O documento discute os desafios de entender as crianças ao longo da Educação Infantil e Ensino Fundamental, defendendo que as potencialidades das crianças se ampliam à medida que vivem experiências desafiadoras organizadas por educadores. Propõe que experiências significativas desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental criam percursos de aprendizagem relevantes, respeitando os tempos e modos de viver das crianças.
A construção historico social da infancia e as politicas públicas da ed infan...
Semelhante a Bebês, crianças ou alunos? Continuidade ou ruptura? Quais os desafios de entender a criança ao longo da Educação Infantil e do Ensino Fundamental?
Trabalho 2 ok natureza e cultura conhecimentos e saberesSimoneHelenDrumond
Semelhante a Bebês, crianças ou alunos? Continuidade ou ruptura? Quais os desafios de entender a criança ao longo da Educação Infantil e do Ensino Fundamental? (20)
Bebês, crianças ou alunos? Continuidade ou ruptura? Quais os desafios de entender a criança ao longo da Educação Infantil e do Ensino Fundamental?
1. Bebês, crianças ou alunos? Continuidade ou ruptura?
Quais os desafios de entender a criança ao longo da
Educação Infantil e do Ensino Fundamental?
Superando as formas como se têm tratado as crianças de acordo com etapas de
desenvolvimento (a
criança é uma até os três anos, torna-se outra dos 3 aos 6 anos e outra, ainda, dos 6 aos
12anos), o Currículo Integrador defende que as potencialidades dos bebês e das crianças se
ampliam à medida que vivem experiências que sejam organizadas e apoiadas por
educadoras e educadores e ao mesmo
tempo sejam desafiadoras das ações das possibilidades das crianças.Com educadoras e
educadores intencionalmente organizando experiências envolventes com e para bebês e
crianças, criam-se percursos de aprendizagens significativos e socialmente relevantes que se
somam desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental. Desse modo, cuidam-se e
educam-se bebês e crianças que pensam e agem de forma cada vez mais curiosa e
autônoma no mundo. Esse percurso construído na Educação Infantil e no Ensino
Fundamental tem um valor em si, pois, as experiências vividas no presente são relevantes
para o tempo presente da vida das crianças: não constituem um período de preparação ou
antecipação das futuras etapas do processo de educação. E porque privilegia a vida e o
tempo presentes de bebês e crianças, respeitando seus tempos e modos de viver suas
infâncias, cria bases sólidas para a vida futura (justamente na medida em que não a
antecipa). A antecipação de etapas retira das crianças o direito de viver a infância, tempo que
os seres humanos precisam para construir suas potencialidades que não são genéticas, mas
históricas e culturais, isto é, aprendidas
na relação criança-sociedade. Ao longo da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, bebês
e crianças precisam de tempo e vivências para ampliar suas formas de ver, conceber e
expressar o mundo por meio das diferentes linguagens que integram arte e ciência no
complexo processo de apropriação e construção de conhecimento que envolve curiosidade,
observação, atenção, percepção, pensamento, investigação, interpretação, criação de
hipóteses, imaginação e elaboração de teorias explicativas daquilo que vivem e observam.
Tudo isso resulta em significativas aprendizagens que só acontecem pela atitude ativa da
criança no meio social quando esta é tratada como sujeito capaz de realizar tudo isso. Nessa
perspectiva, o desafio que se apresenta é o de superar a hierarquização e o caráter
instrucional que privilegia a fala de professoras e professores sobre o conhecimento, superar
os treinos de linguagem escrita e o silenciamento das demais linguagens e conteúdos,
superar a lógica da divisão de trabalho fabril presente na escola e que separa, de um lado,
educadora e educador que pensam e, de outro lado, as crianças que não são chamadas a
pensar, mas apenas a executar o que foi pensado para elas. Trata-se de promover, no dia a
dia da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, o protagonismo das educadoras e dos
educadores como organizadores de experiências
em que bebês e crianças são igualmente protagonistas (brincantes, artistas e cientistas) que
pensam, projetam, agem, descobrem, criam e recriam o mundo, e expressam tudo isso de
forma ativa, rica e autoral.