetivoéconvidaro(a)professor(a)para conversar sobre princípios e questões relevantes para a organização do trabalho pedagógico no ensino fundamental de nove anos, conside- rando as primeiras séries ou anos iniciais desse nível de ensino, com ênfase no trabalho com as crianças de seis anos. Sua experiência pro- fissional é fundamental para esta conversa. A ênfase na criança de seis anos Parafraseando Vinícius de Moraes, a criança de seis anos está naquela “idade inquieta” em que já não é uma pequena criança, e não é ainda uma criança grande. Do ponto de vista escolar, espera-se que a criança de seis anos possa ser iniciada no processo formal de alfabetização, visto que possui condições de compreender e sistematizar determi- nados conhecimentos. Espera-se, também, que tenha condições, por exemplo, de permanecer mais tempo concentrada em uma atividade, além de ter certa autonomia em relação à satisfação de necessidades básicas e à convivência social. É importante observar que essas respostas variam de criança para criança e a escola deve lidar de modo atento com essas e muitas outras diferenças. Nossa experiência na escola mostra-nos que a criança de seis anos encontra-se no espaço de interseção da educação infantil com o ensino fundamental. Sendo assim, o planejamento de ensino deve prever aquelas diferenças e também atividades que alternem movimentos, tempos e espaços. É importante que não haja rupturas na pas- sagem da educação infantil para o ensino fundamental, mas que haja continuidade dos processos de aprendizagem. Em relação às crianças que não freqüentaram espaços educativos de educação infantil, habituadas, portanto, às atividades do cotidiano de suas casas e espaços próximos, também aprendendo e dando sentidos à realidade viva do mundo que as cerca, o mesmo cuidado deve ser to- mado. É essencial que elas possam sentir a escola como um espaço diferente de seus lares, visto que aquele se organiza como um espaço público e não privado como a casa, mas se sintam acolhidas e também possam continuar aprendendo criativamente. A escola potencializa, desse modo, a vivên- cia da infância pelas crianças, etapa essa tão importante da vida, em que se aprende tanto. Assim, considerando a participação ativa das crianças de seis a dez anos de idade na escola, em espaços e tempos adequados à singularidade 36082-Ensino Fundamental de 9 an87 8736082-Ensino Fundamental de 9 an87 87 14/08/07 19:0314/08/07 19:03
  • 4. 88 dessafasedavida,aexperiênciadeaprender ga- nha significado social na perspectiva da cons- tituição da autonomia e da cidadania, como mencionamos anteriormente. Na interação com seus pares e com os professores, por meio de variadas e dinâmicas atividades, as crianças vivenciam os processos de aprender e também de ensinar, com empenho, responsabilidade e alegria. Assim, a escola pode ser (sempre) um lugar de afirmação do que as crianças e os adolescentes jásãoesabem,aomesmotempoemqueosleva a mudanças significativas, a novos conheci- mentos, por meio da aprendizagem, em relação à compreensão do grupo a que pertencem na escola e à compreensão de novas possibilidades de vida, de modo geral. A escola como espaço social pedagogicamente organizado A organização do trabalho pedagógico carac- teriza-se como uma dimensão muito impor- tante para o desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola como um todo. O projeto político- pedagógico, como sabemos, é um instrumento que nos dá direções, nos aponta caminhos, prevendo, de forma flexível, modos de caminhar. O projeto é um eixo organizador da ação de todos que fazem parte da comuni- dade escolar. Apresenta quem somos e nossos papéis, nossos valores e modos de pensar os processos de ensino-aprendiza- gem, além do que desejamos com o trabalho pedagógico. Um projeto político-pedagógico é como uma radiografia do movimento que a escola realiza e pretende realizar para al- cançar seu objetivo mais importante: educar, promovendo a produção de conhecimentos e a formação de pessoas íntegras e integradas à sociedade por meio da participação cidadã, de forma autônoma e crítica. A escola como instituição está marcada pela organização político-pedagógica que envolve os conhecimentos que ali são trabalhados para que as crianças aprendam. Isso acontece de tal modo que tem um valor estruturante na for- maçãosocialdaspessoas,dando-lhesidentidade tambémpelaaprendizagemdemodosdeaçãoe interação que são socialmente valorizados. Ou seja, o processo de escolarização marca-nos no sentido de ampliar a compreensão da dinâmica social,dasvariadasforçaseconhecimentosque disputam poder na sociedade, das diferentes interpretações de conteúdos, fatos, objetos, fenômenos e comportamentos sociais. Nossa responsabilidade política de educadores leva- nos a investir cada vez mais na qualidade de nossa atuação profissional. Os critérios de organização das crianças em classes/turmas/grupos e de arrumação das carteiras, dos grupos e dos mate- riais nas salas de aula; o pla- nejamento do tempo para brincadeiras livres e da hora da refeição; a pro- gramação de atividades e os modos como elas são propostas e desen- volvidas – tudo isso in- fluencia na forma como o projeto pedagógico se desenrola. Trabalhos coletivos constroem-se coletivamente; espaços de- mocráticos reorganizam-se com a participação de todos, inclusive decidindo normas, limites, horários, distribui- ção de tarefas... Se as crianças participarem, desde o início dessa organização, terão a oportunidade de desenvolver o sentimento de A organização do trabalho pedagógico caracteriza-se como uma dimensão muito importante para o desenvolvimento do projeto político- pedagógico da escola. 36082-Ensino Fundamental de 9 an88 8836082-Ensino Fundamental de 9 an88 88 14/08/07 19:0314/08/07 19:03
  • 5. 89 Ensinar- aprender envolve certa intimidade. pertencimento ao grupo e de responsabilidade pelas decisões tomadas. Todos aqueles que integram a comunidade escolar precisam participar da organi- zação do trabalho pedagógico. Todos podem agir para que o trabalho pedagógico de ensinar e aprender aconteça; todos se beneficiam dele e se comprometem com ele. Dessa forma, a partir da definição de objeti- vos a ser alcançados na série, ou no ano, ou no ciclo escolar, estabelecem-se rotinas de atividades a ser realizadas; definem-se os mate- riais necessários; e atitudes a ser desenvolvidas para o bom andamento dos processos de ensi- no-aprendizagem. A integração família-escola desempenha papel de destaque nesse processo. É certo que nem todas as famílias participam, ou podem participar, da mesma maneira, mas vale a pena incluí-las no planejamento escolar, por meio de solicitações sobre seus modos de funcionamento, seus gostos, suas histórias, profissões, tudo isso está ligado às histórias de vida das crianças. Na mesma direção anteriormente delineada, os professores, também coletivamente, or- ganizam-se para estudar e planejar, além de avaliar os caminhos traçados e os resultados alcançados – avaliar a organização do trabalho como um todo. O movimento do conjunto de professores e dos demais participantes da vida escolar indica a disposição de, continuamen- te, rever posições, metodologias, modos de enfrentar surpresas e dificuldades. Ensinar-aprender envolve certa intimidade. O(a)s professore(a)s também devem se expor como pessoas que são, narrando fatos de suas histórias. Aprendemos com os outros: histórias puxam histórias e envolvem-nos, gerando, assim, relações de confiança e cumplicidade, básicas para consistentes relações de ensino- aprendizagem. Descobrir e refletir sobre o que as crianças e os adolescentes já sabem, sobre suas histórias e seus processos, e também sobre o que dese- jamos que aprendam, fazem parte de processos organizativos. Organizar por quê? Para quê? Como? O que é necessário? A organização do trabalho pedagógico, então, deve ser pensada em função do que as crianças sabem, dos seus universos de conhecimentos, em re- lação aos conhecimentos e conteúdos que consideramos importantes que elas aprendam. No caso das séries/anos iniciais do ensino fundamental, a aprendi- zagem da língua escrita; o desenvolvimento do raciocínio matemático e a sua expressão em linguagem matemática; a ampliação de experiências com temáticas ligadas a muitas áreas do conhecimento; a compreensão de as- pectos da realidade com a utilização de diversas formas de expressão e registro – tudo deve ser trabalhado de forma que as crianças possam, ludicamente, ir construindo outros modos de entender a realidade, estabelecendo novas condições de vida e de ação. Os planejamentos de ensino, os planos de aula e os projetos de trabalho são, portanto, frutos de reflexões coletivas e individuais cujo objetivo é a aprendizagem das crianças. Por isso, devem ser pensados a longo, médio e curto prazos, abrindo espaço para alterações, substituições e para novas e inesperadas situa- ções que acontecem nas salas de aula e no entorno delas, que podem trazer significativas contribuições para a reflexão das crianças, gerando novos temas de interesse, novos co- nhecimentos e novas formas de interpretar a realidade. A organização discursiva da escola e suas implicações: a importância do reconhecimento de diferentes modos de falar Somos profissionais formados para educar crianças e adolescentes e temos competên- cia para isso. Ao provocarmos situações 36082-Ensino Fundamental de 9 an89 8936082-Ensino Fundamental de 9 an89 89 14/08/07 19:0314/08/07 19:03