O documento discute o câncer do colo do útero, incluindo sua causa, fatores de risco, sintomas, diagnóstico, estágios e opções de tratamento. O HPV é a principal causa, e exames preventivos como o Papanicolau são cruciais para detecção precoce, já que geralmente não apresenta sintomas inicialmente. O tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo do estágio da doença.
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Câncer do Colo do Útero: Diagnóstico e Tratamento
1. CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
Profa. Renata Martins da Silva Pereira
2023
2. Referências
◦ MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional do Câncer. 2020. disponível em:
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero
◦ BRASIL. Ministério da Saúde. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013.
◦ Radioterapia para câncer do colo do útero. 2017. Disponível em:
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/radioterapia-para-cancer-de-colo-do-utero/1288/285/
◦ Instituto Oncoguia. Opções de Tratamento para Câncer de Colo do Útero por Estágio. 2017. Disponível em:
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/opcoes-de-tratamento-para-cancer-de-colo-do-utero-por-
estagio/6723/285/
◦ Lowdermilk DL, Perry SE, Cashion K, Alden KR. Saúde da Mulher e Enfermagem Obstétrica. 10ed. Rio de
Janeiro, Elsevier. 2013.
◦ Rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero. -- São Paulo: Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2017.
3. Atenção
◦ O tumor de colo uterino se apresenta na sua fase inicial, de uma forma
assintomática ou pouco sintomática, fazendo com que muitas pacientes não
procurem ajuda no início da doença.
◦ A prevenção do câncer invasivo do colo do útero é feita por medidas educativas,
vacinação, rastreamento, diagnóstico e tratamento das lesões subclínicas.
4. Câncer do colo do útero
◦ O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por
alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos oncogênicos).
◦ A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em
alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas
facilmente no exame preventivo.
◦ Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população
feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no
Brasil.
5. A população-alvo prioritária da vacina HPV é a de meninas na faixa etária de 9 a 14
anos e meninos de 11 a 14 anos. São aplicadas duas doses com intervalo de 6
meses.
Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros
causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos
casos de câncer do colo do útero.
6. O que aumenta o risco?
◦ Presença do vírus HPV (subtipos 16,18,31,35,39)
◦ Início precoce da atividade sexual (< 16 anos) e múltiplos parceiros.
◦ Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à
quantidade de cigarros fumados).
◦ Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
7. Sinais e sintomas
◦ O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não
apresentar sintomas em fase inicial.
◦ Secreção vaginal amarelada fétida e até sanguinolenta (água de carne);
◦ Sangramento vaginal intermitente;
◦ Sangramento após a relação sexual;
◦ Dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais;
◦ Perda de peso.
8. Diagnóstico
◦ Os seguintes testes podem ser utilizados:
◦ Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e
reto através de avaliação com espéculo, Papanicolau, toque vaginal.
◦ Exame Preventivo (Papanicolau)
◦ Colposcopia – exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um
aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões
◦ Biópsia – se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau), é
necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para
análise no microscópio.
9. Lesões precursoras
◦ Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de
lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do exame
preventivo (Papanicolaou).
◦ Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%.
◦ A doença é silenciosa em seu início e sinais e sintomas como sangramento vaginal, corrimento e
dor aparecem em fases mais avançadas da doença.
10. Resultado do Papanicolaou (colpocitológico)
◦ Resultado
◦ Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo
exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo no ano anterior, deverá
fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;
◦ Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame daqui a seis meses;
◦ Lesão de alto grau: Encaminhar para colposcopia;
◦ Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi suficiente para fazer o exame.
Repetir o exame logo que for possível (6 a 12 semanas).
16. A lógica por trás dos testes
◦ As células normais do colo uterino e da vagina são ricas em glicogênio;
◦ O iodo consegue impregnar os tecidos ricos em glicogênio, mantendo-os escuros (pintados);
◦ Já as células cancerígenas ou pré-cancerígenas são pobres em glicogênio e, por isso, não se
impregnam com o iodo, mantendo-se mais claras, geralmente amareladas, e facilmente
distinguíveis do resto do tecido saudável, que permanecesse corado de marrom (cor do iodo).
◦ Chamamos de teste de Schiller positivo toda vez que houver alguma área amarelada do colo
uterino, que não fica corada com o lugol, sugerindo a presença de células atípicas.
◦ Por outro lado, o teste de Schiller negativo ocorre quando todo o cérvix uterino se cora de
marrom, evidenciando a presença de tecido rico em glicogênio.
20. Estadiamento
◦ Escolha do tratamento depende:
◦ localização exata do tumor
◦ o tipo de doença (células escamosas ou adenocarcinoma)
◦ idade da paciente
◦ condição física geral
◦ paciente deseja ter filhos.
21. Tratamento
◦ Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a
quimioterapia e a radioterapia.
◦ O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da
doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de
ter filhos.
◦ Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível
ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.
22. ◦ Câncer de Colo do Útero na Gravidez
◦ Uma pequena porcentagem de cânceres de colo do útero são diagnosticados em mulheres
grávidas. A maioria destes (70%) são tumores estágio I. Os esquemas de tratamento durante a
gravidez são determinados por:
◦ Tamanho do tumor.
◦ Se os gânglios linfáticos próximos têm câncer.
◦ Mês de gestação.
◦ Tipo de câncer de colo do útero.
23. Radioterapia
◦ Pode ser interna e externa
◦ Interna: Cérvice (1 ou 2 sessões intracavitárias com intervalo de 15 dias)
◦ Externa: Cérvice + vasos linfáticos da parede lateral pélvica (ambulatorial, 5 dias por semana, por 6 sem)
24. Cuidados após Radioterapia externa
◦ Evitar infecção e reportar sinais de infecção;
◦ Manter boa nutrição e ingestão de líquidos;
◦ Usar loção de Aloe vera, aplicação de pomada antobiótica ou lanolina, curativo
frouxo e exposição ao ar.
◦ Esperar que os sinais de cura da pele aconteçam em 3 semanas;
◦ Reportar sintomas gastrointestinais continuados e irritação crescente da pele.
25. Cuidados após Radioterapia interna
◦ Ingerir 3 refeições por dia e 2 a 3 litros de água
◦ Descansar em vários períodos do dia
◦ Manter boa higiene perineal
◦ A relação sexual pode ser retomada 7 a 10 dias após a sessão. E importante para manter a
dilatação da vagina;
◦ Compreender que é comum esterilidade ou amenorreia ;
◦ Reportar: sangramento vaginal, retal ou urinário, secreção vaginal com odor fétido, distenção
abdominal ou dor;
◦ Atentar para recuperação emocional e física.