Este documento descreve a história e técnica do exame de Papanicolaou, um exame importante para detecção precoce de câncer de colo de útero. O documento discute o histórico da citologia desde os séculos 15-20 e como o médico George Papanicolaou desenvolveu a técnica no início do século 20. Também descreve os passos para coleta de material e análise do exame, incluindo a importância da detecção precoce para tratamento efetivo do câncer cervical.
Aula de Imagenologia sobre Tomografia Computadorizada
A técnica citológica de papanicolaou
1. Disciplina: Citologia Oncótica
• Histórico sobre a técnica citológica de
Papanicolaou
• Coleta de materiais para exame
citológico
Profa. Ms. Bruna Rocha de Souza
2. Era realizada observação dos órgãos do corpo, feita
principalmente às custas das atividades de necropsia
Entre séculos XV e XVI
INTRODUÇÃO
Fim do século XIX
Morfologia microscópica das alterações patológicas,
especialmente do câncer passou a ser objeto de investigações
3. Microscópio composto ponto de partida essencial para
um estudo detalhado das células e tecidos
Início do século XIX
Várias publicações apresentavam
ilustrações sobre células vaginais
INTRODUÇÃO
4. Início do século XX
As descrições morfológicas dos tecidos humanos normais
estavam praticamente completas
INTRODUÇÃO
6. Área da Patologia que estuda as doenças a partir de
observação ao microscópio de células obtidas através:
• Esfregaços
• Aspirações
• Raspados
• Centrifugação de líquidos
CITOPATOLOGIA
7. Estudo das células e suas alterações em casos patológicos
O exame citopatológico, " ginecológico preventivo”
Faz a avaliação morfológica das céls que é determinante para a
detecção pré-maligna
CITOPATOLOGIA
8. Permite:
• Analisar claramente o paciente
• Direcionar um tratamento específico
Método rápido, custo, se realizado adequadamente e por
profissional treinado, é de grande confiabilidade
Biomédicos com especialização: Citopatologia, Citologia Clínica
ou Citologia Oncótica
CITOPATOLOGIA
10. • Nasceu em 13 de maio de 1883 na
Grécia
• Formou-se médico na Alemanha
• Em 1910 foi para EUA (terra das
oportunidades)
George Papanicolaou (1883-1962)
VISÃO HISTÓRICA
11. Trabalhou como assistente de laboratório
Professor 1923 analisava secreções uterinas de pacientes
observou uma amostra cheia de células deformadas
George Papanicolaou
VISÃO HISTÓRICA
Normal Patológico
12. Escreveu mais de 100 páginas sobre o assunto e distribuiu
durante um encontro médico em 1928
Despertou o interesse dos médicos para o exame quando
resumiu o trabalho para 8 páginas (em 1943)
George Papanicolaou
VISÃO HISTÓRICA
13. George Papanicolau e Aureli Babès
Relataram a presença de células cancerosas em esfregaços
vaginais e cervicais
Pesquisadores reconheceram a importância do método
citológico no diagnóstico do câncer de colo uterino
VISÃO HISTÓRICA
14. Ambos apresentaram suas observações em 1928
Papanicolaou Babès
Encontro científico
(Michigan, EUA)
Publicou em um artigo em
uma revista Francesa
VISÃO HISTÓRICA
15. Papanicolaou e Herbert Traut
Publicaram artigo sobre o valor dos esfregaços vaginais na
descoberta de cânceres ocultos do colo uterino e do
endométrio
VISÃO HISTÓRICA
16. A validade dessas observações foi confirmada por vários
outros autores
Estabeleceu-se grande valor do sistema de detecção
citológica do câncer
VISÃO HISTÓRICA
17. 1947
Ernest Ayre criou a espátula de madeira (espátula de Ayre)
Utilizada até hoje na coleta de material biológico para
realização do exame de Papanicolaou
VISÃO HISTÓRICA
Espátula de Ayre
18. Dados publicados por diversos pesquisadores confirmaram que
o rastreamento citológico leva a da incidência de câncer no
colo uterino
1970-1980: período de crítica na história da citologia
ginecológica
Prevalência X Incidência
VISÃO HISTÓRICA
19. Principais problemas apresentados pelo sistema de detecção
citológica do câncer cervical:
I) Alvos na população rastreada
Grupo de mulheres que mantém hábitos de alto risco
• multiplicidade de parceiros sexuais e exposição DST’s
• mulheres pós menopausa
VISÃO HISTÓRICA
20. II) Técnicas de preparo dos esfregaços são falhas
Esfregaço inadequado pode levar a resultados falso-negativos
III) Técnicas de coloração, rastreamento e interpretação
Resultados falso-negativos podem gerar repercussões, deve
haver monitoramento dos métodos de coleta e interpretação
VISÃO HISTÓRICA
21. O sucesso desses programas está relacionado:
• Cobertura efetiva da população de risco
• Qualidade na coleta e interpretação do material
• Tratamento e acompanhamento adequado
Conceitos usados atualmente
VISÃO HISTÓRICA
23. Câncer do colo do útero (cervical) é causado principalmente
pela infecção persistente por alguns tipos de HPV
A infecção genital pelo vírus pode provocar alterações
celulares que poderão evoluir para o câncer
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
24. Detecção precoce necessária, o CCU tem evolução lenta e
seu processo inclui lesões neoplásicas ou pré-neoplásicas,
podendo ser observadas no exame de Papanicolau
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
25. 3o tumor mais frequente em mulheres
4a causa de morte de mulheres por câncer no Brasil
1990 70% dos casos diagnosticados eram da doença
invasiva
Atualmente 44% dos casos são de lesão in situ
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
26. Diagnóstico precoce chances de cura do câncer cervical
são de 100%
Evolução da doença sintomas sangramento vaginal,
corrimento e dor prognóstico ???
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
28. O exame preventivo:
• Indicado para mulheres entre 25 e 64 anos
• Indolor, simples e rápido
• Pode causar pequeno desconforto que diminui se a mulher
conseguir relaxar e se o exame for realizado de forma
adequada
TÉCNICA DE PAPANICOLAOU
29. • Não estar menstruada (aguardar o 5º dia após o término)
• Não usar creme vaginal
• Não manter relações sexuais (24h antes da coleta)
• Deixar o fixador próximo a lâmina já identificada
ANTES DO INÍCIO DA COLETA
30. • Identificar a lâmina, na extremidade fosca com o lápis (não
utilizar canetas)
- nome
- idade
- data da última menstruação ou menopausa
- uso de medicações
ANTES DO INÍCIO DA COLETA
31. Material para coleta:
• Par de luvas para procedimento
• Formulário de requisição do exame
• Lápis
• Máscara cirúrgica*
• Avental
ANTES DO INÍCIO DA COLETA
33. Material para coleta:
Escova cervical Fixador apropriado Recipiente para
acondicionamento
das lâminas
ANTES DO INÍCIO DA COLETA
34. As céls são colhidas:
• Fundo de saco posterior da vagina (fundo de saco vaginal)
• Ectocérvice (abertura do colo)
• Endocérvice (interior do colo)
Colocadas em uma lâmina transparente de vidro, coradas e
levadas a exame ao microscópico
COLETA
38. COLETA DE MATERIAL PARA PAPANICOLAOU
1. Acolher a paciente, orientá-la sobre o exame e prepará-la
para a coleta
Descrever no prontuário se há lesões, secreção, verrugas
2. Preparar previamente todo o ambiente da sala de coleta e
todos os materiais necessários ao exame
39. COLETA DE MATERIAL PARA PAPANICOLAOU
3. Posicionar a paciente deitada em posição ginecológica
4. Introduza o espéculo e abra-o lentamente e com delicadeza
5. Com a espátula de Ayre, retira-se material do fundo de
saco da vagina (extremidade côncava)
41. COLETA DE MATERIAL PARA PAPANICOLAOU
Com as reentrâncias da espátula ou com a escova fazer a
coleta da ectocérvice
6. Introduzir a escova e retirar material da endocérvice
43. São comercializados diferentes tipos de escovas cervicais que
possibilitam a coleta das células que revestem o canal cervical
Há relatos de que o uso das escovas a eficácia da detecção
das lesões situadas neste local
COLETA DE MATERIAL PARA PAPANICOLAOU
44. Cervex composta de filamentos plásticos de tamanhos
variáveis permite coleta do canal endocervical e da
ectocérvice podendo substituir a utilização de escova +
espátula
COLETA DE MATERIAL PARA PAPANICOLAOU
45. COLETA DE MATERIAL PARA PAPANICOLAOU
ATENÇÃO:
Ambas as superfícies da espátula e todas as faces da escova
devem entrar em contato com a lâmina de vidro, tomando
cuidado pois movimentos circulares podem lesar as células
46. FIXAÇÃO DO MATERIAL
Fixação do material
Deve ser procedida imediatamente após a coleta do material
Mantém características originais das céls, impedindo-as de
dessecar
Dessecamento produz modificações morfológicas e tintoriais
das células
47. Fixador ideal: não pode ser tóxico, custo deve ser aceitável
Álcool é considerado o fixador ideal seja em forma líquida ou
aerossol
FIXAÇÃO DO MATERIAL
48. Álcool: desnatura as proteínas e ácidos nucleicos tornando-os
insolúveis e estáveis
Tempo de fixação: 15 minutos
Outros fixadores: isopropanol, propanol e mistura de álcool
com solução de um plástico (ex. polietilenoglicol)
FIXAÇÃO DO MATERIAL
49. Fixador a base de álcool éter
Foi inicialmente defendido por Papanicolaou foi abandonado
por motivos de segurança
FIXAÇÃO DO MATERIAL
50. Fixação com aerossol
O orifício de saída do fixador deve estar a 30 cm da superfície
da lâmina
FIXAÇÃO DO MATERIAL
51. Fixação com aerossol
Se aplicado muito próximo da lâmina, o jato pode deslocar e
danificar células criando artefatos dificultando a análise do
esfregaço
A distância superior a 30cm pode prejudicar a fixação
FIXAÇÃO DO MATERIAL
52. COLETA DE MATERIAL PARA PAPANICOLAOU
Concluindo o procedimento
Feche o espéculo e retire-o
Auxilie a paciente para descer da mesa
Envie as lâminas ao laboratório
53. Se realizado de acordo com o padrão de qualidade,
abrangência de 80% ou mais da população e tratamento
adequado
TÉCNICA DE PAPANICOLAOU
Diminui incidência de 90% dos casos de câncer do colo do
utero
55. Núcleos: captam os elementos basófilos dos corantes
assumindo uma cor azul ou tom azulado
Citoplasma: pode assumir uma cor rosa (eosinofílico) ou azul
(cianofílico)
LEITURA E INTERPRETAÇÃO
Coloração
56. • Céls epiteliais descamadas do epitélio vaginal e cervical
• Muco, leucócito, macrófagos
• Raramente encontra-se células de origem endometrial,
tubária e ovariana
• Pode conter fungos, bactérias, parasitas e vírus
O esfregaço contém
LEITURA E INTERPRETAÇÃO