O documento descreve a anatomia e citologia normal do trato genital feminino, incluindo a descrição das células e tecidos encontrados na vulva, vagina, útero, tubas uterinas e ovários. É fornecida uma descrição detalhada dos diferentes tipos de epitélio e suas células (basais, parabasais, intermediárias e superficiais), bem como outras estruturas como leucócitos e bactérias.
2. O trato genital feminino é composto por vulva, vagina, útero
(cérvice e pelo corpo), tubas uterinas e ovários
ANATOMIA
3. A parede vaginal é composta por três camadas:
Mucosa – constituída de epitélio pavimentoso estratificado
Camada muscular intermediária – composta por músculo liso
Camada externa – tecido conjuntivo denso
Vagina
ANATOMIA
4. São dois ductos que se estendem bilateralmente a partir do
útero e são compostas por quatro camadas:
• Camada mais externa que é o peritônio, camada de tecido
conjuntivo, camada de tecido muscular e camada de tecido
epitelial
Tubas Uterinas
ANATOMIA
6. A superfície dos ovários é lisa até a puberdade tornando-se
irregulares devido a cicatrizes (ruptura dos folículos ovarianos)
Contém céls especializadas capazes de produzir vários
hormônios
Ovários
ANATOMIA
7. Órgão muscular, côncavo e de paredes espessas
A porção mais larga (corpo) encontra-se localizada na
cavidade abdominal, e sua parte estreita (cérvice) está no
interior da vagina
Útero
ANATOMIA
8. Sua parede é composta por camadas:
Útero
Paramétrio
Endométrio
Miométrio
(músculo)
ANATOMIA
10. Constituído por duas mucosas e por um tecido conjuntivo
fibromuscular
Um mucosa reveste o colo pelo lado de fora e a outra reveste
o canal cervical internamente
Colo do útero
Orifício
HISTOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO
11. Inicia-se dentro da vagina
Possui glândulas cervicais na mucosa
Cérvix ou cérvice
HISTOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO
12. O trato genital feminino apresenta vários tipos de epitélio e
tecidos de sustentação
Epitélio Escamoso Queratinizado
Encontrado nos lábios maiores e em alguma condições
patológicas da vagina, útero e do endométrio
CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO
14. Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado
Reveste os pequenos lábios da vulva, a vagina e a parte
externa do colo uterino
CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO
16. Os epitélios que revestem a ectocérvice e a JEC apresentam
variações decorrentes do estímulo hormonal
• Recém-nascida, pré-puberdade, menarca, menacme,
menopausa, reposição hormonal, contraceptivos orais,
gravidez
Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado
CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO
17. Na idade reprodutiva estímulo hormonal faz o epitélio
escamoso sofrer maturação completa e descamação celular
Céls que formam este epitélio são:
• Células basais, parabasais, intermediárias e superficiais
Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado
CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO
18. O processo de maturação destas céls leva a alteração na sua
morfologia
Citoplasma: citoplasmas aumentam de tamanho na medida
em que as céls se afastam da membrana basal
Núcleos: de grandes e vesiculosos , tornam-se picnóticos
Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado
CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO
21. Células Basais
• Presentes na camada mais profunda do epitélio
• São basófilas (coradas em azul arroxeado – hematoxilina)
• Pequenas
• Tem forma redonda
• Apresentam núcleo volumoso e central
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO
23. Células Basais
Principal área de atividade mitótica, permitindo a renovação
do epitélio a cada quatro dias em média
Dificilmente sofrem descamação, podendo aparecer em
esfregaço citológico após o parto por queda
hormonal brusca que leva a descamação intensa
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO
24. Células Parabasais
• São maiores (se comparadas com as basais)
• Arredondadas
• Citoplasma basófilo e de coloração azul-esverdeado
podendo também ser observadas em rosa
• Citoplasma mais abundante que as céls basais
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO
26. Células Intermediárias
• Tem forma poligonal
• Citoplasma abundante
• Núcleo apresenta forma arredondada
• Possuem alto teor de glicogênio
• Descamam em aglomerados por conta da presença de
desmossomos (pontes intercelulares)
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO
27. Células Intermediárias
Os lactobacilos que compõem a flora normal da vagina
metabolizam o glicogênio presentes nessas células a ácido
láctico (pH vaginal ácido)
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO
28. Células Superficiais
• Apresentam citoplasma abundante de aspecto delicado
• Núcleo é pequeno, denso, central e picnótico
• Encontram-se na fase final de maturação do epitélio
escamoso
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO
30. Lâmina Basal
Composta por colágeno e outras proteínas fibrilares
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO
EPITÉLIO
MEMBRANA
BASAL
LÂMINA BASAL
31. Lâmina Basal
Eventuais rupturas na membrana basal são importantes na
definição do caráter invasivo das alterações epiteliais
malignas
As céls malignas precisam atravessar a membrana basal para
que o câncer seja caracterizado como invasivo
EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO
32. Células Endocervicais
A endocervice é revestida por epitélio cilíndrico simples
• Secretoras (95%)
• Ciliadas (5%)
Também denominadas céls glandulares, são céls altas,
possuem núcleo redondo ou oval e volumoso
EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL
34. Células Endocervicais
Secretoras: produzem o muco cervical
Ciliadas: criam uma corrente de líquido (uma corrente
mucociliar) que carrega céls e partículas em direção a vagina
EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL
35. Células Endocervicais
O citoplasma apresenta-se basófilo e delicado
Normalmente descamam em agrupamentos de células
• Disposição em “favo de mel” quando vistas de cima
• “Paliçada” quando vistas lateralmente
EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL
37. Células Endocervicais
A presença dessas céls no esfregaço cérvico-vaginal é um
importante indicativo de qualidade do mesmo (coleta foi
realizada na JEC)
EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL
39. Células Endocervicais
Em certas patologias as células do epitélio endocervical
podem seu número
Condição é conhecida como hiperplasia das células de
reserva da endocérvice
EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL
40. Endométrio
Parte mais interna do útero --> responsável pelo suprimento
vascular e nutritivo do feto
Recoberta por mucosa vascularizada, com espessura normal
de 1 a 8mm
Responde as variações de estrogênio e progesterona
ENDOMÉTRIO
41. • São pequenas
• Núcleo é arredondado ou oval e pequeno
• Descamam em agrupados celulares densos podendo
também ser vistas isoladas
• São menores do que as céls endocervicais
Células Endometriais
ENDOMÉTRIO
42. A visualização dessas céls após os doze primeiros dias do ciclo
menstrual em esfregaços cérvico-vaginais é considerada
anormal
Células Endometriais
ENDOMÉTRIO
43. Presença de leucócitos, principalmente neutrófilos constitui
um achado frequente em esfregaços cérvico-vaginais
Os linfócitos são bem menos frequentes, exceto em infecções
crônicas
Leucócitos
OUTRAS ESTRUTURAS
44. Hemácias aparecem de forma predominante nos esfregaços
durante o período menstrual, por essa razão não é
recomendada coleta de material nesse período
Os histiócitos são comuns em esfregaços
Hemácias e histiócitos
OUTRAS ESTRUTURAS
45. A presença de muco secretado pelas céls endocervicais não
apresenta significado clínico no exame de Papanicolaou
Os espermatozóides muitas vezes não apresentam cauda,
podendo ser confundido com leveduras Candida spp
Muco e espermatozóides
OUTRAS ESTRUTURAS
46. A flora vaginal em condições de normalidade é representada
pelos bacilos de Döderlein
Essas bactérias são bacilos, se coram em azul, alimentam-se de
glicogênio auxiliando na manutenção do pH vaginal
Bacilos de Döderlein
OUTRAS ESTRUTURAS
47. A área do colo na qual o epitélio endocervical encontra o
epitélio escamoso
JEC
JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR
48. Deve estar localizada no orifício externo da cérvice, no entanto
sua posição varia de acordo com a idade da mulher
Por volta dos 30 anos de idade a JEC passa a assumir posição
mais cranial
Na menopausa ela geralmente se encontra no interior do canal
endocervical
JEC
JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR
49. Desenho esquemático da JEC
A) Na ectocérvice durante a puberdade
B) No orifício externo durante a menarca
C) No canal endocervical, após a menopausa
JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR